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  • A educadora Cleide Mara Della Torres quer formar cidadãos do futuro. Professora de matemática da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo há 30 anos e desde 2012 diretora da escola estadual Educador Pedro Cia, em Santo André (SP), ela desenvolveu uma metodologia específica e diferenciada das praticadas em outras escolas. Na unidade educacional, o incentivo à autonomia e à cidadania é valorizado por todos.

    No primeiro ano do ensino médio, o aluno desenvolve um projeto de vida sobre qual profissão pretende exercer. No segundo ano, ele inicia uma espécie de dossiê de como vai concretizar o que projetou. Já no terceiro, tem preparação acadêmica e para o mundo do trabalho. “Eu diria que 5%, 10% não querem, a priori, ir para a universidade”, avalia Cleide. “Então, o aluno precisa saber como chegar ao trabalho, que vai passar por uma entrevista, por um processo seletivo e assim por diante.”

    Cleide Della Torres: “O aluno precisa saber como chegar ao trabalho, que vai passar por uma entrevista, por um processo seletivo e assim por diante” (foto/Divulgação)A diretora cumprimenta diariamente, um a um, os 560 alunos que estudam em ensino integral, e acredita que é preciso formar o jovem como um cidadão pleno, conhecedor não só de história, geografia ou matemática. “Junto a isso você tem que ensiná-lo a ser solidário, competente, autônomo para que ele possa vencer”, explica. “Acho que o século 21 quer do homem exatamente isso: alguém que possa ajudar o próximo, buscar soluções para os seus problemas e isso a gente consegue fazer aqui”.

    O resultado desse trabalho é a enorme fila de espera por uma vaga na instituição que ela dirige. A escola Pedro Cia está inserida de tal forma na comunidade e na vida das pessoas que, desde 2012, não sofre com vandalismo ou depredação. É uma unidade educacional todos zelam pelo que é de todos.

    Participação – O envolvimento da comunidade escolar possibilitou colocar em prática outra ideia de Cleide: o conselho participativo. As notas dos alunos são organizadas em um mapa conceitual que é entregue aos líderes de cada classe, eleitos pelos colegas. Os líderes fazem estudo e gráfico do rendimento por disciplina da classe, a fim de apresentar ações para melhorar as avaliações bimestrais. “Com isso, todos eles estudam e eu consigo fazer um ensino mais aprofundado. O aluno busca a solução do problema dele”, conclui a diretora.

    Cleide teve uma outra ideia para que os estudantes pudessem conhecer um pouco mais sobre alguma determinada área: criou os clubinhos. São grupos de alunos que se reúnem por afinidades, como violão, matemática, teatro e solidariedade. No fim do período letivo, os estudantes devem prestar contas dos planos de ações que elaboraram. “Tem o clube do voluntariado, que acaba ajudando e fazendo ações sociais de dentro para fora da escola”, exemplifica.

    Solidária e engajada, como cada aluno que formou, a educadora vai aposentar neste ano, mas pretende continuar na ativa. Seus planos, agora, são fazer o curso de direito e atuar na área de família.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Os ministérios da Educação e da Transparência e a Controladoria-Geral da União (CGU) lançaram, nesta quarta-feira, 28, uma parceria para expandir as ações do Programa de Educação Cidadã Um por Todos e Todos por Um – Pela Ética e Cidadania. A ação prevê disseminar, entre alunos do ensino fundamental (do primeiro ao nono ano), das escolas públicas, os temas ética e cidadania de forma permanente e com material didático específico e de qualidade.

    O ministro da Educação, Mendonça Filho, defendeu que, para construir uma sociedade justa e democrática, é preciso educar as crianças com uma base bem definida e estruturada, com acesso a conteúdos adequados a cada faixa etária. “A linguagem da Turma da Mônica é sempre uma linguagem acessível, atrativa para as crianças e sedutora”, disse, em referência ao material produzido pelo cartunista Maurício de Sousa, criador das histórias em quadrinhos da Turma da Mônica e presente ao evento. “Nada melhor do que usar esse tipo de produção para que a gente possa sensibilizar e acessar os corações e as mentes dessas crianças do nosso país. Este projeto vai incentivar valorizar a ética e a cidadania por meio de uma linguagem didática, acessível. ”

    Com o projeto, serão elaborados novos conteúdos físicos e digitais para a ampliação do programa, alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que conta com investimento de R$ 2,4 milhões e o apoio do Instituto Maurício de Sousa. O objetivo é disseminar os valores relativos à democracia, como participação social e responsabilidade cidadã, além de respeito à diversidade aos estudantes com idade entre 6 e 14 anos.

    O material produzido – que será acompanhado de um guia para professores – trabalha a questão da alfabetização, ao mesmo tempo em que explora temas de ética e cidadania. Essa primeira ação alcançará mais de 100 mil escolas e cerca de 1,5 milhão de alunos.

