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Qualidade do ensino médio: desafio do PDE

  • Segunda-feira, 17 de setembro de 2007, 10h18
  • Última atualização em Quarta-feira, 26 de setembro de 2007, 15h49

A expansão da rede federal de educação tecnológica é um dos caminhos para melhorar a qualidade do ensino médio, diz Haddad no seminário Eduação do Século 21. (Foto: Júlio Cesar Paes)Garantir a qualidade do ensino médio brasileiro é o maior desafio do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). A declaração, do ministro da Educação, Fernando Haddad, resume a ótica dos discursos da manhã desta segunda-feira, 17, na abertura da segunda audiência do ciclo de seminários internacionais Educação no Século XXI: Modelos de Sucesso, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Preocupados com a qualidade do ensino médio oferecido pelas escolas públicas brasileiras, deputados, educadores e membros da sociedade civil lotaram o auditório Nereu Ramos. 

De acordo com o ministro, o ensino médio vive uma grave crise, e não é possível esperar que o avanço de qualidade apresentado nos últimos anos pelas primeiras séries da educação básica traga reflexos para o ensino médio em menos de 15 anos. “Temos de procurar uma melhora que possa trazer resultados em curto prazo porque a situação é crítica e estamos falando do futuro dos jovens brasileiros”, destacou. Uma das soluções apontadas por Haddad é a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, a qual, nos próximos três anos, deve contar com 214 novas escolas. “Até o final de 2010, teremos ampliado o acesso às escolas profissionalizantes, que era de 230 mil estudantes em 2002, para 700 mil”, ressaltou.

Os centros federais de educação profissional e tecnológica (Cefets) têm apresentado desempenho acima da média nacional em todos os indicadores de qualidade adotados pelo Ministério da Educação. Para Haddad, a expansão das escolas técnicas desonera os estados e traz uma perspectiva de melhora de qualidade que extrapola a esfera federal. “Quando for concluída a expansão, teremos 10% dos alunos de ensino médio na rede federal. Isso trará uma desoneração para os estados. Com menos alunos, poderão investir na qualidade do ensino”, garantiu. Cerca de R$ 3,5 bilhões serão investidos na expansão das escolas técnicas para que o número de unidades passe de 140 escolas em 2002 para 354 em 2010.

Para o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), os Cefets são ilhas de excelência que precisam ser mais bem aproveitados. “O  presidente da República passou pelo ensino profissionalizante. Esse tipo de ensino traz perspectivas de desenvolvimento econômico para o Brasil”, destacou.

Modelos — O seminário internacional traz modelos bem-sucedidos em educação adotados por outros países. Para o representante da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, Vincent Defourny, a visão sistêmica da educação que o Brasil adotou com o PDE já é, por si só, um avanço significativo. “O Brasil já está num processo de melhoria da educação”, disse.

À tarde, o professor Thomas Deissinger, da Universidade de Konstanz, Alemanha, fez exposição sobre as mudanças no sistema de formação profissional dos países germânicos.

A próxima audiência do seminário, organizado pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, presidida por Gastão Vieira (PMDB-MA), está marcada para 15 de outubro, sob o tema A Educação Infantil.

Ana Guimarães

Republicada com alteração de dados

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