Judocas garantem: esporte ajuda educação
A expectativa para os Jogos Pan-Americanos, que serão realizados em julho, no Rio de Janeiro, é grande entre os judocas brasileiros. Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Teixeira, a meta é superar o desempenho do Pan de Santo Domingo, em 2003, quando o Brasil ganhou cinco medalhas de ouro na modalidade.
Embora a equipe ainda não esteja definida, os atletas mantêm um ritmo acelerado de treinamentos. João Derly, campeão mundial na categoria meio leve (até 66 quilos), em 2005, no Cairo, se diz motivado. Ele treina duas vezes por dia. “Temos de fazer uma boa participação. Afinal, como nosso País é sede do Pan este ano, queremos mostrar serviço”, disse o atleta durante o encontro da Seleção Brasileira de judô com o ministro da Educação, Fernando Haddad.
O Brasil vai sediar outra competição este ano, o Campeonato Mundial de judô, um mês e meio após o término do Pan. “Este é um ano muito importante para nós. Vai ser um marco para nossa modalidade”, afirmou Henrique Guimarães, ex-atleta, hoje técnico da Seleção.
Educação — É unanimidade entre os atletas que o esporte e a educação caminham lado a lado. Medalha de bronze nas olimpíadas de Atlanta, em 1996, Henrique Guimarães, hoje, dá aulas de judô para crianças. Ele garante que a prática do esporte melhora o aproveitamento escolar, pois o aluno aprende a ser mais responsável e disciplinado. “O atleta, para se sobressair, tem de estar sempre se superando. Na escola acontece a mesma coisa”, ressaltou.
A judoca Danielle Zangrando é um exemplo disso. Formada em direito e terminando o curso de jornalismo, ela admite que precisou de disciplina para conciliar os estudos com o esporte. “Aprendi a ter meus horários de estudos para melhorar o rendimento nas aulas”, disse.
Para João Derly, é importante que a prática do esporte se inicie nas escolas, assim como aconteceu com ele. Derly começou a praticar judô aos seis anos de idade, em uma escola pública de Porto Alegre, quando um professor implantou a modalidade na escola. “Um dos meus maiores sonhos é que o judô se torne curricular”, completou.
Letícia Tancredi