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  • Rio de Janeiro – O que Monteiro Lobato, Mário de Andrade e Machado de Assis têm em comum? Além de serem grandes pensadores de seu tempo, eles tiveram suas vidas contadas de forma bem acessível para o jovem leitor pela escritora Luciana Sandroni, que esteve nesta sexta-feira, 18, no estande do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

    Premiada com o Jabuti em 1998 por Minhas memórias de Lobato, Luciana usa a boneca Emília e o Visconde de Sabugosa para retratar o criador desses personagens. “Nossa infância foi toda permeada pelos personagens eternos de Pedrinho, Narizinho e companhia”, afirmou.

    A segunda obra da série sobre escritores famosos é O Mário que não é o de Andrade, na qual um dos expoentes da Semana de Arte Moderna é dissecado na visão de um menino de 10 anos. Em seu mais recente livro, Joaquim e Maria e a estátua de Machado de Assis, a estátua do primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras ganha vida e percorre as ruas do Rio de Janeiro para rememorar os lugares descritos em seus textos. “Tive a ideia de fazer esses livros depois de ler a biografia primorosa sobre Nelson Rodrigues escrita por Ruy Castro”, explicou Luciana.

    África– Já Rogério de Andrade Barbosa encontra nas viagens a inspiração para uma extensa produção literária. São mais de 60 livros infantis e juvenis publicados em 20 anos de carreira. O continente africano recebe atenção especial de Barbosa, que já esteve em Angola, Marrocos e África do Sul em busca de histórias para contar. “Para ser escritor, tem de ter muita paciência e ler bastante, também”, disse aos alunos presentes no estande.

    Três de seus livros fizeram parte do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE): Os três presentes mágicos e Os gêmeos do tambor, distribuídos em 2008, além de O rei do mamulengo, enviado em 2005 para as escolas públicas do país.

    Ainda hoje, os visitantes do estande do FNDE assistirão ao encontro com o poeta Ferreira Gullar.

    Assessoria de Comunicação Social do FNDE

    Confira a programação do FNDE
  • Elementos da cultura nordestina são usados na escola de Ipanguaçu como formas alternativas de ensino e mostram aos alunos diferentes maneiras de estudar e analisar a língua portuguesa (foto: arquivo da Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira) Os projetos criados por um professor de apenas 20 anos contribuíram para a premiação de sua escola em diferentes ocasiões. Estudante de letras, André Magri Ribeiro de Melo dá aulas de língua portuguesa e literatura na Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira, em Ipanguaçu, município potiguar a 200 quilômetros de Natal. Na mesma instituição, localizada no assentamento Tabuleiro Alto, área rural do município, ele iniciou a carreira de professor, há quatro anos.

    A primeira iniciativa premiada de André foi o projeto Literatura de Terror: uma Visita à Elegante Essência do Medo. A experiência conquistou o primeiro lugar do prêmio Construindo a Nação, edição 2010, no ensino fundamental. Em 2011, o projeto Identidade e Voz do Povo Nordestino na Literatura Regionalista proporcionou à escola o primeiro lugar na mesma premiação. Com esse projeto, a instituição também foi vencedora do Selo Escola Solidária (2011) e conquistou o segundo lugar no Prêmio Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita (2011).

    Na visão desse jovem educador, o uso de meios alternativos de ensino, como músicas, filmes e desenhos animados, mostra ao estudante diferentes formas de estudar e analisar a língua materna que não sejam apenas o livro didático e o quadro com giz. “Se o aluno sentir prazer em estar na sala de aula e na escola, renderá bem mais, e seu aprendizado sofrerá evolução significativa”, afirma André. Em todo os projetos que desenvolve, ele conta sempre com a parceria dos professores de língua inglesa e ensino da arte.

    Seus planos para 2012 incluem uma grande viagem pela história da literatura brasileira com o projeto De Caminha a Lobato: A Evolução da Literatura Brasileira. “Os alunos serão apresentados aos diferentes momentos de construção da nossa literatura e conhecerão as influências recebidas, bem como as relações das obras escritas com os momentos históricos que nosso país vivia a cada surgimento de um novo olhar sobre a palavra”, revela.

    A viagem pelas letras terá início com a leitura de uma versão infantil da Carta de Pero Vaz de Caminha (sexto e sétimo anos) e trechos do texto original (oitavo e nono). Terá continuidade com a passagem pelas escolas da literatura brasileira, como o Romantismo e o Modernismo, até chegar às obras de Monteiro Lobato. “Um batalhão de personagens, histórias e emoções pretende bater à porta da escola e das famílias de Tabuleiro Alto”, adianta André.

    Ele assegura que os alunos lerão todas as obras indicadas, integralmente. Embora o acervo da biblioteca da escola seja pequeno, os estudantes contam com a ajuda da família para a aquisição de obras, com doações e visitas a bibliotecas municipais. “Entendemos que a leitura dos textos integrais garante maior compreensão do aluno e o insere mais ainda no mundo letrado e literário”, diz o professor.

    Fátima Schenini

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    Projetos literários contribuem para ampliar conhecimentos

  • Projetos desenvolvidos pelo professor de língua portuguesa André Magri Ribeiro de Melo, da Escola Municipal Adalberto Nobre de Siqueira, em Ipanguaçu (RN), ajudaram a ampliar os conhecimentos dos estudantes matriculados em turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental.

    No projeto Literatura de Terror: uma Visita à Elegante Essência do Medo, desenvolvido no segundo semestre de 2010, cada turma trabalhou com diferentes gêneros de obras literárias, desde histórias em quadrinhos até contos de mistério. Após leitura e discussão em sala de aula, os alunos estudaram os autores e seus estilos. As conclusões foram apresentadas no 1º Letras em Conferência, debate realizado na escola entre os representantes de cada sala. Oficinas e sessões de cinema com apresentação de filmes de mistério fizeram parte das atividades.

    O projeto Identidade e Voz do Povo Nordestino na Literatura Regionalista trata de questões típicas do Nordeste. O professor procurou desenvolver diferentes atividades, que incluíram análise de letras de canções; exibição de filmes, documentários e vídeos; organização de saraus de poesia e encenação de trechos de grandes clássicos da literatura regional. O projeto foi concluído com a Semana de Línguas, destinada a apresentar as atividades realizadas na escola às famílias, a outras escolas e a instituições.

    “Os alunos passaram a ver a língua portuguesa como organismo vivo, quebrando a ideia de que estudar português é estudar regras gramaticais e só”, revela André. “Eles puderam compreender a língua em sua plenitude, estudando as mais belas manifestações que ela pode assumir: canções, livros, filmes, desenhos animados, obras de arte tipicamente lingüísticas.”

    De acordo com o professor, os alunos com dificuldades relacionadas à escrita e à interpretação de textos passaram a ter mais habilidade para escrever e superaram problemas comuns, anteriormente, como argumentação pouco fundamentada e uso de clichês ou obviedades.

    Segundo André, outro resultado do projeto foi a criação do jornal comunitário Folha de Tabuleiro. Alunos e outros interessados escrevem, semanalmente, sobre literatura, música e filmes e sobre a relação de tudo isso com a vida de cada um. Na visão do professor, o projeto valorizou o conceito de solidariedade no espaço escolar e na comunidade, que passou a ser uma máxima a ser seguida, independentemente de qualquer outra. “Sem a solidariedade e o espírito voluntário de todos os envolvidos no projeto não teríamos atingido nenhum resultado profícuo”, ressalta.

    Fátima Schenini

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