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  • A missão da Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares é gerenciar programas nos campos didático-pedagógicos e de gestão educacional semelhantes aos dos colégios militares (Foto: André Borges/MEC)

    Dois pontos altos marcaram a vida de Márcia Amarílio da Cunha Silva nos últimos meses. Além de ter sido a primeira mulher a ser anunciada para a equipe do presidente Jair Bolsonaro, ainda no início de novembro de 2018, a tenente-coronel de 44 anos foi nomeada para chefiar a Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares. Além dela, abraçaram a missão Eliane Vieira de Assis, coordenadora-geral de Desenvolvimento Didático-Pedagógico, Cristianne da Silva Antunes, coordenadora-geral de Acordos e Cooperação Técnica, e Angela de Oliveira Pereira, coordenadora-geral de Capacitação de Profissionais da Educação.

    Há 25 anos no Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e sempre envolvida com a educação, a subsecretária de Fomento às Escolas Cívico-Militares acredita em trabalho árduo e competência para contribuir significativamente com a educação. “Desempenhei algumas funções de instrutora na área de ensino da corporação e depois fui designada para função de assessoria parlamentar”, recorda. “Quando fui convidada a trabalhar na pasta de educação do novo governo, comandava uma unidade de ensino direcionada para a gestão de militares de alta patente. É um grande desafio. A gente percebe que a população quer muito essa mudança na educação. Fui convidada pelo ministro e aceitei o desafio.”

    A ideia da subsecretaria nasceu de uma conversa entre Márcia e o ministro da Educação, professor Ricardo Vélez Rodríguez. “À época conversei com o ministro sobre a boa situação das escolas militares no Brasil, que já é uma realidade, um modelo que cresce a cada ano, e chegamos à ideia de colocar isso no papel. Nos baseamos nos resultados apresentados por esse modelo ao longo dos anos e no desejo da população pela mudança no ensino”, destaca a subsecretária. “A busca por essas escolas cresce tanto a cada ano que as listas de espera de algumas delas chegam aos milhares de alunos. Então temos obrigação, como servidores públicos, de entender o que a população quer e aplicar isso em prol dela.”

    Desafio – Eliane Vieira, 48, contribuiu com a educação por 30 anos, grande parte deles lecionando no Colégio Militar Dom Pedro II, em Brasília. Agora, a tenente-coronel tem a chance de levar sua experiência a mais alunos. “Iniciei minha vida na educação fazendo o magistério e o começo da carreira de professora foi em uma escola particular. Depois passei para a Secretaria de Educação, que à época se chamava Fundação Educacional. Há 21 anos fiz o concurso para pedagoga do Corpo de Bombeiros e lá estou desde então”, conta Eliane, que também realizou trabalhos em programas sociais da corporação e coordenou cursos de carreira de oficiais. “O desafio é gigantesco, mas todas aqui queremos contribuir para essa mudança. Meu trabalho vai ser mais operacional, como o cuidado com a postura dos militares na escola, os uniformes dos alunos, as normas, enfim, aquilo que reflete operacionalmente nos alunos no dia a dia.”

    Outra profissional convidada à subsecretaria e que também vê com empolgação a missão que tem pela frente é Cristianne da Silva Antunes, 44. “É um desafio muito grande. Sabemos que a educação básica do Brasil precisa de um reforço, de uma mudança, pois os resultados não estão de acordo com a grandeza do nosso país”, destaca a militar, que também é tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do DF. “Mudanças assim exigem esforços combinados, cooperação e um tempo hábil para colher um resultado mais efetivo. Mas acreditamos que esse modelo vai trazer mudanças significativas por causa dos resultados que ele tem apresentado, ao longo dos anos, em todo o país. Essa parceria visa uma melhor formação, criar pessoas de bem, pessoas amantes do seu país e que estejam prontas para ajudar no desenvolvimento do Brasil.”

    Cristianne é formada em direito e vai cuidar de toda a parte jurídica do projeto, mas também esteve ligada à educação por toda a carreira. “No Corpo de Bombeiros fui instrutora de várias matérias e participei da parte jurídica de criação e estabelecimento do Colégio Militar Dom Pedro II. Na área de educação, também trabalhei muito tempo na Secretaria Nacional de Defesa Civil, do Ministério de Integração”, pontua Cristianne. “Lá eu fui coordenadora-geral de Minimização de Desastres, que cuida de capacitação em todo o país. Mas o convite à subsecretaria surgiu mesmo por conta do conhecimento da legislação militar em relação à educação. Vamos ter de buscar esse subsídio e adequar com nossa legislação para que consigamos fazer com que esse modelo de escola seja multiplicado no Brasil.”

    Demanda – A subsecretaria foi criada com o Decreto Federal 9.665, de 2 de janeiro de 2019, quando o MEC passou a reconhecer um novo modelo que pode transformar escolas públicas do Brasil em alto padrão. A missão da Subsecretaria de Fomento às Escolas Cívico-Militares é gerenciar programas nos campos didático-pedagógicos e de gestão educacional semelhantes aos dos colégios militares – comprovadamente eficientes em relação a desempenho, valores cívicos, de cidadania e capacitação profissional – que podem ser aplicados nas instituições indicadas pelas próprias secretarias de educação. O foco é propor e desenvolver um modelo de escola de alto nível nos ensinos fundamental 2 e médio das instituições que solicitarem o programa, resgatando a disciplina e a organização, principalmente nas escolas públicas de maior vulnerabilidade social.

    A implementação do modelo depende de demanda das secretarias de educação ao redor do país. Elas é que devem procurar o MEC e apontar quais escolas poderiam receber o modelo cívico-militar. “A intenção é trabalhar preferencialmente com escolas de alta vulnerabilidade social e com baixo índice de Ideb”, explica a subsecretária Márcia Amarílio. “Tudo depende da localização da secretaria estadual de educação que vai designar o projeto, aliada à disponibilidade da força militar em atuar naquela região. A subsecretaria vai fazer um alinhamento entre o pedido da secretaria com a disponibilidade da força de atender naquele local.”

    Tudo o que diz respeito ao planejamento pedagógico e financeiro continua com a Secretaria de Educação. Assim, a força militar requisitada pela subsecretaria cuidará apenas da gestão. “Nós entramos com os recursos humanos, ou seja, com pessoas que vão ajudar na organização. A proposta é que possamos ajudar para que o professor tenha tranquilidade e tempo disponível para montar sua aula. O professor vai poder se preocupar apenas em dar aula, com a metodologia, e o militar com a disciplina, da ordem, do civismo”, explica a subsecretária.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A maior competição científica do país, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) ampliou seu alcance. A partir deste ano, alunos dos quarto e quinto anos do ensino fundamental de escolas públicas municipais, estaduais e federais também poderão participar da disputa. Com a inclusão dessas séries, o número de inscritos poderá subir em 5,2 milhões. Atualmente, o concurso reúne 18,2 milhões de crianças e jovens.

    Com o nome de Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – Nível A (Obmep Nível A 2018), a competição já foi testada no município de Nova Iguaçu (RJ), que realizou em 30 de agosto uma olimpíada com a participação de 16,3 mil estudantes dos quarto e quinto anos do ensino fundamental. Proposta pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Educação, as provas dessa disputa serão aplicadas no resto do Brasil em 30 de outubro, e terão 20 questões objetivas.

    Com essa iniciativa, a Obmep pretende estimular o estudo da matemática, contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica, identificar jovens talentos e promover a inclusão social. De acordo com o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, a ampliação da Olimpíada é um sonho antigo. Hoje, a Obmep alcança praticamente toda a população estudantil do sexto ano do ensino fundamental ao último ano do ensino médio. Desde 2017, inclui escolas particulares.

    “Nossa visão, apoiada em estudos, é que há uma evolução da criança durante o ciclo inicial do fundamental. Gradualmente, o interesse que a criança tem pela matemática quando é bem pequenininha vai sendo perdido ao longo dos anos. Acreditamos que a olimpíada tem a possiblidade de combater esse efeito e manter na criança aquele gosto natural pela Matemática”, explica Viana.

