Escola de Vida: oportunidade para alunos maranhenses
São Luís (MA) — Oportunidade é a palavra que caracteriza o projeto Escola de Vida, que tem como um de seus modelos a Escola Estadual Ribeiro do Amaral, situada na área rural de São Luís (MA). Com cerca de 1.050 alunos, entre ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos, a instituição oferece aos estudantes e à comunidade lazer, cultura e cursos profissionalizantes nos fins de semana.
No programa do governo estadual, os alunos podem praticar esportes, aprender línguas, música, arte, informática, culinária, técnicas de costura e bordado. “Com as atividades, eles não ficam ociosos. Até os ex-alunos vêm participar”, afirma a diretora Neide Rabelo. Exemplo disso é Fábio Costa, 19 anos, que concluiu o ensino médio e se candidatou como voluntário para ser instrutor de informática. “Gosto de ficar aqui, para buscar cada vez mais conhecimento”, diz.
Além deles, a família dos adolescentes, muitas vezes, se interessa pelos trabalhos, como é o caso de Ivaldina Ferreira, de 63 anos, avó de três alunos. Hoje, ela faz o curso de crochê oferecido pela escola. “Muita coisa que eu não sabia estou aprendendo aqui”, comemora. Marinalva Silva, 43 anos, mãe de Hortência, que cursa a oitava série, vai todos os dias à escola para ajudar nos serviços gerais, voluntariamente, e participa de todos os projetos. Com os novos conhecimentos, ela melhora a renda familiar, que é de um salário mínimo. As mães que fazem as oficinas de bordado e crochê, por exemplo, ficam com o próprio trabalho para vender.
O Escola de Vida já contempla outras 33 escolas da região metropolitana de São Luís, que foram escolhidas de acordo com o risco de vulnerabilidade, com destaque para aquelas que atendem familiares das vítimas envolvidas no caso dos meninos emasculados.
Meninos emasculados — Entre setembro de 1991 e fevereiro de 2002, 22 meninos com idade entre 9 e 15 anos foram submetidos a atos de violência sexual e depois assassinados. Os corpos das crianças e adolescentes foram jogados em matagais na periferia das áreas que integram a ilha de São Luís. Em Altamira, no Pará, 19 meninos sofreram esse mesmo tipo de violência.
Letícia Tancredi