    Educação cidadã – O criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa, destacou que a educação sempre esteve presente em sua carreira, de quase 60 anos, estimulando a leitura nos lares de todo o Brasil. “Com esta parceria, unimos forças para uma educação cidadã melhor no Brasil”, afirmou. “O projeto vai permitir que eu e meus roteiristas possamos aprender a criar boas histórias para as crianças baseadas na ética e na cidadania, mudando as vidas de todos nós. ”

    O ministro da Transparência, Wagner Rosário, ressaltou que o apoio do cartunista Maurício de Sousa tornará mais fácil atingir o objetivo do programa. “Com a Turma da Mônica, que reconhecidamente faz sucesso em relação às crianças, temos a certeza de que a mensagem que pretendemos levar vai chegar até o aluno de uma forma correta e proveitosa”, avaliou.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Estudantes da educação básica e da educação de jovens e adultos podem participar da sétima edição do Concurso de Desenho e Redação promovido pela Controladoria-Geral da União (CGU). Este ano, o concurso tem como tema Pequenas Corrupções – Diga Não. As inscrições vão até 30 de junho.

    Voltado para estudantes de escolas públicas e particulares do país, o concurso tem como objetivo despertar o interesse por assuntos relacionados ao controle social, à ética e à cidadania, por meio do incentivo à reflexão e ao debate desses temas nos ambientes educacionais. Na categoria Desenho, podem participar alunos de turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental; na categoria Redação I, os estudantes das turmas sexto ao nono ano do ensino fundamental; Redação II, do primeiro ao terceiro ano do ensino médio; Redação III, os matriculados na modalidade jovens e adultos.

    A ideia do tema deste ano surgiu da campanha Pequenas Corrupções – Diga Não, lançada nas redes sociais da CGU, em 2014, para conscientizar os cidadãos sobre a necessidade de combater atitudes antiéticas ou ilegais, que costumam ser culturalmente aceitas e ter a gravidade ignorada ou minimizada. Entre estas práticas estão falsificação de carteiras de estudante; instalações irregulares de TV a cabo; compra de produtos piratas; desrespeito a lugar em filas e suborno a guardas de trânsito para evitar multas, entre outras.

    Premiação — O primeiro colocado de cada ano, independentemente da categoria, receberá um netbook; o segundo, um tablet; o terceiro, um smartphone. Todos receberão certificado de premiação e reconhecimento da CGU.

    O concurso também oferece o prêmio Escola-Cidadã às três melhores estratégias de debate sobre planos de sensibilização e mobilização.

    Na edição de 2014, o concurso de Desenho e Redação mobilizou 196 mil alunos e sete mil professores, em 594 municípios de todo o país, no desenvolvimento de trabalhos sobre o tema Acesso à Informação: um Direito de Todos.

    Para esta edição, os trabalhos podem ser enviados pelos Correios para Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção, SAS, quadra 1, bloco A, Edifício Darcy Ribeiro, CEP 70070-905, Brasília, DF. Podem ser encaminhados também on-line, por formulário eletrônico, que será posto à disposição, pela CGU, a partir do dia 30 próximo. Mais informações na página do concurso na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Promover a cidadania é uma das preocupações da Escola Municipal Professora Emília Ramos, no bairro Cidade Nova, na periferia de Natal. A instituição atende cerca de mil alunos do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos. Os estudantes, na maioria, são filhos de trabalhadores com renda abaixo do salário mínimo.

    “A promoção da cidadania na escola tem como meta contribuir para a formação dos alunos, permitir que eles se reconheçam como cidadãos de direitos e deveres e possam se conduzir na sociedade de forma crítica e autônoma”, diz a vice-diretora da escola, Regina Maria da Silva Dantas, 22 anos de magistério, pedagoga com especialização em educação de jovens e adultos.

    Com o programa Emília em Família, a escola desenvolve ações de acordo com os temas de ensino-aprendizagem usados diversos níveis de ensino. “Abordamos temas de relevância para a construção da cidadania, com visão de mundo crítico-reflexiva”, explica a coordenadora pedagógica Tânia Maria Fernandes Oliveira. “Buscamos estimular os alunos a projetar o futuro pelo resgate dos estudos.”

    Mestre em educação, há 26 anos no magistério, Tânia salienta que a principal meta da escola é a aproximação de pais ou responsáveis na proposta curricular e administrativa.

    Um dos projetos do programa é o Encontro com a Família. Nele, são promovidas oficinas para permitir aos pais compreender melhor as atividades realizadas na escola. Há também encontros de formação para funcionários, destinado a melhorar a qualidade do trabalho oferecido à comunidade. Este ano, o tema do encontro com os funcionários foi A Ética Voltada para a Formação do Ser.

    De acordo com Tânia, os encontros com as famílias incluem momentos lúdicos, palestras, estudos de casos e oficinas que sintetizam a vivência dos filhos na sala de aula. Dependência química, inclusão e exclusão social, desenvolvimento infantil, beleza e artesanato estão entre os temas tratados.

