MEC inicia curso para professores indígenas do Alto Solimões
Formar professores indígenas de qualidade respeitando e fortalecendo a cultura desses povos. É com esta proposta que será iniciada, no próximo dia 16, a primeira etapa do curso de licenciatura para professores indígenas do Alto Solimões, no Centro de Formação de Professores Ticunas – Torü Nguepataü, da aldeia de Filadélfia, próxima ao município de Benjamin Constant, distante 1.116 quilômetros de Manaus.
O projeto do curso superior foi elaborado pela equipe pedagógica da Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngües e selecionado pelo Programa de Apoio à Implantação e Desenvolvimento de Cursos de Licenciatura para Formação de Professores Indígenas (Prolind) das Secretarias de Ensino Superior (Sesu/MEC) e de Educação Continuada Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) e será desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O Prolind apóia universidades públicas na implementação de projetos de cursos de licenciatura para a formação de professores indígenas que integrem ensino, pesquisa e extensão e que valorizem a língua, a expressão cultural, a gestão e a sustentabilidade dos povos. Segundo o coordenador da Educação Escolar Indígena da Secad, Kleber Gesteira Matos, o curso será ministrado a 250 professores, sendo 230 ticunas e os demais de outras etnias que lecionam em escolas dos municípios de Benjamin Constant, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonatins, na região do Alto Rio Solimões, no estado do Amazonas.
Aulas – As aulas serão agendadas em dez etapas de ensino presencial intensivo marcado para as férias escolares. No ano letivo, os professores farão em suas aldeias estudos e pesquisas, fazendo registros sobre a prática pedagógica utilizada para a produção de materiais didáticos específicos.
De acordo com o censo escolar há 16.582 alunos matriculados nas escolas ticunas do Brasil. Destes, mais de 4.500 cursam as classes finais do ensino fundamental e médio. A etnia ticuna é a população indígena mais numerosa da Amazônia brasileira, com cerca de 38 mil pessoas que vivem, também, no Peru e na Colômbia.
Hellen Falone