Professor de Aracaju idealiza projeto sobre preservação
A preocupação com a ecologia e com o futuro do planeta levou um professor de Sergipe a criar um projeto interdisciplinar com temas de história, ciências, português, geografia e artes, entre outros conteúdos. É o Projeto Plantae, de José Reginaldo dos Santos, um dos vencedores da quarta edição do Prêmio Professores do Brasil.
“Queremos levar o projeto adiante e sensibilizar as autoridades”, diz José Reginaldo, que leciona para alunos do terceiro ano (segunda série) na Escola de Ensino Fundamental Olga Benário, na periferia de Aracaju. Com 21 anos de magistério, o professor, que está concluindo o curso de pedagogia, sonha alto: “Eu gostaria que o projeto atingisse não só a escola, mas o município e o estado”.
José Reginaldo ficava assustado ao ver o que ocorria no bairro, com destruição da mata nativa e do manguezal. Segundo ele, houve expansão residencial, com muitas invasões e construções. Hoje, na beira do rio que passa nos fundos da escola, há fábricas e indústrias, em uma região na qual os moradores já sobreviveram da pesca e da coleta de caranguejos. “Isso não acontece mais. Então, achei que deveríamos fazer algo, a começar pela educação.”
O projeto começou por um levantamento histórico do bairro, feito pelos alunos. Eles se encarregaram de entrevistar pessoas que pudessem contar como era o bairro anos atrás. “A partir do problema local, pensamos em trabalhar a questão do aquecimento global”, destaca José Reginaldo. Aos poucos, o professor conseguiu conscientizar parte dos alunos, a escola e os pais.
Uma atividade que atraiu o interesse dos estudantes foi a criação de um jardim. “As crianças gostaram muito do trabalho. Demoraram mais tempo para explorar a terra do que para plantar, propriamente”, assinala o professor. A realização de um concurso de plantas ornamentais, aberto aos 1,2 mil alunos da escola, também teve boa repercussão. “Conseguimos deixar a escola verde.”
De acordo com José Reginaldo, com a adesão de outros professores, foi possível levar mais estudantes para visitar uma parte do rio na qual os moradores costumavam tomar banho. Para que o trabalho ganhasse mais amplitude na comunidade, foram firmadas parcerias com organizações não governamentais.
“Conseguimos transmitir o que é a cidadania. Foram pequenos passos, que representaram muito para os estudantes”, salienta o professor.
Fátima Schenini
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