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Ações internacionais

Professores brasileiros ajudam a transformar a educação no Timor Leste

  • Sexta-feira, 05 de agosto de 2005, 15h16
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 10h29

Os professores brasileiros que participam da Missão Brasileira de Cooperação Técnico-Educacional na República Democrática do Timor Leste começam a deixar as primeiras marcas positivas na sociedade timorense. Bem recebidos, graças principalmente ao bom conceito que a música e o futebol brasileiros têm por lá, os 47 docentes que participam, desde o início de abril, do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), procuram se integrar aos hábitos e costumes locais, ao mesmo tempo em que promovem cursos, oficinas, seminários e outras atividades.

O Brasil é um dos países que participa do projeto de reconstrução da identidade do Timor Leste, liderado pela Organização das Nações Unidas (ONU), após 24 anos sob domínio da Indonésia. Os brasileiros vão reforçar o aprendizado da língua portuguesa, falada por cerca de 5% da população. O português é uma das línguas oficiais do país, bem como o tetum, utilizado por aproximadamente 23% dos habitantes; os outros 72% dos timorenses falam diversos idiomas locais. Até março de 2005, eles ministrarão aulas, em português, de disciplinas como matemática, química e biologia, com o objetivo de qualificar docentes dos diversos níveis de ensino. Também vão participar de projetos e atividades de planejamento, em conjunto com representantes da Universidade Nacional do Timor Leste e do Ministério da Educação, Juventude e Desporto daquele país.

Um dos resultados já concretizados pela missão é a elaboração de livros didáticos de física, biologia, história, geografia e educação física, utilizando a realidade local. Os livros de história e geografia foram ilustrados com fotos do país e seu povo. Outros produtos são os programas de Qualificação de Professores e Ensino da Língua Portuguesa em Timor Leste; e Formação Continuada de Professores em Exercício (o Proformação do Brasil). Na primeira quinzena de agosto, os professores brasileiros darão treinamento a mil professores de nível médio, no interior do país, utilizando material adaptado à realidade do povo e em língua portuguesa.

Trabalho voluntário – De acordo com Cleonice Terezinha Fernandes, da Secretaria de Educação do estado do Paraná, que integra a missão, o perfil do grupo é de pessoas que já desenvolviam atividades voluntárias no Brasil, além de terem conhecimento em duas ou mais áreas de atuação profissional. Ela conta que algumas pessoas estão trabalhando junto com a Pastoral da Aids, coordenada por uma freira brasileira e ela própria está engajada em inúmeras atividades. Uma delas é a Pastoral da Criança, também administrada por religiosas brasileiras.

Cleonice ainda dá aulas de dança e participa de um projeto que ensina a língua portuguesa, por meio da música, a adolescentes pobres da periferia. “Adolescência será o grupo de referência, porque é aquele que, durante o domínio indonésio, não teve contato efetivo com a língua portuguesa”, explica. Ela acrescenta que a maior recompensa de sua estada no Timor é o seu crescimento pessoal e profissional, pelo fato de ter uma experiência internacional em uma cultura absolutamente diferente.

Para Lúcia Lopes Pinheiro Rocha, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o povo timorense precisa muito do conhecimento e experiência dos brasileiros. “Na minha opinião, o Brasil pode e deve oferecer, a esse e a outros povos, a vivência amadurecida das suas instituições. Tenho orgulho de falar da nossa cultura, das nossas leis e do quão amadurecido se encontra o nosso sistema educacional. Foi bom ter saído do Brasil e poder observar a distância”, diz. Entre os trabalhos de que participa está a criação de um sistema de acreditação de cursos semelhante ao processo de reconhecimento utilizado no Brasil, mas adaptado à realidade timorense.

Jovem nação – A República Democrática do Timor Leste foi constituída em 1975 e restaurada em 2002. Localizada no lado oriental da ilha de Timor, no sudeste asiático, é a mais jovem nação do mundo. Ex-colônia portuguesa, foi invadida e teve seu território anexado pela Indonésia no período de 1975 a 1999. Segundo dados do Ministério da Educação timorense, o país possui 749 escolas primárias, 126 pré-secundárias, 57 secundárias, 13 profissionalizantes e 58 pré-escolas. O número total de professores é de 6.460, sendo 4.408 do primário, 1.155 do pré-secundário, 613 do secundário, 214 do profissionalizante e 70 da pré-escola.

Repórter: Fátima Schenini

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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