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  • Os jogos ajudam a desenvolver habilidades acadêmicas e ampliar a atenção, a concentração e o autocontrole (foto: carminatimaricato.blogspot.com.br)Os jogos, com suas regras, podem ser recurso pedagógico eficaz para a aprendizagem de estudantes que apresentam transtorno de déficit de atenção–hiperatividade (TDAH). Além de contribuir para desenvolver habilidades acadêmicas como leitura, escrita e aritmética, eles colaboram para a melhoria da atenção, da concentração e do autocontrole.

    A conclusão faz parte dos resultados da dissertação de mestrado em educação da psicopedagoga Rebeca Andrade, na Universidade de Brasília (UnB). Ela investigou a influência dos jogos no desempenho escolar e no desenvolvimento de habilidades sociais de crianças com TDAH. As atividades foram desenvolvidas no primeiro semestre de 2011, com estudantes de turmas do segundo ao quarto ano do ensino fundamental da rede pública do Distrito Federal.

    Com graduação em pedagogia e habilitação em magistério para séries iniciais e para educação especial, Rebeca já atuou como professora em turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, de educação infantil e de educação de jovens e adultos (EJA). Atualmente, trabalha como pedagoga institucional da Escola-Classe 10 de Sobradinho, uma das regiões administrativas do Distrito Federal. Uma de suas funções é atender demandas de dificuldades de aprendizagem, em atuação interventiva e preventiva com os alunos.

    De acordo com a professora, o primeiro passo de uma intervenção é fazer a avaliação das crianças quanto ao desenvolvimento cognitivo. São feitas aferições pedagógicas e psicológicas para investigar indícios de deficiência intelectual ou problemas de ordem psicológica, neurológica ou até mesmo psiquiátrica que estejam inibindo o processo de aprendizagem escolar. “Nesse caso, fazemos encaminhamentos externos, de modo que a família possa procurar o atendimento médico necessário para a complementação diagnóstica”, esclarece.

    Histórico — No processo de avaliação são consideradas, segundo Rebeca, informações das famílias sobre o histórico de desenvolvimento da criança e relatos dos professores quanto às dificuldades por ela apresentadas e intervenções já desenvolvidas para sanar as dificuldades percebidas. Após esse processo de investigação inicial, os alunos são encaminhados a atendimento em grupo, individual ou indireto (por meio de atividades sugeridas ao professor para desenvolvimento em sala de aula). “O atendimento sempre privilegia o uso de jogos”, ressalta.

    Rebeca também assessora o trabalho pedagógico dos professores e da direção e oferece subsídios para a realização das atividades. “Se um professor relata que os alunos não estão conseguindo aprender operações de soma com reagrupamento, minha função é planejar, com esse professor, atividades diferenciadas para alcançar essa aprendizagem.”

    Outra função que a professora exerce é a de promover formação continuada durante o ano letivo, com assuntos variados, como inclusão escolar, adaptação curricular e TDAH. “No momento, estamos desenvolvendo formação em educação matemática para atender à demanda das dificuldades identificadas no início do ano, principalmente entre alunos do quarto e do quinto anos”, salienta.

    Fátima Schenini

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  • Interessada em mudar o cenário da falta de interesse dos estudantes pelos textos literários trabalhados nos livros didáticos, a professora Márcia Timidati Raimundo, de Diamantino, Mato Grosso, desenvolve, desde 2004, o projeto Jornal da Turma. A proposta da professora da Escola Estadual Irmã Lucinda Facchini é a construção de uma ponte entre aluno e professor capaz de fornecer instrumentos para que os jovens percebam a leitura como uma necessidade e um prazer.

    “Ler é uma atividade que exige habilidade de fazer perguntas a um texto, buscar respostas e saber onde encontrá-las. Nesse contexto, ler seria dialogar com o texto, no sentido mais amplo possível”, diz Márcia, que leciona língua portuguesa a alunos do nono ano do ensino fundamental (oitava série). Na visão da professora, a produção de um jornal pode levar os alunos a desenvolver não só o intelecto, mas a competência e as habilidades necessárias em situações que envolvam a linguagem verbal. Ela acredita ainda que a atividade contribui para capacitar os estudantes a produzir e interpretar diferentes textos.

    O projeto de montagem, criação e edição do jornal é desenvolvido de agosto a outubro. Depois de pronto, ele fica exposto em painéis para ser visto e lido por todos na escola e pelos familiares dos alunos. A publicação tem várias seções, como notícias culturais e esportivas, curiosidades, moda, culinária e editorial. “Esperado e aguardado por todos, o jornal já é tradição na escola”, destaca Márcia. Para ela, essa é uma forma diferente de se produzir leitura, que usa a criatividade e desenvolve o senso critico e a cidadania. Um dos resultados alcançados é a mudança de comportamento dos alunos nas aulas de língua portuguesa. “Principalmente, quanto ao interesse e participação”, esclarece.

    Com graduação em pedagogia e em letras anglo-portuguesas e especialização em psicopedagogia e no método Montessori-Lubienska, Márcia desenvolve outras atividades relacionadas à leitura, como elaboração de diálogos e participação em grupos de produção de texto, nos quais os alunos cantam, fazem mímica e dramatizações. Os estudantes também leem os blogues da escola e da professora e publicam atividades no facebook.

    Segundo Márcia, que está no magistério há 24 anos, o trabalho nunca acaba e vai sempre se repetindo. “Corrigem-se as falhas, cria-se um novo formato, mexe-se aqui e ali, e vamos sempre em busca do aprendizado, o nosso e o de nossos alunos.”

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e nos blogues da Escola Irmã Lucinda Facchini e da professora Márcia Raimundo

  • Na escola de Mossoró, jornais são usados em sala de aulas para tornar as aulas de língua portuguesa mais descontraídas e ajudar na aprendizagem, pois contemplam vários gêneros textuais (foto: arquivo da escola)A necessidade de dominar a língua portuguesa para melhorar a interação entre as pessoas torna a disciplina muito importante na Escola Municipal Genildo Miranda. Localizada na área rural de Mossoró, Rio Grande do Norte, a instituição tem 146 estudantes matriculados em turmas do sexto ao nono ano do ensino fundamental.

    “O domínio da língua materna é de fundamental importância para a comunicação e interação entre as pessoas”, diz a professora Elisabeth Marques, coordenadora pedagógica da unidade de ensino. “Nesse sentido, nossa escola investe em atividades de leitura, compreensão e produção de textos.”

    Com experiência de 26 anos de magistério, 21 dos quais na sala de aula, como professora polivalente em turmas do primeiro ao quinto ano e da educação infantil, Elisabeth tem especialização em linguagens e educação. Ela explica que a escola dá ênfase à leitura. Tanto que, este ano, desenvolveu o projeto Leitura e Escrita, um Compromisso de Todas as Disciplinas. Durante as aulas, os estudantes participam de diferentes atividades, com livro didático e caderno e também com computadores, no laboratório de informática.

    Na mesma escola, a professora Jeane Mendes Pinheiro usa jornais nas aulas. Segundo ela, além de tornar as aulas de língua portuguesa mais descontraídas, os periódicos contribuem para a aprendizagem, pois contemplam vários gêneros textuais. “Os resultados são os melhores possíveis”, diz Jeane, que leciona a turmas do sexto ao nono ano.

