Em dezembro de 2005, o Ministério da Educação consolidou e impulsionou uma série de políticas públicas, dentre elas, a expansão da rede federal de educação tecnológica e das universidades federais. Em acordo com os esforços do MEC, o relator do Orçamento da União, deputado Carlito Merss (PT-SC), garantiu R$ 1,1 bilhão para o Fundo da Educação Básica (Fundeb), que substituirá o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef).
No campo da educação especial, foi regulamentada a Lei de Libras (língua brasileira de sinais), enquanto a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC) garante que indígenas de 90 etnias terão 400 novas escolas em 2006. Na educação a distância, as prefeituras foram convocadas a participar da Universidade Aberta, rede de cursos a distância das universidades federais.
Confira as políticas adotadas neste fim de ano.
Expansão — O governo iniciará em 2006 a construção de 40 escolas técnicas para oferecer 67 mil vagas. A expectativa é que 25 novas unidades já estejam funcionando até o fim do ano. A expansão da rede federal de educação tecnológica custará R$ 150 milhões. O plano, apresentado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, contou com o apoio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Para o início das obras, em janeiro, o Congresso Nacional aprovou, em dezembro, a liberação de recursos suplementares de R$ 57 milhões.
A rede federal de educação tecnológica tem 144 instituições, entre escolas de ensino básico profissional, escolas técnicas agrícolas e centros federais de educação tecnológica (Cefets). No total, atendem 230 mil alunos. Com a expansão, nenhuma unidade da Federação deixará de ter pelo menos uma escola federal de ensino técnico. Hoje, Mato Grosso do Sul, Acre, Amapá e Distrito Federal não contam com unidades federais de ensino profissionalizante.
A expansão do ensino técnico é um dos principais eixos do programa do MEC. Além da criação de unidades, foi implementado o programa Escola de Fábrica, que beneficia mais de 11 mil jovens de baixa renda com cursos de iniciação profissional. O objetivo é capacitá-los, em parceria com empresas estatais e privadas de todo o país, para o ingresso no mercado de trabalho. Em 15 de dezembro, a Escola de Fábrica teve a primeira formatura no segmento das estatais, realizada na Nuclebrás Equipamentos Pesados, em Itajaí, Rio de Janeiro. O programa contou, em 2005, com R$ 25 milhões.
Quanto à expansão do ensino público superior, o ministro Fernando Haddad firmou, no dia 28 de dezembro, 18 convênios com universidades federais de 14 estados para a construção de centros universitários em todas as regiões do Brasil. O governo federal pretende investir R$ 266,5 milhões na instalação de unidades acadêmicas no Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe.
ProUni — Ainda na educação superior, constatou-se que o Programa Universidade para Todos (ProUni) já tem 618 mil inscritos. A meta do MEC é dobrar esse número. O programa oferece vagas públicas em universidades privadas a jovens de baixa renda. As inscrições se encerram no dia 2 de janeiro.
Universidade Aberta — Na área de educação a distância, o MEC abriu, em 21 de dezembro, edital para prefeituras dispostas a fazer parte da Universidade Aberta do Brasil, a rede de cursos a distância das universidades federais. Em 2006, a Universidade Aberta terá pólos em cem municípios, com o curso de administração no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Pará, Maranhão, Ceará e Distrito Federal. A meta do governo é constituir 500 pólos até 2007.
Fies — Em dezembro, o MEC prorrogou o prazo de adesão dos alunos beneficiados pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Eles devem fazer a opção até o próximo dia 13 de janeiro. Para facilitar o atendimento, houve mudanças também no período de renovação dos contratos para o primeiro semestre de 2006 — agora, vai de 16 de janeiro a 31 de março.
Escolas indígenas — O MEC construirá 400 escolas, o que beneficiará indígenas de 90 etnias. O anúncio foi feito em dezembro, pela Secad. Serão repassados a estados e municípios quase R$ 20 milhões para a construção das unidades. A expectativa é abrir 15 mil vagas em 2006.
A Secad está investindo R$ 2 milhões na formação de 800 professores indígenas. Eles fazem cursos de licenciatura em geografia, matemática, pedagogia, física, química e biologia, dentre outros que integram ensino, pesquisa e extensão, nas universidades federais de Roraima (UFRR), Mato Grosso (UFMT) e Minas Gerais (UFMG) e na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). A estratégia vai permitir a expansão do ensino da quinta à oitava série e do ensino médio nas aldeias.
No dia 15 de dezembro, o MEC tornou possível a qualquer pessoa conhecer em detalhes, pela internet, o programa Brasil Alfabetizado. Informações como o número de pessoas em processo de alfabetização no país, número de entidades parceiras e de alfabetizadores e o perfil de cada um dos participantes do programa estão disponíveis na página eletrônica da Secad.
Lei de Libras — No dia 27 de dezembro, foi regulamentada a Lei de Libras, iniciativa fundamental para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. A regulamentação define a realização de cursos de formação de professores para o ensino da língua brasileira de sinais nas séries iniciais do ensino fundamental e prevê a especialização em libras, no curso de letras, para professores que atuam a partir da quinta série.
Melhoria do ensino — Com o objetivo de melhorar a qualidade da educação básica, já estão garantidos R$ 1,1 bilhão no orçamento da União de 2006, independentemente da aprovação do Fundeb. São recursos próprios da União para ampliar o número de vagas nas escolas públicas e valorizar os profissionais do magistério. O anúncio foi feito no dia 28 de dezembro.
Outra iniciativa a se destacar é o investimento de R$ 100 milhões, pelo Fórum das Estatais pela Educação — reúne empresas dos setores elétrico e bancário, dentre outros —, em projetos educacionais do MEC que envolvam desde a educação básica até o ensino superior, como a criação da Universidade Aberta do Brasil. (Assessoria de Comunicação Social do MEC)