    Fátima Schenini

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  • O trabalho voluntário nas escolas virou tendência. Hoje, muitas instituições de ensino desenvolvem projetos nas mais diversas áreas. Em benefício do meio ambiente, da comunidade ou para a promoção da saúde, estudantes descobrem como colocar em prática o que aprendem na escola. Os professores encontram uma melhor forma de trabalhar e obtêm mais retorno dos alunos.

    Com tais objetivos, o Colégio Guilherme Dumont Villares, de São Paulo, incluiu o trabalho voluntário no currículo. No início da década de 1990, a escola implantou o Projeto Considere, de ações de comprometimento com cidadania e direitos humanos voltadas para estudantes, família e comunidade. Depois, decidiu tornar os alunos protagonistas das iniciativas. Para isso, foi criado o Núcleo de Educação e Direitos Humanos (EDH), que insere o voluntariado no currículo como atividade eletiva. As atividades têm caráter multidisciplinar — alunos e professores desenvolvem consciência solidária. “Temos a convicção de que cidadania e direitos humanos não devem ser encarados como disciplina ou conteúdo escolar, mas como práticas cotidianas de todas as disciplinas”, afirma a diretora da escola, Eliana Baptista Pereira Aun.

    A instituição tem 1.280 alunos no ensino infantil, fundamental e médio. Participam das atividades voluntárias 264 estudantes, do oitavo ano do ensino fundamental ao terceiro do ensino médio. A diretora explica que a consciência voluntária é trabalhada desde o ensino infantil. Estudantes do primeiro ao sétimo ano participam de ações na escola, como produção de material de limpeza e de cobertores, entre outros itens, que são doados a instituições. “É um trabalho conjunto. O aluno que desenvolve esse tipo de ação desenvolve o senso crítico-construtivo”, destaca Eliana.

    Transformação— Para um dos coordenadores do programa, professor Marcelo Cintra de Souza, o voluntariado na escola possibilita tanto a alunos quanto a professores entrar em contato com outras realidades sociais e tomar consciência de que têm um papel na transformação da sociedade. De acordo com Marcelo, a dinâmica do aprendizado passa a ter novo sentido. “Várias disciplinas ganham a possibilidade de ampliação do conhecimento ao oferecer ao estudante uma situação concreta”, diz. Como exemplo, cita projeto na área de química, de fabricação de material de limpeza: “No laboratório da escola, os alunos aprendem mais sobre as reações químicas. Depois da fabricação, esses produtos são levados para instituições”.

    Há outros projetos, como o de prevenção do câncer de mama, além de oficinas de artes para crianças e idosos. “Todos partem da ideia de que aquilo que o aluno aprende é o que ele tem a oferecer à comunidade, e isso com o envolvimento de professores das mais diversas áreas”, ressalta Souza.

    Os estudantes participantes ganham certificado de voluntariado. Não há pressão ou obrigatoriedade para o cumprimento das atividades. “Eles aprendem o significado e a essência da palavra e doam o que julgam necessário. E não é pouco”, afirma o professor. De acordo com Marcelo, os alunos descobrem a importância do voluntariado na vida de quem precisa e em suas próprias vidas. “É uma atividade importante para a carreira futura. Eles descobrem a profissão que querem exercer e ganham credibilidade no mercado de trabalho. Acaba sendo um ciclo virtuoso.”

    Rafania Almeida

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  • Aulas sobre meio ambiente fizeram parte do projeto desenvolvido na escola mineira (foto: divulgação)Ao observar que os alunos matriculados na educação de jovens e adultos (EJA) mostravam desânimo e insegurança quanto à possibilidade de concluir o curso, a professora Márcia Moreira Lourenço Vidal, que leciona inglês e português na Escola Estadual Professora Francisca Pereira Rodrigues, em Piraúba, Minas Gerais, percebeu que era hora de mudar a maneira de agir e ir ao encontro dos estudantes. “Procuramos entrar em suas vidas e saber quais as necessidades”, diz a professora.

    Assim, na busca de um ensino mais humano, surgiu o projeto Solidariedade e Cidadania em EJA, desenvolvido ao longo dos anos letivos de 2014 e 2015. De acordo com Márcia, a motivação era a de formar alunos cidadãos, participativos, capazes de se movimentar em busca de sonhos e objetivos. “Queremos incentivá-los a ser pessoas atuantes, que façam a diferença na sociedade em que vivemos”, explica.

    No primeiro contato, em uma roda de conversa, os estudantes, com idades de 15 a 70 anos, receberam explicações sobre o trabalho que seria feito. Depois, em uma segunda etapa, foram apresentadas sugestões de atividades. “Foram levadas em conta ideias trazidas pelos alunos, selecionadas de comum acordo”, diz Márcia. Posteriormente, a escola fez parcerias com a prefeitura e outros órgãos e entidades para a realização de oficinas, palestras e minicursos. Paz, meio ambiente, sustentabilidade, motivação, comportamento em sociedade, valores éticos, drogas, família e resgate de nossa cultura foram alguns dos temas abordados.