    Sempre que ensina um conteúdo, Jeane leva jornais à sala de aula para que os estudantes façam leitura espontânea. Ao verificar que todos estão envolvidos no processo, ela pede que identifiquem temas relacionados aos conhecimentos gramaticais inseridos na leitura. “Eles vão reconhecendo as classes gramaticais de forma bem interessante, seja um substantivo, um adjetivo, um pronome”, destaca. “E a aprendizagem vai ocorrendo naturalmente. Os jornais oferecem informações que enriquecem os conhecimentos dos alunos e os tornam leitores proficientes.”

    Formada em letras, com experiência de dez anos no magistério, a professora também usa nas aulas recursos como debates, rodas de leitura e produção de textos.

    Livro— De acordo com o diretor da escola, Luciano Ricardo Lima, os professores sempre aplicam novas metodologias para alcançar bons resultados na aprendizagem dos alunos. Assim, textos e histórias em quadrinhos produzidos pelos estudantes serão transformados em um livro, que fará parte do acervo da biblioteca da instituição. Há nove anos na direção dessa escola, Lima é formado em letras, com especialização em gestão escolar.

    Fátima Schenini

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    Confira o blog da EM Genildo Miranda
  • Pablo de Siqueira Emerich tem 10 anos, mora em Brasília e desde pequeno adora ler. “Eu gosto de livros com muitos heróis, vilões e muita fantasia; acho que é mais emocionante”, conta. Além do gosto pelas aventuras, o estudante do sexto ano do ensino fundamental sabe que, ao ler, também aprende. “Eu escrevo melhor, leio melhor em voz alta, com uma dicção melhor, e também aprendo novas palavras”.

    O gosto pelo fantástico, conta Pablo, aprendeu com os pais, que compartilham com ele desde cedo suas histórias preferidas e atiçaram a curiosidade do garoto. O prazer da leitura também é dividido com os amigos, que conversam sobre o que leem e ampliam, assim, o alcance das histórias. O livro preferido de Pablo é o Hobbit, do escritor inglês J.R.R. Tolkien, e faz parte da saga O Senhor dos Anéis.

    O Dia Nacional do Livro Infantil é comemorado nesta terça-feira, 18. Criada em 2002, a data é homenagem ao escritor Monteiro Lobato, nascido em 18 de abril de 1882. A obra mais conhecida do autor é o Sítio do Picapau Amarelo, voltada ao público infanto-juvenil – a história se passa no sítio da Dona Benta, avó de Narizinho e Pedrinho, onde habitam criaturas como o Visconde Sabugosa e a Cuca.

    Programa – O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao MEC, investiu no ano passado R$ 102 milhões na aquisição de 19.941.134 de livros de literatura por meio Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização na Idade Certa (PNLD/PNAIC). As obras serão distribuídas até o final deste ano a 95.133 mil escolas, para turmas do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental da rede pública.

    Nesta edição, o programa oferta dois acervos com até 35 títulos para cada categoria - primeiro, segundo e terceiro anos -, em um total de 210 títulos. Ao todo, serão distribuídos 583.504 acervos que atenderão 7.491.173 de alunos. “Esse livros são importantes porque apoiam o professor no processo de alfabetização dos estudantes, proporcionando prática de leitura adequada à fixação do aprendizado nesta etapa de ensino”, explica a chefe da Divisão de Apoio aos Programas do Livro do FNDE, Camila de Oliveira.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • A professora Helena Pereira acredita que a leitura em Braille é como um “divisor de águas” na vida da criança cega, já que permite que ganhe mais autonomia (Foto: Rafael Carvalho/MEC)“Era uma vez uma bruxinha que tinha mais de mil anos de idade e gostava muito de brincar com as amigas fadas no pé da colina onde morava.” Quem conta essa história é Clara de Souza, de oito anos, numa referência a apenas um entre os vários livros infantis que existem na biblioteca de sua escola. Como toda criança que gosta de ler, Clara tem uma imaginação sem limites. Cega, a menina foi alfabetizada em Braille e é rápida com a ponta dos dedos. “A história da bruxinha eu li em dez minutos”, conta, orgulhosa.

    Clara estuda no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais (CEEDV) de Brasília. Atualmente, a instituição tem cerca de 90 crianças matriculadas em atendimento curricular específico – atividade paralela às aulas nas escolas inclusivas de educação básica regular. A professora Helena Pereira explica que os livros infantis são aliados na estimulação da criança cega. “Por meio deles, a gente trabalha a gramática e metodologia das palavras e isso ocorre de uma forma muito lúdica”, observa. 

    Segundo a professora, a leitura em Braille é como um “divisor de águas” na vida da criança, já que ganha mais autonomia. “Tem liberdade para imaginar por meios próprios, entrando em contato mais direto com a narrativa”, destaca. Helena cita o caso de uma aluna que gostava dos livros de Monteiro Lobato, especialmente as histórias da série Sítio do Picapau Amarelo, e lamenta não ter na biblioteca toda a coleção do escritor brasileiro em Braille.

    Produção – No próximo dia 24, representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Diretoria de Políticas de Educação Especial do MEC e das editoras responsáveis pela confecção de livros didáticos estarão reunidos em Brasília, a fim de discutir a produção e novos formatos acessíveis à leitura para estudantes com deficiência visual – em Braille e publicação eletrônica no formato ePub.

    “Virá um engenheiro de software com bastante conhecimento em acessibilidade. Esperamos, com isso, ampliar a oferta de materiais, incluindo infantis”, adiantou Patrícia Raposo, diretora de Políticas Especiais da Secretaria de Educação Continuada, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC.

    O secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, observa que as formas de leitura mudam de acordo com o tempo. Destaca, por exemplo, os novos leitores do século 21, que já utilizam, além dos livros, outras plataformas, a exemplo de tablets e aparelhos eletrônicos. “Cada vez mais, as fronteiras são superadas. Para falar com alguém que resida do outro lado do planeta, basta um clique”, aponta.

    O secretário destaca que a leitura segue como ferramenta importante de aprendizado, independente do meio, em livro tradicional ou em aparelhos eletrônicos. “É por isso que os especialistas ressaltam cada vez mais a importância da leitura de bons livros. Além do prazer da leitura, os livros contribuem para a formação de um forte caráter”, ressalta.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • No Colégio Pedro II, uma das prioridades dos professores é estimular os estudantes a ler e a produzir textos dos mais variados gêneros para, dessa forma, se tornarem cidadãos com leitura crítica do mundo (foto: arquivo do CP II)A leitura e a compreensão de textos são os pontos mais enfatizados nas aulas de língua portuguesa no Colégio Pedro II, câmpus de São Cristóvão II e III, no Rio de Janeiro. De acordo com a professora Elaine Barbosa Ramos, chefe do Departamento de Português e Literaturas de Língua Portuguesa, um bom leitor dificilmente deixará de ser bom aluno em outras matérias, pois a leitura contribui para que o estudante se torne um ser pensante. O departamento abrange turmas do ensino médio e do sexto ao nono ano do ensino fundamental.

    “Queremos que os leitores se tornem cada vez mais eficientes”, afirma Elaine. “Alunos que se destacam na leitura e escrevem textos mais sofisticados são, geralmente, os melhores do colégio.”

