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  • Professora de língua portuguesa e literatura brasileira no Colégio Lauro Farani Pedreira de Freitas, no município baiano de Iaçu, Elisabeth Amorim incentiva o hábito da leitura e sempre busca novas ideias para estimular os alunos a apreciar a atividade. Assim, para combater a resistência dos estudantes em relação à leitura, ela resolveu promover oficinas, na sala de aula, para “desmontar” a literatura. “Isso significa dizer desconstruir o texto, mudando de uma série discursiva para outra”, explica Elisabeth.

    Segundo ela, os alunos passaram a transformar contos ou romances em charges, bilhetes, cartas, cartazes, cartuns, histórias em quadrinhos ou grafites em tamanho gigante. Os registros tiveram início em 2007. “Vejo tanta riqueza na produção desses estudantes que não consigo desistir de investir em uma educação de qualidade”, afirma.

    Depois da criação do projeto Arte no Muro, pela coordenadora pedagógica Simone Lima Aragão, em parceria com os professores de arte, para valorizar os talentos da escola e permitir a estudantes de todas as séries e turnos expressar os dons artísticos, Elisabeth resolveu contribuir com o subprojeto Literatura é Arte! Com a colega Tânia Menezes, que também leciona literatura, ela passou a levar os alunos ao muro da escola para a desmontagem da literatura. Obras como Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos, além de livros de Monteiro Lobato, foram para o muro da escola, transformados em grafite.

    O trabalho era precedido pela leitura de romances e contos, discussões e desmontes literários na sala de aula. Os estudantes também passaram a produzir anúncios gigantes, relacionados às obras literárias, e a espalhá-los nas paredes da escola. Para Elisabeth, era uma forma de aumentar a procura pelos livros anunciados e conquistar leitores. “Sou tão apaixonada pela literatura produzida pelos estudantes que criei uma revista para socializar as produções, a Perfil, revista literária do Lauro Farani”, revela a professora.

    A revista, publicada de 2007 a 2011, voltada para a literatura desmontada, atende a todas as áreas e mudou o nome para Perfil: o Lauro em Foco. “Todos os resultados são significantes, pois a literatura desmontada dos estudantes do Colégio Lauro Farani ganhou a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) com a minha pesquisa de mestrado em crítica cultural”, diz a professora.

    Única escola de segundo grau na cidade, a instituição, sob a direção da professora Ivanilza Queiroz, atende a aproximadamente 1,3 mil alunos nas modalidades ensino médio regular, técnico em agropecuária e Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

    Fátima Schenini

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  • Voltado a professores de língua portuguesa de escolas públicas de todo país, o curso Leitura vai, escrita vem: práticas em sala de aula está com inscrições abertas. Educadores de outras disciplinas interessados em trabalhar a leitura em sala de aula também podem se candidatar. As aulas vão de 18 de setembro a 13 de outubro.

    O curso é totalmente gratuito e oferece duas mil vagas na modalidade on-line, com foco nos ensinos fundamental e médio. A iniciativa é parte da Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro, promovida pela Fundação Itaú em parceria com o MEC. Os participantes receberão certificado.

    Entre os objetivos do curso, destacam-se oferecer reflexões teóricas e sugestões práticas para os professores que queiram aprimorar dinâmicas de sala de aula para o ensino de leitura na escola; promover a autonomia e a desenvoltura do professor para criar e adaptar suas aulas, levando em conta os conhecimentos prévios de seus alunos; e aguçar a percepção para diferentes maneiras de ler um texto. Serão estudados modos de trabalhar com o texto em sala, efeitos de sentido de recursos expressivos e a variação nos gêneros do discurso.

    As inscrições podem ser feitas aqui.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A Escola Estadual Raimundo Gomes de Oliveira, em Rio Branco, Acre, desenvolve, desde 2009, o projeto Leitura de Mundo, com a participação de aproximadamente mil alunos em turmas do quinto ao nono ano do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos. Uma biblioteca e um laboratório de informática auxiliam os estudantes nas pesquisas e leituras.

     

    A cada edição, um novo tema é abordado — a escolha é feita por toda a comunidade escolar no início do ano letivo. Como o projeto é interdisciplinar, cada professor desenvolve, dentro de sua área de conhecimento, um miniprojeto, orientado pelo principal. As atividades são realizadas no decorrer do primeiro semestre letivo. O primeiro tema tratado foi Uma Chuva de Ideias. Em 2010, Uma Visão Afro; em 2011, Viajando pelo Acre; em 2012, Meu Brasil Brasileiro; este ano, Tour pela América do Sul.

     

    “Temos como objetivo compreender a ‘leitura de mundo’, não como ferramenta de decodificação de palavras, mas como processo de interpretação do ambiente social que permeia a raça humana, aprendendo novos conceitos através da pesquisa, análise e socialização das informações”, explica o diretor da escola, Osleno Freitas da Silva. Segundo ele, conhecer os diversos países que formam a América da Sul por meio de pesquisa, na perspectiva de todas as disciplinas que compõem o currículo escolar, e valorizar a cultura latino-americana são alguns dos objetivos específicos do projeto deste ano. Levar a família à escola para compartilhar os resultados das pesquisas e divulgar entra as unidades de ensino próximas os trabalhos confeccionados ao longo do projeto são outros objetivos.

     

    “Os pais dos alunos são parceiros e apoiam os filhos na execução das atividades”, destaca o diretor. “Contamos também com a participação efetiva de todos os funcionários de apoio, como zelador, porteiro e merendeira.”

     

    Para a finalização do projeto, durante feira interdisciplinar, a escola conta com o apoio de uma igreja, que fornece os equipamentos de som. “Grandes mudanças no aprendizado têm influenciado a autoestima e o comportamento dos alunos, principalmente os de educação de jovens e adultos e aqueles com necessidades educacionais especiais”, salienta Osleno, que tem graduação em educação física e pós- graduação em psicopedagogia. “Esses estudantes fazem questão de participar efetivamente de todas as atividades e da apresentação nos estandes.”


    Unidade — Na visão da professora de língua portuguesa Christia Monteiro da Rocha, que está há 19 anos no magistério, é incrível a unidade do corpo escolar nos preparativos e na finalização do projeto. Formada em letras, com especialização em psicopedagogia, Christia leciona a uma turma do sétimo ano e a quatro do nono. “Toda a escola trabalha em equipe, sempre auxiliando, dentro das possibilidades, uns aos outros para que os objetivos sejam alcançados com êxito”, afirma.

     

    A professora Carla Eliane, que leciona língua portuguesa a turmas do sexto ano, revela que suas principais atividades estão voltadas para a leitura, compreensão, interpretação e produção de textos, bem como para a pesquisa. “A construção do conhecimento acontece, gradativamente, com a orientação do professor, dentro e fora da sala de aula”, diz a professora, formada em letras e há 15 anos no magistério.

     

    As atividades incluem visitas pedagógicas a museus, parques ecológicos e pontos turísticos na própria cidade e em municípios vizinhos, como Bujari, Sena Madureira e Plácido de Castro. Encontros com escritores e personalidades que de alguma forma contribuem para o processo também fazem parte dos trabalhos.

     

    A finalização do projeto é aguardada com expectativa pela comunidade escolar. O evento envolve exposição de material produzido, apresentações de danças típicas, peças teatrais e declamação de poemas, entre outras atividades. “Com a realização do projeto Leitura de Mundo, conseguimos interação total, com muito respeito e unidade entre os estudantes e, principalmente, a participação efetiva dos nossos alunos com necessidades educacionais especiais”, destaca Carla Eliane.


