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  • Por meio de aplicativo, o projeto do professor goiano permite ao estudante, sem nenhum custo, tirar dúvidas e trocar informações sobre diferentes conteúdos das provas do Enem (arte: ACS/MEC)“Você recebeu uma nova dica para o Enem!” Essa é a mensagem que frequentemente chega a 1,4 mil estudantes do ensino médio de todo o país que participam de grupo de estudos criado a partir da troca de mensagens pelo aplicativo whatsapp. O projeto SuperNova, que atende alunos das redes pública e particular, surgiu de uma iniciativa do professor de matemática Paulo Murilo, de Goiânia, Goiás, para apoiar estudantes na preparação com vistas ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Sem nenhum custo, estudantes podem tirar dúvidas e trocar informações sobre diferentes conteúdos.

    “Como eu trabalho com o ensino médio, 100% dos alunos são trabalhados para fazer a prova do Enem”, diz o professor. Ao elaborar projeto de pequenos grupos no whatsapp para tentar solucionar dúvidas dos alunos, ele se deparou com um desafio: será que funcionaria?

    “Hoje, tenho o auxílio de 12 professores, de diversas áreas”, diz. “Trabalho voluntário, cada grupo para um professor. Então, temos grupos de física, de química, de biologia, de geografia, de história.”

    Alguns grupos contam com a participação de até 256 alunos. A experiência, de acordo com o professor, tem sido tão positiva que, nesses dois anos de trabalho, foi possível expandir e alcançar também as redes sociais. “Uma postagem, hoje, por exemplo, atinge cerca de 5 mil pessoas de modo muito fácil. Os alunos vão descobrindo”, destaca. “Temos alunos de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, muitos do Nordeste, do Acre, do Sul. Tem gente do Brasil inteiro.” O projeto está aberto a quem tiver interesse em participar, garante Paulo Murilo.

    Parceria — Para manter o interesse sobre os mais diversos conteúdos, a abordagem muda conforme as matérias. O professor garante que toda informação é bem-vinda. “Enviamos videoaulas, videodicas de como trabalhar determinado conteúdo, estatísticas das provas, como administrar melhor o tempo”, explica.

    Atento à demanda e às necessidades dos alunos, o professor busca parceiros que o auxiliem, tanto na compreensão do conteúdo quanto em questões práticas que igualmente possam influenciar na hora da prova. “Temos uma parceria com uma psicóloga aqui da cidade, que fez um pequeno vídeo, disponível para os alunos, sobre como se comportar na véspera da prova, o que comer etc.”, afirma Paulo Murilo. “Então, há uma série de preocupações com relação os alunos que estão cadastrados no projeto.”

    Algumas regras, como esclarece o professor, são importantes para o bom andamento do trabalho de cada grupo. “Nada de piadas, de conteúdo inadequado, nada de bom dia, nada de boa noite, nada disso”, diz. “Aqui é simplesmente enviar a dúvida, de forma bem específica. O professor vai tentar resolver ou dar um caminho para que o aluno seja capaz de resolver o problema sozinho.”

    Paulo Murilo aposta naquilo que permite a tecnologia, e de maneira rápida, a fim de facilitar o acesso dos estudantes. O próximo passo será a criação de um aplicativo para celular que amplie ainda mais o acesso aos estudantes que pretendem fazer o Enem. “Estamos tentando, cada vez mais, usar o celular como instrumento para potencializar o estudo”, diz. “Isso não vai substituir professor, não vai substituir o livro. É apenas mais um mecanismo para auxiliar os alunos. Nosso desafio maior, agora, é criar outro aplicativo.”

