Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar. O dado foi divulgado esta semana pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015.

    Especialistas, como a professora de psicologia Ciomara Shcneider, psicanalista de crianças e adolescentes, defendem que pais e escola devem estar atentos ao comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles. Para ela, o diálogo continua a ser a melhor arma contra esse tipo de violência, que pode causar efeitos devastadores em crianças e adolescentes.

    A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

    O bullying se diferencia das brigas comuns – as que chegam às vias de fato ou as que ficam apenas na discussão. Isso é considerado normal por Ciomara e chega, segundo ela, a fazer parte do desenvolvimento. O problema, afirma, é quando se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas.

    De acordo com Ciomara, crianças que têm um perfil mais retraído costumam ser as maiores vítimas. No geral, elas apresentam maior dificuldade para se expressar ou se abrir em casa ou na escola. O medo de piorar a situação, quando a chantagem costuma fazer parte das agressões, também contribui para o silêncio.

    “Os casos de bullying começam muito mais silenciosos e, por isso, são mais graves. Quem sofre a agressão não conta nem na escola nem na família, mas começa a mudar o comportamento”, explica. De acordo com ela, queda no rendimento escolar, faltas na escola e mudanças no comportamento são os sinais mais frequentes apresentados por quem sofre esse tipo de violência. Por isso, família e escola devem estar sempre atentos para os sinais que são apresentados pelos jovens.

    Os mesmos cuidados, alerta a psicóloga, valem para situações enfrentadas fora da escola, seja no mundo virtual – como em casos de cyberbullying –, na vizinhança onde moram ou nos locais que costumam frequentar.

    Assessoria de Comunicação Social

    Leia também:

  • A constatação de que a escola, de fundamental importância na vida das pessoas, tem sido palco de bullying, levou a professora Cristina Pires Dias Lins, de Dourados, Mato Grosso do Sul, a criar projeto para auxiliar no combate a essa prática. O bullying (intimidação, numa tradução livre do inglês) é o comportamento agressivo e antissocial de estudantes, sem motivação evidente, em uma relação desigual de forças.

    O projeto Unidos no Combate à Prática do Bullying – Jornal, Literatura, Comunidade e Cidadania, uma Grande Parceria, desenvolvido em 2008 e 2009, foi um dos vencedores da quarta edição do Prêmio Professores do Brasil. Ele atingiu, inicialmente, os alunos do primeiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Neil Fioravanti. Depois, integrou toda a escola, as famílias dos estudantes e a comunidade.

    “Sempre fui consciente de que a educação é papel de todos. Não se pode pensar no envolvimento dos pais apenas nos momentos de reuniões para apresentação de resultados bimestrais”, salienta Cristina. “É necessário integrá-los no início, meio e fim do caminhar pedagógico.”

    O primeiro passo foi apresentar o projeto aos pais e à equipe pedagógica para esclarecer o objetivo do trabalho e ressaltar a importância da colaboração de todos para o êxito da iniciativa. Alunos e familiares estiveram reunidos na confecção de cartazes contra a violência, colados por toda a escola. As famílias também participaram da elaboração da pauta de reivindicações contra a violência, encaminhada aos responsáveis pelo projeto político-pedagógico e à Secretaria Municipal de Educação de Dourados. A proposta é articular o projeto com as demais escolas da rede oficial do município.

    Na execução do projeto, os diferentes conteúdos tiveram tratamento interdisciplinar. Na área de língua portuguesa, por exemplo, foram explorados textos conhecidos da literatura infantil, como O Patinho Feio e A Cigarra e a Formiga, e notícias de jornal para confrontar a ficção e a realidade no que se refere ao relacionamento humano. Os alunos reescreveram as histórias e encenaram uma peça de teatro, A Cigarra Cantora e a Formiga Solidária. Em ciências, por meio do estudo do corpo humano, houve a valorização das características físicas de cada um e o respeito à diversidade.

    De acordo com Cristina, a leitura e as demais atividades desenvolvidas em parceria forneceram suporte para passar da reflexão à ação. Assim, aos poucos, foram revistos conceitos que provocaram mudanças positivas nas atitudes. As brigas, que eram constantes, diminuíram. “Quando ocorrem, os próprios alunos causadores repensam automaticamente, reveem as atitudes e se autopoliciam”, analisa a professora.

