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Educação indígena

Ampliação do ensino indígena é debatida em seminário

  • Quarta-feira, 06 de dezembro de 2006, 14h42

O Brasil precisa ampliar o ensino indígena para possibilitar o atendimento às 3.400 comunidades, com 456 mil índios no País, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Só assim será possível fazer com que suas crianças não sejam mais obrigadas a continuar os estudos em escolas não-indígenas. Hoje, na maioria das aldeias, os filhos dos indígenas cursam só  o primeiro ciclo do ensino fundamental, de 1ª a 4ª série.

O coordenador de educação indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Kleber Gesteira, diz que, para ampliar a oferta de ensino nas aldeias é preciso investir na formação de professores indígenas e na construção de escolas, com parcerias entre os governos estaduais e municipais e o governo federal. A ampliação do ensino indígena e a formação de professores indígenas foram tema de discussão do seminário Diferentes Diferenças, nesta quarta-feira, 6, em Brasília.

O secretário estadual de educação do Mato Grosso do Sul, Hélio de Lima, mostrou como a parceria entre governos possibilitou o desenvolvimento da educação escolar indígena no estado. O trabalho entre estado, municípios e a Universidade Federal da Grande Dourados permitiu a formação de 120 professores que dão aula em suas comunidades - 87 estão em formação.

Eles vão atender às necessidades dos povos Guarani-Caiová que queriam ensino médio e fundamental atrelados aos saberes de seus povos e não como extensão de escolas comuns. Em 2005, cinco escolas de ensino médio foram criadas em aldeias da região. Em 2006, quatro foram erguidas, além de um centro de formação de professores indígenas em Campo Grande.

Licenciatura — Atualmente, há 200 professores indígenas graduados em cursos de licenciatura intercultural e 880, de 49 povos, em formação, em universidades federais e estaduais de oito estados – Mato Grosso, Roraima, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Eles fazem parte do Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas  (Prolind) do MEC .

O professor da aldeia de Tapirapé (MT) Rael Xakoiapari, 29 anos, participou do programa e se formou pela Universidade Estadual de Mato Grosso. Rael dá aulas de ciências da natureza e cultura em sua comunidade. “A formação superior foi importante porque valorizou os conhecimentos indígenas e aqueles do currículo normal”, disse. A meta do MEC é formar, pelo menos, quatro mil professores indígenas, para atuar nos ensinos fundamental e médio nas aldeias, até 2010.

Maria Clara Machado

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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