Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Início do conteúdo da página
  • Professora da UnB radicada na Alemanha, Jaqueline já ganhou prêmio na área

    Jaqueline já ganhou prêmio por pesquisa com equações diferenciais A ciência dos números sempre foi coisa de mulher para a doutora Jaqueline Godoy Mesquita, de 34 anos. Ainda adolescente, ela teve que convencer os pais de que a Matemática é uma carreira que pode contribuir para o progresso da humanidade. Hoje, ela integra o grupo de pesquisadores da Academia Mundial de Ciências, é bolsista na secular Universidade Humboldt, na Alemanha, e já ganhou prêmio por suas pesquisas.

    É uma luta diária para as mulheres brasileiras se destacarem nas ciências exatas, mas a cientista Jaqueline Godoy Mesquita compreendeu desde cedo que, muito mais do que se dedicar aos números e equações, ela teria que decifrar o problema do preconceito e da discriminação contra a mulher na Ciência.

    “Não é raro ver mulheres em reuniões, por exemplo, tendo dificuldades de fazer suas falas”, disse.

    Jaqueline é professora do Departamento de Matemática da Universidade de Brasília (UnB), mas atualmente mora na Alemanha, onde é bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação Alexander Von Humboldt, fazendo o seu terceiro pós-doutorado.

    Até chegar lá, foi uma longa trilha de estudo, dedicação e luta. Ainda pequena, Jaqueline aprendeu a lidar com as adversidades. Para estudar o que ela queria, foi preciso primeiro convencer a família. “Meus pais queriam muito que eu fizesse Medicina, o sonho deles é ter uma filha médica”, relatou.

    Os pais, Gilson e Aparecida, achavam que depois de cursar o bacharelado em matemática, Jaqueline faria outro curso. E ela fez, mas foi o mestrado, novamente em matemática. Em seguida, veio o doutorado. E não parou mais. A cientista ganhou prêmio por uma complexa pesquisa na área das equações diferenciais funcionais.

    “Essas equações são muito importantes para descrever fenômenos que não acontecem instantaneamente. Por exemplo, temos modelos de doenças que possuem períodos de incubação que podem ser bem descritos por essas equações, como é o caso do vírus Zika. Sabemos que quando a pessoa é infectada com o vírus, os sintomas não aparecem instantaneamente, mas decorre um certo tempo entre a pessoa ser infectada e os sintomas aparecerem”, explicou.

    Foi por causa dos resultados dessa pesquisa que Jaqueline recebeu o prêmio do programa “Para Mulheres na Ciência”, oferecido pela Loreal, em parceria com a Unesco e a Academia Brasileira de Ciências.

    Programa  Há 14 anos, o programa “Para mulheres na Ciência” contempla cientistas para estimular o equilíbrio dos gêneros no cenário brasileiro e incentivar a entrada de jovens mulheres no universo científico.

    Para Jaqueline, que se orgulha de ser um modelo de determinação e talento para suas alunas da graduação e pós-graduação, o machismo está presente nos meios acadêmicos e científicos, especialmente da Matemática, em que a representatividade feminina é baixa. E esse cenário começa a ser construído bem cedo, segundo a professora.

    “Se a gente for numa loja de brinquedos e a gente for na seção de brinquedos para meninas e brinquedos para meninos, vemos que já há uma segregação muito forte. Então, vemos que os brinquedos para meninas estão mais ligados para o cuidar, então são bonecas, são carrinhos de bebê, enquanto que os brinquedos mais voltados para os meninos são mais ligados à liderança, independência, a raciocínio lógico dedutivo”, enfatizou.

    Saiba mais – A história da cientista premiada brasileira que defende que a matemática deve ser estimulada entre mulheres desde cedo é o tema da edição desta sexta-feira, 1° de novembro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Estão abertas as inscrições da 10ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). O prazo inicia nesta segunda-feira, 10, e se estende até 21 de março. Podem participar escolas públicas municipais, estaduais e federais com matrícula de estudantes do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio.

    A olimpíada tem duas etapas de provas. A primeira, com 20 questões objetivas de múltipla escolha, será aplicada por professores, na própria escola, em 27 de maio. Do desempenho desta fase, a Obmep seleciona cerca de 5% dos estudantes, por escola, com melhor pontuação que vão participar da segunda etapa, que acontecerá em 13 de setembro. A divulgação dos vencedores será em 1º de dezembro.

    A coordenação da olimpíada espera este ano a participação de 47 mil escolas públicas da educação básica, mais de 19 milhões de alunos e alcançar 99,5% dos municípios. A Obmep vai premiar 6,5 mil estudantes, sendo 500 com medalhas de ouro, 1,5 mil de prata e 4,5 mil de bronze. Além de medalhas, os 6,5 mil estudantes serão convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Júnior, em 2015.

    A premiação compreende, ainda, a distribuição de até 46,2 mil menções honrosas. Professores, escolas e secretarias de educação com alunos vencedores também receberão prêmios.

    Histórico – Realizada desde 2005, a Obmep é um projeto de estímulo ao estudo da matemática voltado para as escolas públicas, estudantes e professores de todo o país. Para incentivar a participação, produz e distribui material didático, oferece bolsas de iniciação científica aos estudantes e reconhecimento aos educadores, escolas e secretarias de educação. A Obmep também prepara, a cada ano, cerca de 30 medalhistas de ouro para competições internacionais.

    Promovida pelos ministérios de Educação e da Ciência e Tecnologia e Inovação, a Obmep é realizada pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) com o apoio Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). Em 2013, a olimpíada contou com a participação de 47.144 escolas públicas da educação básica e de 18,7 milhões de alunos; 99,3% dos municípios tiveram escolas participantes.

    Ionice Lorenzoni

    Confira o regulamento, a ficha de inscrição, o calendário, a distribuição de medalhas e demais informações na página da Obmep 2014

  • A maior competição científica do país, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) ampliou seu alcance. A partir deste ano, alunos dos quarto e quinto anos do ensino fundamental de escolas públicas municipais, estaduais e federais também poderão participar da disputa. Com a inclusão dessas séries, o número de inscritos poderá subir em 5,2 milhões. Atualmente, o concurso reúne 18,2 milhões de crianças e jovens.

    Com o nome de Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – Nível A (Obmep Nível A 2018), a competição já foi testada no município de Nova Iguaçu (RJ), que realizou em 30 de agosto uma olimpíada com a participação de 16,3 mil estudantes dos quarto e quinto anos do ensino fundamental. Proposta pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação, as provas dessa disputa serão aplicadas no resto do Brasil em 30 de outubro, e terão 20 questões objetivas.

    Com essa iniciativa, a Obmep pretende estimular o estudo da matemática, contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, identificar jovens talentos e promover a inclusão social. De acordo com o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, a ampliação da Olimpíada é um sonho antigo. Hoje, a Obmep alcança praticamente toda a população estudantil do sexto ano do ensino fundamental ao último ano do ensino médio. Desde 2017, inclui escolas particulares.

