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Educação indígena

Representantes indígenas querem ampliação da rede de ensino

  • Quinta-feira, 26 de março de 2009, 18h05
  • Última atualização em Quinta-feira, 26 de março de 2009, 18h05

Ampliar o número de escolas, capacitar professores, construir alternativas para a contratação de professores indígenas e ampliar a demanda do ensino médio nas escolas indígenas são reivindicações dos 140 delegados que representam os povos do Ceará, da Paraíba e de Pernambuco na etapa Nordeste II da Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena. O evento termina nesta sexta-feira, 27, em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, no Ceará.


Na Lagoa dos Tapebas II, uma das 17 comunidades Tapeba localizadas em Caucaia, há duas escolas, mas nenhuma oferece o ensino médio. Lá vivem cerca de 380 famílias e a demanda educacional é grande. A atual estrutura da escola estadual Índios Tapeba possui apenas dois anos de construção, mas já é insuficiente para atender a demanda. “São quatro salas e transformamos o refeitório e o almoxarifado em espaços de aula para atender 200 alunos do ensino infantil ao nono ano”, conta a secretária da escola Rita de Cássia, conhecida por Sinhá Tapeba.


Na outra escola, a municipal Conrado Teixeira, a estrutura é formada por anexos. As salas estão espalhadas por três lugares da aldeia e atendem 324 alunos da educação infantil ao sétimo ano, além da educação de jovens e adultos (EJA). “Mas ainda assim, hoje a educação está muito melhor. Antes a gente dava aula embaixo de um cajueiro. Não tinha material, caderno e lápis só de doações”, relembra Sinhá. A situação é semelhante em outras aldeias do Ceará. De acordo com a Secretaria da Educação do Ceará, somente uma das 37 escolas é dotada de ensino médio.


Em Pernambuco, existem 122 escolas indígenas e oito mil alunos matriculados. Uma das dificuldades refere-se à formação de professores, já que no estado foi abolido o magistério indígena. “São os estados que devem se adequar às necessidades dos povos indígenas e não o contrário”, disse Pretinha Truká, suscitando a discussão sobre a necessidade de haver maior diálogo entre as esferas governamentais e os povos indígenas. Já na Paraíba existem 32 escolas para atender cerca de 4.500 alunos. Segundo a coordenadora da educação indígena da Paraíba, Dulce Magalhães, a estrutura para o ensino médio também revela deficiências.


Durante a manhã desta quinta-feira, 26, os participantes discutiram as práticas pedagógicas indígenas, na primeira mesa, e participação e controle social, na segunda. “Este é um momento muito rico para nós, povos indígenas, porque propormos o que queremos”, afirmou Agnaldo Xukuru. A tarde foi reservada para os trabalhos em grupo.


Na sexta-feira, os trabalhos serão encerrados com a eleição dos 38 delegados indígenas e dez ligados às instituições com protagonismo junto à educação escolar indígena e a aprovação do documento final do encontro.


A Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena é uma iniciativa do MEC em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Fundação Nacional do Índio (Funai) e secretarias de educação.

Assessoria de Comunicação da Coneei

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