MEC desenvolve educação tecnológica e profissional inclusiva
Com o objetivo de consolidar a cultura da educação inclusiva no país, a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e a Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC) desenvolvem integradamente o Programa TEC NEP - Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Especiais na Rede Federal de Educação Tecnológica em todos os estados da Federação.
Segundo o coordenador do programa na Setec, Franclin Nascimento, o TEC NEP possui cinco gestores regionais que agregam as ações desenvolvidas nos estados. São gestores regionais do programa na região Norte, o Cefet/PA; no Nordeste, o Cefet/RN; na região Sudeste, o Cefet/MG; no Sul, o Cefet/SC; e no Centro-Oeste, o Cefet/MT", explicou.
"Em cada instituição da Rede Federal de Educação Tecnológica, Cefets, escolas agrotécnicas, escolas técnicas e escolas técnicas vinculadas às universidades federais, o programa prevê a implantação de núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne), assim entendendo alunos com deficiências de locomoção, visual, auditiva, mental e também os superdotados", explicou.
O TEC NEP está realizando um levantamento nacional dos alunos com necessidades especiais, dos intérpretes da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e da capacitação do quadro de professores e servidores das instituições para receber os alunos especiais. Este levantamento se encontra em fase final e a data prevista para conclusão e divulgação é o final deste mês. Estes dados irão orientar novas iniciativas do programa.
Reunião - De 27 a 29 de abril, o TEC NEP realizará uma reunião técnica, no auditório do edifício-sede do MEC, em Brasília, com a participação dos cinco gestores regionais, técnicos da Setec e da Seesp, e convidados dirigentes do Instituto Nacional de Surdos (Ines) e do Instituto Benjamin Constant (IBC), ambos sediados no Rio de Janeiro.
Para o professor Rupert Pereira, vice-diretor do Cefet/MT, gestor regional do TEC NEP da região Centro-Oeste, "estamos atuando com os gestores estaduais do programa junto às secretarias estaduais de educação e prefeituras municipais para a viabilização das soluções exigidas pela legislação pertinente. São iniciativas que incluem a adaptação arquitetônica das escolas para receber, de forma correta, os alunos cadeirantes, a capacitação dos professores e servidores, a produção de material didático apropriado, o desenvolvimento de metodologias e a realização de cursos de Libras para professores e pessoas da comunidade. Tudo isso com recursos escassos e muito esforço e dedicação", adiantou Rupert Pereira.
"Essas ações estão ocorrendo já tardiamente. Temos que lembrar que todos nós somos portadores de necessidades especiais e todos temos nossas potencialidades que precisam ser estimuladas e desenvolvidas. É muito gratificante contribuirmos para possibilitar aos nossos alunos especiais vencer preconceitos e barreiras de toda ordem e alcançar o pleno gozo da cidadania", concluiu.
Segundo Franclin Nascimento, "um diferencial do TEC NEP, além da inclusão do portador de necessidades especiais, é a aproximação da família dos alunos das ações educativas. Outro aspecto importante é a humanização do ambiente escolar com adaptações arquitetônicas e metodológicas que auxiliam na recuperação da auto-estima dos alunos especiais". Para ele, o TEC NEP tem demonstrado a legitimação do papel dos professores na educação inclusiva brasileira. "Muito já fizemos, mas temos muito que recuperar no tempo perdido na exclusão educativa e profissional dos brasileiros portadores de necessidades especiais", finalizou.
Repórter: José Leitão