    Fátima Schenini

     

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  • Arte: Mário Afonso/MECCriado para despertar o interesse pela literatura entre os alunos da educação infantil e torná-los multiplicadores de leitura, o projeto Literatura nas Ruas conquistou uma dimensão maior do que a esperada. “O projeto consolidou a cumplicidade entre a família e a escola”, destaca seu autor, Diovane de César Resende Ribeiro, professor no Centro Municipal de Educação Infantil Maria Eduarda Farnezi Caetano, no município mineiro de Uberaba.

    Segundo Diovane, a ação surgiu de uma necessidade pessoal. Ele queria não só comprovar a importância das artes na educação infantil como também verificar quais instrumentos poderiam ser usados para estimular o gosto dos alunos pela área. Tão logo começou a trabalhar, em 2012, procurou sensibilizar os estudantes a conhecer e apreciar diferentes linguagens artísticas. “A literatura ganhou tamanho destaque que decidimos estruturar e desenvolver o projeto”, explica.

    O professor revela que os estudantes tiveram a oportunidade de assistir à apresentação de uma companhia de teatro integrada por adolescentes, a Cia. Rogê, com a adaptação do livro A Caixa Preta, do escritor Tiago de Melo Andrade, durante a realização da 3ª Festa Literária de Uberaba (FLU). Ao despertar o interesse das crianças, o professor selecionou algumas poesias para serem distribuídas aos moradores da comunidade em que a escola está situada. Percebeu então que era possível ir além e ampliar a distribuição a outros lugares.

    Por meio de parceria com a Biblioteca Comunitária Ler é Preciso Professor Antônio Bernardes Neto, para a coleta e doação de obras literárias, o professor conseguiu vários exemplares de obras distintas. Depois de fazer a leitura dos livros arrecadados, as crianças tiveram como tarefa confeccionar marcadores de livros para distribuição, com a obra, na praça central de Uberaba. “À vontade com a situação, as crianças cumpriram com suas responsabilidades como se fosse algo natural e presente na rotina”, salienta Diovane.

    Poeta — O projeto foi encerrado com o sarau Contos e Poesias, uma Homenagem ao Poetinha, em comemoração ao centenário de nascimento do poeta, escritor e compositor Vinícius de Moraes [1913-1980]. A atividade levou a um grande envolvimento das famílias, dedicadas a ajudar seus filhos, em casa, nos ensaios das declamações.

    Paralelamente à realização dessas atividades, o professor percebeu que os estudantes queriam ler cada vez mais. “Alguns, assim que terminavam as atividades, logo escolhiam um ou mais livros do Cantinho de Leitura para preencher o tempo em que os demais colegas estavam concluindo as tarefas”, diz.

    Estudante de pedagogia, 22 anos, com formação em nível médio no curso normal, Diovane atua na área da educação desde os 15 anos — começou com trabalho voluntário na biblioteca da escola em que cursava o ensino fundamental. O projeto Literatura nas Ruas foi um dos finalistas da sétima edição do Prêmio Vivaleitura, na categoria 2, destinada a escolas públicas e particulares. “Após esta experiência, saio com a força revigorada e mais crente de que tudo é possível. Basta acreditar”, afirma.

    Fátima Schenini

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  • Na escola de Boa Vista, todas as disciplinas devem colaborar, nas séries iniciais, para que o estudante desenvolva a capacidade de ler e entender o que está lendo (foto: arquivo da EM Vovô Dandãe – 15/4/10)Ao assumir uma turma do quarto ano do ensino fundamental, o professor Arthur Cândido de Magalhães percebeu que os alunos apresentavam dificuldades para ler e produzir textos. A constatação de que a escola não tinha propostas de leitura nem biblioteca o levou a desenvolver o projeto Leitura e Produção de Textos na Escola – Entre Nessa Você Também! O trabalho acabou premiado na sexta edição do Prêmio Professores do Brasil.

    “Considero a leitura como atividade fundamental para a formação dos alunos”, ressalta o professor, que leciona na Escola Municipal Vovô Dandãe, de Boa Vista, Roraima. Segundo ele, a prática da leitura melhora o vocabulário e a capacidade de escrever um bom texto, aguça a criatividade e facilita a compreensão do que é lido. “A aprendizagem da leitura favorece todas as áreas do conhecimento”, destaca.

     

    Para Arthur, que é pedagogo com especialização em educação especial e inclusiva e professor de todas as disciplinas do currículo do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, é um equívoco achar que só se aprende a ler nas aulas de língua portuguesa. “Todas as disciplinas, nas séries iniciais, devem colaborar para que o indivíduo desenvolva a capacidade de ler e entender o que está lendo”, afirma.

     

    Arthur defende a formação do aluno, pela escola, de forma que este perceba e conheça a diversidade textual existente no mundo que o cerca. “A partir daí, é necessário aliar o trabalho de leitura e produção”, salienta. “Um necessita do outro no processo de aprendizagem e não há como separá-los.”

     

    Os estudantes, de acordo com o professor, aprendem a escrever, escrevendo, mas precisam de suporte de leitura que os oriente a respeito da funcionalidade e da estrutura que compõem o gênero textual. “Ler e entender bem um texto facilitará ao aluno também produzir de forma adequada.”

     

    Biblioteca — O projeto, iniciado em 2011, em turma do quarto ano, teve continuidade em 2012, com a mesma turma, então no quinto. Entre as atividades desenvolvidas, Arthur destaca duas visitas à biblioteca pública. Na primeira, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o local; na segunda, fizeram doação de livros que produziram nas aulas. Um de contos, um de poesias e outro de frases sobre leitura (coletânea).

     

    Na visão do professor, no entanto, o aspecto mais importante observado no desenvolvimento do projeto foi a melhora na aprendizagem. “Os alunos passaram a ler mais e a ter uma postura de leitores”, salienta. Também ampliaram a capacidade de concentração no momento da leitura e de atenção ao ouvir uma história. Conseguiram ainda produzir textos melhores. O mais interessante, de acordo com Arthur, é que os estudantes começaram a perceber as diferenças entre os diversos gêneros de texto, bem como a finalidade.

     

    Para sanar a falta de livros, o professor obteve o empréstimo de 30 obras em outra instituição de ensino da rede estadual na qual também trabalha. A cessão foi feita pelo período de um ano, em 2011. A estratégia foi repetida em 2012, quando ele devolveu as obras e pegou outras 30.

     

    Há 10 anos no magistério, Arthur faz curso de graduação em história pelo programa de Segunda Licenciatura do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), oferecido pelo Ministério da Educação.


    Fátima Schenini

     

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  • Com licenciatura plena em letras (português–inglês) e formação técnica em gestão escolar, Nancy Oliveira Santana ocupa o cargo de secretária-geral da Escola Estadual Gercina Borges Teixeira, de Jussara (GO). Embora não exerça a função de professora, ela não deixa de se sentir educadora e de participar das atividades pedagógicas da instituição.

    “Estou sempre criando e desenvolvendo projetos e dando sugestões à coordenação”, afirma. “Entre uma folga e outra, navego em páginas educativas na internet em busca de novidades que auxiliem as escolas”, diz Nancy, que inicia, neste semestre, um curso de especialização em mídias na educação. Os muitos desafios educacionais a estimulam. “Eles me dão ânimo e inspirações novas”, salienta.

