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Educação superior

Papel do livro na avaliação da pós-graduação é debatido na SBPC

  • Quinta-feira, 21 de julho de 2005, 09h17
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 09h33

As áreas de ciências humanas da pós-graduação brasileira estão realmente escrevendo livros? A questão foi debatida na 57a Reunião Anual da SBPC, em Fortaleza, nesta quarta-feira, 20, pelo diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), Renato Janine Ribeiro, e pelo professor da Universidade Estadual de São Paulo, José Castilho Marques Neto.

Para Castilho, a relação do livro e da pós-graduação é umbilical. “O conhecimento acadêmico nasce da universidade, dos livros e revistas científicas”, disse. Ele explica que as revistas têm sido item da avaliação da Capes nos cursos de pós-graduação das áreas de humanidades. Já o livro é mais recente. Castilho acredita que a partir do momento que o livro tiver o seu status reconhecido, as condições serão mais adequadas e equilibradas.

Em relação ao livro digital, Castilho defende que há uma mudança no conceito do que é o livro: “O livro digital deve ser considerado um livro impresso. Na era digital, há convergência entre as mídias. A combinação dos dois pode trazer o bom ou o mau texto e temos que saber diferenciar”.

Na opinião de Janine é a avaliação que deve se moldar ao que de melhor se faz nas diferentes áreas. Ele percebe que após o término do doutorado fica cada vez mais difícil o pesquisador se dedicar exclusivamente à produção de um livro. Segundo ele, muitas vezes o doutor publica um livro, mas o mais freqüente é uma coletânea de artigos. “Um agregado de textos pode ser bom, mas não se distingue dos artigos que outras áreas publicam em periódicos – a não ser pelo fato de que tiveram uma primeira edição em coletâneas – e, a segunda, no que é uma coletânea de um só autor”, considera.

Caminhos - A Diretoria de Avaliação da Capes discute o assunto com os coordenadores de área, para encontrar caminhos. Entre as propostas estão o Quais de editoras. Cada área, a exemplo do que faz com o Quais de periódicos, avaliaria a qualidade da produção científica (em sua área) das editoras. Outra ação seria a leitura por pares, dirigida pela comissão de área. A terceira, inclusão na Coleta Capes, a partir da próxima edição, de informações do autor sobre o livro, além de informações (reunião de artigos publicados? Há elementos novos?). Neste caso, a comissão de área faria uma primeira avaliação, solicitando cópias nos casos de dúvidas.

Renato Janine acredita que vale a pena repensar o papel dos periódicos nas áreas de Humanidades. Pelos dados mais recentes no sitio do Ceifo, de 134 títulos de periódicos que constam da listagem 25 são das ciências humanas e seis das ciências sociais aplicadas – não há periódico de áreas como artes, administração, arquitetura, ciência política, demografia, direito, filosofia, geografia, lingüística, planejamento urbano, serviço social, urbanismo, e só um de economia, um de história e um de letras. “Com exceção de educação e psicologia, o desempenho das demais áreas de humanidades no SciELo é tímido”.

Repórter: Adriane Cunha

 

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