UFPA pode ser a próxima universidade a adotar cotas
A Câmara de Ensino de Graduação da Universidade Federal do Pará (UFPA) aprovou, por unanimidade, esta semana, a proposta de criação de cotas para negros, indígenas e descendentes de quilombos. Na primeira semana de agosto, a proposta será apreciada pelo Conselho Superior de Ensino e Pesquisa (Consep). Se aprovada, a UFPA criará o sistema de cotas a partir do processo seletivo seriado de 2006.
A universidade pretende destinar 20% das vagas no vestibular a negros, indígenas e descendentes de quilombos, em todos os cursos. Segundo o reitor Alex Fiúza de Mello, os membros do Consep estão divididos na aprovação da proposta. Há quem defenda 20% das vagas apenas para negros e quem sugira 20% dessas vagas para alunos das escolas públicas. Esse grupo defende que o critério seja de renda, não de cor.
“Sei que a pobreza, no Brasil, tem cor. Mas seria mais avançada uma medida que garanta 50% das vagas a quem vem da escola pública, o que beneficia negros e pardos”, observou. Fiúza de Mello lembra que a matéria é polêmica, mas que alguma medida a UFPA vai tomar para garantir o acesso de estudantes com menos oportunidades.
A primeira instituição de ensino superior a adotar cotas para negros no Brasil foi a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Em seguida, outras instituições aderiram. Elas têm autonomia para adotar o sistema. Algumas abriram cotas não só para afro-brasileiros, mas para alunos portadores de deficiência ou provenientes de escolas públicas. A proposta da UFPA de integração de grupos étnicos foi feita após discussões de um grupo de trabalho da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação.
Repórter: Susan Faria