    Os estudantes interessados em participar podem enviar o pedido pela página do SuperNova na internet e para o número do whatsapp nela divulgado. O projeto também está no facebook e no instagram. Basta buscar projeto SuperNova.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Para tornar o ensino da filosofia atraente para os alunos, o professor Uanderson de Jesus Menezes, da Escola João XXIII, de Ipatinga (MG), precisou usar da criatividade e inovar. Ele conseguiu prender a atenção e a curiosidade dos estudantes após recorrer a exposições de fotografias e fotonovelas. O docente explica seu método no programa 
    Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    A iniciativa do professor rendeu a ele, em 2015, o Prêmio Professores do Brasil. Ele venceu na categoria Ensino Médio, com o projeto TV Filosofia. O prêmio é uma iniciativa do Ministério da Educação que visa reconhecer, divulgar e premiar o trabalho de professores de escolas públicas que contribuem para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem desenvolvidos nas salas de aula.

    Uanderson ensina uma disciplina que, segundo ele, é alvo de muito preconceito. “O aluno não pergunta para que serve a matemática, ele não pergunta para que serve a geografia, mas sobre a filosofia a primeira coisa que pergunta é: para que eu tenho que estudar isso?”, destaca o professor. Ele conta que discutir filosofia com os alunos não era uma tarefa fácil, e que eles não viam na disciplina utilidade alguma para o cotidiano.

    Depois de perceber que os alunos tinham muita habilidade com imagens, audiovisual e com a edição de vídeos, veio a ideia de utilizar fotografias e fotonovelas. “Era pegar algum tema de filosofia que foi estudado em sala de aula e traduzir isso através de um miniprograma de TV com situações do cotidiano deles. Eu vi que eles compraram a ideia.”

    Desde 2012, quando o projeto começou, Uanderson percebeu que mais do que aprender filosofia, os alunos puderam problematizar e refletir sobre algumas questões que são de extrema importância para sua própria formação. Uma maneira inteligente e criativa de aproximar a filosofia do dia a dia dos jovens, tendo na tecnologia sua grande aliada.

    O professor explica que, após o vídeo estar pronto, é feita uma exibição em sala de aula com o resultado final dos trabalhos, e que diversas questões cotidianas enfrentadas pelos alunos são retratadas nos programas. “Eu tive algumas alunas que sofriam muitos ataques machistas dos colegas de sala de aula. Elas decidiram trazer o tema feminismo, abordando Simone de Beauvoir, e fizeram o vídeo de violência contra a mulher e o que é a luta por direitos iguais”, comenta.

    Atualmente, Uanderson Menezes conta que a disciplina que ele leciona não é mais vista como um bicho de sete cabeças.  “Hoje eu percebo que eles tratam a filosofia realmente como uma disciplina comum e importante.”

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Alfabetização, a professora Rafaela Marchetti, que leciona a crianças de 6 anos de idade na rede pública de ensino de São Carlos (SP), destaca essa fase em que a criança, até os 8 anos de idade, constrói, com a ajuda dos professores, a autonomia em leitura, escrita e em conhecimentos básicos que envolvam números e pequenas operações matemáticas.

    De acordo com Rafaela, o contato com as primeiras letras pode começar com uma boa história, e isso desde os primeiros meses de vida. “Mesmo que a criança não saiba ler, é possível conversar com ela sobre uma história”, afirma. “Quem foi o personagem principal e o que aconteceu na história com determinado personagem.”

    Nessa etapa da educação, o enfoque é a apresentação do aluno ao mundo letrado. É a última etapa antes da alfabetização propriamente dita. A professora revela que costuma explorar linguagens diferentes em uma roda de conversa com seus pequenos alunos. “Por exemplo, trabalhar uma receita culinária, o que tem nesse gênero, quais as suas características”, destaca. “Mesmo ela não sabendo ainda ler, ela conhece esse tipo de portador textual.”

    Na educação infantil, de acordo com Rafaela, o professor orienta o aluno, quando ele aprende a escrever o nome, sobre a questão da identidade: qual a primeira letra do próprio nome e qual a primeira letra do nome do colega.

    Rafaela aposta também nos meios digitais para aprimorar esse processo de aprendizagem. “Na nossa escola, temos os netbooks, fornecidos pela prefeitura, que contêm jogos interativos para trabalharmos com as crianças”, afirma. “Meus alunos sabem usá-los bem. Esse tipo de ferramenta vem em auxílio do professor.”

