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  • Obra que compõe a coleção Wilson Carneiro da Cunha, parte de uma das exposições de comemoração dos 70 anos da Fundaj (Foto: Arquivo Fundaj)

    Recife, 20/07/2018 – A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), vinculada ao Ministério da Educação, vai iniciar o período de comemorações pelos seus 70 anos de existência. O Museu do Homem do Nordeste (Muhne), órgão ligado à própria fundação, também será homenageado pelos 40 anos de atuação.

    As solenidades começam neste sábado, 21, no bairro de Casa Forte, na zona norte do Recife, onde está sediada a Fundaj, e se estenderão por uma semana. Diversas atividades fazem parte da programação especial, como a exibição do filme Veneza Americana, com raros registros do Recife feitos na década de 1920; uma visita do bisneto de Joaquim Nabuco, Pedro Nabuco, que repassará à instituição o restante do acervo do abolicionista; além de mostras e exposições.

    “A Fundaj tem muito a contribuir para a sociedade. É necessário que a gente entregue um ano de comemoração para mostrar o que o Muhne e o cinema têm, o que a Editora Massangana, os funcionários e pesquisadores oferecem”, afirma a presidente da Fundaj, Ivete Lacerda.

    Cinema – No sábado, o Cinema do Museu, localizado no campus Gilberto Freyre, exibe o documentário Veneza Americana a partir das 16h. Assinado pelos produtores italianos Ugo Falangola e Jota Cambieri, o longa-metragem mostra as modernizações feitas durante o governo Sérgio Loreto (1922-1926). O filme terá audiodescrição e música ao vivo com Alex Mono, cantor, compositor e produtor cultural.

    No mesmo dia, o Museu do Homem do Nordeste inaugura, na Sala Mauro Mota, no mesmo campus, às 17h30, a exposição “Um real, um real, um real”. O título é baseado em expressão utilizada por trabalhadores informais. A proposta é exibir objetos antigos e atuais ligados à atividade ambulante e fotografias das décadas de 1960, 1970 e dos dias atuais, simbolizando a importância da economia informal para o Nordeste.

    Acervo – Outra atividade na programação será o lançamento das marcas Fundaj 70 anos e Museu do Homem do Nordeste 40 anos, que serão apresentadas na terça-feira, 24, em solenidade na Sala Gilberto Freyre, campus Casa Forte, a partir das 9h. A cerimônia terá a presença do bisneto do abolicionista Joaquim Nabuco, Pedro Nabuco.

    Pedro repassará à Fundaj o restante do acervo do bisavô, composto de fotografias, cartões-postais, manuscritos originais, documentos e diários. Do material a ser doado, consta um diário escrito em 1888, ano da abolição da escravatura. “Sou muito amigo da fundação e do Recife. Vim algumas vezes e é sempre uma alegria retornar”, afirmou, ao ressaltar que doar o acervo é como “jogar uma garrafa ao mar”, dando a oportunidade dele ser estudado e preservado como deve.

    Com a aquisição dos documentos, a Fundaj completará o acervo, que está sob a sua posse desde 1974. Rita de Cássia Barbosa, historiadora do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), explica que o acervo reunido cria melhores condições para avaliar a construção da figura do abolicionista. “Vamos ter documentos da completa atuação não só da família Nabuco e sua ancestralidade política, como da memória pessoal de Joaquim Nabuco, tudo reunido no mesmo lugar”, disse.

    O Cehibra também planejou atividades para a comemoração de 70 anos da Fundaj, com datas a serem definidas, a começar das exposições Cidades Mutantes, sobre educação, cultura e cidade, realizadas virtual e materialmente. Além disso, há o projeto Fios da Memória, uma parceria entre o Cehibra e a Editora Massangana, de produção e edição de livros sobre os arquivos e coleções do acervo do centro.

    Reconhecimento - Ainda na terça-feira, 24, haverá a entrega de diploma de pesquisador emérito a Hélio Moura e Clóvis Cavalcanti, ambos da Fundaj, na Sala do Conselho Deliberativo, no campus Gilberto Freyre. O título é concedido a pesquisadores de formação completa com valiosa contribuição acadêmica e técnica em suas áreas de atuação. Além disso, será entregue outorga aos servidores mais antigos da casa ainda na ativa: Isaura de Albuquerque Cesar, da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), e Manoel Soares de Sousa, do departamento de Recursos Humanos. À tarde, ocorre a Mostra Exposição, na Sala de Leitura.

    No mesmo dia, às 15h, no campus Ulysses Pernambucano, no bairro do Derby, será aberta a mostra de publicações sobre a Fundaj e seu acervo ao longo dos 70 anos. “Procuramos publicações raras, que foram importantes para a instituição. Também vamos expor catálogos de exposições realizadas nas datas de aniversários da fundação até os dias atuais”, esclarece Betty Lacerda, coordenadora do Cehibra. 

    A Coordenação de Artes da Fundaj (Coart) vai exibir trabalhos pertencentes à coleção de videoarte da casa, formada por mais de 150 títulos nacionais e internacionais. Os vídeos serão exibidos em monitores colocados em alguns pontos no campus Ulysses Pernambucano. “Desde 2000, temos desenvolvido uma série de ações voltadas à promoção, reflexão e criação no âmbito da produção de vídeos e filmes de artistas. Esse compromisso teve início com a aquisição de um conjunto de mais de cem trabalhos dos pioneiros da videoarte em partes diversas do mundo”, detalha Moacir dos Anjos, pesquisador e curador da Fundaj.

    Atividades - A preocupação com o meio ambiente também será abordada na programação. Resultado de uma extensa pesquisa conduzida de 2013 a 2017 pela fundação e pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Atlas das Caatingas será lançado no dia 31, durante o Seminário Embrapa Semiárido, em Petrolina, no Sertão do São Francisco.