    “Nossa visão, apoiada em estudos, é que há uma evolução da criança durante o ciclo inicial do fundamental. Gradualmente, o interesse que a criança tem pela matemática quando é bem pequenininha vai sendo perdido ao longo dos anos. Acreditamos que a olimpíada tem a possiblidade de combater esse efeito e manter na criança aquele gosto natural pela Matemática”, explica Viana.

    O coordenador-geral da Obmep e diretor-adjunto do Impa, Claudio Landim, conta que quando a Olímpiada foi criada, o Instituto tinha em mente melhorar o ensino da matemática no país. De acordo com ele, a inclusão das novas séries foi motivada após os organizadores identificarem que um dos gargalos do ensino se encontra no primeiro segmento do fundamental. “Essa competição é um convite que fazemos a professores, alunos e responsáveis para descobrir uma matemática que não é ensinada em sala de aula, uma matemática instigante e divertida”, destaca.

    Inscrições – Gratuitas, as inscrições para a Obmep Nível A são feitas exclusivamente pelas secretarias municipais, estaduais e por representantes das escolas federais. A ficha de inscrição estará disponível até 10 de outubro. O conteúdo das provas segue os Parâmetros Curriculares Nacionais para alunos do quarto e quinto anos do fundamental. As questões estimularão o raciocínio lógico e a criatividade, marcas tradicionais da Obmep. A diferença é que ela será realizada em uma só fase.

    Acesse a ficha de inscrição da Obmep

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A Obmep auxilia o professor a se manter atualizado, não só estudando, mas ao debater sobre soluções de problemas com os alunos (foto: arquivo MEC) Dois professores de Coité do Noia, município de 12,6 mil habitantes, na região central de Alagoas, foram destaque na sétima edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Adriano Valeriano da Silva e Claudiene Monteiro dos Santos, que lecionam na Escola Municipal de Educação Básica José de Sena Filho, orientaram José Elenilson Gonzaga de Lima e Samoel dos Santos Oliveira, estudantes que conquistaram medalhas de ouro na competição.

    “Para obter bons resultados são requisitos necessários, principalmente, dedicação e interesse por parte dos alunos, um bom trabalho da equipe de professores, com os demais integrantes da equipe escolar, e o apoio das famílias dos alunos e da gestão municipal, por meio da secretaria de Educação”, avalia Adriano. Ele teve outro aluno premiado em 2011. Samuel Rocha da Silva, estudante da Escola Estadual Álvaro Paes, foi medalhista de bronze.

    Há 12 anos no magistério, Adriano está convencido de que a Obmep tem contribuído para seu aprimoramento como professor. “Procuro estudar mais e pesquisar questões relacionadas à olimpíada para serem trabalhadas em sala de aula”, explica. Ele destaca que o banco de questões, disponível na página da Obmep na internet desde 2006, oferece ao professor mais uma ferramenta didática e de conhecimento. “O professor aprende não só estudando, mas também ao debater, com os alunos, as soluções de problemas.”

    Segundo Adriano, a preparação para a Obmep começa dois meses após o início do período letivo. A equipe de professores de matemática abre os trabalhos com a aplicação de questões relacionadas às olimpíadas. Os estudantes classificados para a segunda fase recebem, semanalmente, uma lista extra de exercícios, especialmente preparada pelos professores. Este ano, foram promovidos quatro encontros em manhãs de sábados para professores e alunos discutirem a resolução de problemas.

    “As listas de exercícios levam os alunos a buscar soluções para os problemas com familiares, amigos ou por meio de pesquisas na internet”, diz o professor. Elas também contribuem para que os estudantes debatam os possíveis resultados com o professor e com os colegas.

    Licenciado e com pós-graduação em matemática, Adriano considera a disciplina fascinante e desafiadora. “Ela permite estudar inúmeras situações do dia a dia”, destaca o professor, que faz curso de mestrado profissional em matemática oferecido pela Universidade Federal de Alagoas.

    Ana Júlia Silva de Souza

    Confira o blog da Emeb José de Sena Filho

    Confira a página da Obmep na internet

    Saiba mais no Jornal do Professor
  • Um torneio de matemática faz parte dos recursos adotados pela Escola Estadual Ministro João Paulo dos Reis Veloso, de Dourados (MS), desde o início dos anos 1990, para estimular o interesse dos estudantes pela disciplina. A competição, chamada de Tornemática, envolve turmas desde o sexto ano do ensino fundamental até o terceiro do ensino médio.

    O torneio foi criado para despertar nos alunos o gosto e o prazer pela matemática, além de desmitificar a matéria e mostrar sua importância e utilidade na solução de problemas do cotidiano. “Os alunos aprendem a olhar a matemática de uma maneira diferente, passam a vê-la além de fórmulas e decorebas e também se desprendem do livro didático”, enfatiza o diretor da instituição, José Carlos Severiano de Souza. “Projetos como esse contribuem para despertar no aluno um olhar diferenciado pela rainha das ciências, que na maioria das vezes é rotulada como algo distante e impossível de ser alcançado.”

    Com licenciatura em matemática, pós-graduação em educação matemática e em gestão escolar, Souza tem experiência de oito anos como professor de matemática no ensino médio e de nove anos na direção.

    A Tornemática é realizada em duas fases. Na primeira, os estudantes passam por avaliação individual, de acordo com a série. Na segunda, as questões são respondidas coletivamente. Cada equipe é composta por sete alunos, um de cada série. São premiados um estudante por série e as três equipes mais bem colocadas. Os três melhores alunos recebem prêmios especiais e o campeão geral, um notebook.

    A avaliação contém 20 questões, que têm como prioridade aferir o raciocínio lógico, sem preocupação com o domínio de regras ou fórmulas. “Observamos que nem sempre aqueles alunos que tiram as melhores notas se sobressaem nesse tipo de avaliação”, ressalta o diretor.

    Ampliação— Criada como uma disputa interna, a Tornemática foi ampliada a partir de 2010, por iniciativa do diretor. Ele abriu espaço para a participação de outras escolas e transformou a atividade em competição municipal. “Com a ampliação, firmamos parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) para que acadêmicos e professores formulem as questões para a prova”, revela. Outra parceria foi firmada com a Secretaria de Educação do estado para o patrocínio do projeto.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EE Ministro João Paulo dos Reis Veloso

  •  As duas são amigas, têm 12 anos, estudaram matemática juntas nos fins de semana e, assim que souberam do resultado, saíram para comemorar a conquista das duas medalhas de ouro da 12ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) de 2016. Ana Júlia e Giovanna, alunas do sétimo ano de Frederico Westphalen, cidade de 30 mil habitantes no Rio Grande do Sul, estão entre os 6.502 alunos premiados na mais abrangente edição da competição desde que foi lançada, em 2005. A Obmep chegou a 5.544 cidades, o que corresponde a 99,6% do total de municípios brasileiros.