    O coordenador-geral da Obmep e diretor-adjunto do Impa, Claudio Landim, conta que quando a Olímpiada foi criada, o Instituto tinha em mente melhorar o ensino da matemática no país. De acordo com ele, a inclusão das novas séries foi motivada após os organizadores identificarem que um dos gargalos do ensino se encontra no primeiro segmento do fundamental. “Essa competição é um convite que fazemos a professores, alunos e responsáveis para descobrir uma matemática que não é ensinada em sala de aula, uma matemática instigante e divertida”, destaca.

    Inscrições – Gratuitas, as inscrições para a Obmep Nível A são feitas exclusivamente pelas secretarias municipais, estaduais e por representantes das escolas federais. A ficha de inscrição estará disponível até 10 de outubro. O conteúdo das provas segue os Parâmetros Curriculares Nacionais para alunos do quarto e quinto anos do fundamental. As questões estimularão o raciocínio lógico e a criatividade, marcas tradicionais da Obmep. A diferença é que ela será realizada em uma só fase.

    Acesse a ficha de inscrição da Obmep

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Um torneio de matemática faz parte dos recursos adotados pela Escola Estadual Ministro João Paulo dos Reis Veloso, de Dourados (MS), desde o início dos anos 1990, para estimular o interesse dos estudantes pela disciplina. A competição, chamada de Tornemática, envolve turmas desde o sexto ano do ensino fundamental até o terceiro do ensino médio.

    O torneio foi criado para despertar nos alunos o gosto e o prazer pela matemática, além de desmitificar a matéria e mostrar sua importância e utilidade na solução de problemas do cotidiano. “Os alunos aprendem a olhar a matemática de uma maneira diferente, passam a vê-la além de fórmulas e decorebas e também se desprendem do livro didático”, enfatiza o diretor da instituição, José Carlos Severiano de Souza. “Projetos como esse contribuem para despertar no aluno um olhar diferenciado pela rainha das ciências, que na maioria das vezes é rotulada como algo distante e impossível de ser alcançado.”

    Com licenciatura em matemática, pós-graduação em educação matemática e em gestão escolar, Souza tem experiência de oito anos como professor de matemática no ensino médio e de nove anos na direção.

    A Tornemática é realizada em duas fases. Na primeira, os estudantes passam por avaliação individual, de acordo com a série. Na segunda, as questões são respondidas coletivamente. Cada equipe é composta por sete alunos, um de cada série. São premiados um estudante por série e as três equipes mais bem colocadas. Os três melhores alunos recebem prêmios especiais e o campeão geral, um notebook.

    A avaliação contém 20 questões, que têm como prioridade aferir o raciocínio lógico, sem preocupação com o domínio de regras ou fórmulas. “Observamos que nem sempre aqueles alunos que tiram as melhores notas se sobressaem nesse tipo de avaliação”, ressalta o diretor.

    Ampliação— Criada como uma disputa interna, a Tornemática foi ampliada a partir de 2010, por iniciativa do diretor. Ele abriu espaço para a participação de outras escolas e transformou a atividade em competição municipal. “Com a ampliação, firmamos parceria com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) para que acadêmicos e professores formulem as questões para a prova”, revela. Outra parceria foi firmada com a Secretaria de Educação do estado para o patrocínio do projeto.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EE Ministro João Paulo dos Reis Veloso

  • Estudantes da escola Luiza Nunes Bezerra: instituição mato-grossense obteve destaque na edição de 2013 do Prêmio Gestão Escolar (foto: radiotucunare.com)O trabalho desenvolvido na Escola Estadual Luiza Nunes Bezerra, no município de Juara, no noroeste de Mato Grosso, tem ganhado destaque no cenário nacional pelos bons resultados obtidos. Com mais de 800 alunos matriculados no ensino fundamental, a instituição tem obtido índice zero de evasão escolar desde 2011.

    Os números do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) são outro ponto de destaque da escola. Em 2013, ela obteve 6,7 nos anos iniciais (primeiro ao quinto), quando o esperado era 5,8. Quanto aos anos finais (sexto ao nono) o resultado de 5,8 também superou a meta, de 5,6.

    “A diferença da nossa escola é o comprometimento com a qualidade da educação, o trabalho coletivo pela aprendizagem e o envolvimento com a comunidade”, diz a professora Sibeli Lopes, diretora da instituição. Ela cita ainda a metodologia de projetos, adotada há alguns anos.

    “O projeto Nossas Mãos Podem Salvar o Planeta – Lixo Transformado em Arte, incluso no projeto político-pedagógico da escola há mais de cinco anos, trabalha com conceitos de educação ambiental, solidariedade, arte, coordenação motora, conservação do patrimônio público e outros temas interdisciplinares”, explica Sibeli. “Outro projeto que vem dando certo há mais de dez anos é o Sala de Leitura, que explora o hábito de ler, a interpretação e a escrita.” Os projetos Estudantes Solidários, Apoio Pedagógico e Laboratório de Informática são outros citados pela diretora.

    A Escola Estadual Luiza Bezerra foi destaque na edição de 2013 do Prêmio Gestão Escolar, promovido pelo Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), com apoio do Ministério da Educação, União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), entre outras instituições.

    De acordo com Sibeli, a premiação é resultado de trabalho coletivo, de mais de duas décadas, que envolveu muito compromisso e dedicação por parte dos profissionais da escola. “Nosso trabalho foi e é pautado no projeto político-pedagógico da escola e na legislação vigente, o que dá maior consistência no fazer educacional”, adianta.

    Para 2015, a diretora pretende implementar novas ações em projetos já existentes e criar comitês, formados por grupos de alunos e um professor líder, como o de orientação sobre a preservação do patrimônio público. Outro plano é terminar as obras de reforma geral na escola, com a construção de salas para o desenvolvimento das atividades dos projetos.

    Professora há cerca de dez anos e gestora desde 2013, Sibeli tem licenciatura plena em matemática e cursa pós- graduação em metodologia da interdisciplinaridade.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

  • O investimento em tecnologias para a correção do fluxo escolar é uma resposta do Ministério da Educação aos pedidos formulados pelos municípios nos planos de ações articuladas em 2007 e 2008 (Foto: João Bittar)Mais de 680 mil estudantes do ensino fundamental que estão em séries ou anos incompatíveis com a idade receberão atendimento específico durante o ano letivo de 2010, até superar a defasagem. Para vencer esse obstáculo em escolas de 1.147 municípios, o Ministério da Educação vai investir cerca de R$ 78 milhões.

    A correção do fluxo escolar será feita com o uso de tecnologias educacionais desenvolvidas pelos institutos Ayrton Senna e Alfa e Beto e pelo Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa). Todas elas pré-qualificadas pelo MEC.

    No conjunto, as três entidades vão atender instituições de ensino dos 26 estados que pediram ajuda tecnológica para enfrentar o problema. Essas escolas registraram baixos índices de desenvolvimento da educação básica (Ideb) em 2005 e 2007. A média nacional do Ideb em 2005 foi de 3,8 pontos e em 2007, de 4,2 pontos, numa escala até dez.

    De acordo com o coordenador-geral de tecnologias da educação da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Raymundo Carlos Machado Ferreira Filho, o Instituto Ayrton Senna será responsável pelo atendimento a 505 municípios e a 276,3 mil alunos. A tecnologia usada será o programa Acelera, Brasil. O Instituto Alfa e Beto vai atender 402 municípios e 275,9 mil estudantes com a tecnologia Programa de Correção de Fluxo Escolar. O Geempa estará em 240 municípios para atender 131 mil alunos com a tecnologia Correção de Fluxo Escolar na Aprendizagem. Os institutos e o Geempa trabalharão um ano e meio com as escolas.

    Etapas— A primeira etapa, já iniciada, é de formação e capacitação dos gestores das escolas a serem atendidas e dos professores das classes dos alunos com defasagem de idade em relação à série ou ano. A capacitação, com calendários diferenciados, deve ser concluída até fevereiro do próximo ano. A segunda fase será a de acompanhamento das atividades dos professores nas salas de aula e de avaliação do processo durante o ano letivo de 2010. A última etapa é a entrega dos resultados ao MEC.

    Ao investir na correção de fluxo escolar, o Ministério da Educação espera, segundo Raymundo Ferreira, que ao final de 2010 os estudantes sejam integrados à série ou ano correspondente à idade. O segundo resultado esperado é o aumento do Ideb nas escolas atendidas. A aferição será feita com a aplicação da Prova Brasil, em 2011.