    Rafaela afirma que o município tem investido na qualificação do professor para que estes estejam capacitados a adotar nas aulas as tecnologias a serviço da educação. “Aqui em São Carlos houve uma formação para os professores sobre o uso da lousa digital, existente em algumas escolas”, diz. “Ela ajuda a criar joguinhos interativos no computador, de acordo com o projeto em que estivermos trabalhando. As crianças amam quando trabalhamos com o netbook.”

    Para a professora, alfabetização representa um momento mágico na vida de uma pessoa. “A alfabetização permite à criança a inserção, de certa maneira, nesse mundo letrado em que vivemos”, afirma. “Ela pode pegar um livro e ler ou, se sair com a mãe ou com o pai, consegue ler uma placa, identificar um ônibus. Para a criança, pelo menos para os meus alunos, é uma magia aprender a ler.”

    O Brasil tem hoje mais de 7,9 milhões de estudantes matriculados na educação infantil. A maior parte das crianças em creche e pré-escola está vinculada à rede municipal de ensino, que atende a mais 5,5 milhões de alunos.

    Assessoria de Comunicação Social


  • A prática de enviar cartas pelos Correios é cada dia menos usual, mas foi por meio dela que a professora Vergiane Fornari Crepaldi, de Palmas, no Tocantins, descobriu como melhorar o desempenho dos seus alunos em sala de aula. O projeto é o tema desta semana do Trilhas da Educação, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    A ideia de fazer com que os jovens, estudantes do terceiro ano do fundamental da Escola Municipal Henrique Talone, recebessem e respondessem cartas escritas a mão ajudou não só o português, mas também outras disciplinas do currículo escolar, como explica Vergiane, criadora do projeto Trocando Cartas.

    “Pensei em mandar uma carta surpresa, pedi o endereço dos alunos e eles trouxeram. Aí eu fiz a carta e encaminhei pelos Correios. Na primeira semana já começaram a chegar e eles vinham correndo me contar: ‘Professora, chegou uma carta na minha casa, era a sua carta’”, lembra Vergiane.

    As crianças, com idade entre 8 e 9 anos, acostumadas ao imediatismo das mensagens instantâneas via celular e redes sociais, descobriram outro meio de comunicação e a empolgação tomou conta. “Eles amaram. E cada um que chegava queria me contar uma história diferente de como tinha recebido. Foi muito legal. Uma delas falou sobre ‘aquele moço que passa de bicicleta na casa da gente e que está escrito Correios’. Muitos deles não sabiam como funcionava”, diz a professora.

    O projeto fez com que os alunos começassem a questionar mais sobre o meio de comunicação, como o objetivo do selo e o que acontece caso o destinatário não receba a correspondência. Isso fez a professora ir além das atividades da disciplina de português, como redação, interpretação de texto e escrita. Era o momento oportuno para abordar também outras disciplinas do currículo escolar.

    A matemática, segundo Vergiane, também foi bem inserida no projeto. “Se você colocou 17 no endereço para mim e o número da sua casa é 77, é um número muito diferente, então o valor do número tem importância, a carta não chega na casa. E assim é a continha de matemática na prova, a continha no supermercado. O valor do número interessa. A escrita do endereço correto interessa. Como funciona a logística dos Correios para chegar a carta? Como era antigamente? Quanto tempo demorava? Aí vem todo o fator histórico também”, conta.

    A professora já recebeu algumas respostas por carta e ressalta a importância de levar novidades para a sala de aula. “Eu já recebi de retorno. Estão conseguindo estruturar, datando, colocando a saudação, o assunto, despedida, tudo perfeito! Se ele tem o interesse pela carta, então a gente vai utilizar essa carta em várias situações em sala de aula que ajudem ele”, diz Vergiane. “Eles se sentem valorizados, se sentem importantes. A maioria deles nunca tinha recebido uma carta. E assim eles se sentem importantes, valorizados e estão com vontade de escrever. O que a gente precisa é incentivar a criança a escrever.”