    Quase 18 milhões de estudantes participaram da Obmep 2016. Dos 913.889 alunos do sexto ao nono ano e do ensino médio classificados para a segunda fase, 501 foram medalhistas de ouro, 1.500 de prata e 4.501 de bronze. A Obmep entregará menções honrosas a 42.482 estudantes. Minas Gerais foi o estado que teve o maior número de alunos premiados (1.585), seguido por São Paulo (1.222), Paraná (429), Rio de Janeiro (366) e Rio Grande do Sul (348). As cerimônias de entrega dos prêmios serão realizadas em 2017, em datas ainda por definir.

    Premiada por quatro vezes consecutivas, a professora de matemática Meire Frizon, há 14 anos em sala de aula na Escola Estadual de Ensino Fundamental Afonso Pena, a mesma onde estuda a medalhista Ana Júlia, conta que a conquista de premiações na olimpíada resulta de um “trabalho mútuo”, que soma o apoio da escola e dos professores ao empenho dos alunos. “Não temos tempo extra para trabalhar com os alunos à tarde, mas aproveitamos as questões das provas da Obmep em sala de aula, como complemento ao conteúdo curricular que temos que cumprir”, diz a professora, duplamente feliz porque seu filho Luiz Eduardo Frizon Caovilha, do sexto ano, é um dos oito estudantes da escola que receberam menção honrosa.

    No total, a escola onde Meire é professora recebeu 12 premiações. Ana Júlia Limberger Nedel, medalhista de bronze no passado e agora de ouro, acha matemática uma diversão: “Gosto bastante porque está em toda parte e precisamos dela para tudo na vida.” Na casa dela, a Obmep já virou uma história de sucesso. “Minhas duas irmãs que hoje estão na faculdade de medicina já foram medalhistas”, acrescenta. Ela conta que assistiu a todos os vídeos na página da Obmep e fez as provas das edições anteriores. “Sempre que tinha tempo livre ia estudar com as minhas amigas”, afirma.  

    Ana Júlia, medalhista de ouro, a professora Meire Frizon e seu filho Eduardo, que recebeu menção honrosa (Foto: Divulgação) Assim como Ana Júlia, a amiga Giovanna Sebben Ballen frequenta a Escola Estadual de Ensino Fundamental Cardeal Roncali. Giovanna é a primeira medalhista de ouro da família e motivo de orgulho. “A prova não estava fácil, mas já vinha estudando desde o ano passado, quando fui menção honrosa”, explica.

    A Obmep foi criada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que a realiza com recursos dos Ministérios da Educação e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A lista com os alunos e professores premiados, e também escolas e secretarias de educação, podem ser conferidos na página da Obmep.

    Única – A Obmep é a maior Olimpíada estudantil do país e tem como metas estimular o estudo da Matemática e revelar talentos. A partir de 2017, a Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), competição aberta a todos os estudantes a partir do sexto ano do ensino fundamental de escolas públicas e privadas, incluindo universitários, será integrada à Obmep nas duas primeiras fases da competição.

    Haverá, portanto, apenas uma olimpíada de matemática, aberta a todas as escolas brasileiras, públicas e privadas. A mudança não afetará a participação das escolas públicas, uma vez que não será alterado o número de medalhas entregue a estudantes de instituições públicas de ensino. A integração das duas olimpíadas numa única competição tem por objetivo racionalizar custos e aumentar a participação de estudantes de escolas privadas.

    Segundo o matemático Cláudio Landim, diretor adjunto do Impa e coordenador da Obmep, de um público-alvo de 3 milhões de estudantes das escolas privadas, apenas 300 mil participam da OBM. “Acreditamos que podemos, pelo menos, dobrar essa participação”, afirma.  Criada nos anos 1970, a OBM não será extinta, mas realizada como uma terceira fase da competição, a partir dos alunos melhor classificados da Obmep. “Será da OBM que sairão os estudantes que formarão a equipe para representar o Brasil em competições internacionais”, explica.

    Landim adiantou também que o Impa manterá, em 2017, o curso de formação de professores para a Obmep. Realizado pela primeira vez este ano, o projeto envolveu a participação de 900 professores e 18 mil alunos em todo o Brasil. O resultado desse trabalho pode ser verificado com os resultados da Obmep 2016. “Surpreendeu-nos além do esperado porque a nota média dos alunos que participaram do projeto foi duas vezes maior do que a daqueles que não frequentaram as aulas com esses professores”, comparou.

    Confira o mapa de premiação da Obmep

    Rovênia Amorim

  • Os estudantes que participaram da edição de 2010 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) já podem consultar a relação dos vencedores. São 502 medalhistas de ouro, 900 de prata e 1.802 de bronze. Outros 30.041 alunos receberão menção honrosa. Os ganhadores foram conhecidos nesta quinta-feira, 25, no Ministério da Ciência e Tecnologia, promotor da competição em parceria com o Ministério da Educação.

    De acordo com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, a participação dos estudantes este ano foi um sucesso, tanto pela quantidade — 19,6 milhões de alunos — quanto pela abrangência. A Obmep chegou a 99,2% dos municípios brasileiros e nas 27 unidades da Federação.

    Segundo Rezende, quando se fala em quase 20 milhões de estudantes, esse número significa que durante dois meses — o tempo da primeira fase da Obmep — mais de 10% da população brasileira está estudando e fazendo provas de matemática. O ministro destacou ainda que 130 mil professores trabalharam este ano como voluntários na aplicação das provas e que 44,7 mil escolas públicas cederam espaço para receber os alunos.

    Dados apresentados pelo diretor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Machado, mostram que os talentos estão distribuídos pelo país. Os 3.204 medalhistas provêm de 939 municípios e 82 estudam em escolas públicas rurais. Entre os ganhadores de medalhas, 16 são tetracampeões e cinco, pentacampeões.

    Trajetória— Realizada desde 2005, a Obmep é um projeto de estímulo ao estudo da matemática voltado para as escolas públicas, estudantes e professores de todo o país. Para estimular a participação, produz e distribui material didático, oferece estágio aos professores premiados e participação de alunos no Programa de Iniciação Científica Júnior. Nesse programa, os ganhadores da competição estudam matemática por um ano com bolsa de estudos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Obmep também prepara, a cada ano, cerca de 30 medalhistas de ouro para competições internacionais.

    Promovida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, a Obmep é realizada pelo Impa e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).

    A relação dos estudantes premiados e dos que receberão menção honrosa está na página eletrônica da competição.

