Universidade do Espírito Santo volta a discutir cotas
A Câmara de Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) se reúne na segunda-feira, 8, para tentar fechar uma proposta de consenso para implementação do sistema cotas na instituição. A Câmara, formada por coordenadores dos 45 cursos da universidade, vai debater pela terceira vez este ano a reserva de vagas para alunos afrodescendentes, indígenas e da rede pública. A reunião será às 9h, na Pró-Reitoria de Graduação.
A proposta que vier a ser aprovada será encaminhada aos conselhos universitário e de ensino e pesquisa, instâncias com poder de decisão. A questão das cotas para grupos étnicos e sociais começou a ser debatida no ano passado, quando o reitor Rubens Rassel criou comissão para esse fim integrada por representantes da universidade e da sociedade.
O grupo propôs cotas equivalentes a 26% das vagas para alunos negros, 25% para egressos do ensino público e 1% para índios. A proposta foi fechada após várias reuniões e seminários, abertos ao público, dos quais participaram instituições que adotaram a reserva de vagas. Segundo o reitor, a Ufes não pode ficar alheia ao debate.
“A reserva de vagas foi adotada em diversas instituições do país, e o tema está na agenda das universidades brasileiras”, afirmou Rassel. Ele reconhece que a proposta é polêmica, mas acredita que o debate democrático é importante para que a universidade tenha uma definição. “O processo deve ser aberto à manifestação de todas as opiniões para que a Ufes construa coletivamente uma posição”, defendeu.
Proposta — Na proposta a ser formulada, a Câmara de Graduação deve definir a partir de quando e de que forma se dará a reserva de vagas. Com 13 mil alunos na graduação e 950 professores, a Ufes não adotará a reserva em seu próximo vestibular. A medida, se aprovada, deve valer somente a partir do vestibular de novembro próximo.
A primeira instituição a adotar cotas foi a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em 2003. No mesmo ano, aderiram a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), a do Estado da Bahia (Uneb) e a Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Desde 2004, 23 universidades já adotaram o critério de cotas.
Súsan Faria, com informações da Assessoria de Imprensa da Ufes