Editora da Fundaj é vencedora do Prêmio Abeu 2017
Recife, 24/11/2017 – A Editora Massangana foi a grande vencedora do Prêmio da Associação Brasileira das Editoras Universitárias - ABEU 2017, na categoria capa, com o livro Vivencial: imagens do afeto em tempos de ousadia, da fotógrafa Ana Farache. Para a autora, a premiação foi motivo de alegria não só por destacar a Editora Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e do Ministério de Educação entre as melhores do país, mas também por prestar uma justa homenagem ao Vivencial, um dos grupos teatrais brasileiros mais criativos e irreverentes dos anos 1970. Ana também é coordenadora de cinema da Fundaj.
A Massangana disputou o prêmio de melhor capa com duas publicações da Editora da Universidade de São Paulo (USP): Visitação do real nos fatos clínicos psicanalíticos, de Carolina Aires Sucheuski, e O adolescente e a internet: laços e embaraços no mundo virtual, de Carla Fernanda Fontana. Os dois trabalhos ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugar.
“O reconhecimento pela ABEU da qualidade editorial do livro de Ana Farache é um estímulo tanto para a Editora Massangana quanto para outros autores da Casa”, destaca o coordenador da editora, o jornalista Antônio Magalhães. “Um livro de conteúdo de qualidade e graficamente bem editado vai sempre interessar aos leitores”. A publicação tem apoio do Funcultura, do Governo de Pernambuco.
A capa traz uma fotografia, já antológica, do ator Pernalonga (Roberto de França, falecido em 2000), em imagem que faz parte de um ensaio produzido em 1979. "Foi uma grande homenagem para Perna”, valoriza a autora, que divide o prêmio com o designer Jorge Borges, responsável pelo projeto gráfico da publicação. “É uma foto bastante reconhecida e que tem um olhar forte. Passa dignidade e mostra muita força."
Referência - O acervo de Ana Farache sobre o Vivencial é um dos mais significativos do grupo e tem sido referência e suporte para diversas pesquisas do movimento cultural pernambucano da época. São dezenas de fotografias produzidas entre 1979 e 1983, em película preto-e-branco, com utilização exclusiva da luz natural.
“Manusear negativos e cópias fotográficas banhadas de prata, selecionar o material e cuidar dos registros repletos de história da cultura pernambucana, a partir do recorte do olhar de Ana Farache, é um privilégio”, resume Renata Victor, coordenadora do curso de fotografia da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e curadora de Vivencial: imagens do afeto em tempos de ousadia.
A crítica de fotografia Simonetta Persichetti, da Faculdade Cásper Líbero (São Paulo), registra, em apresentação no livro: “Ao passarmos pelas imagens de Ana realizadas num período de obscurantismo político, mas de ousadia estética, numa tentativa de sobrevivência, percebemos a importância de seu relato, que, muito mais do que representação de encenações previamente estabelecidas, se transforma em um documento de uma época, quase um diário”. A obra tem ainda apresentações do escritor Jomard Muniz de Britto e depoimentos de ex-integrantes do grupo Vivencial.
Memória visual – Ana viveu em Olinda (PE) de 1976 a 1990, período em que se dedicou a cobrir a cena cultural da cidade. Além de trabalhar em jornais e emissoras de televisão como fotógrafa, repórter e editora, ela atuou nos grupos de teatro da Unicap (Tucap) e Ponta de Rua. Amiga de vários integrantes do Vivencial, foi particularmente muito próxima de Pernalonga, uma das figuras mais emblemáticas e queridas do grupo.
A memória visual construída pelo olhar da fotógrafa permite ao leitor um entendimento do fenômeno Vivencial de forma abrangente: não apenas rever pessoas e lugares, mas igualmente perceber características únicas que o grupo assumiu, reunindo figuras das mais variadas tribos, sob a influência da contracultura. São imagens que apresentam as reais condições de existência e de sobrevivência daqueles artistas e do seu tempo.
Assessoria de Comunicação Social