    Ionice Lorenzoni
  • Pequenos experimentos em sala de aula, com elementos comuns encontrados no dia a dia, facilitam o aprendizado de física (foto: odquimicafafiuv.blogspot.com)Ao longo da carreira, o professor Nicolau Gilberto Ferraro tem percebido que muitos estudantes ingressam no ensino médio com a ideia preconcebida de que física é disciplina de difícil assimilação. Para despertar o interesse do aluno, segundo ele, é importante mostrar que a física está presente no dia a dia e nas aplicações tecnológicas familiares de cada um. Sugere, ainda, a realização, na própria sala de aula, de pequenos experimentos com materiais do cotidiano, de forma a sedimentar a teoria apresentada.

    O professor também julga importante falar sobre a história da física, mostrar aos estudantes que ela não é obra de uma só pessoa, mas uma construção humana. Por último, recomenda introduzir o tratamento matemático referente aos fenômenos estudados. “É da maior importância ressaltar que a matemática, como linguagem da física, sintetiza a compreensão dos fenômenos”, diz.

    Professor durante 40 anos, co-autor de livros sobre física, Ferraro criou um blogue, em 2010, para ajudar os alunos a estudar a disciplina. “Procuro passar minha experiência de muitos anos em sala de aula”, ressalta. Para o trabalho no blogue Os Fundamentos da Física, que recebe cerca de 2,5 mil visitas diárias, Ferraro conta com a colaboração de Sidney Borges, professor de física e arquiteto.

    As postagens seguem uma programação preestabelecida. Às segundas, terças e quartas-feiras, é abordado o conteúdo dos três anos do ensino médio. Às quintas-feiras, o tema é o vestibular. Às sextas, são colocadas pequenas animações para a revisão dos principais conteúdos, de forma lúdica. “Aos sábados, apresentamos os principais efeitos estudados em física, os ganhadores do Prêmio Nobel e exercícios especiais, com o título Preparando-se para o Enem”, diz o professor. Atualmente, é desenvolvido o tema Um Pouco da História da Física.

    “Procuramos descrever o empenho e a dedicação de pensadores e cientistas na formulação de teorias e leis e destacar fatos que apresentem dados interessantes da vida dessas pessoas notáveis”, afirma. Aos domingos, o tema é A Arte do Blogue, com a apresentação de obras e biografias de pintores, fotógrafos e arquitetos. Os inúmeros depoimentos de alunos têm animado os dois professores a prosseguir com o trabalho e a desenvolver novas seções.

    Licenciado em física e engenheiro metalurgista, Ferraro iniciou as atividades de magistério na Escola Estadual Professor Alberto Conte, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Lecionou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, no Departamento de Engenharia Mecânica e em escolas e cursos particulares preparatórios para vestibulares. Atualmente, exerce a função de diretor pedagógico do Colégio Objetivo NHN.

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue Os Fundamentos da Física

     

    Fátima Schenini

  • O professor Bigode e sua assistente usam tomates, cebolas e macarrão para explicar conceitos matemáticos. (Foto: Arquivo TV Escola)Números e panelas. Frações e bolos de chocolate. A cozinha não é um lugar apenas para preparar alimentos, é também para aprender matemática. Essa é a premissa do vídeo Matemática na cozinha, que a TV Escola exibe terça, 26, às 12h15, com reprise no domingo, 31, às 15h30.

    No vídeo, o professor Antonio José Lopes, o Bigode, e a sua convidada, professora Cássia, trabalham conceitos de fração, divisão e proporcionalidade a partir de situações corriqueiras que ocorrem em uma cozinha. Os conteúdos são indicados, especialmente, para professores e alunos dos anos finais do ensino fundamental.

    Matemática na cozinha faz parte da série Matemática em toda parte, produzida pela TV Escola. A série tem 12 episódios que mostram a presença de importantes conceitos matemáticos em nosso dia a dia, a partir de atividades sugeridas pelo apresentador, professor Bigode.

    A TV Escola pode ser assistida no canal 112 da Sky, 694 da Telefônica TV Digital, 123 da Via Embratel, por antena parabólica analógica, na horizontal, frequência 3770 e digital banda C vertical, frequência 3965, e também pela página eletrônica da emissora.

    Diego Rocha
  • O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso dos poderes públicos para alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade ao fim do terceiro ano do ensino fundamental (foto: João Neto/MEC – 14/10/13)Professores de escolas públicas que lecionam em classes de alfabetização do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental participarão, este ano, de um novo curso de formação continuada, promovido pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A ênfase da formação será a matemática, mas os professores continuarão os estudos de língua portuguesa, tema principal dos cursos em 2013. Cerca de 300 mil educadores, que trabalham em 5.420 municípios, aderiram ao programa em 2012.

    Lançado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, em novembro de 2012, o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso dos poderes públicos para alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade, no máximo, até o fim do terceiro ano. A adesão de estados, Distrito Federal e municípios é a forma de alcançar o objetivo. A ação envolve 38 instituições públicas de educação superior e secretarias de Educação. O investimento do governo federal está estimado em R$ 2,7 bilhões.

    Dados da Coordenação de Formação Continuada da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC indicam que 314.761 professores participaram dos cursos presenciais em 2013. Eles ministram aulas a 7,9 milhões de estudantes, distribuídos em 108.733 escolas e 400.069 turmas de alfabetização.

    As 38 universidades que integram o pacto participaram com 642 professores formadores, 172 supervisores, 38 coordenadores-gerais e 40 coordenadores-adjuntos. As secretarias estaduais e municipais de Educação designaram 15.903 orientadores de estudos e 5.480 coordenadores locais. No pacto, os educadores recebem R$ 200 por mês para fazer a formação.

    Na avaliação da coordenadora de formação continuada da SEB, Mirna França da Silva de Araújo, o pacto foi muito bem recebido pelos educadores. “Eles se sentem apoiados para criar e desenvolver ideias e cenários que fortaleçam a alfabetização”, diz. O pacto, segundo Mirna, tem um aspecto diferente. Além da mobilização nacional, articula a formação continuada com material didático específico para a alfabetização e a avaliação.

    Prova — A primeira Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), instrumento criado pelo pacto, foi realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) entre 11 e 21 de novembro de 2013. No período, foram avaliados itens como infraestrutura das escolas, formação dos professores, gestão, organização do trabalho pedagógico e desempenho dos alunos do terceiro ano. A divulgação dos resultados está prevista para março próximo.

    Para os cursos de alfabetização matemática, os professores de turmas do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental vão contar com 13 cadernos de formação. O material aborda conteúdo a ser ensinados aos estudantes. Desse conjunto de cadernos, dois orientam sobre o trabalho com jogos na alfabetização.

