Adolescentes debaterão meio ambiente em conferência nacional
Representantes de associações nacionais de meninos e meninas de rua, quilombolas, indígenas e assentados da zona rural se reunirão para discutir educação ambiental. O encontro vai ocorrer durante a 2ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, de 19 a 24 de março, em Luziânia (GO). Mais de 700 jovens de todo o país discutirão temas como biodiversidade, mudanças climáticas, diversidade étnico-racial e segurança alimentar e nutricional.
“É importante ter a participação de crianças e adolescentes de populações historicamente excluídas de ações do governo para formular as políticas de educação ambiental. Com esses grupos tendo acesso às informações, todos assumem suas responsabilidades e propõem ações transformadoras para melhorar a própria comunidade”, diz Rachel Trajber, coordenadora-geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação.
Até dezembro, 11 mil escolas fizeram conferências sobre meio ambiente para selecionar dois estudantes (um delegado e um suplente), de 11 a 14 anos, para a conferência nacional. Acre, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina já definiram suas delegações. A maioria dos 178 jovens (92,84%) estuda em instituições públicas. Já se inscreveram 159 associações de meninos e meninas em situação de rua, quilombolas, indígenas e assentamentos. Cada estado terá um representante de cada um dos grupos, para reforçar as ações afirmativas do MEC.
Sustento – “Os meninos de rua esperam discutir de igual para igual com os outros meninos sobre os problemas comunitários e o meio ambiente em que vivem”, conta Maria de Lourdes Ferreira Martins, da coordenação nacional do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR). Gonçalina Eva de Almeida, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), acredita que a conferência será positiva para o seu grupo. “Já trabalhamos a questão da preservação da terra e dos rios, para garantir o sustento, mas o encontro vai ser bom para incentivar as crianças e os adolescentes para a questão”, diz.
Após a conferência, o MEC pretende aprofundar o debate sobre educação ambiental nas escolas, por meio da introdução da temática em cursos de formação continuada de professores.
Repórter: Raquel Maranhão Sá