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  • Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. O dado foi divulgado esta semana pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015.

    Especialistas, como a professora de psicologia Ciomara Shcneider, psicanalista de crianças e adolescentes, defendem que pais e escola devem estar atentos ao comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles. Para ela, o diálogo continua a ser a melhor arma contra esse tipo de violência, que pode causar efeitos devastadores em crianças e adolescentes.

    A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

    O bullying se diferencia das brigas comuns – as que chegam às vias de fato ou as que ficam apenas na discussão. Isso é considerado normal por Ciomara e chega, segundo ela, a fazer parte do desenvolvimento. O problema, afirma, é quando se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas.

    De acordo com Ciomara, crianças que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se expressar ou se abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a situação, quando a chantagem costuma fazer parte das agressões, também contribui para o silêncio.

    “Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por isso, são mais graves. Quem sofre a agressão não conta nem na escola nem na família, mas começa a mudar o comportamento”, explica. De acordo com ela, queda no rendimento escolar, faltas na escola e mudanças no comportamento são os sinais mais frequentes apresentados por quem sofre esse tipo de violência. Por isso, família e escola devem estar sempre atentos para os sinais que são apresentados pelos jovens.

    Os mesmos cuidados, alerta a psicóloga, valem para situações enfrentadas fora da escola, seja no mundo virtual – como em casos de cyberbullying –, na vizinhança onde moram ou nos locais que costumam frequentar.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • A psicanalista Beatriz Schwab salienta que narração de histórias nas sessões de terapia está entre as prioridades do projeto desenvolvido em Brasília: “O livro passa a ser tudo na vida dessas crianças e adolescentes” (foto: Mariana Leal/MEC) As páginas de todos aqueles livros da estante guardam muito mais do que histórias reais ou imaginadas, versos e aventuras. Podem abrigar na sequência das palavras a cura das alegrias roubadas de uma fase da infância ou da adolescência. Para todos eles, crianças e adolescentes vítimas da violência sexual, a descoberta do mundo da leitura tem ajudado a superar uma dor profunda e calada, que às vezes a família demora a perceber. Desde 2015, os profissionais voluntários do Instituto Chamaeleon (leia-se camáleon), instituição sem fins lucrativos, com sede em Brasília, têm usado oficinas de leitura, narração de histórias e produção de textos no atendimento gratuito a crianças e adolescentes do Distrito Federal no propósito de resgatar sonhos interrompidos e o otimismo com o futuro.

    Denominado Literatura que Cura, o projeto foi premiado este ano na oitava edição do Viva Leitura, na categoria 3, Territórios da Leitura. O concurso é realizado desde 2006 pelos ministérios da Educação e da Cultura, em parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI).

    O projeto já atendeu a 200 crianças e adolescentes vítimas da violência sexual. Os resultados têm sido tão positivos que a psicanalista Beatriz Schwab, presidente e fundadora do instituto, pretende aprimorá-lo. “Quando chegam aqui, querem ficar na internet, como qualquer outro da idade deles, mas vamos incentivando a leitura e, no final, o livro passa a ser tudo na vida dessas crianças e adolescentes”, conta.

    Atualmente, 52 crianças e adolescentes, vítimas de abuso e com dificuldades de aprendizagem, são atendidos pelo projeto, que dá prioridade a oficinas de leitura, produção de textos, desenho e narração de histórias nas sessões de terapia. Beatriz explica que o trabalho psicoterapêutico com base na leitura tem repercutido em melhor desempenho em sala de aula e redução dos casos de evasão. “Muitos abusos ocorrem no ambiente escolar, praticados por colegas ou mesmo professores”, afirma. A consequência imediata é a mudança do comportamento. “Muitos pais não percebem o real motivo pelo qual a criança ou o adolescente não quer ir para a escola”, acrescenta. “Crianças e adolescentes que sofrem abuso se tornam, de uma hora para outra, agressivos ou se isolam, querendo, por exemplo, ficar trancados no quarto. É preciso ficar atento.”

    Voluntários — O projeto Literatura que Cura tem o incentivo da Vara Regional de Atos Infracionais da Infância e da Juventude do Distrito Federal e conta com o trabalho voluntário e especializado de psicólogos e profissionais da saúde, da educação, da cultura, das artes e do direito. “Por meio da literatura, dos livros, das histórias contadas, das rodas de leitura, dos saraus, do nosso clubinho da leitura, dos bate-papos literários e das atividades de formação de leitores, conseguimos transformar realidades massacradas pela dor, agonia e desesperança”, afirma Beatriz.

