Governo e profissionais debatem residências em saúde
A construção de programas de residência multiprofissional em saúde, de estruturas de financiamento e de avaliação são temas de debates que o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde (CNS) realizam, no Hotel San Marco, em Brasília, até esta sexta-feira, 2. O 1º Seminário Nacional sobre Residências Multiprofissionais em Saúde tem o apoio do Ministério da Educação.
Instituída pela Lei nº 11.129/2005, a residência multiprofissional em saúde visa reunir profissionais de diferentes áreas para a formação interdisciplinar. Atualmente, o Ministério da Saúde financia 22 programas, a maioria deles em saúde da família, e oferece 1.200 bolsas aos residentes. Esses programas estão distribuídos em nove estados: Salvador (BA), Sobral (CE), Montes Claros, Juiz de Fora e Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Florianópolis e Blumenau (SC), Aracaju (SE), São Paulo, Marília e Campinas (SP).
Sobral, por exemplo, tem um programa de residência multiprofissional que reúne 53 profissionais da medicina, enfermagem, terapia ocupacional e fonoaudiologia; Porto Alegre tem uma residência com 60 profissionais da odontologia, enfermagem, psicologia, serviço social e farmácia; e Salvador tem 24 profissionais em um programa com médicos, enfermeiros e odontólogos.
Construção – O objetivo principal dos promotores do 1º seminário nacional sobre residências multiprofissionais em saúde é, ao reunir num único evento representantes das diferentes profissões da saúde, unir esforços para construir um programa para a área que possa criar diretrizes para a certificação, discutir as atribuições e a composição da futura comissão nacional de residência multiprofissional em saúde, que deverá seguir os moldes da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação, e criar um sistema nacional de avaliação e acompanhamento dos programas.
Para a representante do CNS, Solange Belchior, o conselho busca uma nova modalidade de formação profissional e para chegar a esse objetivo é preciso socializar os saberes que estão ainda espalhados em diferentes setores da saúde do país. Já o presidente da CNRM/MEC, Antônio Carlos Lopes, disse que as residências devem sensibilizar os novos profissionais da saúde para as questões sociais e que, no seu trabalho cotidiano, tenham uma postura humanista. De acordo com ele, as tecnologias agregam informações e qualificam a atividade, mas o profissional da saúde nunca poderá dispensar um olhar holístico sobre a pessoa que está tratando.
Repórter: Ionice Lorenzoni