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  • A Escola Estadual Dr. Meira Júnior, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, tem em seu blog uma série de informações úteis, com exemplos, sobre as mudanças trazidas pelo novo acordo ortográfico. A escola, de ensino fundamental, tem 1.077 alunos matriculados nos turnos matutino e vespertino.


    “Trabalhar com as novas regras do acordo ortográfico é, para mim, mais um desafio”, diz a professora Roselei Sueli Moraes Pereira. Com 13 anos de magistério, ela atua há um ano e seis meses na escola. Formada em matemática, revela que só começou a se interessar por língua portuguesa — para ela, sempre uma dificuldade — em 2008, quando passou a trabalhar como coordenadora pedagógica. As novas atividades a levaram a cursar pedagogia e pós-graduação em práticas de letramento e alfabetização.


    Com relação ao ensino das novas regras em sala de aula, ela e a professora de língua portuguesa Marta Helena Lima resolveram desenvolver ações para incentivar os alunos a entender as mudanças. Marta distribuiu cópias das novas regras e do material publicado no blog e passou aos estudantes a tarefa de reescrever textos publicados no Caderno do Aluno, distribuído pela Secretaria de Educação do estado. Os alunos também começaram a trabalhar a escrita de textos de sua própria autoria.


    “Com o blog, esperamos contribuir para que mais pessoas incorporem a nova ortografia em suas vidas”, afirma Roselei. Segundo ela, todos os professores da escola têm oportunidade de discutir e estudar as novas regras ortográficas nos horários de trabalho pedagógico coletivo (HTPCs). Eles contam com a ajuda dos quatro professores de língua portuguesa que lecionam naquela instituição de ensino.


    De acordo com Marta Helena, que dá aulas de língua portuguesa a turmas de quinta e sexta séries (sexto e sétimo anos), os alunos começaram a comentar as mudanças na ortografia já no início do ano letivo. “Aproveitei a oportunidade para estabelecer ações e iniciar o ensino das novas regras. O processo é longo e deve ser trabalhado continuamente”, explica. Professora há 20 anos, formada em letras, com habilitação em português-inglês, Marta dá aulas na instituição paulista há dez anos.


    O desafio maior para o ensino das novas regras, segundo Marta, é enfrentado por professores de séries que compreendem os finais de ciclo. “O aluno traz em sua bagagem um aprendizado que sofreu alterações”, observa. Ela afirma ter como aliada, apesar das dificuldades, a curiosidade inerente aos jovens dessa idade.

    Fátima Schenini


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  • Projeto premiado levou alunos do terceiro ano do ensino fundamental a desenvolver trabalhos sobre a cultura afro-brasileira em escola de região de colonização alemã (foto: arquivo da EM Maria Edila Schmidt)O fato de lecionar em um município colonizado por imigrantes alemães não desestimula a professora Guadalupe da Silva Vieira. Ela faz questão de abordar, com os alunos, aspectos relacionados à cultura negra. Essa atitude, adotada desde 2005, resultou na criação do projeto Contos Africanos e seu Universo Mágico: Literário e Artístico, premiado na sexta edição do Prêmio Professores do Brasil.

    O projeto foi desenvolvido em 2012, com duas turmas do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Maria Edila da Silva Schmidt, no município gaúcho de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre. Para o desenvolvimento das atividades, a professora montou um acervo em sala de aula com 70 livros relacionados à cultura afro-brasileira e à negritude.

    O trabalho contou com a exploração da escrita e da leitura relacionados ao conteúdo. A professora também elaborou determinados desafios, para resolução em casa. Para isso, os alunos poderiam contar com a ajuda de pessoas da comunidade. “Os temas abordados no projeto foram permeados por assuntos relativos à religiosidade, que ainda enfrenta muitos preconceitos e não aceitação”, diz Guadalupe.

    Segundo a professora, todos os temas foram muito trabalhados. Na dança, por exemplo, os alunos aprenderam o significado de cada gesto e movimento. “Eles sabiam o que estavam fazendo para poder passar adiante e multiplicar esses saberes”, destaca. Guadalupe trabalhou de forma integrada com professores da educação de jovens e adultos e dos programas Mais Educação e Escola Aberta, do Ministério da Educação. Buscou ainda a participação de pessoas negras da comunidade em algumas atividades.

    Com os estudantes, a professora criou um musical sobre os livros que eles mais gostaram de ler. Em conjunto, a partir de obras como A Princesa Violeta, de Veralinda Menezes, foram pensados e sugeridos os temas a serem adotados. O musical deu certo e ultrapassou os limites da escola. Além de ser apresentado em outras unidades de ensino do município, foi mostrado na Sociedade Orpheu, tradicional clube da região, fundado em 1858 para “enobrecer o canto alemão” e promover a vida sociável e harmoniosa dos imigrantes germânicos.