    Ionice Lorenzoni

  • O Centre International D’Études Pédagogiques, da França, recebeu professores brasileiros para o curso de formação em didática da matemática (foto: Ciep/divulgação)A experiência de participar de um curso de aperfeiçoamento na França, durante quatro semanas, resultou em benefícios pessoais e profissionais, de aprendizagem e aperfeiçoamento, ao professor fluminense Thiago Marques Zanon Jacomino. “Foi uma oportunidade inigualável e uma realização pessoal e profissional sem precedentes”, diz o professor, que leciona matemática no Colégio Estadual Padre Mello, em Bom Jesus do Itabapoana, município do norte do Rio de Janeiro.

    Em 2013, com outros 25 educadores de todo o Brasil, selecionados para o Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Matemática (PDPM), Jacomino participou de curso de formação em didática da matemática no Centre International D’Études Pédagogiques (Ciep), em Sèvres. Segundo ele, o aprendizado compreendeu não só conteúdos matemáticos. Estendeu-se também à convivência pessoal.

    Na França, os brasileiros mantiveram contato com pesquisadores e ouviram palestras sobre trabalhos e pesquisas em matemática. “Foi possível presenciar métodos e ideias que podem ser facilmente aplicados em salas de aulas no Brasil, com efetivos resultados para a educação. E é isso que venho tentando fazer”, ressalta. “É uma oportunidade única, tudo tão intenso e diferente que o acréscimo profissional e pessoal não tem explicação.” Com licenciatura e mestrado em matemática, ele está no magistério desde 2007.

    O entusiasmo é compartilhado pelo professor Ronaldo Dias, do município paulista de Junqueirópolis, que também participou do programa em 2013. “O ganho profissional e pessoal é muito grande, e qualquer sacrifício é recompensado.”

    Há 15 anos no magistério, com experiência em escolas públicas e particulares, Dias jamais imaginou que teria a oportunidade de participar de curso no exterior. “Foi inesquecível e marcante”, revela. “Após o curso, passei a ser mais crítico quanto ao meu trabalho”, ressalta o professor, que leciona também no município paulista de Dracena.

    Apoio — Entre os novos conhecimentos obtidos, Dias destaca o uso da informática como ferramenta de apoio ao trabalho. “Pude perceber que, com um bom preparo, os equipamentos eletrônicos, como computador, celular, tablet e outros podem ajudar, e muito, o trabalho”, salienta. “Hoje, a lousa digital é uma realidade, e a uso sempre.”

    Dias reconhece que participar da formação foi fundamental, tanto na vida profissional quanto na intelectual, marcada por difícil trajetória escolar. Criado em um sítio, trabalhou na lavoura desde os 9 anos de idade. Aos 5 anos, ingressou na escola, como aluno ouvinte, pois não havia instituição de educação infantil próxima. Ao terminar o ano, estava alfabetizado e passou para o segundo ano do ensino fundamental.

    “Naquele momento da vida, foi fantástico, mas ao terminar o ensino médio eu tinha apenas 16 anos, e a maturidade não havia chegado”, explica. Após um período difícil, no qual se recusou a cursar a educação superior, Dias mudou de ideia e aos 22 anos ingressou na universidade. Hoje, tem graduação e mestrado em matemática. “Meus pais, mesmo com pouco estudo, sempre me incentivavam a estudar”, diz.

    O Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Matemática, desenvolvido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação é voltado para docentes que concluíram o programa Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat). Uma nova edição do PDPM está prevista para o segundo semestre deste ano.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

  • “O progresso de um povo depende exclusivamente do desenvolvimento da matemática”. A frase é atribuída a Napoleão Bonaparte, que considerava a matéria decisiva no pensamento lógico e na razão. Mas quem cita as palavras do grande estrategista militar francês é o professor Hoberdan Benedetti, que há 25 anos leciona esta disciplina em escolas públicas de Brasília. “A matemática nos acompanha sempre, é a base de todas as ciências e artes”, resume.

    Sábado, 6, é o Dia Nacional da Matemática, conhecimento considerado essencial ao acesso pleno à cidadania e que, por isso, tem recebido atenção redobrada na elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cuja primeira etapa, até o nono ano do ensino fundamental, já está em apreciação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A segunda etapa deve ser concluída antes de dezembro próximo e acompanhará as mudanças do novo ensino médio, em que a matemática, seguindo o protagonismo do jovem na escolha do processo pedagógico interdisciplinar mais adequado às suas aspirações profissionais, desempenhará um papel fundamental em conhecimentos voltados ao desenvolvimento tecnológico.

    Desconstruir o mito de que a matemática é uma ciência difícil faz parte das ações da Base Nacional Comum Curricular  (foto: Fabiana Carvalho/Arquivo MEC)

     “A matemática sempre foi vista como um bicho-papão por muitos jovens”, avalia o ministro da Educação, Mendonça Filho. “A gente tem que desmitificar isso, uma vez que ela é imprescindível para a ciência e para a vida das pessoas.” Entidades, a exemplo do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), têm contribuído para a difusão e aprimoramento dessa ciência no Brasil, além do estímulo à formação de novos pesquisadores. “Que essa política também sirva para que a gente transforme jovens talentos em professores de matemática”, destaca o ministro. “O que queremos é ampliar oportunidades e elas estarão presentes na Base Curricular Comum Curricular.”

    Olimpíada – O Impa é um dos organizadores da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), projeto apoiado pelo MEC, que este ano tem como novidade a inclusão de alunos de escolas particulares na disputa. A primeira fase da OBM está marcada para 6 de junho e a segunda, para 22 de novembro. A expectativa é grande nas escolas em que a participação na olimpíada já se tornou um hábito. É o caso do Centro de Ensino Fundamental Caseb, de Brasília, que já conquistou várias medalhas de prata na competição.

    Muitos alunos do Caseb foram, ainda, agraciados com bolsas de iniciação científica na Universidade de Brasília (UnB). “A matemática tem me dado muitas oportunidades, o meu desempenho melhorou muito e penso em seguir a carreira de extadas”, disse Felipe de Freitas, de 12 anos. Sua colega de classe Gabriela Oliveira, da mesma idade, pensa da mesma forma e já tem perspectivas a esse respeito: “A matemática é importante para mim porque vai me ajudar futuramente a realizar um grande sonho, que é ser médica”.

    Circuito internacional – Este ano o Brasil entrará no circuito de dois grandes eventos mundiais, pela primeira vez sediados na América Latina: a Olimpíada Internacional de Matemática (2017) e o Congresso Internacional de Matemáticos de 2018. Em função da importância dessas competições para o país, foi sancionada a Lei Federal nº 13.358/16, iniciativa da Frente Parlamentar da Educação (FPE) no Congresso Nacional, que visa garantir a realização de ambas no Rio de Janeiro, com a instituição do Biênio da Matemática 2017-2018. ”Teremos oportunidade de trazer os maiores nomes da área, como Artur Ávila, primeiro brasileiro a ganhar a medalha Fields, considerado o prêmio Nobel da matemática”, adiantou o deputado Alex Canziani (PTB-PR), presidente da FPE.