    Outro efeito positivo foi o aumento na interatividade da turma, que se tornou mais solidária.

    Jornal — Para registrar e divulgar o que aprendeu sobre o combate ao bullying, a turma criou o Jornal da Cidadania, distribuído às famílias e à comunidade. “Procuramos conscientizar os leitores da importância da justiça, da ética e da colaboração para uma boa convivência”, afirma a professora. “Também integramos mensagens reflexivas ligadas à paz, ao respeito e a valorização da diversidade.”

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

    Leia também:
    Pesquisadora aponta a prevenção como forma de reduzir a violência
    Escola do DF usa esporte para reduzir violência entre os estudantes 

  • O bullying e a violência nas escolas tornaram-se grandes problemas, que pais, educadores, governos e toda a sociedade precisam enfrentar. O Ministério da Educação tem atuado para combater a prática e uma das formas é o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos. Este sábado, 7 de abril, é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas.

    A data foi instituída em 2016, por meio da Lei nº 13.277. A escolha da data está relacionada à tragédia que ocorreu em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu a Escola Municipal Tasso de Oliveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 11 crianças.

    Também chamado de intimidação sistemática, é considerado bullying “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

    A gravidade da questão se confirma por meio de estudos recentes como Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com apoio do MEC, que revelou que 69,7% dos estudantes declaram ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola.

    A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas.

    Para combater o bullying, o MEC tem apoiado projetos de formação continuada para profissionais da educação (docentes e gestores) por meio do Pacto Universitário de Educação em Direitos Humanos. O Pacto é uma iniciativa conjunta do MEC e do Ministério da Justiça e Cidadania para a promoção da educação em direitos humanos no ensino superior.

    Aberto à adesão das instituições de educação superior e de entidades apoiadoras, o objetivo do Pacto é superar a violência, o preconceito e a discriminação, e promover atividades educativas de promoção e defesa dos direitos humanos nas instituições.

    “O MEC tem atuado na formação de professores para que eles saibam trabalhar com a cultura da paz, o respeito à diferença e à diversidade dentro das escolas, e a evitar essas situações de forma que nem as crianças vítimas ou agressoras possam ser afetadas”, detalha a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Ivana de Siqueira.

    Iniciativas – Um dos projetos que integram o Pacto é o Aprendendo a Conviver: estratégias para o enfrentamento da violência nas escolas, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com apoio do MEC. Esse projeto atende a 370 professores de 114 escolas do estado. O objetivo é capacitar os educadores e gestores para que reconheçam e adotem estratégias eficazes de prevenção e encaminhamento das situações de bullying.

    “Às vezes ignoramos micro-agressões e a violência do cotidiano como se fossem menos importantes”, observa o coordenador do projeto, Professor Josafá Moreira da Cunha. “Esperamos uma violência muito grave para intervir, mas os estudos mostram que há prejuízos ao longo da vida, inclusive relacionados à saúde mental dessas vítimas.”

    Outro projeto que também é apoiado pelo MEC é o Ser diferente, Ser Igual, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que vai capacitar 250 profissionais da educação básica de Macaé, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro na temática do bullying, violência, preconceito e discriminação nas escolas.

    O projeto desenvolve a troca de saberes entre educadores para que reconheçam e adotem estratégias criativas para o encaminhamento das múltiplas formas de violência, preconceito e discriminação no ambiente escolar. A proposta foca o fortalecimento da cidadania de quem vive na área de alcance da escola, no intuito de prevenir e combater o bullying, a violência, o preconceito e a discriminação.

    A partir de uma metodologia participativa, o curso tem caráter interdisciplinar e incentiva a participação de toda a comunidade escolar. “É um tema desafiador e premente para as escolas”, avalia a Professora Carla Dias, coordenadora do projeto da UFRJ. “Tratar de bullying é também tratar da questão da diferença, da diversidade, do respeito, do acolhimento. A escola muitas vezes potencializa estas questões, que estão presentes na sociedade, como a intolerância religiosa, a questão racial, as questões de gênero, dentre outras.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • Este domingo, 7 de abril, é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas. A data foi instituída em 2016, por meio da Lei nº 13.277, relacionada à tragédia que ocorreu em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 11 crianças.