    O investimento na aplicação de tecnologias na correção do fluxo escolar é uma resposta do Ministério da Educação aos pedidos formulados pelos municípios nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008. São prioritários os municípios com baixo Ideb.

    Ionice Lorenzoni
  • Cerca de 3,5 milhões de crianças que cursam o segundo ano do ensino fundamental, em escolas das redes públicas municipais, estaduais e do Distrito Federal, deverão responder às questões da segunda edição da Provinha Brasil 2009. O Ministério da Educação enviará a provinha impressa aos sistemas de ensino com sugestão de aplicação no período de 9 a 13 de novembro.


    A provinha tem 24 questões de múltipla escolha de língua portuguesa. O objetivo da provinha – que é aplicada pelo professor na sua classe – é estimular as redes a fazer o diagnóstico do aprendizado dos seus alunos. Para cumprir essa finalidade, a prova é aplicada no início e no fim do ano letivo, explica a coordenadora geral da Provinha Brasil do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiza Uema.


    Com os dois resultados, diz, os sistemas, diretores, coordenadores e professores poderão comparar, refletir sobre a prática pedagógica e, se apareceram problemas, definir estratégias para solucioná-los.


    As 5.563 secretarias municipais de educação, a secretaria do Distrito Federal e as 25 secretarias estaduais (a rede estadual de São Paulo tem avaliação própria) receberão os conjuntos da Provinha Brasil para uso nas suas escolas. O conjunto é composto por diversos itens: prova do aluno; caderno do professor aplicador; um roteiro passo a passo com orientações de como aplicar a prova; um guia de correção, e um documento para os gestores das redes explicando a prova e como usar os resultados.


    Tarefas – A realização da Provinha Brasil compreende uma série de atividades que envolvem a Secretaria de Educação Básica (SEB), o Inep e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), além de parcerias com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). A SEB define os conteúdos da prova e faz a licitação da gráfica que fará a impressão; o Inep constrói, pré-testa e define as questões; o FNDE cuida dos recursos de todas as fases do processo. É responsabilidade das secretarias estaduais e distrital informar ao MEC o número de estudantes de suas redes, indicar os locais de entrega dos conjuntos e orientar as escolas. Os dados de 2009 já foram informados.


    Calendário – A Secretaria de Educação Básica e o Inep propõem um calendário com três datas: em 31 de agosto, o Inep conclui a elaboração dos 24 testes; até 4 de novembro é o período para a gráfica imprimir as provas e entregar aos correios e estes distribuam para as redes; 9 a 13 de novembro, aplicação da provinha nas escolas.


    Em junho, o Inep pré-testou 200 itens, com crianças do segundo ano do ensino fundamental. É desse grupo de testes que sairão as 24 questões da segunda provinha 2009.

    Ionice Lorenzoni

    Republicada com correção de informações.

  • Estudantes da escola de Içara participaram de apresentações com personagens do folclore, em um trabalho que resultou em salto de qualidade na alfabetização e na leitura (foto: blogue da EEF Quintino Rizzieri)Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Quintino Rizzieri, em Içara, sul de Santa Catarina, trabalhos sobre folclore são rotineiros para os mais de 800 alunos. A diretora da instituição, Jaqueline dos Santos, considera o folclore importante para resgatar a cultura do povo e excelente meio de transmissão de conhecimento. Para ela, que está há 27 anos no magistério, o fato de a cultura catarinense apresentar tanta diversidade contribui para que os estudantes venham a ser cidadãos que conheçam e saibam conviver com as diferenças.

    Em 2013, ano em que Içara foi sede da 20ª edição da Festa da Cultura Açoriana de Santa Catarina (Açor), os professores desenvolveram temas ligados a essa cultura, como o folguedo do Boi de Mamão, a Festa do Divino Espírito Santo, artesanatos, lendas e brincadeiras infantis. Uma das atividades foi a realização de evento que incluiu palestra da escritora local Iêde Cardoso dos Santos sobre o livro O Bicho-Papão Não é Mais Aquele. “Várias apresentações marcaram o dia em homenagem à escritora, valorizando a cultura de um povo passada de geração em geração”, ressalta Jaqueline, que tem graduação em educação física e pós-graduação em atividade física e saúde.

    As crianças apresentaram paródias com personagens do folclore, músicas e coreografias de incentivo à leitura e participaram de exposições de bichos-papões confeccionados com materiais reutilizados. Também prepararam perguntas para a autora. “Foi um bate-papo ótimo”, diz a professora de língua portuguesa Elenice Alvim de Oliveira. Ela explica que o trabalho de preparação foi realizado com outros professores, com antecedência e apoio de vários outros professores.

    Leitura — Segundo Elenice, o bicho-papão também aparece no Boi de Mamão, manifestação folclórica típica de Santa Catarina, por meio do personagem Bernúncia, animal que engole crianças malcriadas. “Tivemos como partir desse mesmo personagem para trabalhar a questão da cultura açoriana”, diz a professora. Ela acredita que o trabalho teve resultado excelente. “Percebi que as crianças compreenderam o que era um autor e tomaram gosto pela leitura”, destaca. “Foi uma fase em que a leitura deu um salto de qualidade na sala de alfabetização porque despertou o interesse.”

    Elenice observou, além disso, que o tema folclore desperta a atenção das crianças e contagia a turma. “Eles entram em contato com a cultura, pesquisam, reúnem informações presentes em seu cotidiano e aprofundam os conhecimentos referentes a elementos históricos que desconheciam”, analisa. Graduada em pedagogia, ela tem especialização em psicopedagogia e em gestão, supervisão e orientação escolar. Está no magistério há nove anos.

    De acordo com a professora Gabriela, os alunos recebem o tema folclore com muito interesse, curiosidade e participação, por serem assuntos do cotidiano. “O resgate do folclore é muito importante, pois faz parte da identidade do povo. Quem não conhece a própria história tem uma experiência de vida limitada”, afirma.

    Gabriela levou para a sala de aula imagens de obras de artistas que abordam, de alguma maneira, o folclore popular. Entre eles, o catarinense Willy Zumblick, que retrata o folclore do estado inspirado na cultura açoriana. Os alunos fizeram a releitura das obras com desenhos, pinturas e colagens. Também produziram máscaras com os personagens do Boi de Mamão e confeccionaram animais com argila e outros materiais. Há dois anos no magistério, Gabriela tem licenciatura em artes visuais e cursa especialização em arte-educação.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Quintino Rizzieri

  • A iniciativa Saberes Indígenas na Escola oferece ao professor formação bilíngue ou multilíngue em letramento e numeramento em línguas indígenas e em português, conhecimentos e artes verbais indígenas (foto: megaradio.fm)Em Manaus e São Gabriel da Cachoeira (AM) e em Belém (PA), 460 professores indígenas que lecionam nos anos iniciais do ensino fundamental concluem, este ano, curso de aperfeiçoamento da ação Saberes Indígenas na Escola, coordenado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em rede com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam) e com a Universidade Estadual do Pará (Uepa).

    A ação Saberes Indígenas na Escola é uma iniciativa do Ministério da Educação para oferecer a esses professores formação bilíngue ou multilíngue em letramento e numeramento em línguas indígenas e em português, conhecimentos e artes verbais indígenas. O curso, presencial, é ministrado por instituições públicas de educação superior em parceria com estados e municípios. Este ano, no país, 2.201 professores indígenas estão em formação. Das 24 instituições que constituem a rede Saberes, 19 já começaram as atividades.

    De acordo com o professor Gersen Baniwa, que coordena a rede formada pelas duas universidades e pelo instituto federal, o curso teve início em diferentes datas, em fevereiro e março últimos. São 240 horas de duração, com conclusão prevista para dezembro. Na região Norte, segundo Baniwa, a formação considera como primeira língua a materna. O português é a segunda. “Temos um panorama rico e complexo ao mesmo tempo, especialmente nas áreas de fronteira, onde predomina o multilinguismo”, afirmou.

    Na avaliação do coordenador, a formação de professores indígenas é uma atividade minuciosa, em classe e extraclasse e também na elaboração de materiais didáticos. Esse foi o motivo do aumento da carga horária do curso, de 180 para 240 horas. É também, de acordo com Baniwa, “uma incrível oportunidade de colocar em prática as leis e normas que determinam a valorização das línguas maternas”.