    Na visão do professor Hoberdan Benedetti, este é o momento de reflexão entre os profissionais da educação sobre o ensino da matemática, para que afastem a ideia de que se trata de uma matéria difícil e, para muitos, impossível. “Essa etapa será vencida com dedicação e paciência”, analisa. “Todos podem aprender, desde que se entenda a dificuldade de cada um. Eu sou um apaixonado pela matemática e pelo meu trabalho. A maneira como ela é transmitida faz toda a diferença. Algumas vezes me deparo com adolescentes que dizem não gostar e de repente passam a amá-la, pois descobrem que ela é boa não apenas para a resolução de problemas, mas para todo o seu desenvolvimento pessoal.”

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Estudar, buscar informações e, principalmente, entender a matemática são dificuldades comuns entre os estudantes. Para estimular o aprendizado dos alunos, o Ministério da Educação criou o Programa Mais Educação, que tem como objetivo melhorar a aprendizagem em matemática e língua portuguesa no ensino fundamental, por meio da ampliação da jornada escolar de crianças e adolescentes, enriquecendo o tempo de permanência dos estudantes na escola com o ensino integral.

    De acordo com o Censo Escolar 2017, divulgado em janeiro deste ano, o número de alunos do ensino fundamental matriculados em tempo integral subiu de 9,6% em 2016, para 13,9% em 2017 – a soma chega a aproximadamente 380 mil alunos no país e o mesmo se repete no ensino médio, onde o percentual de alunos passou de 6,4% em 2016, para 7,9% em 2017.

    Lúcio Araújo, professor de matemática da rede pública há 26 anos, celebra o Dia Nacional da Matemática, comemorado neste domingo, 6, e conta que o aprendizado vem com dedicação. Por isso, um dos seus artifícios é inserir algumas paródias com os conteúdos para cativar mais ainda o interesse dos seus alunos. “Os que já passaram por mim me procuram dizendo que cantam minhas paródias até hoje, e que isso foi muito útil em provas de vestibular e concursos, por exemplo. É algo que fixa”, recorda.

    De acordo com ele, um dos desafios é melhorar o raciocínio lógico dos alunos, despertando a consciência crítica dentro da matemática de forma mais humanizada. “O erro das pessoas é falar que tudo é difícil. Isso constrói paredes e eu preciso quebrá-las para construir pontes. A primeira ponte é a tabuada e não há como fugir, pois é necessário se exercitar e começar nem que seja com um minuto por dia”, afirma.

    É o caso da estudante de educação física Gabriella Oliveira, de 19 anos. Ela sempre foi uma amante da matemática e buscou na mãe o incentivo para estudar ainda mais. “Ela sempre me incentivou e acabei gostando. Por conta disso, fazia muitos amigos no colégio, pois ensinava os cálculos a eles e, de certa forma, isso também me incentivava a aprender mais”, relembra.

    Hoje, no segundo semestre do curso de graduação, conta que aplica muitos ensinamentos da educação básica nas matérias da Universidade de Brasília (UnB), principalmente em cinesiologia – que envolve fórmulas para análise de movimento. De acordo com ela, a dificuldade da matemática se deve à forma como a matéria é estudada ou ensinada. “Existem mil formas de olhar a mesma coisa. O caminho é buscar outras maneiras de entender ou aplicar os cálculos”, sugere.

    Olimpíadas – Um caminho diferenciado para despertar o interesse em matemática é a Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep) – criada em 2005 para estimular o estudo da matemática entre os alunos e identificar talentos na área. É um projeto nacional dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras, realizado pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com o apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e promovida com recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

    Os objetivos principais da Obmep são, entre muitos outros, estimular e promover o estudo da matemática e identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso em universidades, nas áreas científicas e tecnológicas. A cada ano, a competição bate seus próprios recordes. Em 2017, participaram 53.231 escolas, de 99,6% dos municípios brasileiros. Dos 18,2 milhões de estudantes inscritos, 941 mil foram classificados para a segunda fase da competição – 903 mil de escolas públicas e 38 mil de particulares.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Dilma, Mercadante e outras autoridades do governo aplaudem o talento dos jovens (foto: Roberto Stuckert)Quinhentos estudantes receberam medalhas de ouro na tarde desta segunda-feira, 27, no Rio de Janeiro, por seu desempenho na 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep 2011). A entrega dos prêmios foi feita durante cerimônia que contou com a presença da presidenta da República, Dilma Rousseff, e do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.  

    Outros 900 alunos foram premiados com a medalha de prata, 1.802 com bronze e 30 mil receberam menção honrosa. Também foram premiados os jovens com melhor colocação nos estados que não conquistaram ouro. Nesta edição, participaram da olimpíada 18,7 milhões de estudantes e 44,6 mil escolas públicas.

    A presidenta Dilma Rousseff lembrou a importância da conquista para os estudantes e definiu como de superação o caminho percorrido por eles até conquistar o ouro. “Esta é uma festa da meritocracia. O que estamos vendo é o esforço de cada um para romper barreiras”, disse.

    Ela também lembrou o papel da olimpíada de incentivar o estudo das ciências exatas nas escolas brasileiras. “Só vamos dar os necessários passos à frente quando conseguirmos generalizar esta vocação científica”, afirmou.

    Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, ressaltou a intenção de realizar a primeira edição da olimpíada do conhecimento em 2016 e de integrar os calendários de todas as competições do gênero existentes hoje no Brasil, como a de física, astronomia, matemática, entre outras. “Estamos fazendo um esforço para integrar os calendários das 13 olimpíadas que acontecem no país”, destacou. A intenção seria permitir uma maior coordenação dos calendários das provas, para evitar que se chocassem.

    Também estavam presentes na solenidade o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp; o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; o diretor geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Cesar Camacho, e o coordenador-geral da olimpíada, Cláudio Landim, entre outras autoridades.

    Talentos– A competição é realizada desde 2005 pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e das três séries do ensino médio. O objetivo da olimpíada é incentivar o estudo da matemática e revelar talentos nas escolas públicas.

    É o caso da estudante Marli dos Reis Cantarino, 18, medalhista em todas as edições. Foram cinco ouros e duas pratas. “Participar da olimpíada me incentivou a estudar mais, a gostar mais de matemática”, afirma a jovem, que hoje cursa engenharia química em uma faculdade particular por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni). A irmã gêmea de Marli, Marisa dos Reis Cantarino, também foi medalhista de ouro na última edição da olimpíada.  

    Outro estudante que na tarde desta segunda-feira recebeu a quinta medalha de ouro foi o jovem pernambucano João Lucas Gambarra, 17. “Ser medalhista ajudou a escolher minha carreira”, diz o estudante, que atualmente cursa engenharia mecânica na Universidade Federal da Paraíba. João também já ganhou uma prata e um bronze em edições anteriores.