    Segundo a professora, a maior preocupação da instituição é estimular os estudantes a ler e a produzir textos dos mais variados gêneros para, dessa forma, se tornarem cidadãos com leitura crítica do mundo. Há 25 anos no magistério, Elaine tem bacharelado e licenciatura em português e suas literaturas, com especialização na área.

    No colégio, as estruturas gramaticais não são estudadas de forma isolada, mas a partir de textos literários. “Faz mais sentido para os alunos perceber como o objeto direto se constrói em uma determinada frase”, exemplifica a professora. Assim, no ensino fundamental, os estudantes vão encontrar as estruturas gramaticais em textos ligados a mitos e lendas, por exemplo. Além disso, muitas vezes, os professores precisam usar textos retirados dos jornais e da realidade dos alunos. “Por mais que o livro didático seja ágil, não consegue chegar a esse ponto”, destaca Elaine.

    Resistência— Na visão do professor José Antônio Cavalcanti, que dá aulas a seis turmas do terceiro ano do ensino médio, há muita resistência à leitura entre os adolescentes. “É um trabalho imenso tentar despertar o interesse e a curiosidade”, avalia.

    Doutor em ciência da literatura e graduado em português e suas literaturas, Cavalcanti atua com dedicação exclusiva. Além de lecionar, desenvolve projetos de material didático — textos e apostilas — para complementar o conteúdo dos livros. “Uma boa preparação de textos e conteúdos gramaticais é essencial”, afirma.

    O professor acredita que valorização do ensino de língua portuguesa deve ser permanente para ajudar a formar cidadãos autônomos. Deve ainda ser aprofundada, em razão da multiplicidade da linguagem pela internet. Nesse aspecto, ele ressalta a importância de o estudante evitar a prática de copiar trabalhos publicados no meio virtual. “Para combater isso é preciso fazer o aluno compreender que a linguagem é ele mesmo e ele é a linguagem que utiliza”, salienta.

    Fátima Schenini

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    Confira a página do Colégio Pedro II na internet
  • Projeto de leitura e escrita na escola cearense visa à melhoria da proficiência dos alunos a partir do estudo e da produção de textos narrativos (foto: arquivo da EEM Antônia de Morais)Professora de língua portuguesa, Fabiana Pereira Fernandes define a leitura como o meio pelo qual os estudantes desenvolvem o senso crítico e construtivo. “Pela leitura, o indivíduo aprende a conhecer o mundo e a transformá-lo; também aprende a transformar a si mesmo e o modo de existir”, justifica. A escrita, por sua vez, de acordo com a professora, possibilita a materialização das ideias e torna possível que outros as vivenciem nos espaços de aprendizagem da escola e da sociedade.

    Na Escola de Ensino Médio Dona Antônia Lindalva de Morais, onde leciona, no município de Milagres (28,4 mil habitantes), no sul do Ceará, Fabiana desenvolve projetos em parceria com outros professores. A instituição incentiva esse trabalho, por entendê-lo como uma forma de estimular o aluno a ter liberdade para aprender e produzir conhecimento. “No projeto político-pedagógico da escola para 2015, a equipe deu prioridade ao desenvolvimento dessa proposta como prática que permeia todas as disciplinas”, diz. Fabiana e os demais professores da área de linguagens articulam-se com colegas de outras disciplinas para realizar atividades que busquem o desenvolvimento da capacidade cognitiva dos alunos.

    Como exemplo de parceria, Fabiana cita a inclusão, nos planos de aula de todos os professores, independentemente da disciplina, de pelo menos duas atividades com produção de textos. “Essa prática contribui de forma significativa para o trabalho dos professores de linguagens”, avalia. Com licenciatura plena em letras e pós-graduação em língua portuguesa e literaturas brasileira e africana, ela está no magistério há três anos.

    Proficiência — O projeto O Aluno é o Autor, idealizado por Fabiana e pelo professor de história Carlos César Pereira de Sousa, iniciado em novembro de 2014, tem como resultado a evolução dos estudantes em relação à leitura e à escrita. O trabalho visa à melhoria da proficiência dos alunos a partir do estudo e da produção de textos narrativos. Os estudantes com mais domínio de leitura e escrita orientam os demais.

    “Os alunos começaram pesquisando o sentido de narratividade para a sociedade e a história da narração”, explica Carlos César. “Depois, estudaram a linguagem narrativa e suas principais características e realizaram pesquisa sobre lendas e contos folclóricos do município entre moradores idosos.” Por fim, os estudantes passaram a produzir textos narrativos a partir dessas lendas.

    De acordo com Carlos César, que também dá aulas de filosofia, já é possível verificar a evolução dos alunos em relação à leitura e à escrita, bem como maior reconhecimento da importância das narrativas orais para a identidade da comunidade. Com licenciatura plena em história, ele está no magistério há cinco anos.

    Experiências — Outros projetos voltados para a leitura e a escrita na escola são o Bate-Papo Literário e a Quinta Literária. O primeiro é realizado semestralmente, durante um turno de aula, e reúne uma turma por dia para compartilhar experiências de leitura, ouvir músicas e discutir arte.

    O segundo projeto consiste em direcionar a atenção de toda a escola para o estudo de um único autor durante um dia de aula. As obras do autor escolhido são estudadas e discutidas por alunos e professores de todas as áreas. A primeira edição da Quinta Literária foi realizada em maio deste ano, em homenagem a José de Alencar [1829-1877]. Alguns alunos apresentaram-se caracterizados como personagens das principais obras do autor cearense.

    Fátima Schenini

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  • A Escola Alcimar Nunes Leitão, em Rio Branco, Acre, oferece oficinas de redação aos 420 alunos do ensino médio no horário oposto ao das aulas normais. As oficinas, com duração de uma hora e meia, são realizadas desde o ano passado, duas vezes por semana, sem prejuízo da redação, que faz parte do período normal das aulas de língua portuguesa. Os resultados já podem ser observados.

    A escola foi a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009 entre as unidades de ensino da rede estadual e obteve a melhor média em redação (723,08). “Houve melhora significativa”, diz a coordenadora pedagógica, Maria José da Silva Dias. No início, segundo ela, alguns alunos desconheciam os passos básicos de uma redação e o que era introdução, desenvolvimento e conclusão.

    Pedagoga, com pós-graduação em supervisão e administração escolar, há 22 anos no magistério, Maria José explica que a prática da redação tem ênfase maior no terceiro ano do ensino médio, como preparação para o Enem e para vestibulares. Além das oficinas de redação, a escola oferece aulas de reforço de ortografia, leitura e escrita também aos alunos do ensino fundamental. Além disso, promove concursos de redação, a cada dois meses, sobre temas relativos ao projeto desenvolvido no momento.

    “Agora, no fim de agosto, por exemplo, a escola encerrou projeto sobre folclore”, diz Maria José. “Foram escolhidas as melhores redações de cada ano do ensino fundamental e a melhor do ensino médio.”

    Formação — A coordenadora inclui, entre os fatores que contribuíram para os bons resultados obtidos no Enem, a participação dos professores em cursos de formação continuada, a da escola nas olimpíadas de português e em concursos de redação, o desenvolvimento de projetos de leitura e a prioridade dada à leitura e à escrita no planejamento dos professores de todas as áreas.