    Em 2010, ela criou o projeto O Carteiro Chegou, com o objetivo de estimular a prática da leitura e da escrita entre os estudantes. Mais de 200 pessoas participaram, entre alunos, professores e servidores da escola, funcionários dos Correios, membros da comunidade virtual e do site de relacionamento Orkut, entre outros. De acordo com Nancy, os alunos ficaram entusiasmados com o projeto. Sempre que o carteiro chegava, “era uma festa”.

    Entre as lições dessa experiência, ela destaca a de que educar é uma responsabilidade social e contínua. Portanto, vai além dos muros das escolas. Outra, a de que educar é um processo dinâmico, que requer inovação e aperfeiçoamento, sempre. Com persistência e objetivos coerentes, segundo Nancy, boas ações são realizadas, e o sucesso é possível. “Toda escola precisa de bons e comprometidos parceiros”, observa. “Os ganhos com o projeto foram coletivos e o sucesso, de todos; valeu a pena.”

    Fátima Schenini

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  • Na biblioteca da escola, os estudantes participam de rodas de leitura de livros, leem jornais e revistas e fazem a leitura e a releitura de elementos iconográficos (foto: João Bittar-arquivo MEC)Incentivar estudantes e seus familiares a se envolver com a leitura, de modo lúdico e recreativo, é uma das razões que levaram o professor Enildo da Paixão Rodrigues a promover atividades capazes de atrair os alunos à biblioteca da Escola de Ensino Fundamental Durmeval Trigueiro Mendes, em João Pessoa. Professor de português, ele também é coordenador da biblioteca, que leva o nome do poeta Lúcio Lins (1948-2005), nascido na capital paraibana.

    “Todas as escolas deveriam ter bibliotecas, com bom acervo e condições de funcionamento” afirma Rodrigues. “Isso deveria se dar não apenas nas escolas, mas também nos bairros.”

    Para o professor, bibliotecas contribuem para o desenvolvimento da cidadania. “É importante fazer os estudantes compreenderam que é por meio da leitura que cada indivíduo pode se capacitar melhor para vivenciar a sua cidadania e, dessa forma, exigir o cumprimento dos direitos individuais e coletivos”, salienta.

    Rodrigues vê a Biblioteca Lúcio Lins como uma espécie de prolongamento da sala de aula e de outros espaços educacionais. Ele explica que ali é organizada uma agenda semanal de leitura e de narração de histórias. Para essas atividades, os professores de português levam os alunos à biblioteca uma vez por semana. Lá, os estudantes participam de rodas de leitura de livros, leem jornais e revistas e fazem a leitura e a releitura de elementos iconográficos.

    Atividades— Na biblioteca são realizadas palestras, oficinas, mostras de filmes e de vídeos sobre temas diversos, como direitos humanos, sustentabilidade ambiental, cidadania, ações antidrogas, questões de gênero, alimentação saudável, saraus literários, datas históricas e religiosas. Os estudantes têm acesso livre, nos intervalos das aulas, e podem pegar, ao longo do mês, quantos livros emprestados quiserem.

    Em datas históricas, durante a semana cultural da escola ou quando é necessário fazer a divulgação de livros ou de material pedagógico, são organizadas exposições. A biblioteca também abriga a realização de atividades interdisciplinares, como música, circo, teatro e dança, com a participação de diversos professores.

    Rodrigues constata que as atividades ajudam os estudantes a ganhar desenvoltura na leitura e na formação do discurso, oral ou escrito. “Os alunos passam a vislumbrar a beleza das histórias literárias, aprendem a distinguir realidade de ficção e concluem que a biblioteca é um espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos”, destaca. “Além disso, é um ambiente no qual os estudantes aprendem a ler, a pesquisar e a compor textos de forma autônoma.”

    A Biblioteca Lúcio Lins também é um local para a realização de projetos. Um deles, o Viajando Através das Histórias Infanto-Juvenis, criado para desenvolver a capacidade de leitura de alunos com dificuldade de aprendizagem. Outro projeto é o Conhecendo Nossa Comunidade e Escola, destinado a promover visitas a locais próximos à escola e a permitir que os estudantes conheçam projetos voluntários realizados na própria comunidade.

    “O objetivo é fazer o aluno participar, na prática, da vida da comunidade e exercer compromisso com a coletividade”, afirma Rodrigues. Com 38 anos de magistério, ele tem graduação em letras e especialização em educação em direitos humanos.

    Ana Júlia Silva de Souza

    Confira os blogs:
    • Da Escola Durmeval Trigueiro Mendes
    • Da Biblioteca Lúcio Lins

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  • A escritora Luciana Savaget conversa com os jovens sobre o Arquipélago de Galápagos (foto: arquivo FNDE)São Paulo – Além de incentivar a leitura, as atividades no estande do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) na Bienal do Livro de São Paulo buscam estimular a criatividade e atiçar a curiosidade dos estudantes. Pensando nisso, a escritora e jornalista Luciana Savaget convidou nesta quinta-feira, 16, os jovens alunos do primeiro e segundo anos do ensino médio da Escola Estadual Bairro Fazenda Grande, de Jundiaí (SP), para fazer uma viagem virtual pelo Arquipélago de Galápagos, no Pacífico, local onde Charles Darwin criou a Teoria da Evolução das Espécies.

    “O livro leva a gente para qualquer lugar”, comentou a escritora, que esteve no arquipélago em 1998 produzindo uma reportagem especial para o Globo Repórter. Do seu diário de viagem, surgiu a ideia de escrever um livro, unindo o cenário fantástico das ilhas a uma teia de crimes, intrigas e investigação.

    A obra Operação Galápagos conta a história de uma equipe de jornalistas que vai ao arquipélago para entrevistar um suposto chefe de uma quadrilha de tráfico de animais exóticos, travestido de defensor da preservação da natureza. “O livro mistura ficção com realidade e mostra um pouco do que vivi em Galápagos quando fui produzir a reportagem”, afirmou a escritora.

    Usando fotos que fez na época e imagens do programa de televisão, ela mostrou um pouco do arquipélago e convidou os alunos para uma fantástica viagem pelo mundo da leitura. “Esse contato com o público jovem é meu principal prêmio como escritora”, observou.

    Professora de português da Escola Bairro Fazenda Grande, Laura Carneiro defendeu a iniciativa, que une diversão e incentivo à leitura. “Nós já temos na escola um projeto para estimular a leitura e esse tipo de passeio cultural pode ajudar ainda mais”, afirmou.

    À tarde, foi a vez dos pequenos leitores. A escritora e ilustradora Lúcia Hiratsuka apresentou a obra Muliaos alunos do segundo, terceiro e quarto anos do ensino fundamental do Colégio Cristão AMA, de Carapicuíba (SP). A história estimula as crianças a visualizar um mundo diferente, um mundo de monstros. Conta que todos estavam treinando para uma competição de monstruosidades. Muli, no entanto, não assustava ninguém. Ele dava cambalhotas e, em vez de semear o medo, fazia os outros monstros rirem, o que lhe causava vergonha. Além de apresentar o livro, a autora também ensinou a desenhar o monstrinho.

    Na sequência, fechando as atividades do dia, houve contação de histórias com Sylvia Lohn, especialista em entreter e divertir a criançada.