    Para as instituições públicas de educação superior que integram a rede, é uma forma de constituir quadros de professores e pesquisadores com experiência, capazes de dar continuidade ao processo de qualificação. Baniwa salienta que, no Amazonas, 2,6 mil professores indígenas lecionam nos anos iniciais do ensino fundamental e são candidatos potenciais à formação Saberes.

    Rede — A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) coordena a rede de instituições públicas de educação superior que promove a formação de professores indígenas nas regiões Sudeste e Sul e nos estados nortistas de Roraima e Amapá. A rede é composta pelas universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Santa Catarina (UFSC) e do Espírito Santo (UFES), além da UFMG, e as estaduais de Maringá (UEM), do Rio de Janeiro (Uerj) e de São Paulo (USP).

    Segundo a coordenadora da rede, Ana Maria Gomes, do Departamento de Ciências Aplicadas à Educação da UFMG, estão em formação 550 professores indígenas, de nove etnias. Eles são atendidos por 87 professores das universidades da rede, além de coordenadores e orientadores de estudos vinculados a secretarias estaduais e municipais de educação. O curso é presencial, de 180 horas, ministrado em oficinas das universidades, quando é exigido o uso de equipamentos e laboratórios; nas aldeias em que os professores lecionam e em encontros regionais. As universidades deram início aos cursos entre dezembro de 2013 e março último.

    Ana Maria destaca a diversidade linguística dos povos atendidos na rede. Em Minas Gerais, são os xacriabás, pataxós e maxacalis; no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, os caingangues; em Santa Catarina, os xoclengues; no Amapá, os oiampis; em Roraima, os ianomâmis e iecuanas; do litoral do Espírito Santo ao Rio Grande do Sul, os guaranis.

    De acordo com Ana Maria, a exemplo da região Norte, a maior parte dos professores que faz a formação continuada trabalha, como primeira língua, com as maternas. O português é a segunda. Entre as etnias atendidas pela rede, os caingangues e xoclengues praticam o bilinguismo. Os maxacalis são quase monolíngues, enquanto os guaranis usam a língua materna em todo o litoral brasileiro. Os outros povos têm o português como primeira língua, mas estão em processo de revitalização das línguas maternas, segundo Ana Maria. A coordenadora destaca que nos trabalhos de expressão oral é considerado também o “português indígena”, uma mistura de línguas.

    Censo — O Censo Escolar realizado em 2013 registra 5.214 professores indígenas em atividade nos anos iniciais do ensino fundamental regular e nos anos iniciais da educação de jovens e adultos. Esses educadores são o objeto da ação Saberes Indígenas na Escola. O censo também contabiliza 126.665 estudantes indígenas matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental regular e na educação de jovens e adultos.

    A rede responsável pela formação dos professores indígenas dos anos iniciais é composta por 24 instituições, sob a coordenação das universidades federais do Amazonas, de Rondônia (Unir), de Mato Grosso do Sul (UFMS), de Goiás (UFG), de Minas Gerais (UFMG) e do Rio Grande do Norte (UFRN); do Instituto Federal de Roraima (IFRR) e da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). São parceiras as secretarias estaduais e municipais de educação.

    Os recursos para as atividades são do Ministério da Educação, repassados no formato de bolsas mensais. Nas universidades, o valor é de R$ 1,5 mil para o coordenador-geral da formação; R$, 1,4 mil para o coordenador adjunto; R$ 1,2 mil para o supervisor de formação; R$ 1 mil para o formador e R$ 765 para o orientador de estudos. A bolsa do coordenador vinculado à secretaria estadual ou municipal de educação é também de R$ 765. A do professor cursista, de R$ 200.

    A ação Saberes Indígenas na Escola foi instituída em 30 de outubro de 2013 pela Portaria do MEC nº 1.061. Em 6 de dezembro do mesmo ano, a Portaria nº 98, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, regulamentou a ação e definiu diretrizes complementares. Em 12 de dezembro de 2013, a Resolução nº 54 do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estabeleceu orientações e procedimentos para o pagamento das bolsas de estudo e pesquisa.

    Ionice Lorenzoni

  • A professora Ana Valéria participa de curso de extensão: “A busca pela qualificação profissional está cada vez mais presente na vida do professor” (foto: arquivo da EM Frei Eugênio)A professora Ana Valéria Lucas faz parte de um grupo de educadores que participa de curso de extensão promovido pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Com carga horária de 120 horas e duração de dois anos, o curso aborda conteúdos de língua portuguesa e de matemática. O grupo de professores atua nos três primeiros anos do ensino fundamental da rede pública de Uberaba, no Triângulo Mineiro.

    “O pacto vai proporcionar um leque de ideias a serem trabalhadas em sala de aula, permitindo ao professor inovar nas aulas e incentivar os alunos a aprender a ler e a escrever com clareza”, diz Ana Valéria. Ela dá aulas a alunos de segundo ano na Escola Municipal Frei Eugênio, no mesmo município. Segundo a professora, as aulas contribuirão para aprimorar o trabalho, pois darão a ela a oportunidade de conhecer novas formas de alfabetização. “Unindo a teoria à prática em sala de aula, os alunos sairão ganhando, adquirindo novos conhecimentos”, destaca.

    Professora há três anos, com formação em magistério, Ana Valéria sempre busca novos conhecimentos e diferentes estratégias para aplicar com os alunos. Ela já participou de congressos e cursos, como os oferecidos pelo Pró-Letramento – Mobilização pela Qualidade da Educação, programa de formação continuada de professores das séries iniciais do ensino fundamental (primeiro ao quinto ano) para melhoria da qualidade da aprendizagem da leitura, escrita e matemática.

    “A busca pela qualificação profissional está cada vez mais presente na vida do professor”, enfatiza. “Buscando não só conhecimento, como também a realização pessoal, o professor trabalhará com mais disposição e dedicação e ainda desenvolverá seu trabalho de forma mais inovadora.”

    Qualidade— Também em Uberaba, a professora Samara de Sousa Sena Costa, da Escola Municipal Professor José Geraldo Guimarães, é outra participante das aulas do pacto. Há 14 anos no magistério, frequentadora de cursos e congressos, ela considera essa participação imprescindível, não só pela capacitação e melhoria das atribuições profissionais, mas para oferecer, principalmente, ensino de qualidade aos estudantes.

    Com formação em magistério, ela dá aulas a alunos do terceiro e do sétimo anos do ensino fundamental. Samara já participou de cursos oferecidos pelos programas nacionais de tecnologia educacional (ProInfo) e de incentivo à leitura (Proler) e também pelo Pró-Letramento.

    De acordo com a professora, as aulas contribuíram para o desenvolvimento de seu trabalho. “Pude trocar sugestões e experiências com colegas e levar práticas proveitosas para a sala de aula”, avalia. Ela acredita que os cursos do pacto serão ainda mais úteis para o trabalho no dia a dia com os estudantes.

    Reforço— Na visão da diretora do Departamento de Formação Continuada da Secretaria de Educação e Cultura do município, Jane Luce Araújo, a prioridade na formação dos educadores dos anos iniciais do ensino fundamental reforçará a garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças. Ela confia que assim será possível alcançar melhora significativa nos resultados das avaliações sistêmicas.

    Compromisso conjunto assumido pelo governo federal, Distrito Federal, estados e municípios, o pacto tem o propósito de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do terceiro ano do ensino fundamental.

    Fátima Schenini

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  • Criar currículos diferenciados e atrativos, que motivem estudantes na faixa de 15 a 17 anos a concluir o ensino fundamental e a cursar o ensino médio é uma das propostas em debate (foto: Wanderley Pessoa/MEC – 22/2/07)Que tipo de currículo pode motivar os 3,1 milhões de jovens de 15 a 17 anos, com idade para cursar o ensino médio, mas ainda no ensino fundamental, a continuar estudando? Os caminhos para enfrentar esse problema ou as respostas serão discutidos em seminário promovido pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, de segunda-feira, 11, a quarta-feira, 13, na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.