    Os psicólogos do projeto oferecem treinamento aos contadores de histórias e aos oficineiros que trabalham com as crianças e adolescentes. Além de atuar nas sessões de terapia, os profissionais do instituto visitam creches e escolas e participam de palestras sobre a violência sexual contra adolescentes e crianças. A ideia básica é que as vítimas aprendam a preencher os momentos solitários com lembranças agradáveis, não deixando espaço para a tristeza e as recordações ruins. Em reuniões mensais, os diretores do Instituto Chamaeleon definem os temas de leitura que serão adotados nas oficinais de amenização de traumas. Além de ouvir as histórias, as crianças e adolescentes vítimas de abuso e maus-tratos participam de workshops de produção de textos, de criação de poesias, de leituras dramáticas e de desenho.

    No ano passado, a pedagoga Patrícia Mezini, professora de ensino religioso em escola particular de Brasília, participou das atividades do instituto, ora como alfabetizadora, ora como contadora de histórias. Era a Tia Paty, que uma vez por semana ensinava a ler crianças com dificuldades de aprendizagem. “É muito gratificante ser um instrumento do bem, se colocar no lugar do outro, perceber seu sofrimento; aprendi muito com essas crianças. Eu dei amor, mas recebi amor também”, lembra. “Aconselho a todos a reservar um pouco do seu tempo para ações de voluntariado.”

    De acordo com Patrícia, vivemos em um tempo no qual as pessoas são egoístas e cuidam apenas de si. “Criança é tudo de bom; não importa se pobres ou ricas; são todas uma bênção de Deus”, diz.

    Nas sessões de leitura, a cada livro lido, a criança ou o adolescente é incentivado a fazer um pequeno relatório sobre o que entendeu e como aquela história pode contribuir para a sua vida. De acordo com Beatriz, os depoimentos de pais e responsáveis revelam um quadro de melhor autoestima das crianças e jovens que participaram do projeto Literatura que Cura. “O trauma nunca vai sumir, mas é possível conviver com ele e entender que elas foram vítimas de uma agressão e não tiveram culpa pelo acontecido”, afirma. “Temos relatos de adultos que constituíram família e conseguem trilhar a vida.”

    Desafio — O projeto tem sido custeado por empresárias brasilienses que também doam livros, roupas, brinquedos, alimentos e ajudam a arcar com as passagens dos pacientes mais carentes, que moram longe do local de atendimento. O desafio atual do projeto Literatura que Cura é levantar recursos para publicar os cinco livros da coleção infantojuvenil Confrades do Bem. A ilustração e a edição do material já foram concluídas, com o apoio de profissionais voluntários.

    Um desses livros traz cinco histórias escritas por crianças e adolescentes que participam do projeto e se inscreveram no concurso de produção de textos realizado pelo instituto. “As histórias não são sobre as suas dores. Nós não focamos a violência, mas um mundo melhor”, explica Beatriz. “E eles escrevem sobre esse olhar positivo sobre a vida futura nesse mundo.”

    Mais informações sobre o atendimento na página do Instituto Chamaeleon na internet e no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

    Rovênia Amorim

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  • Aberta ao público, a aula inaugural do curso Introdução à Justiça Restaurativa na Escola para uma Cultura de Paz acontece nesta sexta-feira, 1º de setembro, às 19h, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Recife. O curso é promovido pelo Ministério da Educação em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e busca apresentar alternativas baseadas na cultura do diálogo para resolver impasses dentro dos muros escolares, bem como debater de que maneira elas podem ser mais eficazes do que as tradicionais punições institucionais. O curso é voltado a professores, gestores e membros da patrulha escolar.

    Entre os convidados para a aula inaugural estão o coronel da Polícia Militar de Pernambuco Sérgio Rodrigues de Paula, a presidente da Comissão de Direitos Humanos Dom Helder Câmara da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maria José de Matos, e a coordenadora do Movimento Social Mães da Saudade, de Peixinhos, em Olinda (PE). Eles vão relatar experiências bem-sucedidas de aplicação da cultura de paz em escolas.

    Em Pernambuco, 26% dos colégios estaduais estão em locais considerados de alta vulnerabilidade. No Recife, este percentual entre as escolas municipais é de 31,5%, enquanto que em Caruaru, segunda maior cidade do estado, chega a 44,4%. Os dados são da gerência de políticas educacionais em educação inclusiva, direitos humanos e cidadania da Secretaria Executiva Estadual de Desenvolvimento de Educação. Levam em conta a localização das escolas e a exposição dos estudantes a situações de risco como tráfico de drogas, agressões físicas, agressões psicológicas e abusos sexuais.

    Dentro desses percentuais estão catalogadas, ainda, as infrações graves cometidas por alunos dentro das instituições, tanto contra outros estudantes, quanto contra professores, coordenadores e demais funcionários das escolas. Depredação do patrimônio escolar é outro ponto analisado para composição do índice.

