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Educação básica

Gestores devem vencer desafio de encontrar computadores vazios

  • Terça-feira, 24 de março de 2009, 13h58
  • Última atualização em Terça-feira, 24 de março de 2009, 16h31

Maceió - Olho D’Agua Grande, em Alagoas, e Nossa Senhora da Glória, em Sergipe. Dois municípios, dois estados, uma história semelhante: prefeitos e secretários municipais da gestão anterior, encerrada em 2008, apagaram e destruíram grande parte dos arquivos das cidades. Não houve transição. Os novos gestores encontraram gavetas vazias e computadores sem memória.


Esta semana, as novas secretárias municipais das duas localidades reúnem-se a outros 175 gestores dos dois estados no encontro MEC e Undime com os secretários municipais de educação, que ocorre desde segunda-feira, 23, com a esperança de adquirir o máximo de informação sobre os programas e ações do Ministério da Educação e recuperar o tempo e os arquivos perdidos.


Nossa Senhora da Glória – Maisa Dantas, secretária de educação de Nossa Senhora da Glória, com 30 mil habitantes e 53 escolas, assumiu o cargo em meio a uma grande confusão. Ela conta que o prefeito eleito no final de 2008 foi impedido pelo Tribunal Superior Eleitoral por problemas na prestação de contas. Novas eleições foram então convocadas e o novo prefeito assumiu há menos de um mês. Mas esse não é o único problema na cidade: a maior parte dos arquivos foram perdidos ou apagados desde a gestão passada.


Maisa conta com a ajuda de funcionários que se mantiveram na secretaria e com o MEC, com quem entra em contato freqüentemente. “Conseguimos recuperar algumas pastas nos computadores e também prestar contas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) porque a coordenadora do programa ficou no cargo. Precisamos agora formar um novo conselho, mas o Sindicato dos Professores ainda não indicou um representante”, explica.


A secretária veio a Maceió em busca de muita informação. Ela diz que chegou animada à secretaria, mas às vezes bate o desânimo. “Pensei que em seis meses colocaria tudo em ordem, mas essa situação se repete em várias secretarias do município. A dificuldade de todos é muito grande. A falta de informações nos angustia, espero poder tirar muitas dúvidas aqui”, afirma. Dentre as principais ações que busca, está o Plano de Ações Articuladas (PAR). “Resgatamos alguma coisa com os técnicos que ficaram, e o restante pelo Portal MEC. Procuramos agora pendências com convênios em andamento e firmar outros para melhoria da infra-estrutura. Já conseguimos entrar com processo para construção de escolas infantis pelo Proinfância”, conta.


Olho D’Água Grande – Betty Jane, secretária de educação do município de Olho D’Água Grande, com cinco mil habitantes e 20 escolas,  conta o susto que levou ao chegar para o primeiro dia de trabalho na nova gestão. “Todos os documentos do município haviam desaparecido.” Betty Jane foi a única servidora da gestão anterior que continuou na secretaria, toda a equipe anterior saiu.


Emergencialmente, formou os conselhos do Fundeb e da merenda escolar, mas não conseguiu dados para a prestação de contas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Antes mesmo de recebermos a notificação do MEC, entramos com recurso jurídico para que a gestão anterior seja punida e nossos alunos não sejam prejudicados pelo corte no repasse da verba”, explica.


Betty conta que desde que assumiu, o contato com o MEC e as autarquias tem sido diário. “Para tudo e qualquer coisa a gente liga para Brasília.” Betty diz que chegou a Maceió com grande expectativa em relação ao conteúdo do computador portátil doado ao município pelo ministério no evento, e com relação aos colegas que encontraria aqui. “Vim para trocar experiências. A realidade entre os municípios é muito diferente, mas há muitos problemas semelhantes. Toda vez que conheço um novo secretário, pergunto o que deu certo em seu município. Espero conseguir bons amigos como tenho em Arapiraca e Taquarana.” Ana Valéria de Oliveira, secretária de Arapiraca, e José Gilberto da Silva, secretário de Taquarana, são os amigos que, com a experiência adquirida há vários anos na gestão municipal da educação, ajudam Betty Jane a conduzir uma secretaria encontrada vazia.


Para a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, Betty está no caminho certo. “Estes encontros são mais de informação do que de formação. Aqueles gestores que sabem podem colaborar muito. A conversa e a socialização são formadores, são importantes. Além disso, nós do MEC queremos nos apresentar aos secretários, para que tenham muita segurança para ligar, mandar e-mail, perguntar e tirar dúvidas”, afirma.


Maria do Pilar também aconselha os gestores que encontraram secretarias vazias. “Façam tudo para recuperar os arquivos com informações sobre ações e programas em andamento. Pesquisem várias vezes por dia o Portal MEC, a maioria das informações está ali. E preocupem-se, desde já, em preencher o memorial de gestão, para não repetirem o erro de seu antecessor.

Luciana Yonekawa

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