     

    O desafio do MEC, das secretarias de Educação dos estados, Distrito Federal e municípios e de universidades públicas, segundo o coordenador-geral do ensino fundamental da SEB, Ítalo Dutra, é criar currículos diferenciados e atrativos que motivem esses estudantes a concluir o ensino fundamental e a fazer o ensino médio. “Eles não são crianças. São jovens com experiência, que precisam de atendimento escolar motivador para seguir estudando”, afirma.

     

    O trabalho conduzido pela Diretoria de Currículos e Educação Integral da SEB visa a incluir os estudantes de 15 a 17 anos, retidos no ensino fundamental por sucessivas repetências, em escolas com jornada ampliada ou educação integral. Este ano, 2.347 escolas públicas aderiram à ação denominada Mais Educação, destinada a jovens nessa faixa etária. O objetivo principal da iniciativa é orientar a criação de espaços escolares para o protagonismo juvenil.

     

    Até 2012, de acordo com Dutra, a repetência escolar era mais acentuada nos anos iniciais do ensino fundamental, situação que deve ser modificada com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que começou a ser executado em 2013. Para ele, ao alfabetizar todas as crianças até os oitos anos de idade — o objetivo do pacto —, será estancada a distorção idade–série e reduzida de forma significativa a retenção de estudantes nos anos finais, como acontece hoje e é comprovado por dados do Censo Escolar.

     

    O seminário Política de Adequação Idade–Ano Escolar para Jovens de 15 a 17 Anos Retidos no Ensino Fundamental vai reunir em Brasília os coordenadores do programa Mais Educação de todas as unidades da Federação e suas capitais. Participam também 30 estudantes e seus professores e representantes de universidades públicas e das secretarias Nacional da Juventude e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, ambas da Presidência da República.


    Censo — Dados do Censo Escolar de 2012 mostram que, dos 3.102.442 jovens de 15 a 17 anos que cursavam o ensino fundamental naquele ano, 2.593.519 residiam em cidades, contra 508.872 em áreas rurais. No mapa das cinco regiões do país, alguns estados mostram grande concentração de estudantes retidos no ensino fundamental.

     

    Na região Sudeste, São Paulo é o que soma o maior número de jovens em tal situação — 384,6 mil, dos quais 377,6 mil em áreas urbanas, conforme a tabela. No Nordeste, a Bahia tem 325,2 mil alunos com 15 a 17 anos ainda no ensino fundamental (237,2 mil em áreas urbanas). Na região Norte, o Pará aparece com 201,7 mil nessa situação (128,8 mil em áreas urbanas). No Sul, o Rio Grande do Sul é o estado com mais alunos nessa condição. São 155,9 mil (138,3 mil nas áreas urbanas). No Centro-Oeste, Goiás tem 89,9 mil desses estudantes (85,5 mil em áreas urbanas).


    Ionice Lorenzoni

  • Dinheiro público precisa ser revertido para a sociedade em gratuidade 

     

    O ponto principal da proposta de reforma no Sistema S – conjunto de 11 entidades que inclui Sesc, Senai e Sebrae – é a melhor distribuição de recursos às unidades. Foi o que afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no último sábado, 10. Com o novo modelo, a distribuição dos recursos arrecadados passa a ser feita por desempenho das unidades.

     

    “É um dinheiro público que deve ser revertido para a sociedade em forma de gratuidade; essa é a lógica que sustenta o projeto”, enfatizou Haddad. “Hoje, cada unidade tem sua verba garantida independentemente das atividades que realiza.”

     

    Para o ministro, a competição entre as entidades pelo dinheiro arrecadado vai proporcionar a redução do custo-aluno dos cursos técnicos do Sistema S, aproximando-os dos praticados pelas escolas técnicas federais, estaduais e privadas. Atualmente, esse custo está em R$ 10 mil no Sistema S. Nas escolas técnicas federais, por exemplo, ele fica em R$ 3 mil. A verba passaria a ser concentrada em um fundo nacional de formação técnica e profissional.

     

    O ministro admite rever a proposta de inversão da proporção dos recursos destinados à educação e à cultura. Hoje, dos 2,5% arrecadados para o Sistema S, 1% vai para ensino e 1,5% para cultura. “Não queremos prejudicar a cultura. Por isso, metade para cada um seria aceitável e, mesmo assim, já nos permitiria formar, ao ano, cerca de 1 milhão de alunos no ensino médio profissionalizante. Com 1,5% dos recursos, poderiam ser formados 1,5 milhão”, disse Haddad. (Letícia Tancredi)

     

    Leia a matéria publicada pelo O Estado de S. Paulo

     

    Leiaa entrevista do ministro Fernando Haddad ao O Estado de S. Paulo


     

  • A Secretaria de Educação Básica (SEB) do Ministério da Educação, por meio de portaria publicada nesta sexta-feira, 10, divulga a relação das obras aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para 2014. Foram avaliadas coleções de língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia e língua estrangeira moderna (inglês e espanhol) destinadas a alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental.

    As obras foram classificadas em três categorias: aprovada, aprovação da obra condicionada à correção de falhas pontuais e reprovada.

    Os editores têm acesso aos pareceres das obras no Sistema de Material Didático (Simad) do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O prazo para interposição de recursos e reapresentação das obras sujeitas a correções pontuais estará aberto a partir de segunda-feira, 13.

    A Portaria da SEB nº 23, de 8 de maio de 2013, com a relação das obras aprovadas pelo PNLD, foi publicada no Diário Oficialda União desta sexta-feira, 10, seção 1, páginas 18 e 19. 

    Diego Rocha
  • Com o projeto pedagógico, os alunos da escola rural da periferia de Goiânia melhoraram a média das notas em leitura e escrita e passaram a gostar de ler (foto: looking4heroes.org) Inconformado com as notas dos alunos em leitura e produção de texto, o professor transformou-se em um desses heróis comuns, que não usam capas e nem disfarces, mas têm como superpoder a obstinação de que podem fazer algo para melhorar a qualidade da educação. Com esforço e otimismo, Cléssio Pereira Bastos, 31 anos, professor de português e língua inglesa, imprimiu criatividade em projeto pedagógico, que chamou de Alimente Heróis com Livros, e tem conseguido estimular os alunos do sétimo ao nono ano da Escola Municipal José Carlos Pimenta, na periferia de Goiânia, a ler livros e a escrever melhor, bem como a exercer a cidadania enquanto críticos de situações de injustiça social. 

    Interdisciplinar, o projeto, que resultou no sucesso da escola da comunidade rural de Vila Rica, a 25 quilômetros de Goiânia, foi iniciado em 2015. No início do ano letivo, 3,5 era a nota média em leitura e escrita das turmas dos anos finais do ensino fundamental. No fim do ano, a menor nota foi 8,5. “Eles vivem numa comunidade carente, não recebem muitos incentivos nos estudos, e era urgente uma ação no sentido de inspirá-los com exemplos de superação a partir do conhecimento”, diz o professor, que tem mestrado em crítica literária. “Eles estão inseridos em uma cultura de não leitores e só veem livros na escola; por isso, o trabalho tem de ser muito bem focado para que aprendam a gostar de ler.”

    O livro escolhido para iniciar o projeto foi Eu sou Malala, biografia da jovem paquistanesa Malala Yousafzai, prêmio Nobel da Paz de 2014, baleada pelo Talibã (movimento nacionalista que atua no Afeganistão e no Paquistão) por defender seu direito à educação. A obra foi escrita em parceria com a jornalista inglesa Christina Lamb.

    Como a escola funciona em tempo integral, a leitura dividiu-se em dois turnos, cada um com uma hora de duração. Os alunos sensibilizaram-se com a história e despertaram para a leitura. “O livro da Malala foi escolhido porque os alunos não gostavam muito de estudar por se acharem obrigados a ir à escola”, afirma o professor. “Então, fui atrás do exemplo de uma menina, da idade deles, que quase morreu por querer estudar.”

    Doações — Como não havia um exemplar para cada aluno, uma versão impressa do livro ficava à disposição dos estudantes, enquanto o trecho lido era projetado na parede da sala de aula. Alunos e professores de outras disciplinas revezavam-se na leitura e acabaram por trabalhar informações sobre a geografia, a história e a cultura do Paquistão, país islâmico do sul da Ásia. Ao final da leitura do livro, os alunos decidiram colaborar com doações para a Fundação Malala, que investe para garantir o mínimo de 12 anos de educação para jovens de países periféricos. “Na vila onde moram, cercada por mato e onde existem apenas quatro ruas, meus alunos conseguiram arrecadar o equivalente a US$ 100, que foram depositados no Fundo Malala”, conta o professor.