    Em fato mais recente de violência em ambiente escolar, no dia 13 de março de 2019, na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no município de Suzano, no estado de São Paulo, a dupla de atiradores Guilherme Taucci Monteiro e Luiz Henrique de Castro, ambos ex-alunos, mataram cinco estudantes e duas funcionárias da escola. O bullying e a violência nas escolas tornaram-se grandes problemas, que pais, educadores, governos e toda a sociedade precisam enfrentar.

    O bullying, também chamado de intimidação sistemática, é “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

    A gravidade da questão se confirma por meio de estudos recentes como o Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com apoio do Ministério da Educação, que revelou que 69,7% dos estudantes declaram ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola.

    A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas.

    Ações – Para o secretário da Semesp, Bernardo de Goytacazes, o bullying traz uma perda não só para o aluno, mas para todo o contexto ao redor. “Uma coisa são brincadeiras, típicas e tradicionais em escolas, outra coisa é quando partem para a questão da ofensa. O bullying traz essas atitudes mais agressivas, sejam elas verbais e físicas, de forma mais direta e intencional, e que muitas vezes ocorre sem motivação, porque um se sente mais forte em relação ao outro para poder agredir e tomar essa posição”, afirmou. 

    De acordo ele, dentro da dinâmica do MEC, existe uma grande proposta de enfrentamento que vem sendo feita para ajudar os sistemas das redes municipal e estadual para combater esse mal que afeta a todos. “A nossa intenção é, dentro da educação básica, das modalidades especiais e também dentro do ensino superior, ajudar a combater isso. Primeiro a entender que nessa questão dos direitos humanos ninguém é igual a ninguém. Não vamos ter pessoas que vão ter tratos e nem costumes iguais”, explicou.

    “Isso vem sendo ensinado desde a questão da escola, dentro da Secretaria de Educação Básica (SEB), que vem com programas em função de ajudar estados e municípios a criar nessa escola uma rede de tolerância, de diálogo e de respeito. Também no livro didático nós já temos textos que abordam o assunto e ainda nas temáticas dos projetos dos nossos programas. Precisamos acertar e aumentar essa questão da tolerância e do respeito dentro de sala de aula. A Semesp também tem trabalhos em função dessa área com respeito às relações étnico raciais, porque temos esse bullying com questões raciais e deficiência física”, completou.

    Outra ação de enfrentamento está no curso de formação de professores, seja de formação especializada, escola da terra ou em cursos em parceria com as universidades, que trabalham com professores de toda a rede. “Essas temáticas estão presentes sobre a questão do respeito e de saber fazer com que o professor seja um incentivador dessa política de tolerância em sala de aula. O professor desempenha um papel fundamental e os cursos que nós oferecemos, que trazem essas temáticas nos ajudam a discutir esses assuntos com os professores. Até mesmo várias de nossas provas já vêm com relatos sobre esse assunto ou que tangenciam esse tema”, disse Bernardo de Goytacazes.

    Depois do ataque na escola de Suzano, a SEB criou um grupo de planejamento mais específico para trabalhar essa questão da violência. “Mas a discussão não será somente dentro da educação básica, mas nas redes, nos institutos de ensino, nas universidades e que seja uma temática que toda sociedade abrace para poder auxiliar nesse processo de ensino e aprendizado”, concluiu o secretário.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Justiça, lançou em novembro do ano passado o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos. O objetivo é promover ações de respeito às diferenças e de enfrentamento ao preconceito, à discriminação e à violência no ambiente universitário, bem como de gestão e convivência.

    A intenção do MEC é estimular os estabelecimentos de educação superior a desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas à proteção e promoção dos direitos humanos. As instituições têm autonomia para planejar e desenvolver as ações, e terão 90 dias a partir da adesão para apresentar seu plano de trabalho. As práticas de cada instituição devem ser planejadas levando-se em consideração os objetivos do Pacto.

    Na educação básica, o MEC trabalha na construção de um portal voltado para a promoção dos direitos humanos dentro das escolas e para a comunidade escolar. As escolas terão acesso a diversos materiais atualizados para consulta e para utilização em sala de aula.

     “Também temos trabalhado no MEC na formação de professores, para que eles saibam trabalhar com a cultura da paz, o respeito à diferença e à diversidade dentro das escolas, e a evitar essas situações de forma que nem a criança vítima ou agressora possam sofrer”, detalha a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Ivana de Siqueira.