    Ao citar os números, a coordenadora de cooperação e de estudos de inovação da diretoria de formação da Fundaj e responsável pelo curso, Maria Ferreira, destaca a importância de debater o tema com a comunidade escolar. “Vamos falar do tratamento de conflitos e violências no ambiente escolar pelo ângulo da prevenção, do diálogo, da responsabilização, da restauração e da inclusão social. As escolas públicas têm apresentado alto índice de vulnerabilidade à violência e têm inquietado bastante a comunidade escolar”, comentou.

    O curso Justiça Restaurativa na Escola para uma Cultura de Paz vai acontecer em dois fins de semana seguidos, com aulas em tempo integral, nos dias 2, 3, 23 e 30 de setembro e de acordo com Maria Ferreira, apresentou uma grande procura. “Oferecemos 40 vagas e tivemos mais de 150 inscritos”. Todas as aulas são gratuitas e garantirão certificado. Dada a procura, a expectativa é de que novas turmas sejam abertas.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O Brasil promove, pela primeira vez, nesta sexta-feira, 7, o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. A data foi instituída pela lei de nº 13.277, de 29 de abril de 2016, para marcar o aniversário da tragédia do Realengo, quando Wellington Menezes de Oliveira, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, naquele bairro do Rio de Janeiro, invadiu uma sala de aula e atirou contra as crianças, matando 11 delas, em 2011. O assassino, de 24 anos, se suicidou em seguida.

    Relatos de parentes e mensagens deixadas pelo atirador dão conta de que ele sofreu assédios violentos quando aluno da instituição, o que teria motivado o crime, e especialistas avaliaram que sofria de distúrbios mentais graves. Para combater a violência na escola, o Ministério da Educação coordena ações que visam capacitar docentes e equipes pedagógicas para promover a cidadania, empatia e o respeito, numa cultura de paz e tolerância mútua.

    As iniciativas são de responsabilidade da Secretaria Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) e contemplam ensino superior e educação básica. Em novembro de 2016, foi lançado o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos, uma parceria entre o MEC e o Ministério da Justiça e Cidadania.

    O diretor de políticas de educação em direitos humanos e cidadania da Secadi, Daniel Ximenes, afirma que o pacto ultrapassa o ambiente universitário. “O MEC está tratando da temática na educação superior, mas isso trará resultados também na educação básica, pois os professores são formados pelas universidades.”  

    Mais de 200 instituições de ensino superior já aderiram ao Pacto. As instituições que tiverem a intenção de participar devem fazer adesão pela internet. O passo seguinte é apresentar um plano de trabalho, em até 90 dias. Feito isso, é formado um comitê que, a cada seis meses, elaborará relatório de monitoramento que será encaminhado ao MEC. “O Ministério tem então condições de planejar ações para apoiar essas instituições.”

    Portal – Já no âmbito da educação básica a Secadi está implementando um portal na internet direcionado às ações de educação em direitos humanos para a comunidade escolar e a sociedade civil. A página tem previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano e terá módulos formativos para temáticas de direitos humanos, incluída uma categoria específica para assédio e violência. “O portal vai apoiar toda a comunidade escolar, pois vai tornar o tema e a pesquisa mais democráticos. E esse tema tem que ser debatido por toda a rede de educação.”

    Acesse a página Educação em Direitos Humanos para aderir ao Pacto

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O desenvolvimento de projeto de enfrentamento à violência por meio de práticas esportivas foi a solução adotada por uma instituição de ensino do Distrito Federal para combater o bullying. No segundo semestre do ano passado, a Escola-Classe 203, na cidade-satélite de Santa Maria, a 35 quilômetros do Plano-Piloto de Brasília, promoveu uma gincana para os alunos da educação infantil e um campeonato com diversas modalidades para os estudantes das séries iniciais do ensino fundamental.

    O bullying, que numa tradução livre do inglês significa intimidação, é o comportamento agressivo de estudantes. Compreende todas as formas de atitudes intencionais e repetidas, sem motivação evidente em uma relação desigual de forças. “Excelentes resultados foram alcançados”, diz Anita Maria Lins da Silva, orientadora educacional da instituição. Segundo ela, os alunos que brigavam passaram a organizar equipes esportivas, estratégias de jogo e torcidas organizadas.

    Graduada em pedagogia, com especialização em orientação educacional, supervisão escolar e séries iniciais, Anita é pós-graduada em psicopedagogia e faz mestrado em psicologia. Está no magistério desde 1999 e chegou à Escola-Classe 203 no início do ano letivo de 2009. Ela observa que, na maioria das vezes, as crianças agridem moral e fisicamente os colegas, independentemente da faixa etária. “O que mais acontece é a agressão física por motivos diversos ou apenas para oprimir e intimidar”, explica.