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • (Arte: ACS/MEC)A professora Hecionéia Rocha Bassetto, conhecida como Néia, 55 anos, leciona há 24 e se dedica aos estudantes do quarto ano do ensino fundamental da Escola Estadual José dos Santos, em Aspásia (1,8 mil habitantes), São Paulo. Ela conta a história de uma professora que gostava de contar histórias. De todo o tipo. Essa professora morava em uma cidade pequena, chamada Aspásia. Sempre que podia, ela inventava algum projeto para transportar os alunos ao mundo mágico da leitura e da escrita.

    Portanto, é uma história real. Com a turma, ela escreveu um livro de fábulas. Mas, até chegar à obra final, ela teve de fazer muita pesquisa e precisou de muito trabalho com as crianças. Por meio de pequenas histórias, que trazem lições de vida, brincam com personagens animados, mas com características humanas, a professora ensinou novas palavras e despertou a curiosidade para a escrita e para a leitura. “Eu falo assim: ‘Vamos buscar no texto tal palavra. Por que será que o autor a usou?’. A gente faz também o levantamento dos recursos linguísticos que o autor usou para deixar o texto mais bonito, os marcadores temporais e a descrição dos personagens”, descreve Hecionéia. “Tudo isso eu vou escolhendo com eles e anotando num cartaz para que eles, durante a escrita, possam se valer, também, do vocabulário que o autor usou.”

    Para a professora, a motivação é a chave para que o aluno esteja atento e interessado em novos aprendizados. Ele precisa enxergar um sentido em tudo o que faz. “Para o aluno produzir texto de qualidade, ele precisa saber por que vai escrever o texto, quem vai ler, onde ele vai circular, qual o gênero, a estrutura do texto”, diz. E também por que desenvolver e escrever fábulas, montar um livro e saber se ele será doado a uma biblioteca.

    Ao concluir o projeto, Hecionéia percebeu que seu método de ensino deu certo e que os objetivos de aprendizagem para aquele ano foram alcançados. “Isso porque contemplou as reais necessidades da turma, que eram as de desenvolver as habilidades de leitura, escrita e revisão textual”, afirma.

    Para a professora, pensar, planejar essas atividades e colocar tudo em prática faz parte da sua vida. Ela se diz apaixonada pela alfabetização, pela educação. “Eu amo o que eu faço. Tenho muito zelo, muito carinho para com a aprendizagem dos alunos”, afirma. “Procuro atividades que valorizem a aprendizagem. Quando eles se envolvem com atividades significativas, com propostas definidas, a aprendizagem acontece, e aí, é claro, a escola cumpre o papel, que é o de zelar pela aprendizagem de todos os alunos.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • Filha de agricultores analfabetos, a professora doutora Luma Nogueira de Andrade teve uma infância humilde no interior do Nordeste, percebendo-se diferente e enfrentando preconceitos. Na trajetória escolar, as descobertas do menino que se via como menina não foram fáceis. O mundo se mostrava adverso, mas ela conseguiu reverter as dificuldades e o preconceito por meio da educação.

    Na semana de Combate à Homofobia, o programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, entrevistou a professora Luma. Ela é docente e gestora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), na cidade de Redenção, no Ceará. Luma é travesti e agente de transformação em território acadêmico e social.

    “Às vezes eu não entendia por que que eu estava sendo cobrada em algumas posturas, por que que eu não poderia brincar com certos brinquedos, me comportar da forma como eu queria, me vestir da forma como eu gostaria de me vestir” recorda a professora. “Eu sempre teria que me adequar ao que os outros queriam. Então, isso foi um conflito desde a infância.”

    Luma destaca que, quando saía na hora do intervalo, era espancada porque se identificava com as meninas e ia brincar com elas. “Voltava para a sala de aula chorando, as minhas colegas falavam para a minha professora e ela simplesmente chegava ao meu lado e dizia: ‘Bem feito! Quem manda você ser assim?’”