    “A leitura e a escrita são trabalhadas em todas as disciplinas, desde o segundo semestre de 2009, por determinação da Secretaria de Educação do estado. Todos os professores, sejam de biologia, matemática ou geografia, por exemplo, devem trabalhar com textos e artigos de jornais”, ressalta Maria José.

    “Costumo estimular a leitura entre meus alunos por meio de livros paradidáticos. Eles refletem e interpretam as obras trabalhadas”, adianta a professora Glenda Leal de Araújo, que leciona português na escola há quatro anos. Há dez no magistério, ela pede redações semanais aos estudantes do ensino médio e diz ser possível estimular os alunos a fazer redação ao sugerir temas da atualidade e determinar que pesquisem, reflitam e produzam.

    Fátima Schenini



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  • A mediação de leitura deve ter início em família (arte: ACS/MEC)Ao perceber que os estudantes da educação infantil não conheciam obras clássicas da literatura, como O Patinho Feio, mal sabiam abrir os livros, duas professoras da Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Felizardo Prestes, em Porto Alegre, entenderam que era necessário mudar essa situação. Para elas, a mediação de leitura deve ter início em família, pois o gosto de ler deve ser estimulado desde cedo e permanentemente reforçado ao longo dos anos. Portanto, estava claro que a primeira coisa a fazer era estimular essa prática entre os pais.

    Cláudia Sepé, responsável pela biblioteca escolar no período diurno, e Sandra Holleben, professora de duas turmas de educação infantil, criaram então o projeto Pacto pela Leitura – Formação de Pais Leitores, iniciado em agosto de 2014. Após encontro inicial, no qual foi explicado que os pais deveriam pegar livros na biblioteca e ler para os filhos, em casa, de forma contínua, as reuniões passaram a ser realizadas quinzenalmente.

    Nos encontros, as duas professoras abordavam temas como técnicas de leitura, estudo de vocabulário e análise das ilustrações. Também falavam sobre os elementos não verbais — expressão facial, entonação e modulações de voz — que fazem parte do ato de ler. Também eram discutidos outros aspectos — se os pais tiveram alguma dificuldade, se os filhos gostaram ou não.

    Tarefas — Em cada encontro, os pais escolhiam um livro a ser lido para os filhos, em casa. Além da leitura, eles deveriam executar tarefas propostas pelas professoras, como criar capa e título diferentes para a obra ou registrar em vídeo as leituras da família. Tudo passou a ser postado em facebook criado especialmente para o grupo. Para dar mais visibilidade ao projeto e sensibilizar outras famílias a participar, foram confeccionados buttons com o slogan “Somos uma família leitora”.

    A iniciativa continua este ano, com algumas mudanças. “Começaremos a investir em vídeos, feitos por nós mesmos e pelos participantes, para divulgar nossas ações”, adianta Cláudia. Embora os objetivos do projeto não tenham sido totalmente atingidos, os resultados obtidos até agora são considerados importantes. Ela leva em conta as condições de vulnerabilidade social da comunidade onde a escola se insere e o fato de muitos pais nem sequer buscarem as avaliações trimestrais dos filhos. Por isso, considera essa aproximação uma grande conquista.

    Reunião para leitura de livros, com pais e alunos: projeto de escola gaúcha parte da ideia de que o gosto de ler deve ser estimulado o quanto antes (foto: divulgação)Prêmio — O projeto foi um dos ganhadores da oitava edição do Prêmio Viva Leitura, promovido pelos ministérios da Educação e da Cultura, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI). Ele foi o vencedor da Categoria 2, Escola Promotora de Leitura.

    “Ter vencido o Prêmio Viva Leitura teve um sabor especial; confirmou que estamos no caminho certo com nossas propostas de incentivo à leitura”, ressalta Cláudia. “Isso mostra como é possível, mesmo em condições adversas de trabalho, em comunidades carentes, desenvolver projetos que promovam a inclusão, de fato.”

    Com graduação em letras (literatura de língua portuguesa) e doutorado em comunicação, mídias e processos socioculturais, Cláudia também leciona na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Ela é professora de língua portuguesa nas faculdades de Comunicação e Jornalismo.

    Fátima Schenini

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  • “O conhecimento abre janelas para um mundo desconhecido, que é ampliado a partir da boa leitura”, observa o ministro Mendonça Filho (Foto: Isabelle Araújo/MEC)  Decifrar, compreender, generalizar, sintetizar ou até mesmo propor hipóteses são funções superiores da mente, usadas durante a leitura. Talvez por isso, pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos – Universidade de Stanford ­– e na França – Unidade de Neuroimagiologia Cognitiva do Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm/Comissão de Energia Atômica e de Energias) comprovam que a leitura faz bem ao cérebro.

    No Brasil, além de reconhecer a importância da prática, é celebrado o 12 de outubro como Dia Nacional da Leitura, instituído pela Lei nº 11.899, de 8 de janeiro de 2009, que instituiu, também, a Semana Nacional da Leitura e da Literatura.

    “Um jovem, uma criança que lê, amplia seu vocabulário, seu conhecimento, sua redação e escrita”, observa o ministro da Educação, Mendonça Filho. “O conhecimento abre janelas para um mundo desconhecido, que é ampliado a partir da boa leitura.”

    Cérebro – De acordo com a professora e escritora Lucília do Carmo Garcez, doutora em linguística aplicada, a leitura é fundamental para o desenvolvimento do ser humano. “É como se fosse uma expansão do cérebro”, diz. Ela faz uma comparação com o aprendizado audiovisual, no qual a pessoa age de forma mais passiva. “Na leitura, é preciso ativar diversas camadas de reflexão para compreender.”

    Escritora de livros infantis há mais de 20 anos, Lucília destaca a necessidade de uma alfabetização sólida para transformar uma pessoa em leitor. “É importante assegurar que as pessoas tenham uma alfabetização bem consolidada e, depois disso, é preciso que a sociedade valorize a leitura”, afirma.

    Além do acesso aos livros, a escritora salienta a importância de as escolas contarem com bibliotecas e de as crianças frequentarem esses espaços. Outras atividades, como feiras de livros e debates com escritores, são citadas. “É preciso que as crianças vejam os leitores lendo e que sejam motivadas a procurar leituras com respostas às indagações interiores que elas têm”, destaca.

    Sempre envolvida com o estímulo à leitura, Lucília também visita escolas e conversa com as crianças sobre os mais diversos temas, dentre eles, as temáticas de seus livros. Dentre suas últimas publicações está Tonho e os Dragões, sobre um menino com leucemia. A obra foi escrita para o Hospital da Criança. Outro livro recente é Palavras Mágicas, sobre uma criança que sonha estar em um tapete mágico. Ela desce em um parque de diversões sem bilheteria. Tudo é feito por meio de palavras e boas maneiras, como por gentileza, por favor, com licença, eu gostaria e muito obrigado. A escritora faz parte do grupo Casa de Autores.

    Fábulas – Com a mesma vontade, a professora Heucionéia Rocha Bassetto desenvolve projetos na Escola Estadual José dos Santos, da rede de ensino do município paulista de Jales. No ano passado, um dos projetos, Na Trilha das Autorias Misteriosas, foi selecionado entre os ganhadores do Prêmio Professores do Brasil. Este ano, o projeto Fábulas promove leitura, escrita e revisão textual.

