Informações Gerais sobre a PNAD
Como um levantamento estatístico que integra o Programa Nacional de Pesquisas Contínuas por Amostra de Domicílios da Fundação IBGE, a Pnad vem sendo realizada desde 1967 com um duplo objetivo:
- suprir a falta de informações sobre a população brasileira durante o período intercensitário;
- estudar temas insuficientemente investigados ou não contemplados nos censos demográficos decenais realizados por aquela instituição.
Origens da Pnad
Na década de 60, tornou-se evidente que o Brasil carecia de informações para planejar e acompanhar o seu desenvolvimento social, econômico e demográfico, pois os dados decenais, oriundas dos censos demográficos, eram insuficientes e demasiadamente defasados no tempo para atender às demandas. As pesquisas por amostra de domicílios eram o caminho possível para o atendimento das demandas existentes, tendo em vista que, além de possibilitarem um maior controle das fases operacionais e uma significativa redução do tempo de execução e dos custos, permitem a ampliação e o aprofundamento dos temas captados pelos levantamentos que investigam toda a população.
Estrutura da Pnad
Considerando a impossibilidade de investigar continuamente todos os temas de interesse, a Pnad foi estruturada para ter uma pesquisa básica, pesquisas suplementares e pesquisas especiais. A pesquisa básica investiga, de forma contínua, os temas definidos como de maior importância para medir e acompanhar o nível socioeconômico da população: habitação e mão-de-obra, além de características demográficas e educacionais. As pesquisas suplementares aprofundam os temas permanentes e investigam outros assuntos de interesse que se interliguem com os da pesquisa básica. As pesquisas especiais abordam assuntos de maior complexidade, que exigem tratamento à parte da pesquisa básica, podendo até requerer um esquema de amostragem distinto.
Histórico da Pnad
A implantação da Pnad teve início em 1967. Ao final da década de 60, a pesquisa básica abrangia a área compreendida pelas atuais regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além do Distrito Federal. Até 1970, quando foi interrompido para a realização do Censo Demográfico, o levantamento era trimestral. A partir de 1971, a pesquisa básica passou a ser realizada anualmente, sempre no último trimestre, tendo por referência a situação da população em 31 de setembro de cada ano. Em 1973, o levantamento já alcançava a amplitude que manteve até o final da década de 70: as atuais regiões Nordeste, Sudeste e Sul e a área urbana das regiões Norte e Centro-Oeste. Em 1974 e 1975, a Pnad foi paralisada para a realização da pesquisa especial denominada Estudo Nacional da Despesa Familiar - Endef, de modo que a pesquisa básica só foi retomada em 1976. Em 1980, o levantamento foi interrompido mais uma vez, desta feita para a realização do Censo Demográfico. Ao ser reiniciada, em 1981, a pesquisa básica da Pnad já cobria todo o território nacional, exceto as áreas rurais de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá, que representavam, em conjunto, cerca de 3% da população brasileira. Durante toda a década de 80, o questionário da pesquisa básica da Pnad permaneceu praticamente inalterado. A partir de 1987, foi introduzida a investigação da cor das pessoas e, de 1988 em diante, foram acrescentadas as indagações sobre a existência de rádio e de televisão nos domicílios particulares permanentes. Em 1990, a Pnad foi realizada em caráter excepcional, em decorrência do adiamento do Censo Demográfico para 1991.
Conceituação da pesquisa básica da Pnad
A pesquisa básica da Pnad abrange a população residente em domicílios particulares permanentes e em unidades de habitação em domicílios coletivos. A coleta de informações obedece a uma série de conceitos e definições operacionais, iguais ou assemelhados aos utilizados em várias outras pesquisas domiciliares, inclusive o Censo Demográfico, o que facilita sobremaneira a comparação dos indicadores produzidos por esse tipo de levantamento. As principais características investigadas pela pesquisa básica são relacionadas no Quadro 2, reproduzido a partir da publicação Para Compreender a Pnad, editada pela Fundação IBGE em 1991. A mesma publicação serviu de base para a preparação do glossário das variáveis que foram selecionadas pela Fundação Seade com vistas à organização do sistema de referência estatístico para o dimensionamento e a caracterização da demanda por mão-de-obra, relacionadas no Anexo 1 do presente relatório.
Quadro 2 - Principais características e variáveis levantadas pela Pnad
Características | Variáveis |
Demográficas e sociais |
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Educacionais |
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Mão-de-obra |
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Rendimento |
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Habitação |
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Fonte: Fundação IBGE. Para Compreender a Pnad, 1991.
Processamento das informações da Pnad
Os dados da Pnad, incorporados ao sistema de referência estatístico para o dimensionamento e a caracterização da demanda por mão-de-obra, organizado pela Fundação Seade, referem-se aos anos-base de 1992 e 1995 e foram ajustados segundo os resultados da Contagem Populacional de 1996. Os totais referentes a cada unidade da Federação foram estimados utilizando-se fatores de correção calculados com base numa interpolação do crescimento demográfico observado, tanto nas áreas urbanas como nas zonas rurais, nos cinco anos que separam o Censo Demográfico de 1991 da mencionada Contagem Populacional. Os totais referentes às Grandes Regiões foram obtidos pela soma dos dados das Unidades da Federação que as compõem. Procedimento similar também foi adotado com vistas à totalização das informações para o Brasil. Cabe destacar que não se procedeu a qualquer ajuste nas estimativas relativas da Pnad, de tal modo que as tabelas apresentadas na segunda parte deste relatório mantêm as distribuições originalmente divulgadas nas publicações da Fundação IBGE.