    Acesse a página do Pacto Universitário pelos Direitos Humanos

    Assessoria de Comunicação Social

  • Nas escolas, são muitos os exemplos de atitudes agressivas capazes de causar sofrimento e angústia. É comum vivenciar casos de estudantes introvertidos, intimidados pelos alunos mais fortes e desinibidos; a menina que carrega o apelido de baleia; o garoto conhecido por quatro olhos e o chamado de palito. Essas situações não são novas, mas somente a partir da década de 70 começaram a ser estudadas com atenção, por pesquisadores de diferentes países, como integrantes de um fenômeno conhecido como bullying.

    No Brasil, uma das pioneiras no estudo do tema é Cleo Fante, doutoranda em ciências da educação. Ela já atuou em escolas públicas e particulares do estado de São Paulo como professora de história, geografia, e ética e cidadania. Cleo explica que o bullying(do inglês bully, valentão, brigão) é um fenômeno encontrado nas relações entre pares, em especial, estudantes. “Na prática, ocorre quando um estudante (ou mais), de forma intencional, elege como alvo outro (ou outros) contra o qual desfere uma série de maus-tratos repetitivos, impossibilitando a defesa”, diz.

    Com dez anos de experiência no estudo do bullyingno país, ela criou o programa Educar para a Paz, implantado em diversas escolas do Brasil e de Portugal. “Posso afirmar que o bullyingé um fenômeno que cresce assustadoramente”, afirma.

    O problema pode ter inúmeras causas. A pesquisadora cita modelos educativos familiares, como o autoritarismo, a permissividade, a ausência de limites e afeto e o abandono, e também fatores como a força da mídia, principalmente por meio de programas e filmes violentos, e a influência cultural — o egoísmo, o individualismo e o descaso colaboram para a falta de empatia, compaixão, tolerância e respeito.

    Consequências— O bullyingpode ocasionar sérios problemas, de acordo com a gravidade e do tempo de exposição aos maus-tratos. “As vítimas podem ter o processo de aprendizagem comprometido, apresentar déficit de concentração, queda de rendimento escolar e desmotivação para os estudos. Isso pode resultar em evasão e reprovação escolar”, ressalta Cleo.

    Tais consequências podem atingir também o processo de socialização e causar retraimento, dificuldade no relacionamento e na tomada de iniciativas e de decisões. Os problemas podem atingir até a saúde das vítimas e desencadear sintomas e doenças de fundo emocional, como dores de cabeça e de estômago, febre, vômitos, alergias, fobias e depressão.

    Segundo Cleo, o mínimo que as escolas podem fazer é discutir o problema com a comunidade, alertar estudantes, pais e profissionais para essa forma de violência e diferenciá-la das brincadeiras habituais e da indisciplina. “Porém, a prevenção é o melhor caminho e deve ser iniciada pelo conhecimento”, sustenta a pesquisadora. Ela alerta, ainda, para a ocorrência de um novo fenômeno, o ciberbullying, forma de praticar o bullyingpela internet.

    Lei— Medidas de combate ao bullyingdevem ser incluídas nos projetos pedagógicos das escolas públicas e particulares de Pernambuco. Lei nesse sentido foi sancionada em dezembro do ano passado pelo governador Eduardo Campos.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

  • A poesia foi a arma encontrada pela professora da rede pública do Distrito Federal Raquel Alves para combater o bullying, atos de intimidação ou discriminação eventualmente presentes no ambiente escolar. A iniciativa rendeu à professora o Prêmio Professores do Brasil 2017. Para contar essa história, ela é a convidada do programa Educação no Ar desta semana, que estreia nesta quinta-feira, 14, às 9h45, na TV NBR.

    A docente também foi convidada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para falar sobre seu projeto no 15º Encontro do Plano Nacional do Livro Didático (PNDL). “Esse projeto foi muito importante na minha vida”, afirma Raquel, que teve como uma das premiações uma viagem para conhecer a educação na Irlanda.

    Raquel, professora do Centro Educacional Gesner Teixeira, de Planaltina (DF) idealizou o projeto quando observou que na sala de aula havia alunos de região mais elitizada da cidade que faziam piadas e ridicularizavam colegas que moravam na periferia. Ela então propôs que os alunos escrevessem sobre o tema Pequenas Alegrias no Lugar em que Vivo.