    Três exemplos de sucesso também foram dados pelo coordenador-geral da Obmep, Cláudio Landim, na abertura da solenidade. Dentre eles, o da estudante Tábata Cláudia Amaral de Pontes, 18, que, no primeiro semestre deste ano, conquistou uma vaga para estudar em Harvard e em outras cinco universidades americanas. A jovem foi medalhista na Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas em 2005 e 2006, com uma prata e um ouro, respectivamente. Com isso ganhou uma bolsa de estudos em um colégio particular e continuou a vencer competições do gênero no Brasil e no exterior. “A Obmep é um grande instrumento de incentivo ao ensino de matemática e de mobilidade social”, afirmou Landim.

    Os 3,2 mil estudantes melhor classificados na olimpíada passada puderam participar de um programa de iniciação científica júnior com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). De acordo com o diretor do Impa, Cesar Camacho, a meta é expandir este número para chegar a 10 mil bolsas em 2016. A quantidade de bolsas será ampliada já este ano para os 4,5 mil melhores classificados de 2012.

    Obmep 2012 - A segunda fase da olimpíada de 2012 acontece no dia 15 de setembro, às 14h30 (horário de Brasília). A previsão é de que aproximadamente 900 mil alunos participem. Na primeira fase a Obmep chegou a 99% dos municípios brasileiros (5,5 mil) com 19,1 milhões de estudantes inscritos em 46,7 mil escolas públicas.

    Danilo Almeida

    Ouça a exposição do ministro Aloizio Mercadante
  • De onde vem o zero? E o número pi? Qual a influência de egípcios, babilônios, romanos e gregos para o desenvolvimento da matemática? Como o homem começou a contar? Traçar a história dos números até sua origem é o foco do documentário Números, a linguagem universal, que estréia nesta segunda-feira, 18, às 22 horas, na TV Escola.

    O filme, feito com imagens animadas, procura apresentar a evolução da matemática no tempo, desde a pré-história até os dias de hoje, e mostrar a influência de diversas civilizações em seu desenvolvimento.

    Recomendado, especialmente, para professores e alunos do ensino médio, o filme aborda temas como os conjuntos de números naturais, reais, inteiros e racionais, bem como o sistema numérico decimal, utilizado hoje. Também aborda a formação dos símbolos matemáticos, a conceituação dos números e o cálculo, instrumentos usados por sumérios, árabes e egípcios para a contagem.

    A TV Escola pode ser assistida no canal 112 da Sky, 694 da Telefônica TV Digital, 123 da Via Embratel, por antena parabólica analógica, na horizontal, frequência 3770 e digital banda C vertical, frequência 3965, e também pela página eletrônica da emissora.

    Diego Rocha
  • Item fez parte da prova de 2018


    O Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Enem PPL) e a reaplicação do Enem 2019 terão uma questão de matemática anulada. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) identificou que o item 166 do caderno azul fez parte da prova do Enem PPL/reaplicação de 2018 (questão 156 do caderno azul).

    A anulação de um item, ou mesmo a aplicação de provas com itens diferentes, não compromete o processo de estimação da nota das participantes.

    As provas do Enem PPL/reaplicação foram aplicadas nos dias 10 e 11 de dezembro, em todo o país. No primeiro dia, foram realizadas as provas de ciências humanas e suas tecnologias, e linguagens, códigos e suas tecnologias, com 90 questões ao todo, além da redação. O tema desta edição foi "Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças". No dia seguinte, os participantes resolveram mais 90 questões de ciências da natureza e suas tecnologias, e matemática e suas tecnologias.

    Enem PPL – As provas do Enem PPL têm o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. A única diferença é a aplicação, que acontece dentro de unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos respectivos órgãos de administração prisional e socioeducativa de cada unidade da Federação. Só podem participar aqueles que assinam Termo de Adesão, Responsabilidade e Compromisso, por meio de um sistema on-line.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do Inep

  • A nona edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) foi encerrada na tarde desta quarta-feira, 7, no Rio de Janeiro, onde foram entregues 499 medalhas de ouro, 900 de prata e 4.600 de bronze a 6 mil estudantes. A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Educação, Henrique Paim, participaram da cerimônia de entrega das medalhas.

    Participaram dessa edição da olimpíada 18,7 milhões de estudantes de 47,1 mil escolas públicas de todo o país. Desse total, 38.836 estudantes receberam menção honrosa.

    De acordo com Dilma, a educação constitui um caminho para o crescimento e desenvolvimento do nosso país. Ela destacou o papel dos docentes. “Para ter educação de qualidade é fundamental ter professores valorizados. Não é possível ter educação de qualidade sem professores bem pagos”, afirmou a presidenta.

    O ministro Henrique Paim lembrou a importância da olímpiada no desenvolvimento da matemática no Brasil, o país que obteve maior crescimento nesse setor na última edição do  na área do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). “A olimpíada é uma política pública de educação que permite não só a formação dos professores, mas também a integração de institutos de pesquisa e ensino da matemática”, disse.

    Realizada desde 2005, a Obmep é um projeto de estímulo ao estudo da matemática voltado para as escolas públicas, estudantes e professores de todo o país. Para estimular a participação, produz e distribui material didático, oferece bolsas de iniciação científica aos estudantes e reconhecimento aos educadores, escolas e secretarias de educação. A Obmep também prepara, a cada ano, cerca de 30 medalhistas de ouro para competições internacionais.

     

    Assessoria de Comunicação Social

  • A delegação brasileira ficou em primeiro lugar na 7ª Olímpiada de Matemática da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, realizada na cidade do Porto, Portugal. Aos 14 anos, Pedro Gomes Cabral, morador de Recife, levou uma das duas medalhas de ouro conquistadas pela equipe. Ele competiu ao lado de jovens de outros sete países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. A competição foi realizada entre os dias 24 e 30 de julho.

    Pedro cursa o primeiro ano do ensino médio e desde os 11 anos participa de olímpiadas brasileiras, como a de física, de química e de informática. Mas seu foco, diz, é mesmo a matemática. “Foi muito bom. Na hora da premiação eu ainda não sabia do resultado. Quando fui chamado foi uma emoção muito grande”, conta.

    Os estudos de Pedro foram realizados por meio de livros, além de materiais e fóruns na internet. Ele, que planeja cursar engenharia da computação, dá dicas para quem pretende participar dessas competições. “É importante ter o máximo de dedicação possível. Quanto maior o esforço, mais chance de ter um resultado bom”, resume objetivamente.

    Os outros integrantes da equipe brasileira que ajudaram a delegação a levar o primeiro lugar na competição são Gabriel Ribeiro Paiva, de Fortaleza, que também recebeu medalha de ouro, e os estudantes André Hiroshi Koga, de Guarulhos (SP), e Eduardo Quirino de Oliveira, de Brasília, que receberam medalha de prata. A competição foi realizada pelo Departamento de Matemática da Universidade do Porto e pela Sociedade Portuguesa de Matemática.