    O projeto de práticas esportivas foi criado a partir da constatação de casos de bullying tanto nas salas de aula quanto nos períodos de recreio, por meio da observação e relato dos professores. “Nosso objetivo é desenvolver o respeito mútuo, o fortalecimento dos laços afetivos, o respeito às regras e limites, além de estimular um ambiente de motivação e alegria”, salienta Anita.

    Segundo a orientadora, a implantação do projeto ajudou a fortalecer a relação entre professores e estudantes. “As crianças passaram a nos procurar mais vezes para resolver os diversos tipos de problemas”, observa.

    O trabalho foi tão positivo que será realizado novamente no início do ano letivo de 2010.

    Fátima Schenini

    Leia também artigo da professora Anita Maria Lins da Silva

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  • “Há muito tempo não se veem tantos professores feridos em uma manifestação dessa magnitude”, disse o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, sobre os últimos acontecimentos em Curitiba.

    “Não se bate em ninguém, muito menos em quem ensina as nossas crianças. O Ministério da Educação entende que educação não se constrói com violência”, concluiu.

    O MEC salienta a importância de diálogo entre todas as partes como solução de conflitos e reitera inteiramente a autonomia que a Constituição dá aos Estados.

    Assessoria de Comunicação Social



  • Este domingo, 7 de abril, é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas. A data foi instituída em 2016, por meio da Lei nº 13.277, relacionada à tragédia que ocorreu em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 11 crianças.

    Em fato mais recente de violência em ambiente escolar, no dia 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, no estado de São Paulo, a dupla de atiradores Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, ambos ex-alunos, mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola. O bullying e a violência nas escolas tornaram-se grandes problemas, que pais, educadores, governos e toda a sociedade precisam enfrentar.

    O bullying, também chamado de intimidação sistemática, é “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

    A gravidade da questão se confirma por meio de estudos recentes como o Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com apoio do Ministério da Educação, que revelou que 69,7% dos estudantes declaram ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola.

    A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas.

    Ações – Para o secretário da Semesp, Bernardo de Goytacazes, o bullying traz uma perda não só para o aluno, mas para todo o contexto ao redor. “Uma coisa são brincadeiras, típicas e tradicionais em escolas, outra coisa é quando partem para a questão da ofensa. O bullying traz essas atitudes mais agressivas, sejam elas verbais e físicas, de forma mais direta e intencional, e que muitas vezes ocorre sem motivação, porque um se sente mais forte em relação ao outro para poder agredir e tomar essa posição”, afirmou. 

    De acordo ele, dentro da dinâmica do MEC, existe uma grande proposta de enfrentamento que vem sendo feita para ajudar os sistemas das redes municipal e estadual para combater esse mal que afeta a todos. “A nossa intenção é, dentro da educação básica, das modalidades especiais e também dentro do ensino superior, ajudar a combater isso. Primeiro a entender que nessa questão dos direitos humanos ninguém é igual a ninguém. Não vamos ter pessoas que vão ter tratos e nem costumes iguais”, explicou.

    “Isso vem sendo ensinado desde a questão da escola, dentro da Secretaria de Educação Básica (SEB), que vem com programas em função de ajudar estados e municípios a criar nessa escola uma rede de tolerância, de diálogo e de respeito. Também no livro didático nós já temos textos que abordam o assunto e ainda nas temáticas dos projetos dos nossos programas. Precisamos acertar e aumentar essa questão da tolerância e do respeito dentro de sala de aula. A Semesp também tem trabalhos em função dessa área com respeito às relações étnico raciais, porque temos esse bullying com questões raciais e deficiência física”, completou.

    Outra ação de enfrentamento está no curso de formação de professores, seja de formação especializada, escola da terra ou em cursos em parceria com as universidades, que trabalham com professores de toda a rede. “Essas temáticas estão presentes sobre a questão do respeito e de saber fazer com que o professor seja um incentivador dessa política de tolerância em sala de aula. O professor desempenha um papel fundamental e os cursos que nós oferecemos, que trazem essas temáticas nos ajudam a discutir esses assuntos com os professores. Até mesmo várias de nossas provas já vêm com relatos sobre esse assunto ou que tangenciam esse tema”, disse Bernardo de Goytacazes.

