Universidade Aberta: vagas no interior
Municípios carentes e distantes das grandes capitais poderão ter acesso ao ensino superior público e gratuito com a implantação do sistema Universidade Aberta do Brasil. O programa de educação superior a distância deve beneficiar cerca de 60 mil estudantes de todos os estados brasileiros. Já existem 290 pólos instalados e 170 deles devem começar a funcionar em junho.
Roraima é um dos estados que verá, em breve, o ensino superior chegar aos municípios mais remotos da região. Foram instalados sete pólos em municípios carentes, alguns próximos à fronteira com a Guiana ou localizados em terras indígenas. De acordo com Ville Medeiros, coordenador da UAB na Universidade Federal de Roraima, a intenção é atingir o maior número de pessoas, inclusive os índios.
O coordenador considera que os pólos serão um avanço não só para seu estado, mas para toda a região Norte. “Os cursos trarão uma emancipação tecnológica, digital e de conhecimentos, além de reconhecimento para toda a região”, afirma. A previsão é de que em junho, 250 alunos iniciem cursos de física, química, economia, administração e comunicação.
Outra atribuição importante da UAB, na região, será a formação de professores indígenas para atuar na alfabetização de suas comunidades. “A UAB dará condições básicas para a educação de muitos povos indígenas. Lá, nós não temos um grande aparato de profissionais formados, então isso cai como uma luva para potencializar toda a nossa região”, explica o coordenador.
Pernambuco — A UAB também será fundamental para o desenvolvimento tecnológico dos municípios de Pernambuco. Quem afirma é a coordenadora do programa na Universidade Federal Rural do estado, Marizete Santos. “Apesar do grande potencial tecnológico da região, não temos profissionais com qualificação suficiente para atender à demanda das indústrias. Com a UAB, poderemos formar mão-de-obra, professores e desenvolver a região”, considera.
A UFRPE possui quatro pólos instalados nos municípios de Pesqueira, Ipojuca, Trindade e Limoeiro, além de dois na Bahia e um em Ananais, Tocantins. Quando entrarem em funcionamento, oferecerão cursos de licenciatura em computação e sistemas da informação. A coordenadora explica que cada pólo localiza-se propositalmente longe dos demais: “Escolhemos municípios distantes e localizados em regiões que possam realmente crescer junto com os cursos”.
Os pólos que oferecem os cursos de sistemas da informação foram instalados em regiões mais próximas às indústrias. Já os de licenciatura em computação localizam-se mais no interior, onde a carência de professores da área é maior. Marizete lembra, ainda, que os cursos poderão resolver outro problema da região: “Nossos professores não usam, hoje, tecnologias nas salas de aula. Com a UAB, além de capacitá-los para isso, colaboraremos com a inclusão digital e com o suporte dos computadores da cidade”.
Cíntia Caldas