Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Todas as notícias > Prorrogadas inscrições para o Programa Incluir
Início do conteúdo da página
Educação profissional e tecnológica

Programa traz cidadania para mulheres brasileiras

  • Terça-feira, 14 de abril de 2009, 19h14
  • Última atualização em Terça-feira, 14 de abril de 2009, 20h05
Três horas da manhã e Marta de Lima Carvalho, 36 anos, está de pé. Marisqueira de Bayeux, município da Paraíba, ela rema duas horas até chegar ao local certo para apanhar mariscos. Com a maré baixa, ela desce da embarcação e revolve a areia em busca dos frutos do mar. A atividade só dura duas horas, pois a maré enche e é preciso remar outras duas horas para chegar em casa. Se conseguir trabalhar a semana inteira, incluindo sábados e domingos, a pesca de mariscos rende de R$ 100 a R$ 150. “Mas eu não consigo a semana toda. É muito cansativo”, explica.

Casada, com três filhos e pouca escolarização, a história de Marta é como a de outras tantas mulheres Brasil afora. Sem estudos, sem formação profissional e com a família para sustentar, as possibilidades pareciam poucas para ela. Marta e outras mil mulheres das regiões Norte e Nordeste são o foco do Programa Mulheres Mil. A ação, desenvolvida inicialmente como projeto-piloto, traz elevação da escolaridade e formação profissional para mulheres que estão em condição de risco social.

No caso de Marta, o projeto modificou a história de sua família. Trazida para Brasília nesta terça-feira, 14, ela e outras 11 mulheres estiveram com o ministro da Educação, Fernando Haddad. “A renda da família melhorou muito. Aprendi a fazer sabão no instituto federal da Paraíba e vendo para a comunidade.” No próximo mês, a marisqueira terá juntado dinheiro suficiente para comprar um barco melhor. Marta também se sente mais preparada para ajudar os filhos nas tarefas de casa. “Voltar a estudar me fez incentivá-los também”, relata.

Cidadania – Entre os assunto frequentes nos depoimentos das mulheres que participaram do programa, estão a resistência dos maridos e os relatos de violência doméstica. Pensando nisso, os institutos federais também deram cursos de direitos da mulher, onde foram apresentados temas como métodos contraceptivos e como reagir diante da violência. “O meu marido não queria que eu estudasse. Ele achava que eu estava vadiando”, conta Marta.

O instituto federal da Paraíba organizou uma palestra para os maridos das estudantes, tudo para esclarecer os objetivos do Programa Mulheres Mil. A história de Marta saiu no jornal em Alagoas e só então o marido acreditou que ela estava estudando. “Ele disse que agora sabia o quanto eu era importante. Isso depois de 15 anos de casamento”, diz. A intenção, a partir dos resultados apresentados nesta terça, é expandir o programa para todos os estados do país.

Ana Guimarães

Leia mais...
Participantes comemoram em Brasília resultados do programa
Assunto(s): Mulheres Mil
X
Fim do conteúdo da página