    Nesta sexta-feira, 17, Júlio Emílio Braz apresentará seu livro Sikulume, voltado para o público juvenil, e haverá uma palestra para professores, com o tema A imagem nos livros infantis.

    Assessoria de Comunicação Social do FNDE
  • (arte: ACS/MEC)O amor pelas pessoas e pelos livros ocupa os dias de uma bibliotecária de Belém há 34 anos. Terezinha Maria de Jesus da Conceição Lima, a Teca Lima, acredita que a leitura oferece às pessoas a possibilidade de adquirir conhecimento, crescer, viajar, relaxar e amenizar o sofrimento. “A leitura é um momento de prazer”, destaca. Ela tem se preocupado em levar os livros até aqueles que estão mais distantes e isolados, como detentos e quilombolas. “Tudo dá certo quando gostamos de pessoas”, diz.

    Funcionária da Biblioteca Estadual do Pará, cedida ao município da capital, Teca trabalha na Biblioteca Pública Municipal Avertano Rocha, no distrito de Icoaraci. E foi ali que ela desenvolveu projeto com moradores de rua, o Tornar Visíveis os Invisíveis, um Desafio Instigante, um dos ganhadores da oitava edição do Prêmio Viva Leitura, iniciativa dos ministérios da Cultura e da Educação, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). Na premiação, entregue em maio deste ano, o projeto foi o vencedor da categoria 1, Biblioteca Viva. Teca o criou em 2014, a partir da observação da parcela da sociedade que inclui pedintes, guardadores de carros e artesãos.

    O trabalho, realizado em parceria com o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), contribuiu para a integração e o reconhecimento da comunidade em relação aos moradores em situação de rua. Segundo Teca, eles gostam de frequentar o espaço da biblioteca, onde não só têm oportunidade de ler e pegar livros emprestados, como de usar o computador e participar dos variados projetos culturais lá desenvolvidos. Um deles é o Boi Literário Paraense, promovido pela biblioteca há mais de 30 anos. Em preparação para a festa, realizada em 24 de junho, com brincadeiras típicas juninas, os homens participaram de oficinas de musicalidade e as mulheres dedicaram-se à personalização de indumentárias e bordados.

    Outra importante atividade promovida pela biblioteca é o Jardim Poético, realizado sempre em abril. Um dia inteiro é dedicado a atrações, como apresentações de banda e coral, além de exposição dos objetos de artesanato feitos pelos moradores de rua.

    Sorte — A biblioteca também apoia os projetos desenvolvidos pelo Centro Pop, como o Auto de Natal e a Paixão de Cristo, e atividades culturais, como o Cinema na Biblioteca, que contam sempre com a participação dos moradores de rua. “Deus me colocou na profissão acertada”, diz a bibliotecária, que tem especialização em organização de arquivos e em gestão pública. Inicialmente, ela sonhava em ser psicóloga. “A leitura tem me surpreendido além do que eu já sei, pois as possibilidades são intermináveis”, diz. “Afinal, é só se permitir deixar acontecer.”

    Teca acredita ter sorte de trabalhar naquele local. “É uma biblioteca dinâmica, atuante, com pessoas que comungam com os meus pensamentos”, afirma. “Tanto que todos os nossos projetos têm sempre a literatura como base para outras linguagens artísticas.”

    Prêmio — O Prêmio Vivaleitura foi o primeiro que Teca obteve em sua carreira, mas ela se sente premiada sempre que empresta um livro, vê que algum leitor conseguiu pesquisar sobre o assunto procurado ou que usuários da biblioteca são aprovados em concursos, entre outros pontos. “Isso, para mim, é um prêmio porque sei que tive uma pequena participação na realização de sonhos.”

    O prêmio recebido, no valor de R$ 25 mil, ajudou a implementar e incrementar o espaço de leitura criado no Centro Pop, com a doação de estantes e obras para o acervo. Os livros foram adquiridos a partir das indicações de assuntos e títulos feitas pelos próprios moradores de rua. Localizado na mesma rua da biblioteca, a quatro quarteirões de distância, o Centro Pop conta com profissionais dedicados a trabalhos como abordagem e triagem de moradores de rua, emissão de documentos e realização de oficinas.

    Fátima Schenini

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    Leia também:

  • Alunos do 4º ano vão passar a ter a capacidade de leitura e compreensão de textos avaliadas por um estudo internacional, o PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study). O exame é realizado por amostragem em larga escala em escolas públicas e privadas.

    A primeira aplicação do exame no Brasil será realizada em 2020 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC), que assinou termo de adesão ao estudo.

    De acordo com o secretário de Alfabetização da Pasta, Carlos Nadalim, o PIRLS é o principal exame do mundo focado especificamente em leitura, uma das prioridades do governo federal. “A adesão do Brasil ao PIRLS fortalece o desenvolvimento de políticas baseadas em evidências para melhorar a educação”, afirmou.

    Nadalim também ressaltou que os resultados permitirão uma comparação com outros 50 países que aplicam o exame, como Inglaterra, França, Estados Unidos, Suécia e Portugal, entre outros: “Os estudos comparativos de sistemas educacionais em todo o mundo permitem uma melhor compreensão das políticas e práticas que promovem o progresso educacional e desempenham um papel crítico para ajudar as nações a construir seu próprio conhecimento e capacidade de pesquisa”.

    PIRLS – O PIRLS é realizado a cada cinco anos pela IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), cooperativa internacional de instituições nacionais de pesquisa, acadêmicos e analistas que trabalham para avaliar, entender e melhorar a educação em todo o mundo. O Brasil faz parte da IEA, mas não estava entre os países que aplicam o PIRLS.

    A inclusão do Brasil entre os países que aplicam a avaliação segue as diretrizes da Política Nacional de Alfabetização (PNA), lançada em 11 de abril. A PNA inseriu o Brasil no rol de países que fundamentaram suas políticas educacionais de alfabetização nas mais atuais evidências científicas.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

  • Projeto que adota o telefone celular como ferramenta de leitura e de aprendizagem ajuda estudantes de escola do interior mineiro quanto à capacidade de articular ideias e de argumentar de forma escrita (foto: acropolemg.blogspot.com)Professor de história em escolas das redes estaduais de educação de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, Rodolfo Alves Pereira criou um blogue e um aplicativo para incentivar a leitura de textos históricos pelos alunos. Ele garante que os estudantes ganharam habilidade na leitura, capacidade de articular ideias e argumentos de forma escrita e se tornaram mais reflexivos.

    As inovações fazem parte do projeto O Celular como Ferramenta de Leitura e de Aprendizagem, iniciado há quatro anos com alunos do nono ano do ensino fundamental da Escola Estadual Luiz Salgado Lima, no município mineiro de Leopoldina. Em agosto do ano passado ─ até então, era usado apenas o telefone celular ─, o professor criou um aplicativo para facilitar o acesso dos alunos aos textos e conteúdos por ele postados no blogue.

    O aplicativo permite a postagem de textos de diversos gêneros, com notícias, mapas e pinturas. “Todo tipo de documento que sirva como fonte histórica de leitura e pesquisa em nossas aulas”, ressalta o professor. As novidades tornaram as aulas mais atrativas. Os estudantes passaram a ler mais e a registrar reflexões sobre os textos. “Muitas dessas reflexões são postadas no blogue e tornam os alunos produtores do conhecimento, na medida em que se posicionam e têm seus trabalhos publicados”, explica Rodolfo. Segundo ele, o projeto atende diretamente cerca de 90 estudantes, mas todos os alunos podem baixar o aplicativo e usá-lo em sala de aula.

