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Diversidade

Escolas bilíngües do Brasil e da Argentina iniciam as aulas na quinta-feira

  • Terça-feira, 08 de março de 2005, 09h58
  • Última atualização em Quarta-feira, 09 de maio de 2007, 13h34

Quinta-feira, dia 10, será um dia especial para centenas de estudantes brasileiros e argentinos de 1ª série do ensino fundamental que freqüentam escolas da fronteira. Alunos como Gabriela Grando Hunning, de 6 anos, que está na primeira série, não tem amigos argentinos e está adorando a idéia de ter contato com as crianças do outro lado da fronteira. Segundo a mãe da menina, Gabriela vive perguntando quando começam as aulas com o professor argentino.

Duas vezes por semana, professores de português das escolas brasileiras e de espanhol das escolas argentinas vão atravessar a fronteira para dar aulas no país vizinho. O intercâmbio é resultado do projeto Escolas Bilíngües em Zonas de Fronteira, que foi assinado na sexta-feira, 4, pelos ministros da educação do Brasil e da Argentina, Tarso Genro e Daniel Filmus, que estiveram no município de Dionísio Cerqueira (SC).

Nessa etapa do projeto, as aulas serão orais e pautadas pelo lúdico, pela brincadeira. A intenção é fazer com que a criançada goste da segunda língua, se interesse em aprender, entenda e tenha certo domínio da produção oral.

Para o ministro da Educação, Tarso Genro, o projeto é "uma forma de integração concreta que vai afirmar os idiomas nacionais e facilitar as relações culturais, econômicas e políticas entre os paises sul-americanos". Na opinião de Tarso, "só é possível construir um bom futuro, construindo um destino comum". De acordo com o ministro brasileiro, a intenção é estender a iniciativa, já no ano que vem, a outras 50 escolas localizadas em região de fronteira. A ação faz parte da Declaração Conjunta firmada pelos dois ministros, em junho de 2004, para o fortalecimento da integração regional. O projeto-piloto vai desenvolver atividades conjuntas em quatro escolas - duas do Brasil e duas da Argentina.

Projeto-piloto - O lançamento foi na Escola Estadual de Educação Básica Theodureto Carlos de Faria Souto, município de Dionísio Cerqueira (SC), que tem 1.067 alunos de ensino fundamental e médio. A escola-espelho, que fará o intercâmbio no país vizinho, é a Escola de Educação Geral Básica Mayor Juan Carlos Leonetti, com 400 estudantes, em Bernardo de Irigoyen, província de Misiones.

As outras duas escolas ficam na fronteira de Uruguaiana (RS) com Paso de los Libres, província de Corrientes. A Escola Municipal de Ensino Fundamental localizada no Caic de Uruguaiana (835 alunos) fará a interação com a Escola de Educação Geral Básica Vicente Eládio Verón (809 estudantes).

Acesso a livros - Brasileiros e argentinos também terão acesso a livros infantis em português e em espanhol. O MEC enviou um acervo do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), com mais de 100 títulos para cada uma das escolas, além de 10 exemplares de cada livro de 1ª série do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para as instituições de ensino argentinas.

Os estudantes da 2ª série em diante também terão experiências bilíngües. Ainda este ano, as escolas promoverão atividades conjuntas, como feira de ciências, comemoração de datas e festas populares dos dois países. Os alunos produzirão ainda um jornal bilíngüe e trocarão correspondências com os colegas estrangeiros.

Segundo a coordenadora do projeto na fronteira de Dionísio Cerqueira (SC), professora Mari Cristina Grando, os professores estão motivados. "Conhecendo novos costumes, podemos compreender melhor o outro e estreitar os laços entre os dois países", afirma.

A implantação de um projeto desses requer adaptação das escolas envolvidas. A diretora da escola Theodureto Souto, Salete Belmonte, teve que mudar o turno da 1ª série para a parte da manhã porque as atividades bilíngües ocorrerão à tarde: "Foi preciso convencer os pais, mas todos acabaram entendendo a importância do projeto". Segundo ela, "saber o espanhol é fundamental para a comunidade, que precisa da língua, principalmente nas atividades comerciais".

Os alunos já vislumbram oportunidades com a expansão do projeto. A estudante Raquel Ferrazzo, do 2º ano do ensino médio, disse que "é um privilégio aprender o espanhol como segunda língua, é importante para o nosso futuro profissional". Tiago Mateus Andrade, do 3º ano, considera o aprendizado muito útil para o dia-a-dia. "É também uma maneira de conhecer outra cultura, outros costumes", avalia.

Alexandre Costa

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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