    Método — A professora explica que saber lidar com as diferenças é um fator importante do Método Paulo Freire, exercitado a cada passo do projeto. “Valorizamos a experiência de cada um.” Segundo Márcia, cada aluno deu sua contribuição e todos puderam aprender uns com os outros nas rodas de conversa, nas oficinas, nos seminários e nas palestras.

    Os encontros, pelo menos uma vez por mês, no auditório da escola, eram realizados nos dois últimos períodos (quarto e quinto horários) das aulas noturnas. Os dias da semana eram alternados para evitar interferência no horário de apenas uma disciplina.

    A experiência mostrou, de acordo com a professora, que os alunos da educação de jovens e adultos estão aprendendo a ser praticantes da solidariedade e da cidadania, a aproveitar as oportunidades e a melhorar seu modo de viver e de suas famílias. “Pudemos enxergar novas possibilidades em suas vidas”, destaca. Na visão de Márcia, a maioria dos estudantes quer mudar, crescer e expandir os conhecimentos. “Bastou oferecermos a eles uma dose de coragem, de dedicação e amor e olhar para eles de forma diferente”, diz. “A EJA tem hoje um novo olhar, os alunos participam, dão sugestões; houve um amadurecimento gradativo em suas personalidades. Resgatamos os sonhos e a autoestima dos estudantes.”

    Premiação — O projeto Solidariedade e Cidadania em EJA recebeu menção honrosa em premiação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, a Medalha Paulo Freire de 2016. Para Márcia, isso tem um significado especial. “Mostra o reconhecimento de uma educação de qualidade em nossa escola e em nossa cidade”. Em 2013, a professora recebeu a medalha pelo projeto Economia Solidária em EJA.

    Com graduação em letras e pós-graduação em docência superior, Márcia está no magistério há 24 anos. Ela leciona nos três turnos e, além de alunos da educação de jovens e adultos, atende turmas de ensino fundamental e médio.

    Motivação — O diretor da escola, Marzolini dos Santos Borges, entende que trabalhar com projetos na educação de jovens e adultos é um caminho interessante. “Cria uma motivação a mais para a frequência e permanência do aluno na escola e possibilita o conhecimento de vários aspectos culturais e sociais”, afirma.

    Marzolini revela que os planos para 2016 incluem a manutenção dos projetos específicos para as turmas da educação de jovens e adultos, além da criação de um projeto de leitura que envolva toda a escola. “Estamos estudando a possibilidade de fazer um projeto sobre desenvolvimento sustentável devido à vasta zona rural que temos”, diz. Nesse projeto, segundo Márcia, será possível explorar o cultivo de frutas e oferecer um destino lucrativo e sustentável, com respeito ao próximo e ao meio ambiente.

    Fátima Schenini

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  • Ao inaugurar na tarde desta quinta-feira, 5, três escolas técnicas federais no Rio de Janeiro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que receber educação é o que garante ao filho do pobre que ele será reconhecido como cidadão em qualquer local. Segundo o presidente, ter uma profissão é algo “extraordinário” na vida de qualquer jovem, especialmente aquele da periferia, das pequenas cidades, do interior.



    Da cidade de Cabo Frio, o presidente Lula inaugurou três campi. Dois nas cidades de Duque de Caixas e de Volta Redonda, ambos ligados ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, e o de Cabo Frio, que pertence ao Instituto Federal Fluminense.



    Além da expansão da rede federal tecnológica, que ganha 100 novas escolas em 2009, o presidente destacou a amplitude de uma série de ações do setor educacional. O Programa Universidade para Todos (ProUni), que colocou na universidade, de 2005 a 2008, 436 mil jovens de baixa renda, sendo 45% deles negros; a criação de 14 novas universidades e 93 extensões universitárias no interior do país; a construção de 1.500 creches em municípios que mais precisam de ajuda do governo federal.



    Na mesma solenidade, o ministro da Educação, Fernando Haddad, informou que 76% dos jovens que se formam em escolas técnicas trabalham a menos de 50 quilômetros dos locais onde estudaram. Isso, disse o ministro, prova que a escola técnica, ao qualificar os cidadãos, fortalece a economia local e reduz a migração para os grandes centros. Na avaliação do ministro, são dois os motivos que explicam esse fato: os cursos dialogam com a vocação regional e são escolhidos ouvindo a comunidade e o setor empresarial.

     

    Assessoria de Comunicação Social

     

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    Lula inauguraescolas técnicas no Rio

  • O bullying e a violência nas escolas tornaram-se grandes problemas, que pais, educadores, governos e toda a sociedade precisam enfrentar. O Ministério da Educação tem atuado para combater a prática e uma das formas é o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos. Este sábado, 7 de abril, é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas.

    A data foi instituída em 2016, por meio da Lei nº 13.277. A escolha da data está relacionada à tragédia que ocorreu em 2011, quando um jovem de 24 anos invadiu a Escola Municipal Tasso de Oliveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou 11 crianças.