    Depois do ataque na escola de Suzano, a SEB criou um grupo de planejamento mais específico para trabalhar essa questão da violência. “Mas a discussão não será somente dentro da educação básica, mas nas redes, nos institutos de ensino, nas universidades e que seja uma temática que toda sociedade abrace para poder auxiliar nesse processo de ensino e aprendizado”, concluiu o secretário.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, lançou em novembro do ano passado o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos. O objetivo é promover ações de respeito às diferenças e de enfrentamento ao preconceito, à discriminação e à violência no ambiente universitário, bem como de gestão e convivência.

    A intenção do MEC é estimular os estabelecimentos de educação superior a desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas à proteção e promoção dos direitos humanos. As instituições têm autonomia para planejar e desenvolver as ações, e terão 90 dias a partir da adesão para apresentar seu plano de trabalho. As práticas de cada instituição devem ser planejadas levando-se em consideração os objetivos do Pacto.

    Na educação básica, o MEC trabalha na construção de um portal voltado para a promoção dos direitos humanos dentro das escolas e para a comunidade escolar. As escolas terão acesso a diversos materiais atualizados para consulta e para utilização em sala de aula.

     “Também temos trabalhado no MEC na formação de professores, para que eles saibam trabalhar com a cultura da paz, o respeito à diferença e à diversidade dentro das escolas, e a evitar essas situações de forma que nem a criança vítima ou agressora possam sofrer”, detalha a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Ivana de Siqueira.

    Acesse a página do Pacto Universitário pelos Direitos Humanos

    Assessoria de Comunicação Social

  • Para combater o bullying, não basta cuidar da vítima; também é preciso dar atenção aos agressores. A afirmação é do psiquiatra Roberto Borges, que atua na prevenção desse tipo de violência. O médico avalia que os agressores também podem ser vítimas de abusos em ambientes fora da escola – muitas vezes, situações vividas no núcleo familiar, por exemplo, levam a criança ou jovem a transferir o comportamento para o ambiente escolar.

    Para Roberto Borges, é necessário identificar todos os que participam desse tipo de violência, além de agressor e vítima. “É muito importante levar em conta o papel dos espectadores: se o autor do bullying não encontrar uma plateia que ache graça nas atitudes que ele está tendo com a vítima, provavelmente, ele irá ficar sem graça e não irá repetir a agressão”, ressalta.

    De acordo com o médico, é comum que as vítimas de violência nas escolas desenvolvam quadros depressivos e ansiosos. Por isso, defende a importância de um tratamento conjunto entre psiquiatra e psicólogo. “Isso resulta em melhora da autoestima e age na restauração da capacidade da vítima em enfrentar o problema”, afirma.

    Em casa, os pais devem proporcionar um ambiente seguro para os filhos se sentirem confiantes, segundo orienta Borges. “Já os professores têm um papel importante na prevenção. Eles devem observar com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de aula, e perceber se há quedas bruscas individuais no rendimento escolar”, sugere.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou, no mês de julho, comunicado relatando preocupação com o impacto da violência no desenvolvimento das crianças no município do Rio de Janeiro. Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, somente em 2017, uma em cada quatro escolas teve que fechar as portas durante algum período ou foi forçada a interromper as aulas por causa dos confrontos. Os impactos da violência urbana nas escolas e os reflexos das questões relacionadas à segurança pública no cotidiano de estudantes e profissionais de educação serão tema do programa Salto para o Futuro, exibido pela TV escola nesta quarta-feira, 30.

    Entre julho de 2016 e julho de 2017, a cidade do Rio registrou 3.829 tiroteios – uma média de mais de dez por dia – impactando no funcionamento de boa parte das 1.809 instituições de ensino fundamental e médio e as 461 de educação infantil. Nas escolas municipais, 129.165 alunos ficaram sem aulas por períodos que variaram entre um e 15 dias, o equivalente a 20,12% do total da rede municipal (641.655 alunos). No primeiro semestre, durante 99 dias dos 107 do ano letivo, as escolas e creches tiveram de fechar as portas. Das 388 escolas e creches que tiveram as aulas paralisadas por causa de tiroteios, 36 escolas e creches não funcionaram nove dias ou mais.

    Esse cenário de interrupções repetidas das atividades escolares em ambientes de violência não são uma exclusividade da cidade do Rio de Janeiro. Uma pesquisa nacional sobre saúde na escola revelou que quase 10% dos adolescentes das Regiões Sudeste e Nordeste já passaram pela experiência de ter a escola fechada por causa da violência.

    Programa – Para debater os impactos da violência urbana nas escolas, o programa Salto Para o Futuro convida Luiz Menezes, diretor da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza (RJ), e Gisleide Gonçalves, diretora do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Gustavo Capanema (RJ).  Foi na escola dirigida por Luiz que, no dia 30 de março desse ano, a menina Maria Eduarda, de 13 anos, foi alvo de quatro disparos que acabaram por tirar sua vida.