    O resultado da iniciativa foi uma coletânea de fábulas, feita pelos alunos do quarto ano do ensino fundamental e entregue para a sala de leitura para fazer parte do acervo da escola. “Para o aluno escrever um texto de qualidade ele precisa saber o porquê de escrever esse texto. Quem vai ler o texto? Onde ele vai circular? Qual gênero e qual vai ser a estrutura desse texto? Tudo isso foi trabalhado”, garante a professora.

    “Esse projeto tem um propósito didático, porque neles os alunos se sentem parte do processo e do trabalho, se sentem responsáveis pelo que estão fazendo”, acrescenta Heucionéia, ao afirmar que com metas as crianças se envolvem com mais entusiasmo nos projetos.
    “Dá gosto de fazer a leitura dos textos produzidos por eles. Trabalham com descrições de cenário, de personagem, marcadores temporais e até técnicas discursivas para evitar a repetição de elementos de ligação”, completa Heucineia Rocha Bassetto, ao comentar a qualidade dos textos produzidos pelos futuros escritores.

    “Ler é aprender e é ampliar as oportunidades de educação para as crianças, jovens e adultos também. Ler é uma excelente prática que deve ser cada vez mais cultivada por todos nós”, conclui o ministro.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira aLei nº 11.899, de 8 de janeiro de 2009

  • Para superar dificuldades de aprendizagem, alunos da escola de Cubatão aprendem a se expressar por meio da escrita e da leitura de poemas (foto: arquivo da professora Milene Pinheiro)A poesia foi o recurso adotado pela professora paulista Milene Pinheiro para enfrentar desafios de aprendizagem não superados pelos alunos da Unidade Municipal de Ensino João Ramalho, em Cubatão, São Paulo. Para ajudar os estudantes do quarto ano do ensino fundamental que faziam recuperação paralela, em razão de dificuldades relacionadas ao processo inicial de alfabetização, Milene optou pelo limerique, estilo de poesia difundida no Brasil pela escritora russa Tatiana Belinky [1919-2013].

    Com o projeto Oficina de Limeriques, desenvolvido de março a junho de 2012, a professora reforçou o trabalho com os alunos da turma de recuperação e também da turma regular do segundo ano do ensino fundamental. Nesse período, os estudantes aprenderam a escrever poemas com cinco versos, com a mesma rima na primeira, segunda e quinta linhas e outra na terceira e na quarta.

    As dificuldades na escrita não impediram os alunos de produzir os próprios poemas. “Eles foram aprendendo esse estilo de escrever, engraçado, rimado e, ao mesmo tempo, desafiador, por exigir controle das palavras de cada verso, com contagem de sílabas poéticas”, diz a professora. Como incentivo, ela inscreveu os alunos das duas turmas em um concurso regional de poesias. A escola concorreu com 12 alunos, oito deles da turma de recuperação paralela. “Embora nenhum deles tenha vencido, esse tipo de reconhecimento foi muito importante para a autoestima de todos”, diz Milene.

    O projeto foi concluído com a realização de um sarau na escola. O evento teve leitura de poemas autorais e de escritores como o inglês Edward Lear [1812-1888] e a paulista Viviane Veiga Távora, idealizadora do Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques.

    Com o sucesso do projeto, Milene continuou a desenvolvê-lo. Este ano, com alunos do segundo ano. “Eles puderam se expressar através da escrita e leitura de poemas, além de observar algumas normas e fazer uso delas, como a identificação e seleção de rimas, perfeitas e imperfeitas.”

    Pedagoga com pós-graduação em alfabetização e letramento, há 11 anos no magistério, Milene também é, em Cubatão, professora na Unidade Municipal de Ensino Estado do Espírito Santo.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da professora Milene Pinheiro

  • Unir literatura e tecnologia é a proposta do Prêmio Literário Ferreira Gullar, que recebe inscrições até a próxima terça-feira, 16 de maio. Aberto a estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas, propõe o desenvolvimento de jogos eletrônicos ou aplicativos que incentivem a leitura e, sobretudo, o conhecimento da obra do poeta maranhense Ferreira Gullar.

    Ao todo serão distribuídos R$ 30 mil em prêmios, além de troféu e diploma aos três primeiros colocados. O primeiro lugar receberá R$ 10 mil, o segundo, R$ 7.142,86 e o terceiro, R$ 4.285,72. O Prêmio Literário Ferreira Gullar é promovido pelo Ministério da Cultura (MinC) e as inscrições devem ser feitas via internet. Toda a documentação exigida deverá ser encaminhada pelo Sistema de Acompanhamento às Leis de Incentivo à Cultura (SalicWeb).

    Esta iniciativa faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), que tem como diretrizes a democratização do acesso à cultura e o fomento à leitura. Dentro dessa proposta, o edital surge com o objetivo de estimular a leitura e, ao mesmo tempo, homenagear o escritor Ferreira Gullar (pseudônimo de José de Ribamar Ferreira), falecido em dezembro de 2016.

    Gullar – Ao lançar, em 1954, o livro A Luta Corporal, aproximou-se dos poetas Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, de São Paulo, criadores do movimento da poesia concreta. A convite deles, participou da Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1956. Mas no ano seguinte, publicou no Jornal do Brasil um artigo crítico sobre o movimento, o que levou ao rompimento.

    Poeta, crítico, ensaísta e pensador da cultura, Gullar criou em seguida, no Rio de Janeiro, o movimento literário neoconcreto, na década de 1950. Os neoconcretistas acreditavam que a arte tinha sensibilidade, expressividade e subjetividade próprias e eram contrários às atitudes cientificistas e positivistas nas manifestações artísticas. Desse grupo participavam, entre outros, os artistas Lígia Clark e Hélio Oiticica. Mas seu vínculo a esse movimento também não se prolongou, e Gullar voltou-se para uma poesia mais popular e politicamente engajada.

    Em busca de uma linguagem própria, Gullar foi da poesia concreta ao cordel, mas sua poesia adquiriu verdadeira força com o livro Dentro da noite veloz, publicado em 1975. A partir daí, investiria em versos livres, numa poesia questionadora e de tons sociais. Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, Gullar chegou foi preso e exilado durante o regime militar. Nesse período, publicou Poema Sujo (1976), quando estava no exílio em Buenos Aires. Trata-se de um longo poema, em que Gullar, sentindo sua vida ameaçada, procura dar sua impressão sobre tudo que viveu e presenciou. Voltou ao Brasil em 1977.   

    Ao longo de sua vida, escreveu diversas peças teatrais, em parceria com outros dramaturgos, como Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, e Dias Gomes. Recebeu o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção de 2007, com Resmungos. Publicou diversos livros de poesia, ficção, ensaios e literatura infanto-juvenil. Em 2010, recebeu o Prêmio Camões e, quatro anos mais tarde, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

    Em 2016 Ferreira Gullar foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural (OMC) no grau máximo Grão Cruz. Oferecida pelo MinC, a OMC é a principal condecoração pública da área da cultura no Brasil.

    Acesse o Sistema de Acompanhamento às Leis de Incentivo à Cultura (SalicWeb)

    Assessoria de Comunicação Social

  • Projetos de leitura desenvolvidos em escolas, bibliotecas e instituições podem, além de modificar a vida cultural de estudantes e pessoas de qualquer idade, concorrer a prêmios que somam R$ 90 mil. O Prêmio Vivaleitura 2009 está com inscrições abertas e seus objetivos são incentivar, valorizar e divulgar a leitura e promover a formação  de crianças, jovens e adultos.