    Também chamado de intimidação sistemática, é considerado bullying “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”, conforme definido pela Lei nº 13.185/2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying).

    A gravidade da questão se confirma por meio de estudos recentes como Diagnóstico Participativo da Violência nas Escolas, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) em 2015, com apoio do MEC, que revelou que 69,7% dos estudantes declaram ter presenciado alguma situação de violência dentro da escola.

    A preocupação com o fenômeno fez com que o termo bullying fosse incluído também na Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. Nesse estudo, 7,4% dos estudantes informaram que já se sentiram ofendidos ou humilhados e 19,8% declararam que já praticaram alguma situação de intimidação, deboche ou ofensa contra algum de seus colegas.

    Para combater o bullying, o MEC tem apoiado projetos de formação continuada para profissionais da educação (docentes e gestores) por meio do Pacto Universitário de Educação em Direitos Humanos. O Pacto é uma iniciativa conjunta do MEC e do Ministério da Justiça e Cidadania para a promoção da educação em direitos humanos no ensino superior.

    Aberto à adesão das instituições de educação superior e de entidades apoiadoras, o objetivo do Pacto é superar a violência, o preconceito e a discriminação, e promover atividades educativas de promoção e defesa dos direitos humanos nas instituições.

    “O MEC tem atuado na formação de professores para que eles saibam trabalhar com a cultura da paz, o respeito à diferença e à diversidade dentro das escolas, e a evitar essas situações de forma que nem as crianças vítimas ou agressoras possam ser afetadas”, detalha a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Ivana de Siqueira.

    Iniciativas – Um dos projetos que integram o Pacto é o Aprendendo a Conviver: estratégias para o enfrentamento da violência nas escolas, desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) com apoio do MEC. Esse projeto atende a 370 professores de 114 escolas do estado. O objetivo é capacitar os educadores e gestores para que reconheçam e adotem estratégias eficazes de prevenção e encaminhamento das situações de bullying.

    “Às vezes ignoramos micro-agressões e a violência do cotidiano como se fossem menos importantes”, observa o coordenador do projeto, Professor Josafá Moreira da Cunha. “Esperamos uma violência muito grave para intervir, mas os estudos mostram que há prejuízos ao longo da vida, inclusive relacionados à saúde mental dessas vítimas.”

    Outro projeto que também é apoiado pelo MEC é o Ser diferente, Ser Igual, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que vai capacitar 250 profissionais da educação básica de Macaé, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro na temática do bullying, violência, preconceito e discriminação nas escolas.

    O projeto desenvolve a troca de saberes entre educadores para que reconheçam e adotem estratégias criativas para o encaminhamento das múltiplas formas de violência, preconceito e discriminação no ambiente escolar. A proposta foca o fortalecimento da cidadania de quem vive na área de alcance da escola, no intuito de prevenir e combater o bullying, a violência, o preconceito e a discriminação.

    A partir de uma metodologia participativa, o curso tem caráter interdisciplinar e incentiva a participação de toda a comunidade escolar. “É um tema desafiador e premente para as escolas”, avalia a Professora Carla Dias, coordenadora do projeto da UFRJ. “Tratar de bullying é também tratar da questão da diferença, da diversidade, do respeito, do acolhimento. A escola muitas vezes potencializa estas questões, que estão presentes na sociedade, como a intolerância religiosa, a questão racial, as questões de gênero, dentre outras.”

    Assessoria de Comunicação Social


  • Para este ano letivo, já foram reunidos mais de dois mil kits de material escolar para distribuição entre alunos carentes de escolas da periferia de Porto Alegre (arte: ACS/MEC)Gaúcho, pintor e preocupado com o futuro das crianças. Cláudio Roberto da Costa, 53 anos, morador da comunidade Vila Safira, na periferia de Porto Alegre, dedica-se a um objetivo: melhorar o presente e garantir um futuro de qualidade para as crianças da região. Após observar que muitas delas passavam manhãs e tardes sem nenhuma ocupação pelas ruas da comunidade em que vive, Cláudio foi buscar respostas. “Começava o ano letivo e eu via crianças o dia inteiro na rua”, conta. Descobriu, então, uma triste realidade: muitos meninos e meninas não tinham sequer lápis e cadernos para poder frequentar a escola.

    “Quando eu perguntava a elas por que não estavam na escola, ouvia como resposta que o pai ou a mãe não tinham dinheiro, que fim de mês era complicado”, revela. “Aí, eu vi que precisava fazer alguma coisa.”

    Cláudio teve então a ideia: “Precisava fazer uma campanha de material escolar”.

    A ação começou no ano passado, e o resultado foi animador. Foi arrecadado material suficiente para montar 1,6 mil kits. Para 2017, já são mais de dois mil. Cada um deles é composto por um caderno grande e um pequeno, uma caixa de lápis de cor ou giz de cera, um tubo de cola, dois lápis, uma caneta, uma borracha e um apontador. É um material básico, mas é um incentivo para a criança entrar no primeiro dia de aula na escola”, diz. Ele minimiza os méritos de sua iniciativa: “Eu sou apenas uma ponte; são as pessoas que oferecem o material”.

