Governo estuda criar mais dois campi em São Paulo
O Ministério da Educação anunciou mais uma novidade no processo de expansão do ensino superior de qualidade: a possível implantação de dois novos campi na Grande São Paulo, em Diadema e Guarulhos. Do total de 19 estados onde o governo federal está investindo, três universidades federais ficam em São Paulo: São Carlos (UFSCar), São Paulo (Unifesp) e do ABC (UFABC).
“O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) autorizou o aprofundamento imediato dos estudos para levar a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para Diadema e Guarulhos, com apoio dos prefeitos, que vão doar para a União a infra-estrutura necessária para instalação dos campi”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante cerimônia no MEC, nesta segunda-feira, 31.
O evento serviu para estabelecer as bases da criação da UFABC em Santo André: posse do reitor e do vice-reitor pro-tempore, Hermano Tavares e Luiz Bevilacqua, respectivamente; lançamento do concurso nacional para selecionar o projeto arquitetônico do campus; e assinatura do termo de cooperação técnica com o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a prefeitura de Santo André.
A nova universidade nasce com investimentos da ordem de R$ 200 milhões, distribuídos em quatro anos, e a meta de beneficiar 20 mil alunos. “A Federal do ABC tem uma grande responsabilidade na trajetória de expansão do ensino superior público, gratuito e de qualidade traçada pelo presidente da República”, frisou o ministro Haddad.
A UFABC oferece 40 mil metros quadrados para as obras. Os projetos serão julgados pelo trabalho gráfico apresentado, explicou o presidente do IAB, Demetre Basile Anastassakis. E anonimamente. “Pode ser uma grande estrela ou um desconhecido do interior, que vão ser julgados pelo trabalho e não pelo peso do nome.”
Demanda – É grande a demanda por vagas no ensino público superior no ABCD paulista. A região possui mais de 2,5 milhões de habitantes e uma oferta de 45 mil vagas distribuídas em 30 instituições, a maioria da rede privada. Nela estudam 65% dos cerca de 77 mil estudantes matriculados no ensino superior, contra 20% em instituições municipais e 15% na rede comunitária filantrópica.
Quando a UFABC estiver plenamente instalada, terá 600 professores, 20 mil estudantes de graduação, 2,5 mil de mestrado e mil de doutorado. A nova instituição vai oferecer 19 cursos de graduação nas áreas de ciências exatas e da terra (física, química, matemática, ciência da computação e engenharia do meio ambiente), ciências da vida (ciências biológicas – bacharelado e licenciatura) e ciências aplicadas (engenharia de produtos, de instrumentação, ambiental, urbana e de sistemas).
Repórter: Sonia Jacinto