    Diante do sucesso do projeto no ano passado — foi um dos finalistas do Prêmio Viva Leitura de 2016 —, o professor Cléssio decidiu aprimorá-lo este ano para que tenha a participação de toda a escola, da comunidade e das famílias. Para 2016, além da biografia de Malala, os alunos terão dois títulos para ler: o Diário de Anne Frank, obra sobre Annelies Marie Frank, adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto, e a biografia de Ben Carson, neurocirurgião, psicólogo e escritor norte-americano. “Fizemos uma rifa para a aquisição desses títulos”, explica o professor.

    Daniele Rodrigues de Morais, 13 anos, aluna do sétimo ano, ajudou a vender as rifas para arrecadar o dinheiro. Com o professor e 60 colegas, ela foi a Goiânia e, pela primeira vez, entrou numa livraria. No total, conseguiram comprar 200 livros. “Já sei a história da Malala, mas agora quero ler a história da Anne Frank”, diz a estudante.

    Marcelo Rosa da Silva Jesus, 14 anos, até se esqueceu da timidez para falar dos livros que começou a ler. “Eu não dava muita importância para a leitura, mas depois que comecei a participar do projeto estou lendo mais porque melhora o texto e tenho mais ideias para escrever”, afirma.

    Comunidade — Após a leitura dos títulos, os alunos terão de produzir uma ação na comunidade com base nas histórias. “Meus alunos são heróis com livros”, diz o professor Cléssio, que mantém uma página na internet, a Looking 4 Heroes, para dividir as experiências em sala de aula e atrair parcerias para projetos de promoção da leitura e cidadania. O professor espera que, no fim deste ano, os livros lidos pelos alunos sigam para outras escolas e estimulem a formação de novos leitores.

    Otimista com os resultados — os alunos vêm apresentando melhoras no rendimento escolar após o projeto —, Cléssio planeja ampliar a ação na escola e em outras unidades de ensino da região, com intercâmbio de leitura presencial ou por videoconferências. “Sem leitura não há aprendizado. Não adianta ensino de gramática sem vivência com a língua em sua forma escrita e não adiantam trabalhos voltados para o social sem a humanização que a leitura promove”, afirma. “E também não adianta entregar livros nas mãos dos alunos sem que haja um trabalho de motivação para uma leitura de qualidade. Eu digo sempre que todo projeto é simplesmente uma desculpa para levar meu aluno a ler.”

    Rovênia Amorim

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  • Projeto desenvolvido em escolas de Londrina garante aos estudantes benefícios como conhecimento musical e corporal, gosto pela música e pela dança (foto: Renato Forin Jr/Secretaria municipal de Educação)No norte do Paraná, o município de Londrina incentiva o amor pela dança a partir da realização de atividades nas escolas. Dois projetos abrem oportunidades de contato de estudantes e demais integrantes da comunidade escolar com espetáculos de dança e possibilitam o surgimento de talentos.

     

    Os projetos Dança nas Escolas e Iniciação à Dança são desenvolvidos pela Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart), em parceria com a Secretaria de Cultura do município. Eles atendem estudantes, coordenadores pedagógicos e professores da educação infantil e do ensino fundamental. “O Dança nas Escolas oferece a oportunidade de contato com as linguagens artísticas, especificamente a dança, sob as esferas do fazer, do conhecimento e da apreciação artística, além de identificar novos talentos para o exercício da dança”, explica a professora Patrícia Alzira Proscêncio, coordenadora dos projetos.

     

    Desenvolvido em quatro etapas, com duração total de oito dias, o Dança nas Escolas é um projeto itinerante, realizado em cinco unidades de ensino da rede municipal a cada ano. Na visão da diretora da Escola Municipal Professora Ruth Lemos, Ivanete da Silva Teixeira, o projeto garante aos estudantes benefícios como conhecimento musical e corporal, gosto pela música e pela dança, bem como a elevação da autoestima. “A dança como prática pedagógica favorece a criatividade e o processo de construção de conhecimento”, destaca Ivanete. Há 19 anos no magistério, ela é graduada em educação física, com pós-graduação em gestão escolar e em supervisão e orientação escolar.

     

    Em uma primeira etapa, o projeto promove uma oficina teórica e prática com professores da escola. Na segunda, desenvolve oficinas com todos os alunos da escola sobre formação, profissão e dia a dia da vida de um bailarino profissional. Também são tratados os temas das apresentações nos espetáculos. “Esse procedimento, além de fortalecer o trabalho da direção na formação de plateias, oferece conteúdos importantes quanto às possibilidades de uso da dança no cotidiano escolar através de atividades práticas”, enfatiza Patrícia.

     

    Na terceira etapa, ocorrem as apresentações de dança em cada escola. Segundo a coordenadora, as apresentações têm sido uma novidade dentro do espaço escolar, tanto para os adultos quanto para as crianças. “Em todas as escolas visitadas, o momento da apresentação torna-se mágico”, afirma Patrícia.

     

    Na quarta etapa, são realizadas as oficinas práticas de dança, com aulas de balé clássico em nível iniciante. Podem participar estudantes interessados em concorrer a bolsas de estudos para o curso de dança clássica na Escola Municipal de Dança da Funcart. São selecionados estudantes entre 8 e 12 anos de idade. “Há um total de 40 bolsas de estudos a serem distribuídas, somadas as escolas pelas quais o projeto passará”, diz a coordenadora.


    Iniciação — Enquanto o Dança nas Escolas tem como foco principal a apreciação, o Iniciação à Dança envolve diretamente os alunos na prática artística. Realizado ao longo do ano em quatro escolas do município o projeto proporciona aulas de dança no turno oposto ao das aulas regulares. Ele teve origem em 2001, quando professores da Escola Municipal de Dança começaram a dar aulas de balé clássico, dança contemporânea e jazz na periferia de Londrina como instrumento de reinserção social para crianças em condição de risco.

     

    A partir de 2011, o projeto passou por transformações. Entre os objetivos estão explorar a realidade, o contexto e o repertório de movimento das crianças e introduzir ritmos de dança e música ainda não conhecidos por elas. Nessa segunda fase, foi realizado em oito escolas, com a participação de cerca de 800 estudantes.

     

    Professora de dança na Funcart desde 2001, Patrícia desenvolve as disciplinas de corpo e movimento, artes visuais e musicalização. Com formação em dança clássica e contemporânea, ela atuou como bailarina do Balé de Londrina de 1993 a 2006. Graduada em geografia, com mestrado em educação, faz graduação em pedagogia. Além da Escola Municipal de Dança, a Funcart mantém a Escola de Teatro, o Balé de Londrina e o Circo Teatro Funcart, espaço cênico para realização de espetáculos.


    Fátima Schenini

     

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  • O Jardim Zoológico de Recife, no Horto Dois Irmãos, é um dos pontos mais visitados por estudantes na capital pernambucana (foto: skyscrapercity.com)No município de Caruaru, no Agreste pernambucano, a Escola Municipal Pedro de Souza promove saídas pedagógicas regulares com os estudantes. “O objetivo é mostrar de forma concreta o que é trabalhado em sala de aula”, explica a professora polivalente Daniele Fernanda e Silva, que leciona a turma do quinto ano do ensino fundamental.

    Segundo a professora, as visitas possibilitam o contato concreto dos alunos com a temática desenvolvida em sala de aula. Outro benefício é o estímulo à observação e à atenção que as visitas despertam nos estudantes. Após os passeios, ela orienta a produção de textos e determina aos alunos a apresentação de relatórios ou realização de pesquisas e minisseminários.

    Formada em pedagogia, há 13 anos no magistério, Daniele inclui as visitas ao Jardim Zoológico de Recife — Horto Dois Irmãos —, em 2010 e em 2011, entre as mais importantes que realizou com estudantes. Isso porque foi possível ver, de perto, animais até então conhecidos apenas por meio de livros ou da televisão.

    As visitas são desenvolvidas em conjunto pelos professores. “Combinamos o local a ser visitado e, após o passeio, cada um trabalha aquilo que foi visto em sua área de atuação”, explica Daniele. Ela já programou nova visita ao zoológico para outubro próximo.