    De acordo com o professor, o blogue tem apresentado resultados expressivos, quantitativa e qualitativamente. O trabalho deve ser intensificado este ano, a partir das propostas de manter o blogue atualizado com postagens de qualidade e de aumentar a participação dos alunos nas atividades de manutenção. “Vamos dar continuidade à metodologia aplicada, mesclando aulas tradicionais com o uso das tecnologias da informação no ensino-aprendizagem”, ressalta.

    Prêmio —O projeto foi um dos finalistas da sétima edição do Prêmio Vivaleitura, na categoria 2, destinada a escolas públicas e particulares, o que deixou o professor orgulhoso. “Ficar entre os finalistas significa um reconhecimento, a coroação de um ano de trabalho muito feliz e produtivo”, afirma. Ele revela que pretende dar prioridade ao desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para formar alunos leitores, reflexivos e capazes de exercer a cidadania em uma sociedade democrática e plural. “Terei de fortalecer os planos de aula para que os alunos tenham objetivos e metas claras e exequíveis”, diz.

    Graduado em história, com pós-graduação em ciências humanas, Rodolfo cursa especialização em cultura e história indígena na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
    O Prêmio Vivaleitura é uma iniciativa dos ministérios da Cultura e da Educação e da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI).

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue do projeto Acrópole

  • Escritores brasileiros e africanos de língua portuguesa ainda podem ser inscrever na terceira edição do concurso Literatura para Todos. O prazo para os autores enviarem as obras termina no dia 25 de agosto.


    O concurso, promovido pelo Ministério da Educação, vai distribuir R$ 90 mil entre oito escritores brasileiros e um de país africano de língua portuguesa — Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Cada autor selecionado receberá R$ 10 mil em dinheiro e terá a obra publicada e distribuída pelo MEC.


    Com um mínimo de 30 e o máximo de 40 páginas, as obras devem ser inéditas e específicas para novos leitores, que ainda estão aprendendo a ler e a escrever. Podem concorrer textos nas modalidades prosa (conto, novela ou crônica), poesia, perfil biográfico, dramaturgia e textos da tradição oral (em prosa ou em verso).


    Para esse novo público, inexperiente em termos de leitura, os livros devem ter narrativa atraente e não podem ser confundidos com tarefas escolares. Os textos devem favorecer o envolvimento afetivo do leitor e possibilitar a comunicação, a compreensão, o entendimento e a crítica.


    Entre os critérios de julgamento para a seleção das obras, serão valorizados fatores como linguagem capaz de estimular a imaginação, reflexão e narrativas que contribuam para a construção da consciência individual, social e ética. Não serão aceitos trabalhos com temas religiosos, que tratem de conduta moral ou com abordagens preconceituosas.


    Conforme o Edital nº 7/2009, os escritores brasileiros devem enviar os textos pelos Correios. Os africanos encaminharão as obras para as embaixadas do Brasil em seus países. 

    Assessoria de Comunicação Social

  • No desenvolvimento do projeto, os estudantes puderam entender que as pessoas são induzidas a comprar, consumir e doar, e que isso contribui com a expansão de uma ideia (foto: arquivo da EE Wilson de Almeida)O consumismo foi o ponto de partida para o desenvolvimento de trabalho na área de língua portuguesa em escola do município mato-grossense de Nova Olímpia. O projeto Os Múltiplos Sentidos de Consumismo nas Práticas de Leitura de Alunos do 8º Ano foi criado pela professora Kelsse Boffulin, da Escola Estadual Wilson de Almeida, a partir do tema, sugerido pelos próprios alunos.

    “O tema é pertinente, dada a realidade das últimas décadas, em que o acesso à informação e as facilidades de compra alargaram o cinturão consumista em todo o mundo”, avalia Kelsse. Professora de língua portuguesa em turmas do ensino fundamental e médio regular, ela leciona na escola há oito anos.

    Kelsse baseou o trabalho na teoria da análise de discurso, campo da linguística e da comunicação voltado para a análise da elaboração ideológica de um texto. “Isso nos permitiu construir com os alunos um conhecimento diferente sobre a leitura, compreendendo que esta é produzida no cruzamento de determinações histórico-ideológicas e na relação do sujeito leitor com o texto”, ressalta. “Dessa forma, o texto não deve ser tomado como uma unidade fechada de sentidos.”

    De acordo com a professora, as atividades propostas possibilitaram um estudo sobre o funcionamento da linguagem, sobre o que o texto diz, como diz, e os objetivos que o levaram a dizer. “Notamos que o trabalho com a leitura nessa perspectiva abriu novos olhares para o texto”, afirma. “Os alunos tomaram posicionamento diferente em relação à temática explorada — o consumismo —, compreendendo que o discurso é produzido a fim de provocar no interlocutor efeitos de sentido determinados.”

    Para Kelsse, os estudantes puderam compreender que o texto ou discurso é regido por condições de produção. Entenderam, por exemplo, que a mídia trabalha para induzir o sujeito a algo, seja comprar, consumir, doar. E que isso contribui com a expansão de uma ideia, uma ideologia, “que muitas vezes não é declarada, mas é percebida quando feitos os questionamentos à materialidade do discurso”.

    Atividades — Com atividades variadas, que incluíam leitura, debates, conversa, quadro comparativo de textos diversos, como artigos, poemas, tirinhas, músicas e propagandas, o projeto foi desenvolvido em 2014, em um bimestre. Uma das atividades foi a confecção de um boneco de papel-machê, de modo a textualizar, na escultura, a relação sujeito versus consumismo. Isso, na visão de Kelsse, serviu para dar corporeidade ao poema Eu, Etiqueta, de Carlos Drummond de Andrade. Segundo ela, os estudantes foram protagonistas das atividades e participaram com entusiasmo ao manifestar opiniões, pontos de vista e posições em relação à temática.

    Outra atividade que despertou o interesse dos estudantes foi a produção de um jornal impresso, o Notícias WA, destinado a divulgar fotos de atividades realizadas no decorrer do projeto, registradas tanto na sala de aula quanto em ocasiões extraclasse. Da edição constam comentários de alunos sobre o processo que experimentaram durante a realização do projeto. “Esses relatos foram coletados por meio de texto escrito, em atividade proposta à turma, na qual fizeram uma avaliação do trabalho que realizamos”, diz a professora. Os estudantes comentaram os textos, as tirinhas, os filmes, as propagandas, a música, a construção e a exposição na escola do boneco Eu-Etiqueta. Eles falaram ainda sobre como esse trabalho contribuiu para que considerassem a língua portuguesa sob perspectivas diferentes daquela a que estavam condicionados a fazer.

    Fátima Schenini

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  • Na escola potiguar, o projeto que inclui a literatura de cordel ajudou a aumentar entre os alunos o interesse pela leitura, interpretação e elaboração de textos (foto: arquivo da professora Sandra Barbalho)No município potiguar de Parnamirim, a literatura de cordel é estimulada nas unidades de ensino. Além do projeto Cordel na Escola, da secretaria de Educação, algumas instituições desenvolvem experiências próprias. Um exemplo é a Escola Municipal Professora Íris de Almeida Matos. Lá é feito um trabalho com literatura de cordel há três anos.