    A campanha de arrecadação de material escolar é elogiada na comunidade. Professora da rede pública estadual de ensino, Vanessa Nascimento é uma das patrocinadoras. Ela faz as doações por ver, em sala de aula, as dificuldades por que passam as crianças sem o material escolar. “É por isso que eu colaboro; a gente vê que essa questão da autoestima atinge muitas crianças. Às vezes, elas chegam na escola sem calçado, sem lápis”, lamenta. “Na escola pública, há essas disparidades. Qual é o estímulo que a criança tem para chegar à escola e começar a ler e aprender quando está distraída, olhando o que o coleguinha do lado tem? Dar um lápis para uma criança, às vezes, é um carinho.”

    Lição — Cláudio espera, além de ajudar as crianças da comunidade, estar ensinado uma lição sobre cidadania. “Estamos de passagem nesse planeta”. diz. “Então, eu uso como exemplo o esporte olímpico de revezamento, que tem a passagem de um bastão; estou preocupado com a qualidade do bastão que vamos passar para as crianças.”

    As inclinações altruístas de Cláudio não são de hoje. Quando jovem, o pintor quis fazer parte do Projeto Rondon, uma ação do governo federal que envolve universitários no desenvolvimento sustentável de comunidades e promoção da cidadania. Mas a vida o levou a outros caminhos.

    Cláudio morou na periferia de cidades brasileiras de Minas Gerais, São Paulo, Maranhão e Distrito Federal. Descobriu que em todas elas, em qualquer parte do país, há os mesmos problemas e que somente com atitudes é possível mudar as coisas. Assim, ele voltou a Porto Alegre e criou o Projeto Vó Chica, que leva o nome de uma antiga moradora da comunidade, conhecida por suas ações beneficentes.

    A sede do projeto funciona em sua própria casa. “Temos um espaço cultural nos fundos da minha casa”, destaca. “A estrutura conta com quatros computadores para informática, iniciação de balé para 30 meninas, uma pequena biblioteca e um espaço de meditação.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • Entre as atividades extraclasse desenvolvidas na escola esteve a visita dos estudantes ao cartório eleitoral para simulação de voto em urna eletrônica (foto: arquivo da professora Cláudia Álvares) Ao perceber que seus alunos adotavam critérios como simpatia e amizade para a escolha dos dirigentes do grêmio estudantil, a professora Cláudia Mariano da Silva Álvares resolveu abordar nas aulas temas relacionados ao processo eleitoral brasileiro ao longo do tempo. Nascia, assim, o projeto Pequeno Cidadão, Grande Transformação, desenvolvido com turma do quinto ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Ribeiro, no município paulista de Marília.

    “Nosso objetivo foi possibilitar aos estudantes a escolha de seus representantes de forma consciente”, explica a professora. “E a diferença verificada foi muito grande.”

    Realizado de abril a setembro de 2012, o projeto englobou quase todas as disciplinas. Nas aulas de artes, por exemplo, Cláudia apresentou o famoso quadro Independência ou Morte, do pintor Pedro Américo [1843-1905], para ser analisado e reproduzido por seus alunos.

    Além das aulas normais, Cláudia promoveu atividades extraclasse, como o envio de cartas a ex-exilados políticos, pesquisas nas ruas com moradores do bairro sobre a importância do voto e visita à Câmara de Vereadores. Os estudantes estiveram também no cartório eleitoral para uma simulação de voto em urna eletrônica. “Trabalhamos de forma bem ampla”, diz.

    O projeto foi finalizado com a eleição do representante da turma. O primeiro passo, antes da eleição, foi o lançamento das candidaturas. Cláudia teve então a oportunidade de avaliar as transformações ocorridas com os alunos no decorrer do desenvolvimento do projeto. “Eles perceberam, realmente, o que era preciso fazer para votar de forma consciente e escolher bem um candidato”, analisa.

    Ficha limpa — Segundo a professora, durante o lançamento das candidaturas, alguns nomes eram questionados pelos estudantes pelas atitudes nem sempre corretas e por eventuais advertências sofridas. “Professora, esse candidato não tem a ficha limpa; ele não pode se candidatar”, argumentavam. Eles entenderam, portanto, que o candidato eleito vai representar a todos durante um período de tempo e que o processo ficará comprometido se for feita uma escolha errada. “Então, por iniciativa dos alunos, só pode participar do processo quem tinha ‘ficha limpa’”, observa Cláudia.

    “Os escolhidos foram aqueles que realmente têm conduta correta, são ativos e participam de todas as aulas”, salienta a professora. “Isso significa que o trabalho funcionou.”

