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Ações internacionais

Projeto educacional com a Argentina avança e pode chegar ao Paraguai, Uruguai e Bolívia

  • Terça-feira, 18 de abril de 2006, 05h00
  • Última atualização em Quinta-feira, 24 de maio de 2007, 06h34

O projeto Escolas de Fronteira, realizado conjuntamente entre a Argentina e o Brasil para integrar lingüística e culturalmente estudantes de algumas cidades fronteiriças dos dois países, está em expansão. Além de já envolver dez municípios argentinos e brasileiros, poderá ser ampliado ainda em 2006 para outros três países vizinhos: Bolívia, Uruguai e Paraguai.

“Pretendemos ampliar o projeto este ano. O Uruguai manifestou que gostaria de participar e o Paraguai também quer seguir o modelo. Temos pensado também na Bolívia”, afirma a coordenadora-geral de Políticas de Formação do MEC, Roberta de Oliveira.

A iniciativa, que ainda não tem data para ser oficializada com os três países, é fruto de um acordo assinado pelos governos argentino e brasileiro em 2003. No ano seguinte, o entendimento foi ratificado por representantes da Casa Rosada e do Palácio do Planalto. Isso permitiu iniciar a preparação de docentes que iriam interagir com estudantes da 1ª série das cidades de Uruguaiana e de Dionísio Cerqueira, pelo lado brasileiro, e das vizinhas Paso de los Libres e Bernardo de Irigoyen.

Há dois anos, professores foram capacitados para realizar atividades extracurriculares com crianças que não fossem suas conterrâneas. Atualmente, uma ou duas vezes por semana, eles cruzam a fronteira para organizar eventos em que os estudantes ouvem textos e são motivados a dramatizar histórias e cantar na língua do professor.

Oliveira explica que, como se trata de alunos no início da vida escolar, o professor estrangeiro se concentra em apresentar o novo idioma. “Não há aula de matemática nem geografia nem de nenhuma matéria específica. O objetivo é fazer com que as crianças, tanto da Argentina como do Brasil, aprendam a conversar e a se entender nos dois idiomas.”

Ela conta que, no início, os alunos brasileiros tinham vergonha de falar. Pouco a pouco, porém, começaram a arriscar o ‘portunhol’ (mistura de português e espanhol). “Agora são capazes até de atuar em peças de teatro faladas em espanhol, com uma pronúncia que surpreendeu até os argentinos.”

A estudante de Uruguaiana Débora Souza Silva, de seis anos, foi uma das atrizes da peça teatral apresentada no último dia de aula da sua turma na 1ª série em 2006. Com ótimo domínio do espanhol, a pequena Débora, filha de uma modesta família gaúcha, mostrou que tem condições de se aprimorar no idioma e até alcançar um futuro promissor.

Ampliação – Neste ano, o projeto foi levado às cidades brasileiras de Itaqui, São Borja e Foz do Iguaçu, vizinhas dos municípios argentinos de La Cruz, Santo Tomé e Puerto Iguazú, respectivamente. Outra mudança foi a inclusão dos estudantes da 2ª série das dez cidades.

Apesar de oficialmente estar voltado para meninos e meninas que dão os primeiros passos em sua aprendizagem, o Escolas de Fronteira também conta com atividades que envolvem outras séries. “Pelo menos uma vez por mês, professores brasileiros visitam escolas argentinas e vice-versa”, esclarece a coordenadora. Segundo ela, os educadores puderam ministrar aulas com temas mais profundos e abrangentes do ponto de vista dos conhecimentos gerais.

Como exemplo, ela cita uma professora brasileira de educação física que saiu de Uruguaiana para ensinar a estudantes argentinos por que as escolas brasileiras dão tanta importância à prática do handebol feminino, modalidade que as mulheres do país vizinho conhecem pouco. Essa mesma educadora também organizou um amplo campeonato esportivo entre estudantes dos dois países. “As equipes eram misturadas para evitar a rivalidade e garantir maior integração”, explica Roberta de Oliveira.

Essa ampliação informal permitiu o atendimento de pouco mais de três mil estudantes brasileiros do ensino fundamental. Em 2006, o projeto teve um orçamento de R$ 1,3 milhão do governo brasileiro, sem contar a contrapartida argentina.

A coordenadora sublinhou que o Escolas de Fronteira, que teve origem em um acordo bilateral à margem do Mercosul, acabou por ser incluído no plano estratégico 2006-2010 do bloco.

Manuel Martinez

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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