    Graduada em pedagogia, a professora Sandra Macedo Barbalho, responsável pelo trabalho, está no magistério há 11 anos, com passagem pelas escolas Professora Eulina Augusta e Neilza Gomes. Nesse período, a literatura de cordel sempre fez parte de suas aulas. “É notório o interesse por parte dos alunos”, destaca. “Consequentemente, o comportamento melhora, bem como a aprendizagem.”

    De acordo com a diretora, Andréia Cristiane dos Santos Xavier, a escola sempre desenvolveu atividades voltadas para a leitura, mas os professores se queixavam da falta de estímulo por parte das famílias. “Isso me causava inquietação”, diz Andréia. Ao constatar que algumas famílias não podiam oferecer instrumentos de leitura, tanto por questões financeiras quanto por falta de interesse, a comunidade escolar entendeu sua responsabilidade na questão. Teve início, então, uma mobilização. As primeiras atividades foram um carrinho literário e rodas de leitura.

    Percebido o interesse das crianças, foi criado o projeto Sopa de Letrinhas, destinado a formar leitores. “Para despertar a magia guardada nos livros, surgiram os mediadores mirins de leitura literária do projeto, alunos com perfil leitor, carismáticos e desinibidos”, explica Andréia, que é formada em pedagogia e especialista em coordenação pedagógica.

    O projeto cresceu e incluiu eventos literários como a Sopa de Letrinhas Sabor Cordel, com o cordelista José Acaci, a pedido da professora Sandra. Ficou acertado, então, que este ano a escola seria uma das instituições participantes do projeto Cordel na Escola, da secretaria de Educação, que a cada ano reúne quatro escolas.

    Segundo a diretora, com a realização do Sopa de Letrinhas foi possível observar diversas melhorias no comportamento dos alunos. Aumentou o interesse pela leitura, interpretação e escrita de textos, houve desenvolvimento da criatividade e do respeito em ouvir o outro. Os estudantes também ganharam postura ao se apresentar em público e se tornaram mais participativos. A escola, que tem 500 alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, passou a participar também do projeto Rede Potiguar de Escolas Leitoras, que incentiva a promoção da leitura nas instituições públicas de ensino.

    Fátima Schenini



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  • A psicanalista Beatriz Schwab salienta que narração de histórias nas sessões de terapia está entre as prioridades do projeto desenvolvido em Brasília: “O livro passa a ser tudo na vida dessas crianças e adolescentes” (foto: Mariana Leal/MEC) As páginas de todos aqueles livros da estante guardam muito mais do que histórias reais ou imaginadas, versos e aventuras. Podem abrigar na sequência das palavras a cura das alegrias roubadas de uma fase da infância ou da adolescência. Para todos eles, crianças e adolescentes vítimas da violência sexual, a descoberta do mundo da leitura tem ajudado a superar uma dor profunda e calada, que às vezes a família demora a perceber. Desde 2015, os profissionais voluntários do Instituto Chamaeleon (leia-se camáleon), instituição sem fins lucrativos, com sede em Brasília, têm usado oficinas de leitura, narração de histórias e produção de textos no atendimento gratuito a crianças e adolescentes do Distrito Federal no propósito de resgatar sonhos interrompidos e o otimismo com o futuro.

    Denominado Literatura que Cura, o projeto foi premiado este ano na oitava edição do Viva Leitura, na categoria 3, Territórios da Leitura. O concurso é realizado desde 2006 pelos ministérios da Educação e da Cultura, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI).

    O projeto já atendeu a 200 crianças e adolescentes vítimas da violência sexual. Os resultados têm sido tão positivos que a psicanalista Beatriz Schwab, presidente e fundadora do instituto, pretende aprimorá-lo. “Quando chegam aqui, querem ficar na internet, como qualquer outro da idade deles, mas vamos incentivando a leitura e, no final, o livro passa a ser tudo na vida dessas crianças e adolescentes”, conta.

    Atualmente, 52 crianças e adolescentes, vítimas de abuso e com dificuldades de aprendizagem, são atendidos pelo projeto, que dá prioridade a oficinas de leitura, produção de textos, desenho e narração de histórias nas sessões de terapia. Beatriz explica que o trabalho psicoterapêutico com base na leitura tem repercutido em melhor desempenho em sala de aula e redução dos casos de evasão. “Muitos abusos ocorrem no ambiente escolar, praticados por colegas ou mesmo professores”, afirma. A consequência imediata é a mudança do comportamento. “Muitos pais não percebem o real motivo pelo qual a criança ou o adolescente não quer ir para a escola”, acrescenta. “Crianças e adolescentes que sofrem abuso se tornam, de uma hora para outra, agressivos ou se isolam, querendo, por exemplo, ficar trancados no quarto. É preciso ficar atento.”

    Voluntários — O projeto Literatura que Cura tem o incentivo da Vara Regional de Atos Infracionais da Infância e da Juventude do Distrito Federal e conta com o trabalho voluntário e especializado de psicólogos e profissionais da saúde, da educação, da cultura, das artes e do direito. “Por meio da literatura, dos livros, das histórias contadas, das rodas de leitura, dos saraus, do nosso clubinho da leitura, dos bate-papos literários e das atividades de formação de leitores, conseguimos transformar realidades massacradas pela dor, agonia e desesperança”, afirma Beatriz.

    Os psicólogos do projeto oferecem treinamento aos contadores de histórias e aos oficineiros que trabalham com as crianças e adolescentes. Além de atuar nas sessões de terapia, os profissionais do instituto visitam creches e escolas e participam de palestras sobre a violência sexual contra adolescentes e crianças. A ideia básica é que as vítimas aprendam a preencher os momentos solitários com lembranças agradáveis, não deixando espaço para a tristeza e as recordações ruins. Em reuniões mensais, os diretores do Instituto Chamaeleon definem os temas de leitura que serão adotados nas oficinais de amenização de traumas. Além de ouvir as histórias, as crianças e adolescentes vítimas de abuso e maus-tratos participam de workshops de produção de textos, de criação de poesias, de leituras dramáticas e de desenho.

    No ano passado, a pedagoga Patrícia Mezini, professora de ensino religioso em escola particular de Brasília, participou das atividades do instituto, ora como alfabetizadora, ora como contadora de histórias. Era a Tia Paty, que uma vez por semana ensinava a ler crianças com dificuldades de aprendizagem. “É muito gratificante ser um instrumento do bem, se colocar no lugar do outro, perceber seu sofrimento; aprendi muito com essas crianças. Eu dei amor, mas recebi amor também”, lembra. “Aconselho a todos a reservar um pouco do seu tempo para ações de voluntariado.”

    De acordo com Patrícia, vivemos em um tempo no qual as pessoas são egoístas e cuidam apenas de si. “Criança é tudo de bom; não importa se pobres ou ricas; são todas uma bênção de Deus”, diz.

    Nas sessões de leitura, a cada livro lido, a criança ou o adolescente é incentivado a fazer um pequeno relatório sobre o que entendeu e como aquela história pode contribuir para a sua vida. De acordo com Beatriz, os depoimentos de pais e responsáveis revelam um quadro de melhor autoestima das crianças e jovens que participaram do projeto Literatura que Cura. “O trauma nunca vai sumir, mas é possível conviver com ele e entender que elas foram vítimas de uma agressão e não tiveram culpa pelo acontecido”, afirma. “Temos relatos de adultos que constituíram família e conseguem trilhar a vida.”