    Comandado por Bárbara Pereira e Murilo Ribeiro, Salto para o Futuro é exibido todas as quartas-feiras, às 19h, na TV Escola, e também na internet, pelo portal da emissora.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O percentual de casos de violência envolvendo estudantes nas escolas da rede estadual do Rio Grande do Sul caiu 65% nos últimos quatro anos, graças a ações preventivas desenvolvidas no âmbito do programa Comissões Internas de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave), criado pela lei estadual 14.030/2012 e implementado a partir de 2015. As ações previstas envolvem pais, alunos e professores.

    Desde então, várias escolas têm conseguido obter resultados que vão desde a redução da violência, da indisciplina, da evasão escolar e reprovação, até o aumento das notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

    Luciane Manfro, coordenadora do projeto, explica como foi implantado o Cipave nas escolas do estado. “No momento que essa lei foi colocada em prática, nós passamos a convidar as escolas a conhecer essa forma de debate e essa avaliação das questões de violência”, lembra ela. “A nossa intenção era de começar com 100 escolas no Rio Grande do Sul, mas não era obrigatório ter uma comissão na escola. Só que nós chegamos a 1300 escolas rapidamente, devido à importância do assunto. E em dois anos, nós já tínhamos as 2500 escolas do estado participando do programa, debatendo e fazendo o acompanhamento dessa violência.”

    Na página do programa da internet, as escolas registram quais são as violências que interferem no andamento pedagógico das atividades educacionais. Um verdadeiro mapa com todos os detalhes da violência. Entre as ocorrências identificadas, várias estão presentes na maioria das instituições de ensino do estado, como o bullying, o ciberbullying, agressão física e verbal, uso de drogas, automutilação e o suicídio. A partir desse levantamento, que é atualizado diariamente, a Secretaria Estadual de Educação convida parceiros para desenvolver projetos nas escolas a fim de reduzir os índices de ocorrência.

    Parcerias – Segundo Luciane Manfro, as parcerias envolvem outros entes públicos, como as secretarias de Segurança Pública, de Saúde e de Esportes, além de ONGs e universidades. “Tudo sem custo nenhum para o estado, nem para as escolas. Basta apenas que as escolas manifestem o interesse de levar o debate para a comunidade escolar”, destaca.

    Um bom exemplo dessas parcerias foi a criação de jogos eletrônicos on-line em que as crianças e adolescentes são incentivados a desenvolver boas ações nas escolas e nas comunidades onde moram.

    “Esses jogos também nos geram relatórios de tempos em tempos sobre as questões de violência que eles enfrentam. Nós inserimos perguntas ao longo das missões do jogo sobre bullying, sobre o dia a dia na escola, para que possamos ter uma ideia também de como o jovem está vendo essas questões de violência. E no mapeamento on-line, temos uma visão mais voltada aos professores e à equipe diretiva. E a partir desses números a continuamos implementando parcerias”, explica a coordenadora do projeto.

    Também foram desenvolvidas cartilhas que abordam os tipos de violência e as formas de preveni-las. Os materiais são divididos de acordo com a faixa etária – há um modelo voltado para os professores, outro para o público do ensino médio e um terceiro para as crianças do ensino fundamental.

    Mudanças – Claudia Campos, diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Matias de Albuquerque, em Porto Alegre (RS), afirma que desde que a comunidade escolar abraçou o projeto, os impactos foram muito positivos. “Nós estamos dentro de uma comunidade onde a vulnerabilidade social é muito grande. Então com esse projeto aprendemos e começamos a trazer para as crianças uma nova visão de mundo. A importância das pessoas, a importância do estudo, almejar um futuro melhor, e a partir disso nós começamos com meditação dentro da escola, o trabalho com atividades relacionadas a valores, cuidado com o outro, cuidado com o meio ambiente...”

    A diretora destaca ainda que questões como bullying, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei Maria da Penha fazem parte do dia a dia da escola Matias de Albuquerque, por meio de dinâmicas, apresentações e teatro. Atividades que além de envolver professores, incluem as crianças e consequentemente os pais. “Há dois anos, nós tínhamos 174 alunos e hoje temos 224. Nós não tivemos nenhum caso de violência na escola. Já tivemos casos grandes de bullying, discriminação racial, mas quando nós entramos com o projeto do Cipave, conseguimos zerar esse índice. Nosso Ideb era 4.9, agora foi para 5.7, com a integração da família e instituição pública,” comemorou. 

    O estudante Maurício Pimentel tem apenas 10 anos e já reconhece que mudou o seu comportamento depois que a escola passou a adotar uma nova abordagem baseada no programa. “Eu era muito brigão e estava toda hora aqui na direção. Agora não brigo mais e não tenho nenhuma reclamação.”

