Escolas buscam soluções para problemas ambientais
Água, lixo, saneamento básico, degradação da natureza e preservação da diversidade biológica são algumas das principais questões que influenciam a relação entre escolas e comunidades. A inserção da educação ambiental na formação de jovens e crianças pode ser uma forma de sensibilizar os estudantes para um convívio mais saudável com a natureza.
De acordo com Hedy Vasconcelos, representante da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), a educação ambiental pode melhorar a qualidade de vida dos alunos. “Eles passam a atuar como cidadãos ativos para melhorar o meio ambiente do lugar onde moram”, afirmou. Para tanto, Frederico Loureiro, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), defende a universalização da educação ambiental. “É preciso contemplar dois níveis de ações. O primeiro refere-se a uma rediscussão curricular. O segundo é o fortalecimento de espaços para a discussão dentro das escolas”, disse.
A inserção da educação ambiental na educação formal não é simples. As principais dificuldades são a precariedade de recursos materiais e a falta de tempo para o planejamento e realização de atividades extracurriculares. Os dados são do projeto O que Fazem as Escolas que Dizem que Fazem Educação Ambiental, uma parceria entre o Ministério da Educação e cinco universidades federais — Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Pará e Rio Grande do Sul. A pesquisa foi realizada em 450 escolas de 12 estados.
Experiências — Durante o seminário Diferentes Diferenças, promovido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), foram relatadas experiências bem-sucedidas de educação ambiental. Uma delas é a de Terezinha Meireles, de Roraima. Com auxílio dos alunos, a professora implantou uma agenda baseada nos problemas ambientais de sua escola. Os estudantes participam de oficinas de hip-hop, arte e reaproveitamento de lixo.
Apesar de o projeto existir há menos de um ano, a professora nota resultados significativos. “Os alunos pararam de riscar a escola, já não se vê tanta sujeira, nem desperdício”, disse. “Foi uma forma que encontramos para sensibilizar os alunos e a comunidade.”
Cíntia Caldas