    O livro contém vários mapas, imagens de satélite, fotografias e levantamentos florísticos das áreas de conservação pesquisadas na caatinga. A publicação bilíngue é inédita no Brasil.

    Já a Editora Massangana lança no segundo semestre da Gincana Literária jogos pedagógicos com a participação de alunos do ensino médio de escolas públicas de quatro municípios de diferentes regiões do estado de Pernambuco. No mês de agosto haverá lançamentos de livros como Os Afro-Brasileiros e Anais do 3º Congresso Afro-Brasileiro realizado pela Fundaj. “É um importante registro das discussões em 1982, com nacionais e estrangeiros no campo dos estudos sobre o negro no Brasil”, explica Tonico Magalhães, coordenador-geral da Editora Massangana.

    No mês de setembro, a Escola de Inovação e Políticas Públicas (Eipp) da Fundaj realiza o Seminário de Justiça Restaurativa, com três assuntos: educação, segurança pública e justiça restaurativa. Em outubro, será lançado o livro Ecos de Clarice, da escritora Márcia Basto. A obra é baseada nas andanças do jornalista Bruno Albertim por terras nordestinas, por meio do trabalho Nordeste, identidade comestível.

    Museu – As comemorações dos 40 anos do Museu do Homem do Nordeste são temáticas. Na exposição sobre as quatro décadas, haverá 40 peças e, até o final do ano, será publicado o livro Muhne 40 peças.

    O museu vai instituir a Medalha Muhne 40 Anos e, até 21 de julho de 2019, se prepara para executar um seminário internacional, concluir o Plano Museológico e realizar a exposição itinerante Nordestes Emergentes. “Vamos nacionalizar o Museu do Homem do Nordeste”, adianta Frederico Almeida, coordenador do Muhne.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Ao reunir arte, artesanato e design nordestinos na exposição Nordeste Mix, o Museu do Homem do Nordeste (Muhne) celebra seus 38 anos. A mostra, que poderá ser visitada na Sala Mauro Mota até 4 de fevereiro de 2018, será inaugurada nesta sexta-feira, 21. O Muhne, localizado na avenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte, no Recife, é vinculado à Fundação Joaquim Nabuco e ao Ministério da Educação.

    Com curadoria da antropóloga Ciema Mello e do museólogo Maximiliano Roger, ambos do Muhne, a exposição pretende discutir a representação da região Nordeste por meio de sua cultura material. A identidade visual e expografia são assinadas pelo designer Pedro Henrique de Oliveira.

    Dos quadros de José Patrício à arte popular de Nuca da Tracunhém passando por nomes como o do fotógrafo Josias Benício, os pintores Chico da Silva e Bajado, o artista urbano Jota ZerOff, o artesão Mestre Cunha e outros criadores, peças da arte popular e objetos utilitários – como o raspa coco e a cuscuzeira – dividem o mesmo espaço que peças de designers contemporâneos como Sérgio Matos, Pedro Henrique, Eudes Mota. Assim, a Nordeste Mix mescla arte, artesanato e design em um verdadeiro exercício de antropologia da memória que dispensa hierarquias, classificações rígidas e tipologias.

    “Nenhum objeto é insignificante e dentro do Museu do Homem do Nordeste objetos aparentemente invisíveis são muito mais importantes do que parecem”, explica a curadora Ciema Mello. “É um museu que tem uma particular afeição pelo homem comum. Não estamos interessados em heróis e sim nas pessoas que estão todos os dias na rua, que pegam ônibus, que entram na fila do supermercado. São elas que criam a diversidade e a originalidade da cultura nordestina.”

    “Precisamos levar em conta os acervos contemporâneos que estão surgindo com a expansão do Nordeste”, observa Silvana Araújo, coordenadora geral do Muhne. “Quando tratamos de memória, sobretudo a coletiva, é importante incorporarmos acervos da comunidade, trazê-las para dentro do museu.”

    “O museu busca refletir da maneira mais contemporânea possível esse homem do Nordeste que ele carrega no nome e a Nordeste Mix é uma forma de percorrer esse sentimento de retratar a região Nordeste em processo, uma região que está sempre andando, viva, pulsando e não só o Nordeste que está lá atrás, parado, estagnado”, conclui Silvana Araújo. Na ocasião da inauguração, haverá performance surpresa protagonizada por Pedro Henrique de Oliveira e o lançamento do Manifesto Mix Regionalista.

    Museu – Fundado em 1979 pelo sociólogo Gilberto Freyre na ocasião dos 30 anos da Fundação Joaquim Nabuco, o Museu do Homem do Nordeste é ligado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj. Um dos mais importantes museus antropológicos do Brasil, é oriundo da fusão de três outros museus: o Museu de Antropologia, do então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, inaugurado em 1958; o Museu de Arte Popular, criado em 1955, pertencente ao Governo do Estado de Pernambuco; e o Museu do Açúcar, originalmente vinculado ao extinto Instituto do Açúcar e do Álcool, cujo acervo foi incorporado à Fundação em 1977.

    Hoje, o Museu do Homem do Nordeste reúne um acervo de aproximadamente 15 mil peças de caráter histórico, etnográfico e antropológico, que conduz à compreensão da formação histórico social da região Nordeste, bem como dos modos de vida e aspectos ligados à cultura dos grupos étnico-sociais que compuseram e compõem a atual região Nordeste. Parte desse acervo pode ser visto na exposição de longa duração, que foi renovada em março de 2017. O Museu do Homem do Nordeste constitui-se, hoje, num vasto campo de pesquisa histórico social, étnico cultural e étnico histórico.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações da Fundaj

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