TV, PC, DVD, jogos: todas as técnicas
Sala equipada com televisão, computadores, DVD's, livros e jogos totalmente adaptada às necessidades especiais de alunos cegos, surdos, mudos, com limitações mentais ou físicas. Além disso, professores capacitados para ensinar e se comunicar com essas crianças. Apesar de parecer um sonho, muitos municípios brasileiros já contam com esse recurso e outros estão se preparando para recebê-lo.
As salas de recursos multifuncionais fazem parte da política de educação inclusiva do Ministério da Educação. Em Florianópolis, por exemplo, a capacitação está em fase avançada. Já existem 24 professores trabalhando em 12 salas. Os alunos freqüentam em turno diferenciado das aulas regulares e têm acesso a materiais específicos, como soroban (instrumento tateável para cálculos), livros escritos na Língua Brasileira de Sinais ou em braille, materiais em alto relevo para cegos e materiais ampliados para alunos de baixa visão. Atualmente, são beneficiados 320 alunos de toda a cidade.
Inclusão — De acordo com Rosângela Machado, coordenadora de educação especial da rede municipal de ensino de Florianópolis, os ambientes multifuncionais auxiliam o professor a identificar formas alternativas de promover o aprendizado na sala de aula. “Imagine um aluno que tem dificuldades na fala, ou não escreve por uma dificuldade motora. Nas salas multifuncionais, podemos encontrar artifícios e técnicas para que ele acesse o conhecimento, se comunicando tanto pela baixa tecnologia, que seriam fichas confeccionadas pelo professor, quanto pela alta tecnologia, ou seja, pranchas de comunicação ou computadores”, enfatiza ela.
A coordenadora alerta que esses e outros recursos devem ser utilizados como forma de complementar a educação especial e não de substituí-la. Por isso, é importante que as crianças com necessidades especiais freqüentem as escolas convencionais e recebam o mesmo tratamento que os demais alunos. “Se o professor tem um aluno com deficiência mental e passa um exercício mais fácil para a criança, ele faz com que ela pense: eu sou o mais fraco da turma. Quando ela recebe a mesma avaliação, ela se coloca no mesmo nível que todas as crianças e oferece um retorno tão bom quanto os demais”, explica.
Cíntia Caldas