    “No primeiro momento, a ideia não foi muito bem aceita. Os alunos que moravam no Entorno achavam que não tinham o que falar do lugar onde viviam”, relata Raquel.

    Com o tema, a professora conseguiu reunir grupos que mesclavam alunos da capital com os das cidades vizinhas do estado de Goiás, e que, de acordo com ela, acabaram se ajudando na elaboração de rimas, o que ajudou a derrubar preconceitos e reduzir a prática de bullying entre os colegas.

    Raquel defende que as escolas não podem ficar omissas em relação à prática do bullying, que na opinião dela é um dos maiores problemas das instituições de ensino do Brasil. “Eu acredito que nós, professores, precisamos desenvolver algum tipo de projeto que incentive o respeito e a solidariedade. Trabalhar com valores vai nos permitir combater o bullying nas escolas”, destaca a professora.

    Confira os horários de transmissão do programa Educação no Ar

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Uma unidade de ensino da rede pública de Vitória (ES) desenvolveu um projeto para crianças de cinco e seis anos, com o envolvimento dos pais, a fim de valorizar a cultura africana – uma das origens do povo capixaba – e trabalhar o aprendizado sobre discriminação e bullying. Esta é a história em destaque do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, cuja edição vai ao ar nesta sexta-feira, 30.

    O projeto Penso, logo respeito surgiu no Centro de Educação Infantil Tomaz Tommasi, quando as professoras Lívia Costa Araújo e Rosileia Soares perceberam o desinteresse das crianças pelos personagens negros que apareciam como protagonistas nas histórias contadas em sala de aula. A negação e a falta do sentimento de pertencimento dos alunos negros, por medo do bullying – conforme foi comprovado mais tarde –, também preocupou as educadoras.

    “Quando a gente começou a passar os vídeos, mostrando às crianças o continente africano, mostrando outras crianças, elas começaram a ter uma reação negativa”, conta Lívia. “Começaram a dizer que tinham nojo, que achavam as crianças feias, que não se sentiam representados – sendo que a maioria dos nossos alunos é negra. Ficamos muito preocupadas ao ver essa interpretação das crianças”.

    Trabalho conjunto – Juntamente com a equipe pedagógica da escola, as educadoras bolaram o projeto Penso, logo respeito, que tem promovido atividades com foco no ensino sobre as diferentes culturas. As lições alcançaram também as famílias, o que, segundo a professora Lívia, foi fundamental para o maior envolvimento dos pequenos. “Nós enviamos um questionário para famílias perguntando o que eles conheciam da cultura negra, o que eles sabiam, quantos negros havia na família. E aí o questionário veio exatamente parecido com a reação das crianças, uma negação muito grande, muitas famílias não se declarando negras ou dizendo que desconhecem a questão da cultura africana.”

    A maneira encontrada pela escola para educar e informar foi a vivência das demais culturas na prática. “Nós conseguimos um professor de capoeira voluntário, e pedimos aos pais autorização para que os alunos participassem da capoeira”, relata a professora. “Então, alguns pais vieram aqui dizendo que não permitiriam que os filhos participassem porque era uma dança, uma cultura ‘voltada para santo’, ‘voltada para o diabo’, todo esse contexto que a gente sabe que é preconceituoso e cheio de falta de informação.”

    A rotina nas salas de aula mudou completamente e as atividades animaram o grupo dentro do projeto. Em uma das iniciativas, os pequenos se vestiram como guerreiros de tribos africanas ou como princesas, com direito a adornos e roupas típicas.

    Para a professora Rosileia Soares, o conhecimento a respeito da cultura tem sido levado para a vida desses alunos. “Alguns pais perguntaram sobre do projeto”, lembra. “Disseram que era bom a gente falar sobre isso porque muitas vezes eles não sabiam como conversar com as crianças sobre o assunto. Quando a gente trabalha isso com as crianças, desde pequenas, elas levam para a vida delas, para o futuro delas, um conhecimento de mundo, um conhecimento da sua identidade muito grande.”

