Formação em saúde: ações unificadas
Os cursos de graduação, pós-graduação e residência médica devem ser adequados à demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta terça-feira, 18, foi instalada a Comissão Interministerial de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde, que vai propor ações conjuntas e assessorar os ministérios da Saúde e da Educação em um planejamento estratégico sobre o número de vagas, perfil, áreas e regiões nas quais os cursos serão implantados.
“Vamos pensar também nas desigualdades regionais”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
A comissão terá também como atribuição traçar diretrizes para as 14 áreas de formação em saúde, nas modalidades de residência médica, especialização e pós-graduação. Terão apoio os processos de reconhecimento e renovação de cursos, além da expansão da educação profissional.
O ministro da Educação Fernando Haddad, destaca o propósito de reaproximar as áreas de educação e saúde para que o sistema educacional e o SUS entrem em sintonia. “Queremos ajustar a oferta de educação na área de saúde de acordo com os propósitos do SUS”, disse. Haddad também citou a importância da comissão em propor diretrizes que envolvam os profissionais da saúde no ambiente escolar. “Vamos fazer com que a saúde pública se aproxime da escola, sobretudo com o Programa Saúde na Escola”.
O programa integra as ações previstas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril, e vai articular ações para garantir atendimento de saúde a professores e estudantes na escola. “Com a saúde de nossas crianças e jovens resguardada, o aprendizado e o desenvolvimento humano serão ampliados”, disse Haddad.
Impacto — O ministro Temporão salientou que a comissão vai gerar um grande impacto na saúde. “O SUS vive basicamente do conjunto dos profissionais que se formam no sistema educacional. Precisamos olhar para as necessidades do sistema de saúde”, advertiu. Segundo Temporão, a comissão poderá definir um perfil do tipo de profissional que a saúde pública precisa. “Há 27 mil equipes do Saúde na Família. Precisamos que o sistema formador esteja totalmente sintonizado em formar profissionais com visão de trabalho comunitário, por exemplo.”
A comissão terá três integrantes de cada ministério e coordenação compartilhada pelo secretário de educação superior, Ronaldo Mota, e pelo secretário de gestão e trabalho do Ministério da Saúde, Francisco Campos.
Manoela Frade