    O projeto colocou a pedagoga, com 15 anos de experiência no magistério, entre os vencedores do 6º Prêmio Professores do Brasil, promovido pelo Ministério da Educação.

    Fátima Schenini

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    Confira o blogue do projeto
  • Projeto sobre meio ambiente iniciado em sala de aula estimulou os alunos a refletir sobre melhorias na comunidade em que vivem (foto: arquivo da ETI Professora Ana Lúcia Batista)Projeto desenvolvido por quatro professoras de educação infantil da Escola de Tempo Integral Professora Ana Lúcia de Oliveira Batista, em Campo Grande, acabou por envolver até as famílias dos estudantes. O projeto Minha Cidade – O Ambiente em que Vivo, sobre o processo histórico da capital de Mato Grosso do Sul, foi criado com o objetivo de estimular os alunos a refletir, participar e intervir na melhoria do bairro Paulo Coelho Machado, onde moram.

     

    “Pensamos em trabalhar o processo histórico, que faz parte do currículo, com mudança de comportamento e de pensamento do aluno, numa perspectiva de mudança do meio ambiente”, explica a professora Cristiane Portela Pereira. Ela é uma das criadoras do projeto, com Eva Adriana Gomes, Luciana Paulino e Silvana Júbrica. O trabalho coletivo foi um dos vencedores da sexta edição do prêmio Professores do Brasil.

     

    Segundo Cristiane, a ideia era incentivar os estudantes a conhecer melhor o bairro e a pensar sobre as mudanças necessárias para torná-lo melhor. “Fazer o aluno realmente ser cidadão”, ressalta. Desenvolvido de julho a outubro de 2012, com 100 alunos de quatro turmas de pré-escola, na faixa etária de quatro a seis anos, o projeto fez surgir diversas situações de aprendizagem. Assim, além das atividades realizadas na sala de aula, os estudantes também participaram de visitas pedagógicas, como ao Museu das Culturas Dom Bosco. Durante a realização da mostra cultural da escola, os alunos tiveram oportunidade de explicar o processo histórico de Campo Grande aos visitantes e de apresentar maquetes sobre o assunto.

     

    “O que me fez acreditar no sucesso do trabalho foram os comentários dos familiares em relação aos conhecimentos construídos durante o processo de estudos dos alunos”, destaca Cristiane.

     

    Livro — A realização do projeto levou Cristiane a escrever um livro, A Cidade que Nasceu, com linguagem dirigida a crianças, sobre o processo histórico de Campo Grande. As ilustrações da obra foram feitas pelos alunos. “Eles recebiam páginas do livro e criavam as ilustrações conforme o tema trabalhado”, explica a professora. “Ao fim do processo, montamos o livro, e cada aluno levou para casa o seu exemplar.” Agora, ele pretende publicar a obra.

     

    Todos os projetos de educação infantil da escola são elaborados em conjunto e discutidos em encontros semanais das professoras com a coordenadora pedagógica. “O que é combinado coletivamente é executado em sala de aula”, salienta Cristiane.

     

    Este ano, além de dar continuidade ao projeto Minha Cidade, as professoras vão desenvolver outros. O Pequeno Cientista (experiências), Projeto Matematicando (aprendendo com jogos) e Viajando ao Mundo da Literatura Infantil são alguns deles.

     

    Graduada em pedagogia, com pós-graduação em gestão escolar e em coordenação pedagógica, Cristiane está há oito anos no magistério.

     

     

    Fátima Schenini

     

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  • Georgina Evaristo da Silva, 69 anos, passava por um profundo processo de depressão em meados de 2017 quando ouviu falar da Universidade do Envelhecer (UniSer). O programa de extensão da Universidade de Brasília (UnB) direcionado à terceira idade mostrou à moradora de Ceilândia, no Distrito Federal, um outro lado da vida. Diversas universidades ao redor do país, como a Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Federal do Pará (UFPA) oferecem programas similares, sempre gratuitos e abertos a pessoas da comunidade, independentemente do grau de instrução.

    “O idoso acha que, quando envelhece, acaba a vida. E infelizmente muitos deles têm famílias que os abandonam. Mesmo vivendo dentro de casa com várias pessoas, o idoso se vê só. Filhos e netos acham que ele não sabe mais de nada, que não faz mais nada. E isso acaba gerando a depressão”, conta Georgina, que concluiu o programa da UnB no fim de 2018. “Os idosos precisam ser escutados, precisam de atividades, ou seja, precisam de vida. É preciso viver! É onde entram os programas de extensão, como a UniSer.”

    Os projetos mudam de universidade para universidade, mas os atores são sempre professores e alunos da instituição, além de parceiros locais e facilitadores. O objetivo primordial é contribuir para o fortalecimento da cidadania do idoso, enfatizar direitos, contextos políticos, econômicos e socioculturais, em um processo de troca entre os envolvidos (idosos, facilitadores, estagiários e professores), e imbuir a terceira idade de qualidade de vida e bem-estar. Mas todo o processo traz, além dos resultados sociais, ferramentas fundamentais para a evolução da educação na instituição.