    Assessoria de Comunicação Social


  • A equipe de jovens craques que vai representar o Brasil na 58ª Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, na sigla em inglês) será apresentada nesta terça-feira, 13, durante o lançamento do Biênio da Matemática Brasil 2017-2018. O evento marca o início de dois anos de atividades voltadas à melhoria da imagem e ensino da disciplina no país. A solenidade está prevista para começar às 10h e vai ocorrer no Teatro do Espaço Cultural BNDES, no centro do Rio de Janeiro, com a participação do ministro da Educação, Mendonça Filho.

    Esta é a primeira vez que o Brasil sedia a olimpíada internacional, a mais importante competição da área. A edição deste ano ocorrerá de 17 a 23 de julho, também no Rio de Janeiro. Desde que começou a participar da IMO, em 1979, o Brasil ganhou 122 medalhas e 29 menções honrosas.

    Composta por seis estudantes do ensino médio, a equipe brasileira foi selecionada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), dentro de um grupo de 30 alunos que recebem treinamento intensivo desde 2016. Todos são medalhistas de competições nacionais e internacionais da disciplina.

    “A última vez que participamos [da IMO] foi no ano passado, em Hong Kong, e fomos 15º lugar na classificação geral. Foi a melhor colocação do Brasil na história da competição. Todos os nossos três alunos ganharam medalhas e, este ano, vamos esperar que a equipe se saia ainda melhor. Para isso, trabalhamos ao longo do ano com uma série de treinamentos com esses alunos”, disse o diretor-geral do Impa e coordenador do Biênio da Matemática, Marcelo Viana.

    Além de sediar a IMO, o Brasil também se prepara para o Congresso Internacional de Matemática, previsto para ocorrer em 2018. Ambos são eventos que integram as ações do Biênio da Matemática, instituído pela Lei 13.358, em novembro de 2016. O Biênio tem o apoio dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), bem como o patrocínio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O objetivo é incentivar o estudo da disciplina, popularizá-la e promover atividades que aproximem o público do tema.

    Como parte de atividades prévias ao Biênio, já foram realizados a Bienal da Matemática e o Festival da Matemática, que reuniu, em quatro dias, 18 mil pessoas de todas as idades no Rio de Janeiro. Ao longo do Biênio, estão previstos ainda a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia, em outubro, e o 3º Simpósio Nacional da Formação do Professor de Matemática. No ano de 2018, haverá o Congresso Internacional de Matemáticos, o Encontro Mundial de Mulheres Matemáticas e mais uma edição do Festival da Matemática.

    Mulheres – De maneira a incentivar e valorizar a participação feminina nos círculos da matemática, o Impa leva como novidade para esta edição da IMO o Troféu Impa para Garotas Olímpicas. Por meio dele, serão pontuadas equipes que tenham integrantes femininas e, ao final da competição, serão premiadas as estudantes que tiverem conquistado as melhores classificações. “Ele leva em conta quantas meninas contribuem para pontuação da equipe. Quanto mais meninas, chances de o troféu ir para elas. A melhor aluna da equipe vai ganhar o troféu, e isso vai incentivar as equipes a levarem meninas para a competição”, explicou Marcelo Viana.

    Participam da IMO estudantes de mais de 100 países de cinco continentes. Durante passagem pelo Rio de Janeiro, os grupos irão solucionar problemas matemáticos e trocar experiências. Para o evento desta terça, 13, são aguardados, além do ministro da Educação, o ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira; o presidente da Finep, empresa pública brasileira de fomento à ciência, tecnologia e inovação, Marcos Cintra, representando o ministro do MCTIC, Gilberto Kassab; o presidente do BNDES, Paulo Rabello Castro; o deputado federal Alex Canziani; o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana e o presidente da SBM, Hilário Alencar. 

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Com o dinheiro que aprenderam a economizar, os estudantes da escola de Ivoti conseguiram pagar o aluguel do ônibus e os ingressos para ir a Porto Alegre e visitar o Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS (foto: saojosedonorte.rs.gov.br)Uma discussão sobre o valor arrecadado pela professora para custear fotocópias usadas nas aulas de matemática deu origem a uma proposta pedagógica premiada. O projeto Aprendendo a Poupar, desenvolvido com alunos do oitavo ano do ensino fundamental da Escola Estadual de Educação Básica Professor Mathias Schütz, em Ivoti (RS), foi um dos vencedores da oitava edição do Prêmio Professores do Brasil, promovido pelo Ministério da Educação.

    De acordo com a professora de matemática Denise Brandão Kern, autora do projeto, alguns alunos consideravam alto o valor a ser pago pelas cópias. Ela propôs aos estudantes que anotassem todos os gastos. “Assim, poderiam identificar se aquele valor era justo”, esclarece. De acordo com Denise, o envolvimento dos pais e de outras pessoas da comunidade no processo de discussão e de reflexão sobre o tema enriqueceu a aprendizagem.

    De março a outubro de 2013, os alunos participaram de diversas atividades, tanto em sala de aula quanto em passeios. Em visita a um supermercado, eles tiveram como tarefa anotar os produtos que custavam menos de R$ 1 e os preços daqueles mais consumidos nos lanches. Durante visita a uma agência bancária, conversaram com o gerente sobre o funcionamento do estabelecimento.

    Outra atividade foi a abertura de uma conta de poupança da turma, com previsão de depósitos mensais. O total arrecadado ao final do projeto permitiu custear uma viagem de estudos ao Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. “Com o dinheiro economizado, conseguimos pagar o ônibus e os ingressos. E ainda sobraram R$ 6,50 para cada um”, revela a professora.

    Em sala de aula, o conteúdo sobre números decimais foi trabalhado a partir dos valores pesquisados no supermercado. “As discussões ajudaram os alunos, que aprenderam a se posicionar com respeito, a ouvir e a argumentar”, esclarece a professora. “As aulas contribuíram na formação da cidadania.”

    Reconhecimento— Para Denise, receber o Prêmio Professores do Brasil representa reconhecimento. “O trabalho de um professor, em nosso país, ainda é pouco valorizado, e a visibilidade que um prêmio como esse nos dá ajuda a acreditar que vale a pena ser professor”, enfatiza. “Estar entre os selecionados é uma forma de representar a classe dos professores que lutam dia a dia para fazer a diferença na educação no Brasil.”

    Denise tem licenciatura plena em ciências e em matemática e mestrado em ensino de ciências exatas. Há 25 anos no magistério, ela diz esperar que sua influência seja sempre positiva na vida dos alunos e os ajude a fazer boas escolhas.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

Fim do conteúdo da página