    Segundo Guadalupe, os resultados obtidos com o desenvolvimento do projeto foram positivos não só para os alunos e para a escola, mas também para a comunidade carente de Rio dos Sinos, bairro no qual a escola está inserida. “Como diz Leci Brandão, em sua música Anjos da Guarda, é na sala de aula que se transforma o cidadão e é na sala de aula que se muda uma nação”, enfatiza a professora. “É na base que nós vamos mudar”, ressalta. “Mesmo que haja alguns percalços, pois isso faz parte da vida, temos de ir em frente e acreditar que é possível transformar a sociedade.”

    Há 24 anos no magistério, Guadalupe é graduada em artes, com pós-graduação em psicopedagogia e em arte-educação – linguagens contemporâneas.

    Fátima Schenini

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  • A professora Josefinha com alunos do Centro de Ensino Salomão Cury-Rad: “Cobro o uso das novas regras em todas as atividades propostas” Foto: Divulgação SeedNo município de Senador La Rocque, no oeste do Maranhão, a 463 quilômetros de São Luís, professores do Centro de Ensino Salomão Cury-Rad elaboraram um projeto para o ensino das regras do novo acordo ortográfico. Criada em 1993, a instituição estadual atende 1,1 mil alunos de ensino médio, nos turnos vespertino e noturno.

    Após pesquisas em revistas especializadas e na internet, o coordenador pedagógico da escola, Antônio José Oliveira Barros, montou o projeto com o conteúdo a ser apresentado aos estudantes. A metodologia de abordagem desse conteúdo foi discutida com os professores de língua portuguesa, que acrescentaram sugestões.

    “O projeto com as novas regras foi elaborado em forma de cartilha e apresentado, inicialmente, com o auxílio de datashow (projetor multimídia). As regras do novo acordo foram confrontadas com as antigas”, explica o coordenador, que tem licenciatura plena em letras, habilitação em português-inglês e experiência de 12 anos no magistério.

    Para que as regras fossem fixadas com mais facilidade, o material recebeu ilustrações. Barros destaca que o projeto foi salvo nos computadores da escola para ser usado também sem o projetor multimídia. “Hoje, as novas regras são observadas na produção textual dos alunos e eles já as incorporaram em sala de aula”, ressalta Barros.

    De acordo com a professora Josefinha Ferreira Lima, as novas regras ortográficas foram ensinadas em sala de aula no primeiro semestre letivo. “Trabalhamos os conteúdos de forma gradual e contínua e os dividimos por bimestre, tendo cuidado com as regras que mais se identificam”, destaca. Em algumas aulas, era utilizado o projetor. Em outras, o computador. “Depois de apresentadas todas as regras, partimos para a produção textual.”

    Josefinha, que tem licenciatura plena em letras, habilitação português-inglês e 28 anos de magistério, diz que as mudanças foram enfrentadas com tranquilidade pelos alunos. “É natural que, de vez em quando, eles utilizem as regras antigas, com as quais já estavam acostumados. Porém, cobro o uso das novas regras em todas as atividades propostas”, salienta.

    As novas regras ortográficas estão entre os temas a serem apresentados à comunidade escolar no fim deste segundo semestre letivo, durante a 2ª Feira de Cultura, Ciência e Arte (Feculart). Alunos de três turmas, uma de cada ano do ensino médio, vão tratar do novo acordo ortográfico. Entre as atividades previstas está a de reescrever, com as novas normas, textos de autores consagrados.

    Fátima Schenini

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  • Na escola Presidente Campos Salles, a aprendizagem ocorre pela interação, integração e socialização dos estudantes (foto: arquivo da escola)Na escola Presidente Campos Salles, a aprendizagem ocorre pela interação, integração e socialização dos estudantes (foto: arquivo da escola)Na escola Presidente Campos Salles, a aprendizagem ocorre pela interação, integração e socialização dos estudantes (foto: arquivo da escola)Com criatividade e ousadia, práticas de ensino obsoletas são superadas, acredita o professor Braz Rodrigues Nogueira, diretor da Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Campos Salles, de São Paulo, capital. As salas de aula convencionais da escola, no bairro de Heliópolis, em antiga favela da zona sudeste da cidade, cederam espaço a grandes salões. Neles, professores polivalentes orientam os alunos em todas as disciplinas. Cada salão recebe três professores e cerca de 100 estudantes.

    Os roteiros de estudo para os alunos são elaborados pelos professores, que interagem na execução desse trabalho. “Conhecer o que o colega está propondo para os alunos evita a fragmentação do conhecimento”, avalia o diretor. Para executar as atividades previstas no roteiro, os estudantes reúnem-se em grupos de no máximo quatro pessoas. Cada grupo tem autonomia para escolher com o que trabalhar ou estudar diariamente, entre as diferentes propostas para um período de 15 dias. A aprendizagem ocorre pela interação, integração e socialização dos estudantes. As dúvidas são esclarecidas entre os colegas ou por um dos professores.