    A Escola Estadual Anselmo Luigi de Piccoli, em Bento Gonçalves (RS), é outro exemplo de instituição que conseguiu reverter os índices de violência graças as iniciativas do Cipave.  Quem confirma é a diretora Tânia Ducatti Sasso, que reconhece que as atividades se ajustam à proposta pedagógica da escola. “O que entendemos que funciona muito bem são os trabalhos preventivos. As professoras organizam palestras, círculos de paz, e quando percebem uma demanda, elas acionam o Cipave e a primeira atividade que se faz é o ‘círculo restaurativo’. São atividades circulares organizadas pelas professoras ou pela equipe do Cipave, com o objetivo de fazer a socialização de vínculos. Pode ser grupo de alunos, de profissionais, professores e famílias. A cada caso que acontece, o Cipave tem uma solução. Então é muito raro que aconteça uma demanda que não apresente um resultado positivo”, concluiu.

    Cipave – O Programa de Comissões Internas de Prevenção de Acidente e Violência Escolar funciona em parceria entre as secretarias de governo. Seu objetivo é orientar a comunidade escolar sobre as mais diversas situações que podem ocorrer no ambiente escolar, para que juntos possam identificar situações de violência, acidentes e causas; definir a frequência e a gravidade com que ocorrem; averiguar a circunstância em que ocorrem estas situações; planejar e recomendar formas de prevenção; formar parcerias com entidades públicas e privadas para auxiliar no trabalho preventivo; estimular a fiscalização por parte da própria comunidade escolar, fazendo com que zele pelo ambiente escolar; e realizar estudos, coletar dados e mapear os casos ocorridos que envolvam violência e acidentes, para que sejam apresentados à comunidade e às autoridades, de forma que essas parcerias auxiliem no trabalho de combate e prevenção dos acidentes e violência na escola.

    Confira a evolução dos números no comparativo entre o segundo semestre de 2017 e o segundo semestre de 2018, de acordo com o levantamento do Cipave:

    Tipo de ocorrência 2017 2018
    Bullying  2452  1192
    Depredações, pichações e vandalismo  869  345
    Assaltos na entrada ou saída das escolas  166  80
    Arrombamentos e/ou furtos  242 136 
    Agressão física a professores e/ou funcionários  139 113 
    Racismo  955 47
    Violência física entre alunos  3257 2168 
    Tráfico, posse ou uso de drogas  284 112 
    Indisciplina  9569 6475 

     

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    Assessoria de Comunicação Social

  • Em 2017, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou comunicado relatando preocupação com o impacto da violência no desenvolvimento das crianças no Rio de Janeiro. O tema ganhou espaço na TV Escola e volta à tona em uma reapresentação de episódio especial do programa Salto para o Futuro que, exibido à época do documento do Unicef, registrou alto índice de participação do público, comentários e compartilhamentos nas redes sociais. A atração vai ao ar nesta quarta, 28, às 20h, pela TV Escola.

    Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, somente no ano passado, uma em cada quatro escolas teve que fechar durante algum período ou foi forçada a interromper as aulas por causa dos confrontos. O início deste ano foi marcado por uma nova situação: a intervenção federal na segurança do estado do Rio de Janeiro. Assim, o tema da violência nas escolas segue mobilizando alunos, pais e professores em todo o Brasil.

    Com a reprise desse episódio, nesta quarta-feira, Salto para o Futuro dá início a uma sequência de três programas da série que serão reexibidos, até a estreia da nova temporada, em 28 de março. Além do especial sobre a violência nas escolas, dois outros episódios com grande repercussão nas redes sociais serão reapresentados: A escola no combate à homofobia, em 7 de março, e Juventude em desencanto?, em 14 de março. Já o programa que vai ao ar em 21 de março, gravado no ano passado, é inédito e apresenta o tema Educação escolar indígena.

    Repercussão –  Entre julho de 2016 e julho de 2017, o Rio de Janeiro registrou 3.829 tiroteios, uma média de mais de dez por dia, impactando no funcionamento de boa parte das 1.809 instituições de ensino fundamental e médio e em 461 unidades de serviços de educação infantil. Nas escolas municipais, 129.165 alunos ficaram sem aulas por períodos que variaram entre um e 15 dias, o equivalente a 20,12% do total da rede municipal (641.655 alunos). No primeiro semestre, durante 99 dias dos 107 do ano letivo, as escolas e creches tiveram de fechar as portas. Das 388 escolas e creches que tiveram as aulas paralisadas por causa de tiroteios, 36 unidades não funcionaram durante nove dias ou mais.