    Depois de muitos casos de violações e privações, como não poder usar o banheiro na escola, Luma encontrou uma forma de melhorar a convivência e de se resguardar de possíveis episódios de violência. A fórmula foi virar a melhor aluna da sala. “Eu tinha que me destacar em alguma coisa. E aí, eu passei a ser a melhor da sala. E aí, eu dava aula para os meus colegas de sala.”

    Passado o período escolar e a faculdade, Luma conquistou um espaço na cidade que ninguém tinha. A formação em ciências lhe permitia lecionar matemática, ciências, física, biologia, o que lhe deu oportunidade para contratação na rede escolar e, mais à frente, para que ela passasse em primeiro lugar num concurso estadual.

    Hoje, seis anos depois de conquistar o doutorado, ela segue como docente e gestora na Unilab, que conta com dois campi no Ceará e um campus na Bahia. Nesse período, ela conquistou o direito de mudar seu nome nos documentos e anos mais tarde viu essa possibilidade se estender como um direito dentro da escola.

    Desde o início deste ano, o Ministério da Educação autorizou o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica. Alunos maiores de 18 anos podem solicitar que a matrícula nas instituições de ensino seja feita usando o nome social. No caso de estudantes menores de idade, o pedido deve ser apresentado pelos representantes legais.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Na preparação do repelente da professora Paula Cristina Rangel são usados ingredientes comuns e baratos, como cravo-da-índia e álcool comum (foto: arquivo da professora)Os casos de dengue e chikungunya e a incidência do zika vírus em Bayeux, na região metropolitana de João Pessoa, Paraíba, levaram a professora de química Paula Cristina de Andrade Rangel a desenvolver o projeto de um repelente caseiro. Paula, 35 anos, há dez é professora na Escola Técnica Estadual Erenice Cavalcanti Fidélis, em Bayeux, município de 96,5 mil habitantes, que tem 60% da área coberta por mangues e rios, propícios à proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti.

    Nascida em Macaparana, Pernambuco, Paula começou a desenvolver o projeto do repelente em janeiro de 2016, com o crescimento do número de casos de dengue, chikungunya e do zika vírus, transmitidos pelo Aedes aegypti, em todo o país. “Havia um surto muito grande de zika, e víamos, na escola, que as pessoas estavam ficando doentes”, diz a professora. “Um aluno pegou a chikungunya e ficou com problema no coração, uma arritmia, como sequela.”

    Ao ver alunos e familiares afetados com doenças transmitidas pelo mosquito, Paula resolveu ir com os alunos para o laboratório e desenvolver o projeto. Antes de os estudantes começarem a usar a fórmula do repelente, a professora precisava testá-lo, para avaliar a eficiência, sem comprometer a segurança de todos. Para isso, precisava de um lugar em que os mosquitos proliferassem. Ela levou o produto até a casa de sua mãe, que mora perto de uma na praia, e o testou na própria família.

    “Usei o produto em mim, em minha irmã, minha sobrinha e meu enteado, de 4 anos”, explicou. “Não apareceu nenhum problema de pele, nenhuma alergia; realmente, ficávamos protegidos.”

    Produção — De acordo com a professora, é possível fazer o repelente com gasto inferior a R$ 7, por se tratar de produto sustentável, barato e eficaz. Geralmente, as pessoas têm em casa todos os ingredientes. O produto passa por processo de decantação, que dura quatro dias, e em seguida por uma filtragem até estar pronto para uso. “Usei cravo-da-índia, que tem cheiro forte, e álcool comum. Duas vezes ao dia, eu mexia o material para que fosse decantado o resíduo do cravo-da-índia. Depois de quatro dias, filtrei e adicionei óleo corporal”, explica.

    A questão da sustentabilidade e a economia na preparação do produto são destacadas pela professora. “O cravo-da-índia é barato, e o produto pode ser armazenado em recipientes de perfume guardados em casa antes de serem jogados no lixo”, afirma. “O álcool comum, de 46°C, também é barato, assim como o óleo a ser usado para tornar o cheiro mais agradável porque o do cravo é muito forte. Mas o repelente deve ter cheiro forte para que o mosquito não se aproxime.”

