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Escola piauiense tenta formar jovens escritores

  • Segunda-feira, 28 de maio de 2007, 08h00
  • Última atualização em Quarta-feira, 25 de julho de 2007, 09h00

Teresina — Todo aluno da Escola Municipal Casa Meio-Norte, na periferia de Teresina, aprende a escrever para se tornar escritor. Ao final do ano letivo, textos narrativos, poesias e contos de alunos da primeira à quarta série transformam-se em pequenos livros, passam a compor o acervo da biblioteca da escola e servem de material literário para as outras turmas.

Só é possível obter qualidade naquilo que os alunos produzem porque o foco pedagógico está voltado para a leitura e para a escrita. Todas as crianças de seis, sete e oito anos já sabem ler e escrever, bem como 90% das crianças de cinco anos, segundo a coordenadora Ruthnéa Vieira. “Queremos despertar produtores de texto”, afirmou.

Às sextas-feiras, entra em cena o projeto Ler para Crescer. Durante todo o período, a aula é voltada para a literatura infantil. As crianças escolhem livros da minibiblioteca que há em cada sala, lêem e fazem apresentações. Depois, reescrevem a história a sua maneira. No intervalo, logo após o lanche, começa o recreio cultural. Os alunos são reunidos no pátio e apresentam os trabalhos da sala a toda a escola.

Além disso, todos os dias, no início da aula, há o momento da leitura, de 15 minutos, no qual a professora conta uma história da literatura infantil e um estudante é escolhido para fazer o mesmo.

Quando um aluno apresenta dificuldades na leitura e na escrita, as professoras buscam métodos alternativos para que o aprendizado seja mais prazeroso, de acordo com a potencialidade específica daquela criança. É o caso de Juliana Sena, aluna da primeira série. Ela tinha preguiça de ler e escrever textos, mas gostava de fazer dramatizações. Logo que a professora percebeu o ponto forte da aluna, a incentivou a encenar os textos dos livros. A garota tem de ler para poder escrever produções teatrais próprias. Agora, Juliana é uma das primeiras na sala a querer apresentar seus trabalhos e mostrar o talento no recreio cultural.

“Não temos medo de projetar trabalhos de alto nível curricular”, afirmou a diretora da escola, Osana Morais. “Nossas crianças da quarta série trabalham, sem nenhuma dificuldade, conhecimentos que as escolas normalmente trabalham na oitava série”, comemorou.

Oficinas — No contraturno das aulas, elas participam de oficinas lingüísticas, nas quais lêem textos de Machado de Assis, Olavo Bilac e Cecília Meireles, dentre outros, adaptados pelas professoras para uma linguagem que a criança entenda. “Aqui, costumamos mostrar a elas que temos o domínio natural da língua, pois nascemos em um País de língua portuguesa e devemos falar com competência”, enfatizou Osana.

Todo o desempenho dos alunos é registrado em tabelas, do lado de fora da sala da coordenação. Nelas, pode-se acompanhar o desempenho trimestral de leitura, o diagnóstico do nível de leitura do projeto Ler para Crescer e o resultado mensal.

A produção dos livros elaborados pelos alunos é simples. As professoras reúnem os textos escritos à mão e os digitam, ilustram e fazem a encadernação, com espiral. Assim, as obras tornam-se motivo de orgulho para os pais e professoras, que preparam até uma noite de autógrafos quando as publicações ficam prontas.

Letícia Tancredi

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