    De acordo com Braz Nogueira, responsável pelas inovações, para superar as práticas pedagógicas inadequadas que predominam na escola em geral — como a que vê o aluno como uma miniatura do adulto, um ser incompleto — seria necessário reorganizar o espaço escolar, torná-lo condizente com a concepção da criança como um ser integral, capaz de tomar decisões, organizar-se individual e coletivamente para aprender a viver e ser portadora de conhecimento. As inovações, de acordo com o diretor, fizeram surgir uma nova ética de convivência, baseada nos princípios de autonomia, responsabilidade e solidariedade, e novos dispositivos de participação. “Instalou-se na escola um movimento de superação do individualismo, do adultocentrismo e da fragmentação do conhecimento”, explica.

    Braz Nogueira afirma que as salas de aula tradicionais não conseguem formar alunos prontos para o exercício da cidadania. Em sua avaliação, essa forma de organização do espaço privilegia o individualismo, dificulta a interação e o diálogo, o que torna o aluno passivo. “A sala de aula tradicional não possibilita o desenvolvimento de práticas pedagógicas com base nas concepções de que a criança é um ser integral e competente”, assegura.

    Interação— Segundo a professora Adriana Chow Haidar, que leciona na primeira série do ensino fundamental, a maior vantagem da troca das salas de aula convencionais pelos salões é a interação entre os professores e a intensa troca de ideias no manejo das disciplinas. “Forma-se uma equipe muito preocupada com a aprendizagem de qualidade”, diz a professora, pós-graduada em práticas pedagógicas na educação básica. “O peso é dividido com os colegas de trabalho.”

    Como atitudes criativas adotadas para melhorar a aprendizagem dos estudantes, Adriana relata que os professores formam grupos de avanço, que oferecem atendimento individualizado aos alunos com mais dificuldades. Também são organizadas rodas de conversação diárias. Nelas, os alunos abordam assuntos relativos tanto à vida escolar quanto à pessoal.

    A Escola Campos Salles tem, matriculados, 420 alunos no nível 1 (primeira à quarta série), 420 no nível 2 (quinta à oitava) e 280 na educação de jovens e adultos.

    Ana Júlia Silva de Souza

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  • As normalistas do Instituto Cristóvão de Mendoza aplicam o que aprenderam ao dar aulas, no outro turno, a alunos do ensino fundamental da mesma escola. (Foto: Divulgação)A reforma ortográfica foi o tema escolhido por três alunas do curso normal do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, para desenvolvimento de um projeto de aprendizagem em ambiente virtual. Bruna Baggio, Jéssica Karine Bischoff e Priscila Machado Pires criaram uma página na internet, no primeiro semestre deste ano, com conteúdos relativos à nova ortografia. Agora, aplicam o que aprenderam ao dar aulas, no outro turno, a alunos do ensino fundamental da mesma instituição.


    Nas aulas, ministradas no laboratório de informática educativa, as estudantes utilizam a página eletrônica que criaram e uma apresentação em powerpoint (software de projeção de slides). As atividades são desenvolvidas sempre pelo computador, com aplicativos, ferramentas e recursos on-line. “Há atividades referentes aos países que fazem parte do acordo ortográfico (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), hífen, acentos agudo e circunflexo, trema e letras adicionadas ao alfabeto”, explicam. Elas ressaltam que o trabalho de criação da página foi diferente do que é realizado habitualmente em sala de aula. “A internet é muito utilizada hoje em dia e é também um ótimo recurso. Com ela, fica mais fácil nos dirigirmos às crianças com a visualização do que está sendo explicado”, afirmam.


    As normalistas são alunas da professora Teresinha Bernadete Motter, que tem 32 anos de magistério e leciona, desde 2007, a disciplina metodologia aplicada a ciências exatas e humanas, da área de práticas de ensino. Um dos objetivos da disciplina é possibilitar aos alunos vivenciar a metodologia de trabalho por projetos de aprendizagem em publicação virtual, numa prática que privilegia a construção do conhecimento.


    Projetos — “No início do ano, as alunas formam grupos por afinidade e escolhem um tema para aprender. Dentro dessa atividade, criam um espaço virtual para a publicação da aprendizagem”, conta Bernadete, que tem licenciatura plena em matemática e especialização em tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na promoção da aprendizagem. Este ano, foram desenvolvidos 33 projetos no primeiro semestre — um deles é o da reforma ortográfica.


    No segundo semestre, os grupos aplicarão o conhecimento construído. “Tanto no que se refere ao assunto quanto ao uso das tecnologias digitais e TICs com as crianças que estudam no turno da tarde, na mesma escola”, explica a professora. O relato dessa prática de ensino possibilitou duas premiações a Bernadete — o Prêmio Professores do Brasil, no ano passado, e o Educadores Inovadores, da Microsoft, este ano.

    Fátima Schenini

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