    Desafio — O projeto tem sido custeado por empresárias brasilienses que também doam livros, roupas, brinquedos, alimentos e ajudam a arcar com as passagens dos pacientes mais carentes, que moram longe do local de atendimento. O desafio atual do projeto Literatura que Cura é levantar recursos para publicar os cinco livros da coleção infantojuvenil Confrades do Bem. A ilustração e a edição do material já foram concluídas, com o apoio de profissionais voluntários.

    Um desses livros traz cinco histórias escritas por crianças e adolescentes que participam do projeto e se inscreveram no concurso de produção de textos realizado pelo instituto. “As histórias não são sobre as suas dores. Nós não focamos a violência, mas um mundo melhor”, explica Beatriz. “E eles escrevem sobre esse olhar positivo sobre a vida futura nesse mundo.”

    Mais informações sobre o atendimento na página do Instituto Chamaeleon na internet e no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    Rovênia Amorim

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  • A escritora Benita Prieto conta histórias no estande do FNDE na Bienal (Foto: Arquivo/FNDE) Rio de Janeiro – “Quem não gosta de ouvir uma boa história?”, indagou a escritora Benita Prieto, durante uma das apresentações desta terça-feira, 3, no Espaço de Leitura do estande do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no Pavilhão Verde da 16ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Com entusiasmo, a escritora conseguiu prender a atenção da garotada enquanto contava histórias de ação, aventura, drama e terror. Nas duas apresentações, ela chegou a interpretar oito obras.

    “Adoro esse clima de intimidade com as crianças e gosto de envolvê-las na narrativa. Esse auditório montado aqui no estande é muito bom por isso, deixa os meninos bem perto da gente. Assim a interação é maior”, afirmou a escritora que possui mais de 15 anos de experiência como contadora de histórias.

    As crianças fizeram do local uma extensão da sala de aula e não hesitaram em fazer perguntas e contar suas experiências. Algumas foram chamadas à frente e interpretaram personagens das histórias.

    Para os professores, o momento serviu para auxiliar o trabalho já desenvolvido na escola. “No nosso colégio também temos um espaço de leitura. Fiz questão de trazer as crianças aqui para que elas entendessem a importância desse ambiente, que desperta a imaginação e a vontade de aprender. Todas gostaram muito”, disse a professora Jorgina Marques, que leciona para alunos do primeiro ao quarto ano da Escola Santa Isabel, de Santa Cruz, bairro da capital fluminense.

    Também passaram pelo estande montado no pavilhão verde do Riocentro os escritores Luiz Antônio Aguiar e Otávio Júnior. Amanhã, dia 4, o Espaço de Leitura do FNDE recebe os autores Nilma Gonçalves Lacerda, Mauricio Veneza, Luciana Sandroni e Ilana Pogrebinschi.

    A 16ª Bienal do Livro do Rio começou no dia 29 de agosto e será encerrada no próximo domingo, 8 de setembro. Até lá, vários artistas passarão pelo estande do FNDE para ministrar palestras e oficinas, sempre com o objetivo de incentivar o hábito da leitura e o gosto pela arte. Para ver a agenda completa da Bienal, clique aqui.

    Assessoria de Comunicação Social
  • O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira, 6, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) — Programme for International Student Assessment —, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O desempenho médio dos estudantes brasileiros na avaliação de leitura foi de 407 pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE: 493. O desempenho médio na rede estadual foi de 402 pontos, enquanto na rede municipal observou-se desempenho médio de 325.

    Em entrevista coletiva, o ministro da Educação, Mendonça Filho, previu que o protagonismo de estados e municípios deve ajudar a melhorar os índices de leitura. “Nossas ações levarão prioridade para a alfabetização, em parceria com os municípios no que diz respeito ao ensino fundamental”, afirmou. A criança mal alfabetizada acumula mau desempenho no ensino fundamental e chega ao ensino médio com deficiências muito graves, que prejudicam o desempenho global da educação.”

    Estudantes da rede federal de ensino tiveram o melhor desempenho em leitura (528 pontos) e superaram a média nacional, mas não estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular (493). Por unidade federativa, o Espírito Santo teve melhor desempenho (441 pontos) e Alagoas, o mais fraco (362). Em todas elas, o desempenho em leitura das meninas superou o dos meninos. A Bahia apresentou a maior diferença (34 pontos) e Mato Grosso do Sul, a menor (8).

     Os estudantes brasileiros mostraram melhor desempenho com textos representativos de situação pessoal (e-mails, mensagens instantâneas, blogues, cartas pessoais, textos literários e textos informativos) e desempenho inferior ao lidar com textos de situação pública (textos e documentos oficiais, notas públicas e notícias). Itens com textos contínuos foram mais fáceis para os estudantes brasileiros. Esses textos são definidos por sua organização em orações e parágrafos, típicos de textos argumentativos, contos e romance, por exemplo.

    Itens com textos em formato combinado foram mais difíceis para os estudantes, o que correspondeu, de modo geral, a índices de desempenho mais altos. O formato de texto combinado caracteriza-se pela junção de parágrafos em prosa e listas, gráficos, tabelas ou diagramas. Itens que envolveram localização e recuperação de informação foram mais fáceis para os estudantes brasileiros, enquanto aqueles que envolveram integração e interpretação foram mais difíceis.

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    Assessoria de Comunicação Social 


  • Estimular a leitura desde a infância é um dos importantes papéis a serem exercidos pelos pais. A opinião é da escritora Gacy Simas, diretora do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal e entrevistada do programa Educação no Ar exibido nesta quinta-feira, 25, pela TV MEC. Para Gacy, que também é formada em filosofia, a leitura deve ser incorporada às atividades normais do cotidiano.

    “Se você está fazendo uma faculdade, no material que é obrigado a ler, estando perto do seu filho pequeno, leia numa entonação diferente, e a criança vai olhar e se perguntar: ‘Por que meu pai está lendo assim?’ Isso vai despertar a curiosidade”, sugere.  “A gente separa um tempo para ir nadar ou ir à academia e, quando chega em casa, não tem disposição para ler um livro com o filho?”  

    Gacy diz acompanhar, com entusiasmo, o surgimento de novos escritores. Entre estes, destaca que os autores mirins, como alguns revelados na última Feira do Livro de Brasília, em julho de 2016, vêm se integrando aos estreantes na literatura.  “Recebemos crianças de escolas públicas que já estavam no segundo livro [publicado]”, comenta. “Temos desde os pequenos até pessoas com 70 anos escrevendo o seu primeiro livro. Então, não existe uma faixa etária [específica].”   

    O surgimento desses novos autores, de acordo com a avaliação da escritora, também repercute em uma juventude mais centrada na leitura – o que ela atribui ao ambiente escolar. “Em Brasília, notamos que os adolescentes são mais incentivados pelos professores. As escolas estão trabalhando sempre para elevar esse número de leitores. Com incentivos como participação em feiras, bienais, salões de livro, o número de leitores, com certeza cresce.”

    Mercado – Dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) registram aumento de 28% nas vendas do gênero literatura infantil entre os anos de 2015 e 2016 – período durante o qual, paradoxalmente, foi constatada uma queda de 9,7% nas vendas gerais de livros. Para a escritora, é importante valorizar o dado referente ao segmento infantil: “O mercado está crescendo bastante, e com isso há uma variedade grande. Quem ganha é a população”.