    Armadilha — O projeto contou com a participação do professor Jeimes Campos, que criou e construiu armadilhas para captura do mosquito. Segundo ele, uma forma de ajudar no combate ao Aedes aegypti é levá-lo a se reproduzir dentro das armadilhas para facilitar sua eliminação.

    Por meio da química e da física, os dois professores colocaram em prática, para aplicação no dia a dia, os conhecimentos que transmitiram em sala de aula aos estudantes. Com isso foram premiados na iniciativa Desafios da Educação ZikaZero, realizada em escolas de todo o país. Desenvolvida pelo Ministério da Educação, a iniciativa premia projetos educacionais voltados ao combate ao Aedes aegypti.

    Em 2016, foram registrados no Brasil quase 1,5 milhão de casos de dengue, 324 mil somente no Nordeste, segundo o Ministério da Saúde.

    Assessoria de Comunicação Social  

    Confira:
    Preparação do repelente natural

  • Lançada em agosto de 2019, iniciativa produz material próprio para o público-alvo na UnB

    Promover acessibilidade para os estudantes. Eis a razão de ser da Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência da Universidade de Brasília (PPNE-UnB). Em agosto de 2019, a unidade recebeu um pedido mais que especial de uma aluna: adaptar partituras musicais para o braile. Dessa solicitação, nasceu o projeto Musicografia Braille.

    A iniciativa tem o objetivo de diminuir a desistência de alunos por conta da falta de acessibilidade nas instituições. Carolina Lima, a estudante que solicitou as partituras em braile, precisava recorrer a lugares fora da UnB para ter acesso a todos os materiais adaptados do curso. Isso mudou a partir da conversa com a Coordenação que resultou no projeto.

    “Essa estudante [Carolina] precisa de uma série de adaptações no formato dos materiais acadêmicos, principalmente em áudio para textos e no caso das partituras em formato braile, utilizando uma codificação específica no caso do braile, que é a musicografia braile”, explicou Thaís Imperatori, coordenadora da PPNE.

    O projeto tem parcerias com o Departamento de Música e com o Laboratório de Apoio ao Deficiente Visual da Faculdade de Educação e da Escola de Música de Brasília. Isso porque o Musicografia Braille foi realizado a partir dos materiais utilizados por Carolina. A lista inclui canto coral, regência e disciplina de flauta. 

    Desde agosto, começou a produção de material próprio do curso. Foram desenvolvidos uma apostila de coral com dez partituras de canto, cinco cânones — composição de duas ou mais vozes entoando uma mesma melodia —, três partituras de piano, material e gráficos de matrizes para regência.

    Outras instituições já possuem pesquisas nessa área, como é o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mas a Musicografia em Braille é o primeiro projeto com o objetivo da acessibilidade de partituras em braile na UnB. A iniciativa já gerou frutos fora da Universidade.

    “Temos recebido um retorno positivo principalmente com jovens com deficiência interessados em dar continuidade nos seus estudos na educação superior e que tem visto a carreira da música como uma das possibilidades”, disse Thaís Imperatori. “Um dos pressupostos do projeto é entender que a acessibilidade precisa estar presente tanto nas condições de ingresso desse estudante — na realização do Enem, do vestibular —, quanto na garantia de permanência do estudante no seu curso”, completou.

    O projeto contou, no semestre passado, com seis alunos bolsistas, dois voluntários e uma revisora de braile. Para o início do semestre 1º/2020, um edital está aberto com vagas para dez estudantes pelo período de um ano. Para participar é preciso ter conhecimento em teoria musical e noções de acessibilidade. O material adaptado está disponível para quem se interessar: basta solicitar na Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência da UnB.

