Brasil e Síria preparam intercâmbio educacional
O estudo da língua portuguesa em centros universitários da Síria, no Oriente Médio, e da língua árabe em universidades públicas brasileiras foi acordado nesta segunda-feira, 28, entre o ministro da Educação, Fernando Haddad, e o embaixador sírio no Brasil, Ali Diab, em audiência no MEC.
O intercâmbio para o ensino das línguas está previsto no programa executivo de cooperação cultural e educacional, assinado entre os dois países em 3 de dezembro de 2003, por ocasião da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Síria. De imediato, o ministro Haddad determinou à Secretaria de Educação Superior (SESu) e à Assessoria Internacional que façam um levantamento das universidades federais que já oferecem o ensino do árabe. Ali Diab fará o mesmo levantamento entre as instituições do seu país. A partir dos dados, o MEC e a embaixada pretendem formalizar instrumentos de promoção do intercâmbio entre universidades, professores e estudantes das duas línguas.
Ali Diab consultou o ministro sobre a possibilidade de acordos diretos da embaixada com escolas para o ensino do árabe. De acordo com Haddad, não há impedimento porque a legislação educacional brasileira dá à comunidade a opção da escolha da língua estrangeira e lembrou que escolas brasileiras vão ensinar o espanhol em função das demandas criadas pelo Mercosul. O embaixador registrou que a filosofia do presidente da Síria, Bashar al-Assad, é trabalhar pelo fortalecimento das relações com o Brasil e que, nesse caso, o estudo das línguas e os intercâmbios educacionais têm papel relevante.
Cooperação – As iniciativas de cooperação educacional entre Brasil e Síria começaram em 1997, com a celebração de um acordo. Em 2003, um programa de cooperação, com 48 artigos, detalhou as áreas educacionais de interesse comum, entre elas: intercâmbios de pesquisas científicas, planejamento, estatísticas, educação a distância, erradicação do analfabetismo, educação de jovens e adultos, informática, sistemas de avaliação, história e geografia, culturas árabe e brasileira, cooperação direta entre universidades, criação de centros de línguas e oferta de bolsas de estudo para a graduação. Hoje a intenção da Síria, explicou Ali Diab, é construir junto com o MEC projetos específicos para cada uma dessas áreas e dar partida à execução do programa de cooperação assinado há dois anos.
Repórter: Ionice Lorenzoni