Avião construído com tecnologia nacional é testado na UFMG
Construído com tecnologia nacional, um avião que voa sozinho (AqVS) foi testado por pesquisadores da Escola de Engenharia e do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), semana passada, em Belo Horizonte. Os resultados experimentais obtidos com os testes de vôos aprovaram a aeronave FS01, fruto das pesquisas realizadas pelo projeto multidisciplinar Simulação e Desenvolvimento de Veículos Aéreos Autônomos e Não-Tripulados (Sidevaan), iniciado em 2004.
Segundo o pesquisador Luís Antonio Aguirre, o FS01 opera sem nenhum controle vindo da terra. “Os sistemas que desenvolvemos e são transportados no avião é que permitem a autonomia de vôo”, explicou Aguirre. A autonomia da aeronave se refere à capacidade que ela tem de tomar decisões com base em informações sensoriais implantadas previamente em seu sistema.
Construída com materiais compostos, como fibra de vidro e alumínio, a aeronave tem um custo relativamente baixo, tanto para fabricação quanto para operacionalização. Segundo pesquisadores do projeto, já existe empresa do ramo interessada na sua comercialização.
Além de viabilizar transferências de tecnologias e congregar as competências das áreas de robótica, aeronáutica e engenharia da UFMG, a produção da FS01 possibilitou o desenvolvimento de sistemas de inteligência, que são embarcados na aeronave. Para o professor Mário Fernando Montenegro Campos, que coordena o Sidevaan, outra grande importância do projeto é formar grupos de excelência para o trabalho na área.
Com combustível, a FS01 pesa 47 quilos e tem capacidade de carga útil até 25 quilos. Seu comprimento é de 2,8 metros, tem 4,7 metros de envergadura (extensão das asas) e opera numa velocidade de 190 quilômetros por hora, em altitude de 20 mil pés.
Aplicação — Aeronaves como a FS01 podem ser utilizadas para a inspeção e monitoramento de linhas de transmissão de energia, controle de queimadas em florestas, monitoramento de fronteiras territoriais, pulverização de plantações agrícolas, fiscalização de plantações ilegais e para fotografar paisagens aéreas.
Maria Pereira