    As saídas pedagógicas da escola estão inseridas no programa Mais Educação do Ministério da Educação. Na visão da diretora da escola, Caterine Esteves Xavier, o aluno aprende, com as atividades externas, o teórico por meio do concreto.

    Leitura— A professora Roseli Vinhola Moraes, coordenadora da biblioteca da escola, participa de trabalho de incentivo à leitura, entre os estudantes, que inclui a realização de atividades externas. “É o projeto Brigada Leitora e da Cidadania, que tem o objetivo de formar cidadãos leitores críticos e conscientes de seus direitos e deveres”, salienta.

    Os alunos são treinados para realizar atividades que incluem leitura de poesias e histórias, além de brincadeiras infantis. Formada em pedagogia, com especialização em supervisão escolar e gestão pedagógica, Roseli atende turmas de todos os anos do ensino fundamental e da educação de jovens e adultos.

    Entre as atividades realizadas pelos alunos da Brigada Leitora, algumas merecem destaque, como as visitas ao refúgio ecológico Charles Darwin, no município de Igarassu, em parceria com a professora de ciências, e ao Parque Ambiental de Caruaru, com os participantes da oficina de fotografia. No parque, os estudantes aproveitaram o encontro com a natureza para escrever haicais, enquanto os alunos da oficina de fotografia registravam tudo em imagens. O haicai é uma forma de poesia japonesa, surgida no século 16, composta de três versos, com cinco, sete e cinco sílabas, que tem como tema a natureza ou as estações do ano. No Brasil, é uma forma poética de métrica e acentuação adaptada do modelo japonês. “Como resultado desse trabalho, foi elaborado o livro Retratando Emoções: Haicais”, diz Roseli.

    Outra saída importante foi a visita ao Quilombo do Castainho, em Garanhuns, em parceria com o professor de história. Além de conhecerem a comunidade quilombola, os estudantes participaram de festival de contos africanos com alunos do município.

    Fátima Schenini

    Confira o blog da EM Pedro de Souza
  • O debate sobre o que as escolas podem fazer para engajar e envolver os alunos nos anos finais do ensino fundamental é necessário. Com base nisso, o Ministério da Educação realiza, nestes dias 27 e 28, em Brasília, o Seminário Internacional Desafios e Oportunidades para os Anos Finais do Ensino Fundamental no Brasil. Durante as mesas e rodadas de discussão, serão abordadas as políticas públicas que podem suavizar a transição para o ensino médio e como os sistemas educacionais podem garantir uma aprendizagem equitativa.

    Responsável pela abertura do seminário, na manhã desta quarta-feira, 27, o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva, destacou a importância de se abrir espaço para se discutir os anos finais do ensino fundamental. “É preciso que o Brasil olhe com mais cuidado para o sexto ao nono ano se a gente pensa em uma educação básica melhor. Para melhorar o ensino médio, é necessário atuar também nessa etapa e esse seminário é um passo importante para a discussão e para encontrar os bons caminhos”, explicou Rossieli. “A partir do que for discutido aqui, a gente precisa fazer um planejamento estratégico com todos os atores importantes, especialmente, estados e municípios, para a construção de políticas próprias para essa etapa.”

    De acordo com o censo escolar de 2016, produzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), há no Brasil 2.121.200 alunos matriculados no ensino fundamental. Destes, 30% chegam ao nono ano com o aprendizado adequando em português e 14% com conhecimentos apropriados em matemática, o que, segundo Rossieli Soares, é um dado preocupante e que carece de estratégias para reverter esse quadro. “Melhoramos os indicadores na alfabetização, mas eles não têm se mostrado melhores nas outras etapas. O número de alunos que vai se perdendo é absurdamente grande”, completou.

    O seminário é promovido pelo MEC em parceria com o Banco Mundial, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Instituto Inspirare. Cerca de 150 pessoas de diversas áreas da educação devem participar do debate, entre secretários estaduais e municipais de educação, órgãos como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), coordenadores de ensino fundamental, fundações de apoio à qualidade do ensino, jornalistas e diversos especialistas em educação.

    Para Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil, esse intercâmbio de experiências é importante para melhorar a qualidade da educação nos anos finais do ensino fundamental. “Estou segura de que vamos conversar e ouvir muitas experiências interessantes. Ter um encontro como esse é fundamental para avançarmos e encontrarmos soluções para uma educação mais contextualizada, que se adapte à criança, ao seu ciclo de vida e ao seu ritmo de aprendizado”, apontou.

    A representante do Unicef destacou ainda o que acredita ser um fator cultural para o baixo desempenho de crianças e jovens no ensino fundamental. “Um dos desafios que temos é desnaturalizar o fracasso escolar, sair dessa cultura na qual a gente pensa que a evasão escolar, a repetência, a falta de aprendizagem, a não alfabetização, são elementos naturais, porque não são. Todas as crianças têm o direito de aprender e podem aprender”, reforçou.

    Desafio – Na avaliação de Pedro Olinto, coordenador de Desenvolvimento Humano e Pobreza do Banco Mundial, o Brasil tem o desafio de aumentar a produtividade do trabalhador no país. “A educação é o principal fator que afeta essa produtividade. É importante que o ensino médio seja moderno e, para que ele funcione, você precisa ter o material mais importante, que são os alunos que vêm do ensino fundamental, tanto nos anos iniciais como nos anos finais”, analisou.

    Para Olinto, o Brasil pode se inspirar em experiências internacionais bem-sucedidas na área de educação de países vizinhos, a começar por replicar as ações de municípios da fronteira. “A análise de eficiência mostra que, com os recursos de hoje, se os municípios pudessem emular os bons municípios da fronteira, poderíamos atingir 40% mais no Ideb. Eu acho que entender realmente a função de produção da educação, o que aumenta a eficiência, o que você pode fazer em termos de administração e gestão para melhorar a eficiência do recurso é fundamental”, finalizou o coordenador do Banco Mundial.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Trajetórias Criativas - jovens de 15 a 17 anos no Ensino Fundamental: uma proposta metodológica que promove autoria, criação, protagonismo e autonomia.

    Esse conjunto de cadernos abrigam uma proposta metodológica, um conjunto de sugestões de trabalho integrado entre componentes e áreas de conhecimento (Trajetórias) e orientações sobre o trabalho com a iniciação científica. Este material tem a intenção de inspirar a implementação de currículos específicos, na perspectiva da educação integral, para os jovens de 15 a 17 anos retidos no Ensino Fundamental.

     

    Ensino Fundamental de Nove Anos

    Jovens de 15 a 17 anos no ensino fundamental - Caderno de reflexões - A publicação é fruto das discussões do Grupo de Trabalho (GT) “Roda de Conversa”, instituído pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB) e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD). Esta parceria teve por objetivo refletir, propor políticas e delinear ações para o atendimento aos jovens na faixa etária de 15 a 17 anos que deveriam estar matriculados no Ensino Médio

    A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de Nove Anos - A publicação “A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o Ensino Fundamental de Nove Anos” destina-se às turmas de crianças de seis, sete e oito anos (ciclo da infância) e pretende subsidiar o trabalho docente no que se refere ao desenvolvimento de habilidades e capacidades relacionadas à leitura e à escrita.

    Passo a passo da implementação do ensino fundamental de nove anos

    Este documento tem por objetivo subsidiar gestores municipais e estaduais, conselhos de educação, comunidade escolar e demais órgãos e instituições. É um passo a passo do processo de implantação e implementação do ensino fundamental de nove anos. Ao final, estão as perguntas e respostas mais freqüentes que foram coletadas a partir de consultas feitas ao MEC.

    Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações Gerais - Essa publicação constitui um referencial para as questões pedagógicas e administrativas no que se refere à inclusão das crianças de seis anos de idade no ensino fundamental. O documento apresenta também a fundamentação legal pertinente e temas como organização do tempo e do espaço escolar, trabalho coletivo, formação do professor para atuar com criança de seis anos, enfim, aspectos significativos para a construção de uma escola com qualidade social.

    Ensino Fundamental de Nove Anos 1º Relatório - Apresenta as principais ações realizadas pela SEB/DPE/COEF em parceira com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação até julho de 2004.

