Grupo debate idéias para educação integral
Gestores do programa Mais Educação, uma das ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), se reuniram nos últimos dias 29 e 30 para dar seguimento à elaboração de um texto-referência que norteará o debate sobre educação integral durante o ano. A proposta do Mais Educação é ampliar o tempo, o espaço educativo, os atores sociais e as oportunidades para os alunos da rede pública.
De acordo com a diretora de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Jaqueline Moll, o texto recupera a história da educação brasileira, expõe idéias pedagógicas e discorre sobre a educação integral: como surgiu e como é compreendida no contexto dos desafios da educação contemporânea brasileira. “O documento serve para desencadear no país o debate sobre educação integral e colocá-la na agenda pública educacional”, afirma.
Segundo Jaqueline, um dos tópicos amplamente discutidos nas reuniões do grupo é a ampliação da jornada escolar articulada a partir da própria escola. “Trabalhamos com a concepção de que a escola tem um papel organizador, mas sozinha não tem elementos suficientes para colocar a jornada integral em prática”, explica. “Para isso, tem de haver diálogo entre escola e comunidade, inclusive para que se recupere o lugar dos saberes cotidianos produzidos pelas pessoas que estão fora do ambiente escolar.” A diretora acredita que essa idéia e a da gestão pública intersetorial são a força do texto-referência.
O programa Mais Educação será implementado com o apoio dos ministérios do Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social. As atividades serão realizadas no contraturno das aulas e têm como foco a melhoria do rendimento do aluno e do aproveitamento do tempo escolar. Com isso, pretende-se reduzir evasão, reprovação e distorções de idade-série. São ações educativas, artísticas, culturais, esportivas e de lazer.
Jaqueline afirma que, no primeiro momento, o programa terá foco em capitais, cidades que tenham regiões metropolitanas e escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com uma fase de formação de gestores municipais e estaduais. Para essa etapa, foram escolhidos 47 municípios e 1.966 escolas. “Queremos começar a produzir mais experiências na educação integral brasileira, aproximando territórios por meio de um processo de cooperação e potencializando recursos educativos que a localidade tenha”, destaca.
O grupo de trabalho se reunirá novamente na segunda semana de março, em Belo Horizonte. Este ano haverá, ainda, seminários regionais para debater o processo de implementação das escolas de tempo integral. Para 2009 está previsto um seminário nacional. “É necessário que tenhamos clareza sobre o que consideramos escola de educação integral, para que possamos ter uma ação estruturante”, conclui Jaqueline.
Letícia Tancredi