    Resultados – Para Rosileia, o projeto Penso, logo respeito apresentou resultados excelentes entre as crianças, tanto no comportamento quanto na consciência de pertencimento de suas origens. “A gente via as crianças de cabelos crespos indo para o banheiro molhar os cabelos para ficarem lisos. Hoje em dia a gente não vê isso. Vê, sim, elas pegarem esse cabelo e eriçarem ainda mais, e se sentindo bem com isso. Quando eu comecei o projeto eu perguntei ‘quem é negro aqui na sala?’, nenhum deles se manifestou. Hoje, quando faço essa pergunta, vários alunos levantam a mão, até os branquinhos. Então, isso é uma vitória muito grande para a gente.”

    A ideia, agora, é estender o projeto para toda a escola. “A gente sabe que é uma luta diária”, destaca Rosileia. “Todos os dias a gente vai desmitificando uma coisa, construindo outras, reconstruindo, ressignificando. A intenção do projeto é continuar. Nosso objetivo é que ele se torne uma referência na educação infantil, e temos batalhado para isso.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • O programa “Orquestra na Escola” é uma ação da Secretaria de Educação da Cidade do Rio de Janeiro, que desde 2017 ensina alunos das escolas municipais a tocar um instrumento. A previsão é que cerca de 80 mil jovens sejam beneficiados até o ano de 2020. E o melhor é que eles podem fazer parte da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca, formada há 2 anos e composta apenas por alunos que participam do projeto. A Rede Escola vai mostrar os bastidores dessa orquestra e alguns novos músicos que fizeram a primeira audição para ingressar nela.

    O Instituto Superior de Educação do Estado do Rio de Janeiro (ISERJ) é uma das instituições de ensino mais antigas e importantes do Brasil. De suas salas de aula saem, desde o Segundo Império, os educadores que formam os estudantes para o futuro. O ISERJ foi fundado pelo Imperador D. Pedro II há 139 anos, com o nome de Escola Normal da Corte. Depois Escola Normal, Instituto de Educação e hoje Instituto Superior de Educação, com status de universidade.

    O Brasil tem o segundo maior índice de jovens vítimas de bullying pela internet. É o que aponta recente estudo do Instituto IPSOS, uma das mais importantes empresas de pesquisa e de inteligência de mercado do mundo. Pensando nisso, a equipe da Rede Escola em Brasília pesquisou e encontrou uma escola onde existe uma ação de alunos e professores para combater, diminuir e até mesmo evitar transtornos afetivos – como o bullying, a depressão e outros – no ambiente escolar.

    Finalmente, na série Profissões do Futuro, o programa apresenta uma reportagem sobre a impressão em 3D, que vem revolucionando as atividades profissionais, da medicina a engenharia, da pesquisa a arqueologia, do design a ciência. O céu é o limite para os profissionais do futuro com essa ferramenta. A começar pela surpreendente informação de que a impressão 3D, tão atrelada à modernidade, nasceu há mais de 30 anos, nos Estados Unidos.

    Rede Escola é apresentado em episódios inéditos toda sexta, às 19h. Reapresentações no sábado, às 16h: domingo, às 12h; e segunda, às 12h30. Para rever os episódios anteriores, a playlist completa está disponível no portal da TV Escola, no aplicativo e no canal da emissora no YouTube.

    Acesse o portal da TV Escola

    Assista aos programas da TV Escola no canal no YouTube

    Assessoria de Comunicação Social

  • Um game – Baleia Azul – e uma série – 13 Reasons Why – mobilizaram a opinião pública no ano passado, estimulando debates importantes entre professores e estudantes sobre bullying, assédio e, principalmente, suicídio. Os temas, ainda tratados como tabus para nossa sociedade, são rediscutidos em Salto para o Futuro, programa exibido às 20h desta quarta, 14, pela TV Escola, órgão vinculado ao Ministério da Educação.

    Esta edição encerra a temporada de reexibições de Salto para o Futuro,  apresentando o debate sobre o tema “Juventude em desencanto”. Murilo Ribeiro e Bárbara Pereira conduzem a discussão sobre estratégias de prevenção ao suicídio e o papel da família e da escola diante de jovens em situação de sofrimento psíquico.

