Ações do PDE chegam à Paraíba
João Pessoa — O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 29, no lançamento das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), em João Pessoa (PB), que o plano representa uma quebra de paradigmas. “Quebramos paradigmas ao dar visibilidade aos dados educacionais, ao responsabilizar governos e também ao mostrar que a escola pública não apresenta apenas desempenho ruim ou médio”, afirmou.
Segundo o ministro, há no país um desequilíbrio grande entre as redes de ensino, em que há escola com Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 0,7 e outras com nota 8,5. O Ideb mede a qualidade da educação básica, a partir de uma escala de 0 a 10. A média nacional é 3,8 e a meta é alcançar nota 6 até 2021 — padrão de países desenvolvidos.
O ministro revelou que as boas práticas observadas em escolas públicas serviram de referências para a elaboração das 28 diretrizes do Compromisso Todos pela Educação. “Essas diretrizes são simples e têm impacto imediato”, assegurou Haddad.
Entre as experiências bem-sucedidas, o ministro destacou a importância dos conselhos escolares, das parcerias entre escola e comunidade, das medidas de combate à evasão e da eleição de diretores.
O ministro adiantou que será feita nova avaliação das escolas e dos municípios ainda em 2007 para fazer uma comparação do desempenho das redes — o primeiro diagnóstico do Ideb ocorreu em 2005. “Vamos fazer nova radiografia para definir os rumos em direção à educação de qualidade”, disse.
As ações do PDE vão desde a instalação de centros federais de educação tecnológica (Cefets), passando pela expansão da rede federal de universidades, inclusão digital, melhoria do transporte escolar, até a alfabetização de jovens e adultos. A prioridade é a educação básica e o atendimento aos 1.242 municípios com mais baixos Idebs, cuja maioria está no Nordeste. “Cruzamos dados das prefeituras com baixos Idebs e comparamos com a distribuição de recursos do MEC. Percebemos que os municípios que recebem menos recursos são os que têm mais dificuldades na área da educação”, explicou o ministro. Por isso, os consultores do ministério já iniciaram as visitas a esses municípios, que aderiram ao Compromisso Todos pela Educação, para oferecer apoio. “O MEC resolveu abandonar uma postura passiva e inaugurou parcerias, privilegiando o aluno e assegurando o direito de aprender”, afirmou o ministro.
Maria Clara Machado