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  • A iniciativa de Débora Garofalo visa envolver crianças em ações de pertencimento por meio do uso da tecnologia para alavancar a aprendizagem (Arte: ACS/MEC)
    São Paulo, 1º/3/2019
    – Vila Babilônia, periferia de São Paulo. Ali vivem os alunos da professora Débora Garofalo, de 39 anos, estudantes da Escola Municipal Almirante Ary Parreiras. Quando a professora chegou à escola, há quatro anos, enfrentou baixo desempenho escolar e desmotivação das crianças. A falta de infraestrutura da comunidade resultava no acúmulo de lixo, causando doenças como a leptospirose e a dengue.

    Atenta e motivada a encontrar algo que pudesse melhorar a vida desses estudantes, Débora apostou no ensino da programação, aliado a atividades sustentáveis. Foi quando nasceu o projeto Robótica com Sucata, cujo objetivo é envolver as crianças em ações de pertencimento por meio do uso da tecnologia para alavancar a aprendizagem.

    O trabalho, que transforma diretamente a vida de 600 jovens e crianças que participam do projeto, vem mudando até mesmo a relação dos estudantes com a comunidade em que vivem. A iniciativa ganhou no ano passado o Prêmio Professores do Brasil, do MEC, e agora é finalista do Global Teacher Prize – prêmio internacional considerado o nobel da educação. O vencedor do Global Teacher Prize será conhecido ao final de março.

    “É importante mostrar a essas crianças que elas podem ser construtoras da sua própria aprendizagem, podem ser protagonistas, mas que também podem intervir na sociedade, propondo que os alunos recolhessem esses materiais, trazendo aqui para o laboratório, para sala de aula”, frisa a professora.

    A temática escolhida por Débora ultrapassou as fronteiras da escola e ela passou a dar aulas públicas sobre sustentabilidade, descarte do lixo, reciclagem e reutilização de materiais – temáticas que alunos vivenciam na prática: materiais recicláveis, como garrafas pet, podem ser usados na criação de sistemas automatizados, por exemplo. Além disso, o projeto já retirou uma tonelada de recicláveis das ruas.

    “Pensando esses materiais, lavando, identificando, separando, é possível transformar esses objetos em estudo, utilizando as diversas áreas do conhecimento para transformar isso em protótipo”, explica Débora Garofalo. “Os próprios alunos relatam que alguns lugares que alagavam devido ao lixo não alagam mais, e a própria comunidade está reconhecendo a melhora.”

    O primeiro protótipo construído foi um carrinho movido a balão de ar. A partir daí os alunos puderam criar protótipos de diferentes modalidades e funcionalidades, o que os motivou para o aprendizado na escola fora dos horários de aula, levando-os a construir objetos e, principalmente, ocupar outros territórios, como eventos de tecnologia. Além disso, os pais também passaram a acompanhar todo o movimento.

    Resultado - Não demorou para que as mudanças começassem a aparecer. O índice de evasão caiu, juntamente com a indisciplina. O desempenho apareceu também nos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola. “Nosso Ideb saiu de 4.2 para 5.2. É um avanço. Nós tivemos uma redução da evasão escolar na escola e do trabalho infantil, já que muitos alunos que tinham essa condição começaram a se sentir pertencentes ao trabalho e a retornar à escola em horário diferenciado, deixando as ruas”, comemora a professora.

    Os meninos e meninas participantes passaram a planejar os próximos passos dentro da trajetória escolar, tentando ir mais longe, dando sequência aos estudos e escolhendo uma profissão. Para a professora Débora, essa é outra conquista do projeto – além de possibilitar às meninas uma chance de explorar uma área que ainda registra menor participação feminina. “Existia o tabu de que as meninas não mexem com ferramentas, não põem a mão em furadeira, e isso vem caindo por terra, agora elas também trabalham com ciência”, observa a professora.

    Para Débora Garofalo, valorizar o aluno, permitir que sua voz ganhe força, representa uma verdadeira mudança cultural. “Ficamos muito focados na necessidade de ter uma estrutura de primeiro mundo, que precisamos tem muitos recursos, mas precisamos é de trazer um pouco mais para realidade das crianças. E olhar um pouco para a questão da sustentabilidade e trazer essa aprendizagem criativa, que a chamamos de mão na massa, para vivenciar o currículo de uma outra forma”, conclui Débora.

