Encontro debate ensino étnico-racial
Grande parte dos professores da educação básica tem dificuldades para incluir em sala de aula a temática etnico-racial. Desde janeiro de 2003, a Lei nº 10.639 tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira no currículo oficial de escolas públicas e privadas de ensinos fundamental e médio.
Para discutir, entre outras ações, a elaboração de um plano nacional com estratégias de implementação da lei nas escolas, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) promove nos dias 1º e 2 de julho, na Academia de Tênis, em Brasília, o Encontro Nacional para Implementação das Diretrizes Curriculares para Educação das Relações Étnico-Raciais.
“Os professores têm dificuldades no ensino da temática porque não recebem essa formação durante a graduação”, afirma a coordenadora-geral de Diversidade da Secad, Leonor Franco de Araújo. Por isso, durante o encontro, gestores de sistemas escolares, professores, representantes dos movimentos sociais e membros de conselhos municipais e estaduais de educação discutirão, por exemplo, a formação continuada de professores e a elaboração de material didático apropriado ao ensino do tema etnico-racial.
Leonor explica que o Ministério da Educação já investe na formação continuada de professores, mas que é preciso criar um referencial único, a partir da elaboração do plano nacional, para que todos os alunos tenham acesso ao conteúdo etnico-racial. “Além disso, vamos trabalhar junto às instituições de ensino superior para que incluam a temática na formação dos professores”, disse, em relação à formação inicial de professores que atuarão na educação básica.
A expectativa é que o plano nacional para implementação da lei seja apresentado ao ministro da Educação, Fernando Haddad, em agosto.
Maria Clara Machado