    Ufes – A Ufes tem como programa de extensão a Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati), que funciona há 22 anos. As atividades, realizadas sempre às quintas-feiras, no período da tarde, são divididas em quatro módulos: Saúde e qualidade de vida; Psicologia, sociedade e opressões; Idoso e cidadania, e Memória e História. Além disso, oferece oficinas de canto, dança sênior, espanhol, psicologia, memória e arte-terapia.

    “Cerca de 150 idosos são atendidos por semestre”, explica a professora e coordenadora do projeto, Cenira Andrade. “Após o curso, eles contam que mudaram o comportamento. Vários chegam ao programa recomendados por médicos, geriatras, gerontólogos, muitos deles em estado de depressão. Após o curso, a melhora na autoestima é perceptível.”

    UnB – “O retorno para a comunidade é incrível, mas a instituição também colhe os frutos. Quando entrei para a Universidade do Envelhecer (UniSer) eu era aluna da graduação na UnB. E o programa proporcionou meu crescimento profissional”, conta Kerolyn Ramos Garcia, professora da UniSer. “Como aluna de graduação, desenvolvi a extensão. Em seguida fiz a pós-graduação em gerontologia e, no mestrado, meu projeto de pesquisa foi no âmbito da UniSer. E agora estou no doutorado, avaliando a validade social de tudo, ou seja, o quanto o programa tem influência nos alunos e na comunidade. Sem contar que os profissionais envolvidos, os docentes e estudantes da universidade, têm vivência com o envelhecer. Não são profissionais que vão falar do envelhecimento sem nunca ter convivido com o idoso.”

    O programa de extensão da UnB se dá pelo curso Educador Político Social no Envelhecimento Humano, com duração de um ano e meio. A cada semestre as inscrições são abertas por meio de edital, com 300 vagas, e qualquer pessoa acima de 45 anos, independente da escolaridade, pode se inscrever.

    “É um curso voltado para o envelhecer, ou seja, para aprender a envelhecer com qualidade. Durante o curso eles têm disciplinas de direito, cidadania, políticas públicas, educação física, línguas, cultura, enfim, uma grade bem extensa e completa, totalizando 810 horas de curso”, destaca Kerolyn. As atividades ocorrem de segunda a sexta-feira, no período da tarde.

    Para Georgina Evaristo, a transformação nos idosos que participam de programas como esse é visível. “Você envelhece e acha que não é mais capaz de muitas coisas. E o programa te mostra que a terceira idade é completamente diferente. Ele te mostra que você é capaz. E capaz de ir além daquilo que você necessita. Ele ensina que as pessoas não podem cortar seus sonhos, e sim que você pode sonhar e realizar”, destaca.

    As propostas proporcionam vivências conjuntas das profissões envolvidas, visando possibilitar a convivência e a construção de relações interpessoais mais inclusivas entre os professores e estudantes de graduação e pós-graduação de diferentes cursos. Tudo isso ressalta o princípio integrador e inclusivo das universidades, trabalham melhor a questão do ensino, da extensão e da pesquisa, e ajudam a fazer evoluir a educação nas instituições.

    Pará – A Universidade da Terceira Idade, programa de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), funciona desde 1991 e, de lá para cá, ajudou muitos paraenses a encarar a terceira idade com mais conhecimento, segurança e disposição. Maria Leonice da Silva de Alencar, coordenadora há dez anos, participou de muitos desses resultados.

    “Quando os idosos saem do curso, a autoestima e a motivação são completamente diferentes. Muitos idosos que participaram do projeto, aliás, continuam estudando. Hoje temos uma idosa de 70 anos que está fazendo faculdade de serviço social e outra de 76 está concluindo a faculdade de turismo. O resultado é bem visível”, destaca Maria Leonice.

    A Universidade da Terceira Idade da UFPA dura um ano e atende cerca de 250 idosos por temporada. São quatro os programas: Atualização cultural na terceira idade; Arte e cultura; Corpo, movimento e qualidade de vida; Graduação permanente. “As disciplinas focam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, ensinam o idoso a compreender como melhorar a qualidade de vida e a autoestima, a enfrentar a timidez e a exclusão social, e, além disso, proporcionam trocar experiências com alunos e professores de diversas faculdades”, explica Maria Leonice.

    “Uma universidade não tem seus muros fechados”, lembra Kerolyn, da UnB. “A proposta da extensão universitária é que a instituição consiga se abrir para levar contribuição social à comunidade. E mais especificamente sobre a terceira idade, esses programas tiram essas pessoas de dentro de casa e mostram a elas que o fato de envelhecer não é uma coisa ruim. É claro que há limitações, mas é possível conviver com elas, ser ator da própria vida e ter uma atuação social.”

    Acesse o programa de extensão da Ufes 

    Acesse o programa de extensão da UFPA 

    Acesse o programa de extensão da UnB

    Assessoria de Comunicação Social  

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