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • Júlia fez o Enem há um ano e hoje cursa direito na UFMS: “Na redação, para ter sucesso, é preciso ter em mente que não é impossível tirar nota mil, não tem mistério” (foto: arquivo pessoal)A estudante Júlia Curi Augusto Pereira, 18 anos, mora com a família em Campo Grande. Há um ano, ela realizava os últimos preparativos para a prova que tornaria realidade seu grande sonho, o de cursar direito na Universidade Federal de Mato grosso do Sul (UFMS). Alcançar uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) era a chance de acesso à educação superior.

    “O Enem era o único meio de eu ingressar na universidade na qual eu sempre quis estudar, que é a UFMS, que não tem mais vestibular”, diz a estudante. “Então, eu precisava, de qualquer forma, prestar o Enem. Foi um meio, mesmo, de realizar meu sonho.”

    Na esperança de conquistar a sonhada vaga e convicta de ter feito boa prova, Júlia aguardou ansiosa pela divulgação do resultado. No final, alegria para ela e toda a família. “Eu não diria que foi uma surpresa porque eu me esforcei bastante, mas foi muito gratificante”, afirma. “Na verdade, até o último segundo a gente fica meio em dúvida. Estávamos todos juntos, e foi uma grande alegria.”

    A estudante chorou, assim como sua mãe. “Todos da família ficaram felizes. Eles sempre me incentivaram muito, e é gratificante ver o retorno disso”, destaca.

    Coerência — A escrita foi fundamental para o bom desempenho da Júlia nas provas do Enem. O desafio de um texto coerente, com bons argumentos, rendeu à estudante a nota máxima: mil pontos. Isso a ajudou na hora de conquistar a vaga na educação superior. Passada a experiência, ela dá dicas aos estudantes que participarão da edição do exame este ano.

    “Na verdade, na redação, para ter sucesso, é preciso ter em mente que não é impossível tirar nota mil” afirma. “Não tem mistério. Basta seguir o modelo do Enem e, principalmente, focar muito bem no português, não cometer erros de ortografia. Isso é uma grande ajuda.”

    De acordo com a estudante, é importante ter boa argumentação, usar a intertextualidade, a filosofia, a sociologia. “Minha argumentação ajudou muito”, diz. Ela recomenda fazer a redação antes das demais provas e ter muita atenção. “Isso me ajudou a alcançar essa nota, além do hábito que eu já tinha de escrever desde sempre.”

    Crescimento — O fato de escrever há muito tempo, segundo Júlia, colabora para tudo o que desempenha na prática. “Desde pequena, sempre tive esse hábito. Eu já tive blogue, já escrevi para revista de adolescente, conheci escritoras de livros infanto-juvenis”, salienta. “Escrever sempre faz parte da minha vida, sempre foi uma coisa que eu gostei muito de fazer e faço muito bem.”

    A oportunidade que se abriu graças à boa nota no Enem possibilita à jovem viver novas e importantes experiências. Júlia afirma que já consegue perceber um crescimento intelectual e pessoal. “Evoluí muito, em poucos meses. Em um semestre, já sou uma pessoa totalmente diferente.”

    Para ela, a universidade é um ambiente especial, que permite conhecer pessoas, professores e aprender muitas coisas. “Além do conteúdo do curso, aprendemos a crescer, a ser adultos. É uma fase muito importante da nossa vida.”

    Júlia fez as provas do Enem em 2015 e conquistou seu lugar na educação superior. Este ano, mais de 8 milhões de estudantes estão inscritos para o exame. Aqueles que alcançarem bom resultado terão a chance de ingressar em universidades públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou, em instituição particular, com o Programa Universidade para Todos (ProUni). Ainda há a possibilidade de vaga em cursos profissionalizantes ou tecnológicos, com o Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec). O acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) também leva em conta a nota do Enem.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Jerrany Pereira da Silva, aluno de engenharia do Instituto Federal Goiano, voltou entusiasmado de um estágio na França (Arte: ACS/MEC)Experiências vividas fora do lugar de origem podem, muitas vezes, aprimorar a compreensão do cotidiano do qual temporariamente alguém se distancia. Assim aconteceu com Jerrany Pereira da Silva, de 23 anos, estudante de engenharia do campus Urutaí do Instituto Federal Goiano (IFG). Ele conta sua história na edição desta sexta, 20, do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC. 