    Três categorias podem inscrever projetos: escolas públicas e privadas da educação básica; bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; e sociedade, área que compreende empresas, organizações não-governamentais, pessoas físicas, universidades e instituições sociais. O prêmio de R$ 30 mil, em dinheiro, será entregue ao vencedor de cada categoria. As inscrições para a quarta edição do Vivaleitura vão até 24 de julho.

    Iniciativa dos ministérios da Educação e da Cultura, o prêmio tem a coordenação da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e o patrocínio da Fundação Santillana, da Espanha. É também uma das ações do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), criado para estimular, fomentar e reconhecer boas práticas de leitura. Vivaleitura é o nome dado no Brasil ao Ano Ibero-Americano da Leitura, comemorado em 21 países das Américas e da Europa desde 2005. Da primeira edição em 2006 a 2008, concorreram ao prêmio mais de sete mil trabalhos com a participação de escolas, entidades ou organizações sociais de todos os estados da Federação. Nos três anos foram distribuídos R$ 270 mil.

    Inscrições 2009 – O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis na página eletrônica do prêmio. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet ou por carta registrada, com aviso de recebimento para o endereço: Caixa Postal 71037-7, CEP 03410-970 – São Paulo (SP). Informações também pelo telefone gratuito 0800-7700987.

    Ionice Lorenzoni
  • O Pró-Letramento - Mobilização pela Qualidade da Educação - é um programa de formação continuada de professores para a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos anos/séries iniciais do ensino fundamental.
    O programa é realizado pelo MEC, em parceria com universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada e com adesão dos estados e municípios. Podem participar todos os professores que estão em exercício, nas séries iniciais do ensino fundamental das escolas públicas.

    O Pró-Letramento funcionará na modalidade semipresencial. Para isso, utilizará material impresso e em vídeo e contará com atividades presenciais e a distância, que serão acompanhadas por professores orientadores, também chamados tutores. Os cursos de formação continuada oferecidos pelo programa têm duração de 120 horas com encontros presenciais e atividades individuais com duração de 8 meses.
    Os objetivos do Pró-Letramento são:

    • oferecer suporte à ação pedagógica dos professores dos anos/séries iniciais do ensino fundamental, contribuindo para elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem de língua portuguesa e matemática;
    • propor situações que incentivem a reflexão e a construção do conhecimento como processo contínuo de formação docente;
    • desenvolver conhecimentos que possibilitem a compreensão da matemática e da linguagem e de seus processos de ensino e aprendizagem;
    • contribuir para que se desenvolva nas escolas uma cultura de formação continuada;
    • desencadear ações de formação continuada em rede, envolvendo Universidades, Secretarias de Educação e Escolas Públicas dos Sistemas de Ensino.


    O Pró-Letramento prevê uma estrutura organizacional que funciona de maneira integrada. São parceiros: o Ministério da Educação, as universidades da Rede Nacional de Formação Continuada e os sistemas de ensino.

    Funções

    -Ministério da Educação
    O MEC, por meio da SEB, é o coordenador nacional do programa. Para isso, elabora as diretrizes e os critérios para organização dos cursos e a proposta de implementação. Além disso, garante os recursos financeiros para a elaboração e a reprodução dos materiais, e a formação dos orientadores/tutores.

    - Universidades (Acesse a lista)
    A parceria com as universidades é formalizada por convênio. As universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada nas áreas de alfabetização/linguagem e de matemática são responsáveis pelo desenvolvimento e produção dos materiais para os cursos, pela formação e orientação do professor orientador/tutor, pela coordenação dos seminários previstos e pela certificação dos professores cursistas.

    - Sistemas de Ensino
    A parceria com os sistemas de ensino é formalizada com assinatura de um termo de adesão. As secretarias de educação têm a função de coordenar, acompanhar e executar as atividades do programa.

    Contato:
    Secretaria de Educação Básica
    Diretoria de Apoio a Gestão Educacional
    Telefone: 0800 61 61 61 opção 6
    Email:Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

  • Resolução CD/FNDE Nº 24, de 16 de agosto de 2010



  • ProfessorOrientador de Estudos / Tutor
    Deve ser um professor ou coordenador concursado da rede pública de ensino com formação em nível superior (pedagogia, letras, matemática) ou com curso normal (magistério, nível médio).  Cada professor orientador/tutor trabalhará, no máximo, com duas turmas de 25 professores e receberá uma bolsa.


    Professor Cursista
    Deve estar vinculado ao sistema de ensino e trabalhar em classes das séries iniciais do ensino fundamental e participar de reuniões com o tutor para discutir os textos lidos, retomar as atividades realizadas e planejar futuras ações.
          

    Coordenador-Geral
    O coordenador-geral é um profissional da Secretaria da Educação com a função de acompanhar e dinamizar o programa, na instância de seu município; participar das reuniões e dos encontros agendados pelo MEC e/ou pelas universidades; prestar informações sobre o andamento do programa no município; subsidiar as ações dos tutores; tomar decisões de caráter administrativo e logístico; garantir condições materiais e institucionais para o desenvolvimento do programa.

  • Em escola de Porto Alegre, as crianças se familiarizam com a linguagem e os elementos presentes em livros de histórias, jornais e outros tipos de texto (Foto: Arquivo da Escola)Apaixonada por alfabetização, a professora Beatriz Rocha Gonçalves acredita que ao incentivar o prazer da leitura entre os pequenos estudantes pode transformá-los em futuros autores e leitores. Assim, tem desenvolvido inúmeros projetos de estímulo à leitura com alunos do primeiro ano na Escola Estadual Almirante Álvaro Alberto Motta e Silva, em Porto Alegre.

    “Sempre procuro ler para as crianças os mais variados textos. Ao fim de cada ano, noto que elas têm gostado de ler”, destaca Beatriz, formada em pedagogia com habilitação em educação infantil e pós-graduação em alfabetização. Há 14 anos no trabalho com crianças, ela está há nove na Escola Motta e Silva, onde também exerce a função de vice-diretora. A unidade de ensino está localizada na Vila Barracão, comunidade pobre da zona sul da capital gaúcha.

    Um dos projetos criado por Beatriz é o Despertando o Gosto pela Leitura. Desenvolvido em seis aulas, possibilita às crianças se familiarizarem com a linguagem e os elementos presentes nos livros de histórias, nos jornais e nos textos instrucionais, em regras de jogos e em receitas culinárias, por exemplo. Além disso, pretende ampliar o vocabulário dos alunos elevá-los a interpretar e recontar os textos lidos.

    Beatriz também desenvolveu o projeto Cantigas de Roda, no qual trabalhou de forma lúdica a leitura e a escrita para resgatar cantigas antigas, com pais e avós. Em outro projeto, o Histórias Infantis, além de conhecer as obras, os alunos receberam informações sobre a biografia de autores famosos. Os estudantes puderam apreciar as atividades propostas e os jogos (bingo, trilha, memória, entre outros) realizados a partir dos livros. “Os contos de fadas são ótimos para os alunos fantasiarem, criarem e, consequentemente, despertarem o gosto pela leitura”, afirma Beatriz, que também usa poesias para alfabetizar as crianças.

