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Educação indígena

Universidades discutem educação escolar indígena

  • Terça-feira, 08 de maio de 2007, 12h05

No município de Benjamin Constant, Amazonas, a aldeia Filadélfia, do povo ticuna, é o palco no qual 250 índios, entre ticunas e representantes de outras cinco comunidades, reúnem-se para estudar. A experiência de sair da sala de aula e alternar os lugares nos quais o conhecimento é transmitido, conhecida como pedagogia da alternância, é um dos poucos pontos de consenso entre as universidades que oferecem a licenciatura em educação escolar indígena.

A oficina de intercâmbio Prolind – Licenciaturas Interculturais Indígenas; Sistematizando Experiências começou nesta terça-feira, dia 8, e será encerrada nesta quarta, 9. Estão em discussão os desafios que envolvem a qualificação de um professor indígena. “A proposta é oferecer um curso que seja capaz de fortalecer a cultura indígena e oferecer ainda o que há de melhor na cultura universal”, esclareceu o antropólogo Eduardo Barnes, coordenador do evento e representante do programa Diversidade na Universidade, do Ministério da Educação.

Representantes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat),  das universidades federais de Roraima (UFRR) e de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) participam do encontro. As quatro instituições fazem parte do Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind). Outras quatro participam como convidadas —  Universidade de São Paulo (USP) e universidades federais de Goiás (UFG), do Tocantins e da Grande Dourados (UFGD).

A meta do evento é sistematizar a experiência das universidades na implementação dos cursos e, assim, facilitar a disseminação das licenciaturas interculturais. Hoje, 189 professores indígenas têm licenciatura intercultural no Brasil. Outros 800 estão em formação. Dados do MEC mostram uma demanda de quatro mil professores para atender os 220 povos indígenas brasileiros.

Direitos — A partir da formação intercultural, pretende-se que os índios saibam defender seus direitos frente à sociedade branca. “Para resolver questões territoriais, por exemplo, é importante que os índios sejam dotados dos mesmos instrumentos ideológicos que os brancos”, explicou Barnes.

Os cursos de licenciatura indígena têm duração de cinco anos. A partir do terceiro ano, os professores já podem dar aulas a alunos do ensino fundamental em suas aldeias. Cada universidade estabelece a grade curricular, mas a partir do quarto ano os professores já podem optar pela especialização em determinada área de conhecimento.

Mais informações na página eletrônica do Prolind.

Ana Guimarães

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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