    Há três anos, ao observar a movimentação de estudantes estrangeiros no campus, Jerrany se interessou pela possibilidade de fazer um intercâmbio. A convivência com os colegas franceses lhe deu mais estímulo para escolher seu destino. Dedicou-se, então, ao aprendizado da língua francesa, o primeiro passo para alcançar seu objetivo. Ao ser aprovado para um estágio na França, ele talvez nem imaginasse o quanto essa experiência viria a enriquecer seu aprendizado profissional e pessoal.

    Selecionado para um intercâmbio de três meses em Saint-Etiénne-de-Fougères, um vilarejo no interior da França localizado em uma região de fazendas, ele escolheu a área de horticultura orgânica. “Fiquei muito feliz com essa oportunidade porque, além de ser uma realização profissional, era um sonho pessoal”, conta o jovem, que, durante o estágio, entre outras atividades, trabalhou na construção de estufas, aprendeu técnicas de irrigação locais e ampliou seus horizontes.

    Interação – “Para mim, foi tudo enriquecedor e bem amplo”, resume. O estágio o aproximou de questões locais e provocou reflexões em torno de algumas diferenças existentes entre a França e o Brasil. A primeira percepção foi nítida: “A França está sempre um pouco à frente de nós, não só em de tecnologia, mas em saúde”.  Estava dada a largada para Jerrany juntar à bagagem conhecimentos para aplicar em sua área.

    A convivência com a cultura de outro povo, para ele, também tem teve lugar de importância nesse aprendizado. “Em questão de costumes, de religião, foi tudo bem enriquecedor”, afirma. “Pude ter uma experiência incrível vivendo na fazenda, podendo ver os costumes, como é o dia a dia de uma família francesa. Pude fazer novas amizades, adquirir novos conhecimentos. Pude agradecer pessoalmente às professoras que me ajudaram. ”

    Durante o período vivido em Saint-Etienne-de-Fougères, o estudante goiano aproveitou para aprimorar o nível de aprendizado da língua e viajar pelo país, nos fins de semana de folga. Visitou universidades, fez novos amigos e estreitou seus laços com a cultura francesa – o suficiente para incluir em seus projetos a meta de voltar àquele país. “Para um futuro próximo, penso em fazer uma pós-graduação, um mestrado, até um doutorado”, afirma.

    Oportunidades de intercâmbio, conforme Jerrany pôde avaliar, vêm sendo ampliadas. “Creio que estão abrindo novas portas para outros estudantes com interesse em um estágio internacional”, observa ele, que, a partir dessa experiência, reforçou a convicção de apostar no ensino como fator de desenvolvimento. “Somente a educação pode mudar muitos problemas que a gente vem enfrentando em nosso país”, conclui.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • CRAB é movido por placas fotovoltaicas, equipamentos que geram energia solar

    Sol, mar e água fresca. Você já parou para pensar que curtir um dia de verão não é um programa acessível a todos? Pensando nisso, alunos e docentes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) criaram o CRAB, um veículo adaptado que facilita o acesso de cadeirantes à praia.

    CRAB vem do inglês e significa “caranguejo”. O nome foi escolhido por conta da habilidade do animal em andar na areia. O sistema do veículo tem tração para sustentar um cadeirante de até oitenta quilos e bateria de até sete horas de duração.

    Um dos criadores, o diretor de Inovações do IFRN, João Teixeira, explicou como a invenção funciona. “O veículo possui baterias que alimentam os motores e são carregadas por meio de um sistema de energia solar fotovoltaica”, disse.

    A ideia é que o usuário tenha autonomia para entrar e sair sem ajuda de terceiros. “O veículo possui uma rampa de acesso e botões e controles que permitem que o cadeirante tenha total independência para se locomover na areia”, completou.

