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  • Os cursos de licenciatura em educação no campo do programa Procampo têm um modelo básico, definido pelo Ministério da Educação. Tempo de duração, currículo e regime de alternância são pontos a serem seguidos pelas instituições de educação superior que oferecem os cursos. O modelo prevê cursos de quatro anos, com etapas presenciais (tempo-escola), em regime de internato, num período de 40 a 60 dias por semestre, e fases em que os estudantes combinam teoria e prática, desenvolvem pesquisas ou mobilizam a comunidade onde residem ou trabalham (tempo-comunidade).

    O MEC repassa às instituições de ensino recursos de R$ 4 mil por aluno ao ano, durante quatro anos. Elas têm autonomia para organizar o formato dos cursos.

    Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 25 educadores, a primeira turma do Procampo, aberta em agosto de 2009, reúne professores de educação básica de dez municípios do litoral e do interior. Segundo a coordenadora do curso, Beatriz Hanff, a licenciatura em educação no campo integra os cursos de graduação da universidade.

    Regulares e oferecidos todos os anos, os cursos têm, na UFSC, dinâmica diferente das demais licenciaturas do Procampo. A parte presencial é feita na sede da universidade, em Florianópolis — quatro semanas na universidade, quatro no local de trabalho do educador, mais quatro na universidade e oito na escola. Ao fim de cada ciclo, os professores retornam à universidade para participar de seminários e encontros de orientação das atividades de pesquisa e supervisão.

    Para desenvolver essa rotina, sete professores efetivos da universidade trabalham com dedicação exclusiva. Eles ministram aulas, orientam os alunos e supervisionam as atividades dentro e fora da instituição. Com a abertura da segunda turma, em agosto, com 50 vagas, o número de professores efetivos subirá para dez.

    No primeiro ano do curso, cada aluno faz um diagnóstico da comunidade onde vive; no segundo, a referência da pesquisa é a escola na qual leciona; no terceiro, o espaço de estudo é a sala de aula, onde o aluno também faz o estágio supervisionado; no quarto ano, ele volta à comunidade para desenvolver projeto social.

    Multidisciplinar, o curso prepara o educador para trabalhar com alunos dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio nas escolas rurais. A diversidade é a característica da primeira turma do Procampo na UFSC. A idade, por exemplo, vai de 19 a 50 anos. O curso atrai tanto pessoas com ensino médio quanto com mestrado; professores com carreira no magistério rural e profissionais que trabalham em projetos de educação no campo, mas vivem nas cidades.

    Em agosto, será aberta a segunda turma. As inscrições podem ser feitas até o dia 2. As aulas começam em 30 de agosto. São 50 vagas.

    Piauí — Nos municípios de Jaicós e Oeiras, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) abriu dois cursos de licenciatura para professores da rede pública municipal que lecionam em escolas rurais. Nas duas cidades, 120 educadores fazem a formação em serviço.

    De acordo com a professora Antônia Dalva França, que coordena a formação, o curso tem 3.290 horas e duração de quatro anos. Dividido em oito blocos, dois por ano, prevê aulas presenciais nos meses de julho e janeiro, até 2014. Nos demais períodos do ano letivo, serão desenvolvidas atividades de pesquisa nas escolas e nas comunidades rurais.

    Nos encontros presenciais de julho e janeiro, segundo o modelo pedagógico da UFPI, os professores estudam uma disciplina a cada semana. Depois, complementam o conteúdo com pesquisas e atividades na região em que trabalham. Os professores da UFPI que ministram as aulas também orientam as atividades práticas.

    Em Jaicós, os professores frequentam as aulas presenciais em uma escola municipal. Em Oeiras, no campus da universidade.

    Ionice Lorenzoni
  • O Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) apoia a implementação de cursos regulares de licenciatura em educação do campo nas instituições públicas de ensino superior de todo o país, voltados especificamente para a formação de educadores para a docência nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio nas escolas rurais.

  • Conciliar trabalho e estudo, vencer distâncias e superar a falta de recursos são desafios enfrentados pela maioria dos 660 professores de escolas rurais do Pará que estão fazendo o curso de licenciatura em educação no campo. O curso é ministrado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, em 12 municípios.

    Vera Figueiredo, professora do instituto, que coordena a licenciatura, relata as dificuldades que esses educadores têm a vencer para estudar. A distância entre o local de trabalho e o polo onde acontece o curso é um problema significativo no Pará, porque a maioria dos deslocamentos é por via fluvial.

    Existem também dificuldades primárias, como não ter dinheiro para comprar caderno e caneta e pagar a passagem de ônibus ou barco, até a má vontade de algumas secretarias municipais de educação para liberá-los a fim de que façam as aulas presenciais, relata a coordenadora. Como a formação é em serviço, outro desafio é passar quatro anos sem férias.

    O modelo da licenciatura em educação no campo compreende fases presenciais que acontecem no período das férias escolares, num polo que congrega vários municípios, além de etapas de estudos e pesquisas que são feitas no restante do ano letivo.

