PDE é esperança para municípios carentes
O município de Piraquê (TO) está entre os 1.242 que obtiveram os mais baixos índices de desenvolvimento da educação básica (ideb) no Brasil. Com apenas 18 anos de existência, Piraquê tem uma população de 3.014 habitantes e apenas 10 escolas. O prefeito da cidade, Olavo Julio de Macedo, está em Brasília, onde assina, nesta segunda-feira, 19, o Plano de Ações Articuladas (PAR), espécie de roteiro do que deve ser feito para melhorar a qualidade da educação no município.
Para o prefeito, a principal demanda da cidade é por ônibus escolares. Para atender aos alunos da cidade, é preciso alugar cinco ônibus por preços que variam de R$ 4 mil a R$ 4,8 mil por mês. O gasto total com o aluguel dos veículos ultrapassa R$ 20 mil. “Se não precisasse alugar os carros, eu poderia investir esse dinheiro em uma capacitação melhor para os meus professores” argumentou o prefeito, que solicitará o financiamento com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a aquisição de dois ônibus escolares.
A maior parte dos habitantes de Piraquê – cerca de 70% – mora na zona rural e as crianças dependem do transporte para ir a escola. “Temos cinco assentamentos rurais nos arredores da sede do município e apenas dois ônibus da prefeitura, fora os cinco alugados”, explicou o prefeito. Segundo o gestor, muitas crianças de Piraquê caminham cerca de três quilômetros até o ponto de ônibus para depois seguir viagem por cerca de duas horas.
Ele está em Brasília juntamente com outros 2.077 prefeitos de todo o Brasil, que vieram à capital federal para as comemorações de um ano do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que ocorrem no Brasília Alvorada Park Hotel. Para os 1.242 municípios que, como Piraquê, obtiveram os mais baixos Ideb´s do país, foram liberados recursos da ordem de R$ 1,3 bilhão, tudo para garantir que os moradores desses locais possam contar com um bom aprendizado.
No caso da cidade tocantinense, o prefeito também veio solicitar a construção de laboratórios de informática com recursos do ProInfo. Nenhuma das 10 escolas públicas da cidade tem laboratório e os alunos, em grande maioria, nunca tiveram contato com a internet. "Meu município é muito novo e muito carente de infra-estrutura", explicou o prefeito.
Ana Guimarães