    Ensino Fundamental de Nove Anos 2º Relatório - Expõe as principais ações realizadas pela SEB/ /DPE/COEF em parceira com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação no período de agosto de 2004 até julho de 2005.

    Orientações para a Inclusão da Criança de Seis Anos de Idade- Tal publicação busca fortalecer o processo de debate com professores e gestores sobre a infância na educação básica, tendo como focos o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças de seis anos de idade ingressantes no ensino fundamental de nove anos, mas sem perder de vista a abrangência da infância de seis a dez anos de idade nessa etapa de ensino. Nesse documento são desenvolvidos temas como a infância e sua singularidade; a infância na escola e na vida: uma relação fundamental; o brincar como um modo de ser e estar no mundo; as diversas expressões e o desenvolvimento da criança na escola; as crianças de seis anos e as áreas do conhecimento; letramento e alfabetização: pensando a prática pedagógica; a organização do trabalho pedagógico: alfabetização e letramento como eixos organizadores; avaliação e aprendizagem na escola: a prática pedagógica como eixo da reflexão e modalidades organizativas do trabalho pedagógico: uma possibilidade.

     

    Publicações do PRALER

    Veja aqui as Publicações do Praler

     

    Prova Brasil

    A Prova Brasil é o instrumento de medida das competências leitora e matemática, aplicado para praticamente todas as crianças e jovens matriculados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) das escolas públicas urbanas e rurais, que possuem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas séries/anos avaliados.

     

    Provinha Brasil

    A Provinha Brasil é o instrumento elaborado para oferecer aos professores e aos gestores das escolas públicas e das redes de ensino um diagnóstico do nível de alfabetização dos alunos, ainda no início do processo de aprendizagem, permitindo assim intervenções com vista à correção de possíveis insuficiências apresentadas nas áreas de leitura e escrita. Essa avaliação é um instrumento pedagógico sem finalidades classificatórias.

     

    Programa de Formação de Professores Alfabetizadores - PROFA

     

    Prêmio Professores do Brasil - 2005

    Experiências premiadas em 2005, publicadas em 2006  [Parte 1] [Parte 2]

     

    Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da Educação Básica

     

    Pró-Letramento

     

    Referenciais para Formação de Professores

  • Assegurar a todas as crianças um tempo mais longo no convívio escolar, mais oportunidades de aprender e um ensino de qualidade. Essa é a proposta do MEC com a implantação do ensino fundamental de nove anos. A intenção é fazer com que aos seis anos de idade a criança esteja no primeiro ano do ensino fundamental e termine esta etapa de escolarização aos 14 anos. A ampliação do ensino fundamental começou a ser discutida no Brasil em 2004, mas o programa só teve início em algumas regiões a partir de 2005. O prazo para que o ensino fundamental seja de nove anos em todo o Brasil é até 2010.

     

    Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações para a Inclusão da Criança de Seis Anos de Idade

     

    Publicações

     

    Legislação

     

    Perguntas frequentes

     

    Contatos:
    Ministério da Educação
    Secretaria de Educação Básica
    Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica
    Coordenação-Geral de Ensino Fundamental
    Telefones: (61)2022 8439
    E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

  • Bingo de letras e números, cruzadinhas, jogos de memória, quebra-cabeças e alfabeto móvel são alguns dos recursos usados pela professora Jane Sardo Ribeiro para tornar mais atraentes as aulas de reforço escolar de matemática e língua portuguesa. Professora da Escola Municipal Prefeito Wittich Freitag, em Joinville, a 180 quilômetros de Florianópolis, Jane leciona em classe de alfabetização e também dá aulas de reforço no turno oposto (contraturno) ao das aulas regulares.

    A fim de superar dificuldades de aprendizagem, Jane usa algumas estratégias. Ela promove atividades diversas e trabalha com elementos que possam ser vinculados ao cotidiano dos estudantes. O propósito é permitir àqueles com dificuldades de aprendizagem acompanhar o ritmo da turma a partir das aulas de reforço.

    De acordo com a professora, cada aluno tem uma maneira própria de aprender. Ela constata que, em geral, estudantes com dificuldades de assimilação do conteúdo repassado pelo professor nas aulas regulares sentem-se inferiorizados por não poderem acompanhar a turma. Por essa razão, Jane vê nas aulas de reforço a oportunidade de o aluno ampliar o aprendizado. Formada em pedagogia, ela está há sete anos no magistério.

    Segundo a diretora da escola, Mariléia Cunha Melo, a importância do reforço escolar é primordial. “Conseguimos resgatar os alunos em defasagem escolar”, avalia. Formada em pedagogia, com pós-graduação em séries iniciais e gestão escolar, ela tem 15 anos de magistério.

    Tanto Mariléia quanto Jane observam avanços no rendimento dos alunos que passam pelo reforço. “É um trabalho indispensável para o estudante”, afirma a diretora. “E também conseguimos melhoras pedagógicas e na autoestima dos alunos.”

    O reforço escolar foi adotado na escola a partir de programa implementado pela Secretaria de Educação de Santa Catarina. São atendidos prioritariamente os estudantes com dificuldades na escrita e na leitura na fase de alfabetização, no primeiro e no segundo anos do ensino fundamental. De acordo com a diretora, isso não impede que alunos de outras séries também sejam atendidos.

    Ana Júlia Silva de Souza

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  • A Escola-Classe 407 Norte, de Brasília, leva a sério a importância do esporte para o desenvolvimento pleno dos estudantes. Os alunos, que estudam em tempo integral, participam de atividades no Centro Olímpico da Universidade de Brasília (UnB) e no Centro Interescolar de Educação Física (Cief) da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Assim, este ano, a temática Copa do Mundo foi inserida no projeto político-pedagógico (PPP) da escola, Despertando as Habilidades Esportivas, que atende estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental.

    De acordo com a diretora da instituição, Ana Paula Poças Zambelli dos Reis, o tema Copa do Mundo foi explorado em conteúdos de diferentes disciplinas. Mestre em educação, há 20 anos no magistério e 11 na direção, Ana Paula cita como exemplo, em língua portuguesa, a realização de pesquisas sobre o surgimento do futebol e os principais artilheiros. Em matemática, ela destaca o uso da geometria para a confecção de bandeiras dos países participantes do Mundial.

    Nas aulas de geografia a turmas do segundo ano, a professora Jaciléa Gaspar deu ênfase aos países participantes da competição. Os alunos também consultaram o mapa-múndi, o mapa do Brasil e a localização das cidades-sedes dos jogos. “Houve muita curiosidade por parte das crianças”, salienta. Nas aulas de português, Jaciléa cita a atividade conhecida como caça-palavras, com o tema futebol. “Uma vez achadas, as palavras eram separadas em sílabas, e os alunos formavam frases.” Com graduação em pedagogia e 14 anos de experiência no magistério, Jaciléa enfatiza o envolvimento de toda a escola com atividades relacionadas a murais e apresentações.

    O assunto Copa do Mundo foi abordado também na festa junina da escola. A decoração do prédio e as roupas das crianças, no estilo caipira, tinham as cores verde e amarela. A turma do terceiro ano apresentou a música Xote das Meninas, de Luiz Gonzaga [1912-1989]. “Apesar de não ser música específica sobre a Copa, o clima esteve presente, tanto nos ensaios quanto na apresentação”, ressalta a professora Maria Socorro Pereira da Silva. Pedagoga, há 18 anos no magistério, ela acredita que a turma foi bastante participativa em relação aos trabalhos propostos. Maria Socorro percebeu que as crianças já têm conhecimentos sobre o Mundial, o que tornou as discussões em aula “enriquecedoras”.

    Ingressos — A Escola-Classe 407 Norte está entre as 901 instituições públicas contempladas com ingressos para jogos da Copa do Mundo. Ela recebeu 50 bilhetes para a partida, em Brasília, entre Brasil e Camarões (23 de junho). As instituições de ensino escolhidas, localizadas nas cidades-sedes do Mundial, fazem parte do programa Mais Educação. “As crianças ficaram muito felizes. É uma oportunidade única para elas, e será inesquecível, sem dúvida”, avalia a diretora.

    Quatro alunos de Maria Socorro e dois de Jaciléa foram contemplados com ingressos.

    Fátima Schenini

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