    Na avaliação de Vera Figueiredo, professores que estão no exercício do magistério há dez, 15 anos ou mais, apenas com formação de nível médio, ingressaram na licenciatura com vontade de subir um degrau e não medem esforços para aproveitar essa oportunidade. “A nossa meta”, diz Vera, “é evasão zero e reprovação zero”.

    Um professor que fica doente durante o período em que faz a parte presencial do curso, por exemplo, não perde aquela etapa. Segundo a coordenadora, os colegas da mesma localidade e o instituto se unem para passar os conteúdos e as demais tarefas. “Juntos buscamos soluções.”

    Pelo estado – O Instituto Federal do Pará tem hoje 12 turmas de educadores rurais em cursos de licenciatura. No conjunto, os 660 professores se dividem em turmas de 50 ou 60 alunos, que fazem as aulas presenciais nos polos nos meses de julho a 15 de agosto e de janeiro a 15 de fevereiro de cada ano.

    Cada polo atende cursistas de cinco a seis municípios que ficam no entorno. Atualmente, o instituto tem turmas em Abaetetuba, Altamira, Bragança, Castanhal, Conceição do Araguaia, Marabá, Portel (na Ilha de Marajó), Redenção, São Sebastião da Boa Vista, Santarém, Tomé-Açu e Tucuruí.

    Para ministrar a licenciatura, o instituto construiu parcerias com os municípios e dividiu as tarefas com eles. Cabe ao instituto fazer a formação, criar e oferecer materiais didáticos e pedagógicos, designar professores efetivos dos seus quadros para as aulas, a tutoria e a orientação de atividades e pesquisas na comunidade, certificar os concluintes. É responsabilidade das prefeituras liberar os educadores para as aulas presenciais e oferecer a infraestrutura física do polo.

    O curso no Pará tem 3.360 horas e duração de quatro anos. A licenciatura é multidisciplinar com abordagem em quatro áreas: linguagens e códigos, em que o aluno adquire formação para trabalhar em português, literatura e artes; ciências da natureza e matemática, que capacita para lecionar matemática, química, física e biologia; ciências humanas e sociais, para trabalhar com filosofia, sociologia, história, geografia; ciências agrárias. Professores com essa licenciatura estão habilitados a trabalhar com as séries finais do ensino fundamental e no ensino médio nas escolas rurais.

    Rede– O Instituto Federal do Pará é uma das 32 instituições públicas de ensino superior que aderiram ao Procampo, programa do Ministério da Educação que qualifica professores sem licenciatura que trabalham em escolas rurais. Universidades e institutos recebem recursos do MEC para fazer a formação.

    Ionice Lorenzoni
  • Com a adesão de 32 instituições públicas de ensino superior, o Procampo, programa do Ministério da Educação para a qualificação de professores sem licenciatura que trabalham em escolas rurais, iniciou a formação de profissionais em 13 unidades da Federação. As instituições oferecerão cursos de graduação a cerca de 35 mil educadores em atividade na área rural. Em 15 delas, a formação atende 1.363 educadores. Até o fim do ano, as 32 instituições terão matriculado 3.178 professores.

    Segundo o diretor de educação para a diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Armênio Schmidt, o Procampo tem como prioridade o atendimento a professores das redes públicas estaduais e municipais em atividade, mas sem licenciatura; jovens que vivem na área rural que desejam seguir o magistério e educadores dos movimentos sociais do campo.

    O curso tem a carga horária e o tempo de duração de uma licenciatura, mas é diferente no formato para atender professores que precisam estudar e trabalhar. De acordo com Schmidt, é oferecido em regime de alternância — aulas presenciais intensivas (tempo-escola) nas férias escolares ou em períodos determinados pelas universidades, combinadas com etapas no local em que o professor leciona (tempo-comunidade). Na comunidade, ele pesquisa, estuda e aplica o que aprende.

    A licenciatura é multidisciplinar, com a abordagem de quatro áreas: linguagens e códigos (para lecionar português, literatura e artes); ciências da natureza e matemática (matemática, química, física e biologia); ciências humanas e sociais (filosofia, sociologia, história e geografia); e ciências agrárias.

    Política pública — A oferta de cursos de licenciatura específicos para a qualificação dos professores do campo começou em 2006, com um projeto-piloto desenvolvido pelas universidades federais de Minas Gerais (UFMG), da Bahia (UFBA) e de Sergipe (UFS) e da Universidade de Brasília (UnB). Hoje, o Procampo tem a adesão de 32 instituições.

    Este ano, segundo Schmidt, o programa vai se tornar política pública, com oferta de cursos de licenciatura regulares pelas universidades — até 2009, essa oferta era definida por edital. O MEC vai desenvolver o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) Diversidade, que abrangerá a formação de professores das áreas rural e indígena. O Pibid Diversidade será administrado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

    O diretor da Secad salienta que o novo modelo permitirá às instituições de educação superior organizar a oferta anual de cursos sem depender de editais. Elas poderão também garantir recursos para os quatro anos de cada licenciatura. Schmidt observa ainda que os educadores, com vagas anuais de ingresso, ganharão a oportunidade de fazer cursos de formação e que o MEC terá a possibilidade concreta de aumentar o número de cursos e de vagas, além de reunir cerca de 35 mil professores com licenciatura e diploma de nível superior obtidos em cursos de qualidade.