    “A cada ano, vejo como as crianças estão gostando de ler. Elas começam a pegar livros da biblioteca, espontaneamente, para ler em casa”, ressalta. Segundo a professora, a biblioteca da escola tem obras interessantes, mas é necessário aumentar o acervo.

    Os projetos da professora Beatriz podem ser conhecidos no Portal do Professor.

    Fátima Schenini

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  • Os alunos da escola paulista usaram ferramentas digitais para localizar a comunidade indígena paraense no mapa e conhecer o cotidiano das crianças daquela localidade (foto: arquivo da professora Josane Silva)A partir da exploração de temas como moradia, alimentação, transporte e brincadeiras, uma professora de Valinhos, no interior paulista, desenvolveu projeto para comparar o modo de vida dos alunos de uma escola da rede particular de ensino com os de uma escola indígena do Pará. “Queríamos promover uma leitura intercultural”, diz Josane Batalha Sobreira da Silva, professora polivalente no Colégio Visconde de Porto Seguro.

    Seu projeto, Aproximando Culturas por Meio da Tecnologia, confrontou semelhanças e diferenças entre estudantes do quarto ano do ensino fundamental do colégio paulista e da Escola Professor Antônio de Sousa Pedroso (Escola Borari), em uma comunidade indígena da vila Alter do Chão, distrito paraense, a 30 quilômetros de Santarém.

    Alunos de seis turmas formularam perguntas relacionadas à escola, moradia, alimentação, meios de transporte, brincadeiras e festas típicas. “Ficamos três semanas trocando perguntas e respostas”, diz Josane. As perguntas, elaboradas em sala de aula, eram postadas no portal educacional Faceduc, durante as atividades realizadas no laboratório de informática. Além de postar e responder perguntas enviadas pelos alunos da comunidade indígena, os estudantes paulistas tinham de refletir e escrever sobre o que acharam de mais interessante nos comentários postados a cada semana.

    Além disso, os professores postaram vídeos e fotos de diferentes locais para permitir a comparação de pontos geográficos, modos de vida e cultura. Foi possível, assim, analisar a situação dos alunos de uma comunidade indígena nos dias atuais e perceber aquela comunidade como “um outro diferente, mas não inferior”, enfatiza a professora.

    Os estudantes pesquisaram sobre a vila Alter do Chão para conhecer um pouco mais sobre o lugar, localizaram a comunidade indígena no mapa, conheceram o cotidiano das crianças e compararam a forma de vida dos indígenas de antigamente com a de hoje. “Os alunos puderam perceber o cuidado que as crianças indígenas têm com a natureza, tirando dela apenas o que necessitam para seu sustento”, ressalta a professora. Os estudantes paulistas também aprenderam sobre o nheengatu, língua da família linguística do tupi-guarani, falada pela comunidade de Alter do Chão.

    Livro —As reflexões sobre o que cada um aprendeu a respeito dos temas trabalhados foram registradas em um livro, criado no Faceduc. “Ao ler os relatos, percebemos que essa troca pode estabelecer correlações entre o conteúdo estudado em história e geografia e a realidade”, analisa a professora.

    O trabalho foi finalizado com uma videoconferência. Por meio do skype, os alunos puderam se conhecer em tempo real, conversar e finalizar o trabalho. “Foi um momento mais que especial”, diz Josane.

    Prêmio —A inclusão do projeto entre os finalistas da sétima edição do Prêmio Vivaleitura, na categoria 2, voltada para escolas públicas e particulares, deixou Josane emocionada. “Sempre acreditei na tecnologia como algo que oferece ao aluno um espaço de interação e conhecimento, que possibilita uma diversidade de caminhos para a melhoria do ensino-aprendizagem”, ressalta. Ela pretende dar continuidade ao projeto este ano, com mudanças e ampliação. “Estamos trabalhando nas adaptações, desenhando as mudanças e acrescentando ideias.”

    Professora há 18 anos, Josane é graduada em pedagogia e em psicopedagogia, com pós-graduação em relações interpessoais na escola e a construção da autonomia moral. Tem ainda especialização em ética, valores e saúde na escola.

    Fátima Schenini

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  • A professora orienta os alunos na roda de leitura, como parte do projeto pedagógico: “A participação na roda resultou na habilidade de falar e ler em público” (foto: arquivo da professora Rosângela da Silveira)As 17 crianças chegaram ao segundo ano escolar sabendo ler apenas umas poucas palavras e sem interesse pelas histórias dos livros infantis. “Faltava o brilho nos olhos, a ousadia para arriscar, para se expor em tentativas de acertos e erros; enfim, faltava o querer”, descreve a professora alfabetizadora Rosângela Kirst da Silveira ao conhecer a nova turma, no início do ano letivo de 2015. Era preciso pensar um projeto que estimulasse o gosto pela leitura e que desse sentido àquelas poucas palavras e frases que as crianças aprenderam a soletrar. Nascia, assim, o projeto pedagógico e filosófico Quanto Tempo o Tempo Tem?, desenvolvido na Escola Municipal de Educação Básica Coronel Antônio Lehmkuhl, em Águas Mornas, município de 6,1 mil habitantes, de Santa Catarina.

    Além de desenvolver nas crianças as habilidades e o hábito da leitura, o projeto contemplava os domínios de aprendizagem esperados para alunos daquela faixa etária. A tradicional roda de leitura — um círculo no centro da sala de aula, formado pelos alunos e a professora — foi a estratégia adotada para estabelecer a rotina. Antes de abrirem os livros, as crianças foram desafiadas, com indagações, a pensar e a imaginar. “Quanto tempo o tempo tem?”

    Essa foi apenas a primeira pergunta. A professora logo apresentou mais questões desafiadoras: “Você já desejou que hoje fosse amanhã e que ontem pudesse ser hoje?”; “A morte tem alguma relação com o tempo?”; “As coisas e objetos se transformam com o tempo?”; “Você já pensou em construir uma máquina que pudesse viajar no tempo?”; “Podemos pegar o tempo e medi-lo?”. E enfim a pergunta final, que instiga os alunos a querer abrir os livros e a iniciar o percurso da leitura e da alfabetização: “Que tal caminhar comigo pelas fronteiras do tempo, buscando respostas para as perguntas?”

    Descoberta — Segundo a professora, que tem dez anos de experiência como alfabetizadora, as crianças gostam de desafios, de perguntas, de mistérios. “Principalmente se essas perguntas estiverem relacionadas à vida delas e puderem caber em suas imaginações”, explica. Não demorou muito tempo para que as crianças entre 6 e 7 anos se interessassem pelos livros. “Nessa faixa etária, as crianças estão desenvolvendo a capacidade de compreensão do mundo, tendo como meio básico a leitura e a escrita. Dessa forma, a leitura é um instrumento importante para a descoberta do mundo”, afirma. “Desenvolver a habilidade da leitura é o objetivo central de uma professora alfabetizadora.”

    Mais do que terminar o ano sabendo ler, o propósito do projeto era encontrar o gosto e o prazer pelos livros. Assim, a leitura não se tornaria uma obrigação e resultaria na formação de novos leitores. “Para que esse processo ocorra, descobri que é necessário fazer um trabalho que envolva os alunos”, diz. “Então, sempre trabalho com projetos interdisciplinares que contemplem a participação ativa de todo o grupo.”