    Esse cenário de interrupções repetidas das atividades escolares em ambientes de violência não é exclusivo da cidade do Rio de Janeiro. Uma pesquisa nacional sobre saúde na escola revelou que quase 10% dos adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste já passaram pela experiência de ter a escola fechada por causa da violência.

    Debate – O episódio de Salto para o Futuro reapresentado nesta quarta discute os impactos da violência urbana nas escolas e debate os reflexos das questões relacionadas à segurança pública no cotidiano de estudantes e profissionais de educação. Os convidados são Luiz Menezes, diretor da Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza (RJ), e Gisleide Gonçalves, diretora do Centro Integrado de Educação Profissional (Ciep) Gustavo Capanema, também no Rio ide Janeiro. Foi na escola dirigida por Luiz Menezes que, em 30 de março de 2017, a menina Maria Eduarda, de 13 anos, acabou perdendo a vida ao ser alvo de quatro disparos.

    Salto para o Futuro é apresentado pelos jornalistas Bárbara Pereira e Murilo Ribeiro e exibido em tempo real também no portal da TV Escola. A atração também pode ser vista na videoteca web da TV Escola ou no canal no YouTube.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) desenvolve ações de combate à violência e ao bullying (agressão física ou psicológica) dentro do ambiente escolar, além de traçar estratégias conjuntas nas áreas de educação, segurança pública e justiça. Com o objetivo de apresentar esses projetos, o secretário de Educação do estado, Ronald Krummenauer, esteve na manhã desta quarta-feira, 8, na sede do Ministério da Educação, em Brasília, onde se reuniu com o ministro Rossieli Soares e outros técnicos do MEC.

    Presente ao encontro, o diretor de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Raph Gomes Alves, destacou a importância dessa troca de experiências e da possibilidade de levar as ações para outros estados brasileiros. “A partir do momento em que entendemos como potencializar essa iniciativa com outros estados, esse é um papel importante que o MEC acaba cumprindo”, afirmou. “Entender como o Rio Grande do Sul trabalha com a questão do bullying, as iniciativas para prevenção à violência e também organizar e compartilhar isso com outros estados, com certeza pode contribuir para o enfrentamento dessa temática nas outras regiões.”

    O projeto, que utiliza games e ferramentas de diálogo entre escola e comunidade, foi criado pela Comissão de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave) e busca criar um ambiente de combate à violência, seja ela física ou verbal, entre alunos, professores e funcionários.

    Para tocar esses projetos, a Seduc identificou, por meio de pesquisas, gráficos e planilhas, quais as áreas mais sensíveis e que precisam de atividades para garantir a realização de boas práticas entre jovens, escolas e sociedade. “Podemos, em um primeiro momento, saber o que acontece dentro das escolas, os casos de bullying e de violência, para depois termos controle desses tipos de processos”, disse Krummenauer. “Em segundo lugar, podemos trabalhar em ações preventivas para diminuir esses números.”

     O secretário lembrou que houve redução na maioria dos casos de violência em ambiente escolar no primeiro semestre de 2018 na comparação com o segundo semestre de 2017.  “Por isso esses resultados começaram a acontecer, e essas ações preventivas são trabalhadas tanto com organismos do próprio governo, principalmente com secretaria de segurança, polícia civil, bombeiros, quanto com entidades externas de controle à drogatização ou mesmo de combate à violência”, explicou.

    No caso dos relatos de violência física, foram 165 no segundo semestre de 2017 e 135 no primeiro semestre de 2018. Em relação às agressões verbais, houve o registro de 3.121 casos no segundo semestre do ano passado e 2.321 no primeiro semestre de 2018. Outro índice que chama bastante atenção em ambiente escolar é o bullying. Foram 4.978 casos, sendo 2.860 no segundo semestre de 2017 e 2.118 no último semestre. Em relação ao racismo, os números indicam que houve 1.194 casos no segundo semestre do ano passado e 175 neste ano.

    Participação – Outro projeto apresentado pela Seduc aos técnicos do MEC foi o Escola melhor, sociedade melhor, que busca o estímulo para que a sociedade e empresas públicas e privadas participem do desenvolvimento das escolas por meio de doações.

    A proposta já garantiu a ampliação e melhoria na área de infraestrutura em mais de 300 unidades educacionais do Rio Grande do Sul. “Esse projeto reorganiza a maneira como podem ser feitas doações para as escolas”, disse Krummenauer. “Nós incentivamos tanto as escolas através das suas direções a buscar parceiros quanto parceiros que queiram fazer doações para escolas. Há uma grande participação da sociedade, com mais de R$ 2,6 milhões em doações.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

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