    Ionice Lorenzoni


    Confira as instituições que iniciaram a formação de professores


    Leia também: Cursos têm etapas em sala de aula e prática na comunidade

  • O Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) é uma iniciativa do Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), em cumprimento às suas atribuições de responder pela formulação de políticas públicas de combate às desvantagens educacionais históricas sofridas pelas populações rurais e valorização da diversidade nas políticas educacionais.

    O objetivo do programa é apoiar a implementação de cursos regulares de licenciatura em educação do campo nas instituições públicas de ensino superior de todo o país, voltados especificamente para a formação de educadores para a docência nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio nas escolas rurais.

    O Procampo tem a missão de promover a formação superior dos professores em exercício na rede pública das escolas do campo e de educadores que atuam em experiências alternativas em educação do campo, por meio da estratégia de formação por áreas de conhecimento, de modo a expandir a oferta de educação básica de qualidade nas áreas rurais, sem que seja necessária a nucleação extracampo.

    Entre os critérios exigidos, os projetos devem prever: a criação de condições teóricas, metodológicas e práticas para que os educadores atuem na construção e reflexão do projeto político-pedagógico das escolas do campo; a organização curricular por etapas presenciais, equivalentes a semestres de cursos regulares, em regime de alternância entre tempo-escola e tempo-comunidade; a formação por áreas de conhecimento previstas para a docência multidisciplinar, com definição pela universidade da(s) respectiva(s) área(s) de habilitação; consonância com a realidade social e cultural específica das populações do campo a serem beneficiadas.

  • As universidades públicas federais e estaduais de todas as regiões do país têm prazo até a próxima segunda-feira, 30, para enviar ao Ministério da Educação projetos de cursos de licenciatura em educação do campo. Para incentivar a abertura de cursos com conteúdos específicos sobre as temáticas do campo, o MEC vai repassar às instituições R$ 4 mil por aluno por ano, durante quatro anos.

    De acordo com Armênio Schmidt, diretor de educação para a diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), a expectativa é que pelo menos 20 instituições apresentem planos de trabalho para abertura dessas licenciaturas. As universidades podem oferecer cursos em mais de um município e também podem fazer parcerias. Os recursos repassados pelo MEC poderão ser utilizados de diversas formas – entre elas, para hospedagem e alimentação dos estudantes, criação de acervos bibliográficos específicos, custeio de despesas dos tutores.


    Para atender as escolas rurais com professores devidamente habilitados, explica Schmidt, o país precisa formar 20 mil professores. As maiores carências de graduação específica do campo estão nas regiões Nordeste e Norte. O objetivo do Ministério da Educação é que, a partir desses cursos incentivados, as universidades públicas coloquem nas suas grades cursos nas temáticas do campo. “Que entrem nos planos do Reuni e na matriz da Andifes como cursos regulares”, explica o diretor de diversidade.


    Piloto
    – A ampliação das licenciaturas em educação do campo se desenvolverá a partir de um projeto piloto que está sendo testado pelas universidades federais de Brasília (UnB), de Minas Gerais (UFMG), da Bahia (UFBA) e de Sergipe (UFSE), pioneiras nesse tipo de formação. As quatro universidades têm hoje nas salas de aulas 220 alunos, entre professores sem graduação, educadores populares e de movimentos sociais e sindicais do campo, de suas respectivas regiões. Esses professores se habilitam para trabalhar nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio nas escolas rurais. A UnB está com inscrição aberta,  até 1º de julho, para a segunda turma do programa. São 60 vagas para alunos da região Centro-Oeste. O curso será oferecido no campus de Planaltina.


    O modelo básico do curso – tempo de duração, currículo e regime de alternância – deve ser seguido pelas universidades que participarão da expansão da educação no campo. O curso será de quatro anos, desenvolvido em oito etapas semestrais. A formação se alterna em etapas presenciais denominadas Tempo-Escola, que acontecem em regime de internato, com 8 horas diárias de atividades num período que varia de 40 a 60 dias por semestre, e fases em que os alunos aplicam a teoria à prática, desenvolvem pesquisas ou mobilizam a comunidade onde residem e trabalham, que são chamadas Tempo-Comunidade.


    Armênio Schmidt explica que o projeto pedagógico é inovador. O Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo (Procampo) pretende articular conhecimentos teóricos e prática. Para atingir esse objetivo, a licenciatura é multidisciplinar com abordagem de quatro áreas: linguagens e códigos, em que o aluno adquire formação para trabalhar em português, literatura e artes; ciências da natureza e matemática, que capacita para lecionar matemática, química, física e biologia; ciências humanas e sociais, para trabalhar com filosofia, sociologia, história, geografia; e ciências agrárias.


    O cadastro das instituições na Rede de Educação para a Diversidade deve ser feito pela internet, mas os planos de trabalho devem ser enviados pelos Correios, conforme o edital.

    Ionice Lorenzoni

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