No estado de Goiás, cinco municípios apareceram em destaque na pesquisa Redes de Aprendizagem — boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender, a ser divulgada nesta terça-feira, 25, em Brasília. Pesquisadores do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) visitaram Carmo do Rio Verde, Piranhas, Rio Verde, Formosa e Cezarina para conhecer as boas práticas educacionais que garantem a aprendizagem dos alunos das redes.
A secretaria de educação de Piranhas, por exemplo, premia os professores da educação infantil que se destacam em projetos de ensino e aprendizagem. No concurso Escola Viva, são analisados o caráter inovador do processo, o uso de recursos convencionais, como o livro didático, e de informática.
A valorização do trabalhador de educação, representado pelo desempenho eficiente no trabalho, é uma das diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, plano que propõe diretrizes e estabelece metas para melhorar o Ideb das escolas. O Compromisso faz parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).
As metas de todos e de cada um – O Compromisso também recomenda que as redes promovam a gestão participativa. Em Rio Verde, todos os funcionários da rede, do vigilante, merendeiras até a diretora da escola, elaboram um plano individual de trabalho (PIT), que compõe o Plano Anual de Metas (PAM). O plano individual estabelece objetivos e indicadores para o ano e os profissionais se comprometem a cumpri-los. Avaliações e adaptações são feitas no decorrer do ano letivo.
Quem gerencia os planos é a diretoria das escolas. Encarregada de avaliar os profissionais, individual e coletivamente, ela garante o cumprimento dos compromissos assumidos. Com os professores, o acompanhamento é mais sistemático: os planos individuais são monitorados permanentemente pelas coordenadoras das escolas e pelos técnicos da secretaria de educação. A pesquisa Redes de Aprendizagem revelou que essa estratégia surtiu efeito no município de Rio Verde. De fato, todos se sentem parte do processo e assumem o compromisso de assegurar o direito de aprender de cada criança.
Além da sala de aula – Nas redes analisadas, as atividades complementares, ou seja, atividades extraclasse, foram indicadas como fator de sucesso dos alunos. No município de Formosa, elas têm uma ligação estreita com o processo de aprendizagem. O programa Ações Educativas Complementares se soma às atividades de sala de aula. Cada escola tem pelo menos uma atividade do programa: karatê, futebol, xadrez, dança, coral, confecção de caixas e instrumentos são algumas das opções em horários diferenciados das aulas regulares. O objetivo é oferecer aos alunos uma formação global e consolidar diversas práticas pedagógicas desenvolvidas com êxito nas aŕeas de recreação, esporte, arte e cultura.
Além de desenvolverem as potencialidades das crianças, adolescentes e até das famílias, os programas oferecidos promovem um intercâmbio entre as escolas. Há campeonatos interescolares, apresentações artísticas e gincanas.
A secretaria de educação também se preocupa com as trocas formais de experiências pedagógicas. Nas Feiras Culturais, cada escola expõe práticas inovadoras, produções dos alunos e apresentações artísticas. Para a secretaria, além da promoção social, as feiras servem para troca de bons exemplos. As atividades complementares também estão previstas no PDE. O Compromisso Todos pela Educação orienta que as redes ampliem as possibilidades de permanência do aluno na escola, além da jornada escolar.
Redes de sucesso ― A publicação Redes de Aprendizagem — boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender apresenta os resultados de um estudo realizado em 37 redes municipais de ensino de 15 estados, nas cinco regiões do país, selecionadas a partir do Ideb e do contexto socioeconômico dos alunos e de suas famílias. O estudo é um trabalho conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), elaborado no período de outubro a novembro de 2007.
As redes foram escolhidas com base no cruzamento de informações socioeconômicas dos alunos, extraídas do questionário que faz parte da Prova Brasil, com informações dos municípios e com o Ideb. Depois de selecionadas, as redes foram visitadas por pesquisadores que entrevistaram todos os envolvidos no processo, do gestor ao aluno. Entre os objetivos principais do MEC e seus parceiros com a pesquisa, estão identificar boas práticas de redes municipais espalhadas pelo Brasil e oferecer os exemplos para as demais.
Ao analisar as razões apontadas pelos responsáveis pelo sucesso de cada uma das 37 redes, foram identificados dez pontos presentes na maioria delas. Trata-se de um conjunto de ações e práticas articuladas que estão em sintonia com o PDE, lançado pelo MEC em abril de 2007: foco na aprendizagem, consciência e práticas de rede, planejamento, avaliação, perfil do professor, formação do corpo docente, valorização da leitura, atenção individual ao aluno, atividades complementares e parcerias.
Os pesquisadores perguntaram: o que essa rede faz para garantir o direito de aprender? E as respostas foram dadas por gestores, diretores, professores, funcionários, alunos e pais.
Participaram da pesquisa redes de municípios com populações que variam de 6.379 a 788.773 habitantes, representativas da diversidade e dos desafios encontrados nos 5.564 municípios brasileiros.
Assessoria de Comunicação Social