    A inspiração para o projeto surgiu a partir da experiência de um estudante do instituto. “A gente tinha um colega lá no IFRN no qual eu conversei diversas vezes e ele falou sobre essa dificuldade de ir na praia. E aí surgiu essa ideia de fazer o projeto CRAB como sendo um veículo adaptado a cadeirantes para mobilidade em praias”, contou o também aluno e um dos idealizadores do veículo, Iago Souza.

    Até o momento, a criação tem um protótipo em escala real. Anualmente, o grupo faz ações nas praias de Natal. De acordo com Teixeira e Souza, a próxima meta é levar o CRAB a outras praias brasileiras.

    A iniciativa já foi reconhecida dentro e fora do Brasil. Entre os prêmios estão o quarto lugar na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, em São Paulo, e na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, no Rio Grande do Sul. A invenção também levou o primeiro lugar na Infomatrix, feira realizada no México.

    Saiba mais – A história do CRAB é o tema da edição desta sexta-feira, 13 de dezembro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Arte: ACS/MEC
    A verticalização nos institutos federais prevê que os estudantes tenham acesso a todas as etapas do ensino em uma mesma instituição. E foi isso o que aconteceu com Nelmício Furtado da Silva, de Rio Verde (GO). Ele passou pela experiência de fazer o curso técnico, seguido da graduação ao doutorado, no Instituto Federal Goiano (IF Goiano). Ele foi o primeiro estudante da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica de Goiás a conseguir o feito, consolidando, assim, a verticalização do ensino, conforme prevê a lei que criou os institutos.

    Nelmício começou os estudos no curso técnico em agropecuária no IF Goiano em 2008. E, no dia 22 de setembro, recebeu o título de doutor em agronomia no campus rio-verdense da instituição.

    “Fui fazer o curso técnico na instituição porque ela é renomada na minha região. E escolhi permanecer nesta universidade porque eu queria trabalhar com culturas e pesquisas relacionadas à minha região”, conta Nelmício. “Eu sou de Rio Verde também, então eu não queria ir para uma grande universidade e lá trabalhar com tecnologias e desenvolver pesquisas com coisas que eu não poderia utilizar na minha região mesmo.”  

    Ele explica que o fato de ter começado o curso técnico e terminado o doutorado na mesma instituição possibilitou que aprofundasse e desse andamento às suas pesquisas.

    “Às vezes você termina a graduação e vai para outra instituição e acaba não conseguindo realmente concluir seus trabalhos”, avalia. Suas pesquisas sobre a cana-de-açúcar tiveram início na graduação e seguiram até o doutorado. Aos 29 anos, ele já teve mais de 80 artigos científicos em revistas e mais de 200 resumos em congressos.

    Vantagens - O reitor do IF Goiano, Vicente Pereira de Almeida, explica que a verticalização acontece com a qualificação dos professores e servidores para atuar nos diferentes níveis, tanto nos cursos técnicos como nos superiores, incluindo a pós-graduação.

    Na rede pública federal há 40 anos, ele explica que, além de estudar com os mesmos professores, os estudantes têm acesso a toda infraestrutura do instituto. “Como nós trabalhamos com a verticalização, boa parte dos laboratórios os alunos também usam”, disse.

    Foi com a verticalização do ensino que a educação superior chegou ao interior. “Até então, para que um jovem terminasse a graduação, teria que procurar as capitais. Hoje, nós estamos ofertando os cursos de mestrado e também do doutorado no interior e isso facilita muito”, ressalta.

    Incentivo - Nelmício ingressou na iniciação científica como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e assim permaneceu durante toda a graduação. Em seguida, foi bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, durante o mestrado e o doutorado. O apoio, afirma, foi fundamental para o seu desempenho. Nelmício ainda fez parcerias com empresas, como usinas, que permitiram a ele desenvolver os trabalhos de pesquisa com redução de custos. 

    E ele nem pensa em parar. Pretende ingressar no pós-doutorado também no IF Goiano ou prestar um concurso público para ser professor na mesma instituição que o formou.

    Assessoria de Comunicação Social 

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