Trabalho de professores é reconhecido
Balneário Camboriú —
A dedicação dos professores da escola estadual Professora Maria da
Glória Pereira é reconhecida pelos pais e pelos alunos. Não por acaso,
a escola obteve índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) de
5,4, nota que a coloca como uma das melhores de Santa Catarina. Com
aulas interessantes e disposição da equipe pedagógica, a escola driblou
a escassez de recursos e se tornou exemplo.
Professor de artes,
Andersson Silva Prates não se contenta em ensinar os alunos a pintar e
a fazer cerâmicas. Ele utiliza a arte para falar da sociedade.
“Trabalhamos arte brasileira falando sobre a história do Brasil porque
a arte é reflexo da cultura”, revela. Os alunos do terceiro ano fizeram
várias representações sobre os índios. Em cada época e em cada desenho,
procuraram discutir as mensagens que as imagens transmitiam. “No
modernismo, houve uma exaltação dos valores indígenas. Eu explico isso
a eles”, conta o professor.
Nas aulas de português, há um
momento dedicado à leitura de artigos. Nos 15 minutos finais, os alunos
pegam recortes de revistas e jornais em uma caixa. Renata Rutes
Henning, 13 anos, leu recorte sobre uma lenda indígena que explicava a
história do Sol e da Lua. “Gostei tanto que depois fiquei a tarde
inteira pesquisando o assunto na internet”, relata. Com a iniciativa,
os professores incentivam o hábito da leitura.
A
escola, no centro da cidade, atende 1,4 mil alunos desde a primeira
série do ensino fundamental até o último ano do nível médio. Apesar das
diferenças de idade, todos elogiam os professores. Luiza Gaspre, 14
anos, da oitava série, está na escola há um ano. Antes, ela estudava em
Tocantins, numa escola particular. “Aqui, aprendi mais por causa dos
professores. Eles ensinam melhor. Estou lendo mais. Agora, pego livros
na biblioteca”, destaca a aluna.
Os professores de educação
física, por exemplo, trabalham no turno oposto ao das aulas e também
nos fins de semana — montaram escolinhas de esportes — sem receber nada
a mais pela iniciativa. O comprometimento é tanto que o professor
Carlos José Koelln, também árbitro de futebol, não esquece os alunos em
momento algum. “Sempre trago as bolas usadas que os times descartam.
Aqui elas são muito úteis”, conta.
Também há aula de reforço
gratuita para os alunos com notas baixas. A média exigida pela escola
para aprovação dos estudantes, é sete. Mas com professores tão
dedicados, os alunos não encontram dificuldades. “Na minha outra
escola, a média era cinco, e eu quase não conseguia boas notas. Aqui, a
média é sete e tiro notas bem melhores”, gaba-se a aluna Luiza Gaspre.
Ana Guimarães