    Segundo a professora, a roda de leitura não apenas organiza um espaço permanente para a leitura interativa como contribui para que todas as crianças entendam o texto lido e se posicionem de forma reflexiva.

    Embora a escola não tenha espaço para uma biblioteca, a professora usou na roda de leitura as obras paradidáticas do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) do Ministério da Educação e livros que as crianças tinham em casa ou colaborações dos professores. Em comum, todos os livros guardavam histórias que ajudavam a responder à pergunta-base do projeto pedagógico: “Quanto tempo o tempo tem?”. Entre os títulos selecionados: Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; O Metrônomo Mágico, o Tempo que Passa, de Christian Grenier; Gabi, Perdi a Hora, de João Basílio, e Gente de Muitos Anos, de Malô Carvalho, entre outros.

    À medida que os livros eram lidos, novas perguntas surgiam: “Existem outros mundos que não conhecemos, como o da Alice?”

    A turma das 17 crianças do segundo ano, muitas delas moradoras na zona rural do município, entendeu que, apesar das tentativas da ciência para as viagens no tempo, até agora elas somente são possíveis nos filmes, nos livros e na imaginação. Nesse contexto, inspirados no livro sobre o mundo de Alice, os pequenos foram convidados a um chá com bolachinhas e charadas para os colegas na sala de aula. As bolachinhas foram feitas pelos próprios alunos e, assim, trabalhou-se um outro gênero textual, o das receitas, e inseriu-se no projeto a matemática e um pouco da cultura e da geografia do mundo. Afinal, onde fica a Inglaterra, país do autor de Alice?

    Filósofo — Dentro do espírito filosófico do projeto, a professora ajudou a turma a construir um boneco representativo do filósofo grego Tales de Mileto, que acolhe aqueles que querem pensar. “A casa do Tales ou a casa do tempo, como as crianças a chamavam, foi construída com caixinhas de leite e foi o grande orgulho da turma”, conta a professora. Nessa fase, os alunos conheceram o pensamento de Tales de Mileto e sua descoberta sobre a “constatação da passagem do tempo através das modificações das coisas da natureza”.  Respondia-se, assim, a mais uma das perguntas desafiadoras feitas pela professora. E depois, mais uma e outra mais.

    “Eu disse às crianças que o filósofo Tales nos mostrou o quanto é importante observar as coisas e pensar sobre elas, e aí descobrimos que sentar em roda para ler e pensar não era uma coisa nova”, afirma. “Aprendemos que as pessoas sentam-se em roda há muito tempo, que é uma antiga organização humana para reunir grupos que fazem coisas juntas ou para tratar do interesse de todos. É na frente da casa desse filósofo, em um tapete aconchegante, que as nossas rodas de leitura acontecem.”

    Após as rodas de leitura, o projeto foi enriquecido com pesquisas sobre instrumentos de medida de tempo, como o relógio de sol, a ampulheta, a clepsidra ou relógio de água, a linha do tempo e o relógio de pêndulo. “Nesse momento do projeto, toda a escola já conhecia o Tales e o nosso projeto sobre o tempo. Começamos a receber visitas de professores e de outros alunos dispostos a interagir”, conta Rosângela. O projeto filosófico sobre o tempo, com o propósito de acelerar a alfabetização, traduziu-se, assim, em multidisciplinar.

    “A casa do Tales passou a ser um espaço de encontro para leitura, e a participação na roda resultou na habilidade de falar e ler em público”, conta a professora, que teve o projeto pedagógico reconhecido como iniciativa de sucesso em algumas premiações, entre elas o projeto Viva Leitura, promovido pelo MEC e pelo Ministério da Cultura.

    “Em 2016, continuo como professora dessa turma e consigo visualizar o quanto ela evoluiu”, diz. “Como educadora, venho testemunhando o quanto as rodas de leitura contribuem para um comportamento leitor significativo. Eu não poderia estar mais feliz com o resultado do nosso trabalho.”

    Rovênia Amorim

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  • (arte: ACS/MEC)A expressão rato de biblioteca é usada para identificar pessoas que gostam muito de ler e que gostam de estar cercadas dos mais variados exemplares de obras diversas. Essa foi a inspiração que deu origem à organização não governamental Roedores de Livros, criada em 2006, em uma biblioteca da Asa Norte, em Brasília.

    A ideia deu certo. Tanto que a proposta foi expandir a iniciativa. Depois de passar por diferentes locais, ela chegou a um shopping popular em Ceilândia, maior região administrativa do Distrito Federal (cerca de 490 mil habitantes).

    Aos sábados, de manhã, mais de 30 crianças, em grupos bem variados, com idade entre 4 e 14 anos, vão à biblioteca, organizada pelos Roedores, e lá ouvem histórias, participam de oficinas de artes e outras atividades. Tudo é coordenado por um grupo de adultos voluntários, verdadeiros ratos de biblioteca, que se dedicam a atrair outros “roedores” interessados em aprender e a se divertir com a mágica dos livros.

    Segundo a professora Ana Paula Bernardes, a proposta é acolher a todos. “A gente deixa todos juntos. Temos todas as idades no projeto”, diz. “O grande presente é convidar a criança para ler junto, para se divertir, fazer uma coisa mais aconchegante.”

    De acordo com a professora, a leitura tem de ser um ato de carinho, de amor, de estar junto. “E a criança vai levar esse ‘estar junto’ para sempre”, afirma. “E vai sempre associar o livro a uma coisa muito boa. E é isso que aproxima a criança do livro.”

    Para que os estudantes conheçam os Roedores de Livros, os voluntários vão até as escolas e falam sobre o projeto. O local, na Feira de Ceilândia, não só recebe a criançada, como também promove o empréstimo de livros a quem pretende levar o exemplar para ler em casa. “O projeto acontece numa feira, no shopping popular de Ceilândia. Então, a grande maioria do nosso público é da própria feira: são os filhos dos feirantes, pessoas que estão passeando no local, que conhecem o projeto e passam a participar”, destaca Ana Paula.

    A professora revela que são feitas campanhas em escolas mais próximas para convidar os estudantes a conhecer a biblioteca e participar do projeto. “Vários jovens [frequentadores da biblioteca] de escolas próximas fazem empréstimo de livros”, diz.

    Escritores — As atividades, no entanto, não estão limitadas ao espaço da biblioteca nem aos pequenos estudantes. A passagem é livre pela “toca” do projeto.  “Esse ano, promovemos um grande encontro, que chamamos Encontro com Escritores: visitamos dez regionais administrativas levando um escritor e falando do projeto Roedores de Livros”, revela Ana Paula. Isso foi feito para incentivar não só os jovens, mas os professores, a procurar a biblioteca, que tem um grande acervo, segundo a professora. “Temos feito campanhas para que os professores conheçam nosso trabalho no shopping popular de Ceilândia.”

    Hoje, a biblioteca dos Roedores, apesar do bom acervo, considera as doações sempre bem-vindas. Em razão da quantidade de livros disponíveis, tudo o que chega como doação é encaminhado aos demais polos culturais da região. “Encaminhamos as doações a outras instituições em Brasília que estejam se organizando, montando pequenas bibliotecas”, diz a professora. “Oferecemos ainda um apoio a pequenos projetos e a organizações não governamentais.”

    No blogue do Roedores de Livros é possível conhecer o projeto e acompanhar as atividades promovidas pelo grupo.

    Assessoria de Comunicação Social

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