    Os convidados são os psiquiatras Ricardo Krause, presidente da Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi), e Carlos Estellita-Lins, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz. Também participam do programa, via internet, Rodrigo Nejm, diretor de educação da Safernet BR (organização sem fins lucrativos focada no combate e na prevenção aos crimes contra os direitos humanos na internet) e Paula Bittencourt, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

    Salto Para o Futuro, exibido pela TV Escola e produzido pela Roquette Pinto Comunicação Educativa, está no ar há 25 anos, tempo durante o qual se destaca na grade das emissoras nacionais ao receber especialistas e personalidades para discutir as questões que envolvem e têm impacto direto na educação brasileira. O programa conta com a participação do público nas redes sociais.

    Nova temporada – A nova temporada estreia em 28 de março, em um programa especial que vai debater as políticas nacionais de educação e contará com a participação da professora Maria Helena Guimarães, secretária-executiva do MEC, e do presidente do Conselho Nacional de Educação (Consed), Eduardo Deschamps.

    Além de ser exibido toda quarta-feira, às 20h, Salto para o Futuro está disponível no portal da TV Escola.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul (Seduc) desenvolve ações de combate à violência e ao bullying (agressão física ou psicológica) dentro do ambiente escolar, além de traçar estratégias conjuntas nas áreas de educação, segurança pública e justiça. Com o objetivo de apresentar esses projetos, o secretário de Educação do estado, Ronald Krummenauer, esteve na manhã desta quarta-feira, 8, na sede do Ministério da Educação, em Brasília, onde se reuniu com o ministro Rossieli Soares e outros técnicos do MEC.

    Presente ao encontro, o diretor de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Raph Gomes Alves, destacou a importância dessa troca de experiências e da possibilidade de levar as ações para outros estados brasileiros. “A partir do momento em que entendemos como potencializar essa iniciativa com outros estados, esse é um papel importante que o MEC acaba cumprindo”, afirmou. “Entender como o Rio Grande do Sul trabalha com a questão do bullying, as iniciativas para prevenção à violência e também organizar e compartilhar isso com outros estados, com certeza pode contribuir para o enfrentamento dessa temática nas outras regiões.”

    O projeto, que utiliza games e ferramentas de diálogo entre escola e comunidade, foi criado pela Comissão de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave) e busca criar um ambiente de combate à violência, seja ela física ou verbal, entre alunos, professores e funcionários.

    Para tocar esses projetos, a Seduc identificou, por meio de pesquisas, gráficos e planilhas, quais as áreas mais sensíveis e que precisam de atividades para garantir a realização de boas práticas entre jovens, escolas e sociedade. “Podemos, em um primeiro momento, saber o que acontece dentro das escolas, os casos de bullying e de violência, para depois termos controle desses tipos de processos”, disse Krummenauer. “Em segundo lugar, podemos trabalhar em ações preventivas para diminuir esses números.”

     O secretário lembrou que houve redução na maioria dos casos de violência em ambiente escolar no primeiro semestre de 2018 na comparação com o segundo semestre de 2017.  “Por isso esses resultados começaram a acontecer, e essas ações preventivas são trabalhadas tanto com organismos do próprio governo, principalmente com secretaria de segurança, polícia civil, bombeiros, quanto com entidades externas de controle à drogatização ou mesmo de combate à violência”, explicou.

    No caso dos relatos de violência física, foram 165 no segundo semestre de 2017 e 135 no primeiro semestre de 2018. Em relação às agressões verbais, houve o registro de 3.121 casos no segundo semestre do ano passado e 2.321 no primeiro semestre de 2018. Outro índice que chama bastante atenção em ambiente escolar é o bullying. Foram 4.978 casos, sendo 2.860 no segundo semestre de 2017 e 2.118 no último semestre. Em relação ao racismo, os números indicam que houve 1.194 casos no segundo semestre do ano passado e 175 neste ano.

    Participação – Outro projeto apresentado pela Seduc aos técnicos do MEC foi o Escola melhor, sociedade melhor, que busca o estímulo para que a sociedade e empresas públicas e privadas participem do desenvolvimento das escolas por meio de doações.

    A proposta já garantiu a ampliação e melhoria na área de infraestrutura em mais de 300 unidades educacionais do Rio Grande do Sul. “Esse projeto reorganiza a maneira como podem ser feitas doações para as escolas”, disse Krummenauer. “Nós incentivamos tanto as escolas através das suas direções a buscar parceiros quanto parceiros que queiram fazer doações para escolas. Há uma grande participação da sociedade, com mais de R$ 2,6 milhões em doações.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

Fim do conteúdo da página