    A diretora avalia que as escolas de Brasília se destacam pelo estímulo, entre os adolescentes, ao hábito de ler (Frame: TV MEC)Com 21 títulos publicados em português e espanhol, Gacy, defensora do mercado impresso da leitura, afirma que os livros em papel sempre terão o seu lugar nas prateleiras. Reconhece, porém, a força do mundo digital, que avalia como importante instrumento auxiliar: “Nós, educadores e pais, devemos fazer com que as tecnologias sejam aliadas, porque elas fazem parte da nossa época. Não se pode abafar nem tolher. Mas devemos regular. Existe a necessidade de usar essa tecnologia para uma coisa mais construtiva, para [estimular] a criatividade”.

    A dica, acentua a educadora, é buscar blogues ou até mesmo criar algum, como espaço para exercitar a escrita. Na avaliação de Gacy, este é um novo universo que permite tanto às crianças e jovens quanto aos mais velhos o exercício livre da crítica literária, da escrita e do compartilhamento de experiências e estudos.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A campanha Um Livro de Coração foi um sucesso e cumpriu a proposta de difundir a leitura, com a distribuição de cerca de 300 livros (Foto: Divulgação)

    Recife, 27/11/2017 – O domingo, 26, trouxe ao bairro do Recife Antigo muito sol, leitura e manifestações culturais, com a nova edição da campanha Um Livro de Coração, promovida pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com apoio do Ministério da Educação e da Prefeitura do Recife. Entre doações e arrecadações, aproximadamente 300 livros e 100 DVDs ganharam um novo destino, cumprindo com sucesso a proposta da campanha, de difundir a leitura ao máximo para quem está sempre buscando conhecimento.

    O estande funcionou das 9h às 16h na avenida Alfredo Lisboa, pertinho do Marco Zero, e movimentou o dia de quem estava nos arredores. Alguns não conheciam a programação e foram pegos de surpresa, como o professor de filosofia George Rodrigues que, ao descobrir que os livros eram gratuitos, chamou mais dois amigos professores para levar obras para casa. Ele avaliou a ação como “bastante positiva, pois é uma oportunidade de aproximar a Fundaj da sociedade, dar notoriedade à leitura e permitir que o trabalho da instituição se abra para além dos níveis acadêmicos”.

    Já Renata Paula trabalha no Recife Antigo como socorrista do Samu todos os domingos, e aproveita cada edição do evento para pegar um exemplar. Desta vez, optou pelo livro Programa Saúde da Família, buscando sempre se aprofundar em sua área. "Onde tem conhecimento, tem tudo", avalia. Também a historiadora e técnica de arquivo da UFPE, Maria Cristina Balbino, escolheu o livro A Cultura do Açúcar justamente por dialogar com sua área de atuação. “A cultura do açúcar é a nossa cultura, é importante ter conhecimento do que somos hoje.”

    Durante a distribuição, a atriz a contadora de história Francis de Souza escolhia alguém do público e chegava junto para contar um pouco da história do menino Quinzin, que percebeu os direitos iguais para negros e brancos e depois se tornou o abolicionista Joaquim Nabuco. “Tu sabia que Quinzin foi criado no Engenho Massangana junto com os escravos e não via diferença nenhuma entre ele e outras crianças?”, relatava ela, explicando como Nabuco cresceu com essa concepção, foi estudar fora, voltou, e se tornou a primeira pessoa a defender os direitos do escravo negro.

    Além de Francis, as outras atrações que marcaram o evento foram as oficinas de máscaras para a criançada, com o bonequeiro Paulo Germano pela manhã e o ator Emanuel David pela tarde.

    Juntando as quatro edições, desde agosto, a campanha Um Livro de Coração já doou mais de dois mil livros e cerca de trezentos DVD's na capital pernambucana.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Cada uma das quatro iniciativas vencedoras receberá prêmio de R$ 25 mil (arte: ACS/MEC) Escolas, bibliotecas, entidades e cidadãos, crianças e jovens incluídos, que desenvolvam projetos de formação de leitores em todo o Brasil têm até 13 de março para se inscrever gratuitamente no 8º Prêmio Viva Leitura. Nesta edição, quatro iniciativas dividirão R$ 100 mil.

    A ação conjunta dos ministérios da Educação e da Cultura busca reconhecer as melhores experiências de promoção da leitura no país. Este ano, a novidade é o interesse por projetos que tenham crianças e jovens como protagonistas. Além da possibilidade de fazer a inscrição individualmente, com autorização dos responsáveis, eles também podem aparecer no público-alvo das iniciativas. 

    “Tem os dois vieses: os projetos em que a criança e o jovem são beneficiários, mas também — e principalmente — estamos tentando mapear e incentivar projetos em que as crianças sejam protagonistas da ação”, diz o titular da Diretoria do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca do Ministério da Cultura, Volnei Canônica. “Não só a criança que montou uma biblioteca, mas também aquela que está desenvolvendo ações de leitura na escola, que faz diferentes ações envolvendo sua família e as famílias da comunidade.”

    Este ano, as inscrições para o prêmio tiveram início no último dia 29 de janeiro. Serão escolhidos projetos em quatro categorias:

    • Biblioteca Viva, para bibliotecas comunitárias e públicas.
    • Escola Promotora de Leitura, para instituições públicas.
    • Território da Leitura, para entidades que promovam o hábito da leitura em espaços diversos.
    • Cidadão Promotor de Leitura, para ações individuais.

    Cada iniciativa vencedora receberá R$ 25 mil.

    “O prêmio tem um potencial multiplicador incrível porque vai compartilhar com o país a riqueza de várias experiências a serem inscritas e que até então eram desconhecidas”, diz a coordenadora-geral de materiais didáticos do MEC, Tassiana Cunha Carvalho. “Essas ações têm de ser reconhecidas, recompensadas e divulgadas porque assim incentivamos o brasileiro a ser mais leitor.”

    Além do incentivo em dinheiro aos projetos vencedores, o prêmio distingue, com a menção honrosa José Mindlin, iniciativas que se destaquem pelo impacto e abrangência.

    Incentivo — Criado em 2006, após o Ano Ibero-Americano da Leitura, o Viva Leitura integra as ações do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) como uma forma de incentivar a sociedade e mapear as ações desenvolvidas fora do âmbito governamental. “O país tem um déficit muito grande de leitura, um número muito alto de analfabetismo funcional, e essas práticas desenvolvidas em todo o território brasileiro são importantes para contribuir com as políticas públicas e com a redução do analfabetismo funcional”, considera Volnei Canônica. Segundo ele, desde a primeira edição, o prêmio teve mais de 13 mil projetos inscritos, um número expressivo, que precisa ser conhecido para gerar novos frutos. Por isso, de acordo com o diretor, mesmo aquelas iniciativas que não receberam a comenda vão compor um banco de boas práticas de leitura, com previsão de estar disponível ainda neste primeiro semestre.

    Conforme Tassiana Carvalho, a disseminação das ações gera um hábito que acaba repercutindo diretamente na escola. “A leitura é um instrumento muito importante no processo de aprendizagem; não adianta ela estar só ali dentro do componente curricular na escola”, afirma. “Quando o aluno adquire o hábito de fazer a leitura fora desse ambiente, acaba diversificando os atributos que tem para desenvolver esse conhecimento; ele se aprofunda.”

    O prêmio conta também com a parceria da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). Além disso, tem o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Fundação Santillana, da Espanha.

    As inscrições devem ser feitas na página do Prêmio Viva Leitura de 2016 na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

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