    Saiba mais – O projeto de adaptação de partituras para o braile desenvolvido na UnB é o tema da edição desta sexta-feira, 10 de janeiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Laboratório de Objetos de Aprendizagem (LOA) também oferece plataforma para a customização de jogos

    Educação, tecnologia e diversão podem caminhar de mãos dadas. Foi com essa proposta que o Laboratório de Objetos de Aprendizagem (LOA) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) nasceu: mostrar que é possível promover o aprendizado por meio de brincadeiras. Ao longo dos oito anos de existência, o espaço já criou 21 jogos com o tema Educação. Todos eles estão disponíveis no site da iniciativa.

    Ganhador de vários prêmios pelo Brasil com os jogos que desenvolvem, o LOA — como é chamado entre os integrantes — foi criado em 2012 pela professora Joice Lee Otsuka e pelo professor Delano Beder, na UFSCar. Segundo Joice, “o espaço foi criado com o objetivo de integrar ensino, pesquisa e extensão em projetos relacionados a criação de jogos educacionais abertos”.

    De acordo com Otsuka, o que antes era pensado apenas para as áreas de matemática, química e português se tornou uma plataforma multidisciplinar. Ao todo, já passaram por lá 70 alunos de graduação e pós, dos cursos de engenharia da computação, ciência da computação, imagem e som, música e várias licenciaturas. O perfil do aluno é escolhido de acordo com a demanda do jogo desenvolvido no semestre.

    Outro ponto importante, segundo Joice, é que os jogos foram projetados e desenvolvidos para incluir pessoas com deficiência visual, pois, segundo ela, já que é um recurso educacional, torna-se essencial a inclusão do maior número de pessoas possíveis.

    Além dos jogos, o LOA desenvolveu uma plataforma chamada Remar, voltada principalmente para educadores. “Quase todos os nossos jogos estão disponíveis nessa plataforma com modelos de jogos abertos que podem ser customizados diretamente pelos professores para criação de jogos educacionais com o conteúdo de interesse deles”, explica.

    Para acessar a plataforma é só entrar no site remar.rnp.br, seguir os passos e customizar o jogo da forma mais adequada para você.

    Saiba mais - O trabalho desenvolvido pela professora Joice Lee Otsuka e pelo professor Delano Beder, da Universidade Federal de São Carlos é o tema da edição desta sexta-feira, 24 de janeiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social


  • (arte: ACS/MEC)A expressão rato de biblioteca é usada para identificar pessoas que gostam muito de ler e que gostam de estar cercadas dos mais variados exemplares de obras diversas. Essa foi a inspiração que deu origem à organização não governamental Roedores de Livros, criada em 2006, em uma biblioteca da Asa Norte, em Brasília.

    A ideia deu certo. Tanto que a proposta foi expandir a iniciativa. Depois de passar por diferentes locais, ela chegou a um shopping popular em Ceilândia, maior região administrativa do Distrito Federal (cerca de 490 mil habitantes).

    Aos sábados, de manhã, mais de 30 crianças, em grupos bem variados, com idade entre 4 e 14 anos, vão à biblioteca, organizada pelos Roedores, e lá ouvem histórias, participam de oficinas de artes e outras atividades. Tudo é coordenado por um grupo de adultos voluntários, verdadeiros ratos de biblioteca, que se dedicam a atrair outros “roedores” interessados em aprender e a se divertir com a mágica dos livros.

    Segundo a professora Ana Paula Bernardes, a proposta é acolher a todos. “A gente deixa todos juntos. Temos todas as idades no projeto”, diz. “O grande presente é convidar a criança para ler junto, para se divertir, fazer uma coisa mais aconchegante.”

    De acordo com a professora, a leitura tem de ser um ato de carinho, de amor, de estar junto. “E a criança vai levar esse ‘estar junto’ para sempre”, afirma. “E vai sempre associar o livro a uma coisa muito boa. E é isso que aproxima a criança do livro.”

    Para que os estudantes conheçam os Roedores de Livros, os voluntários vão até as escolas e falam sobre o projeto. O local, na Feira de Ceilândia, não só recebe a criançada, como também promove o empréstimo de livros a quem pretende levar o exemplar para ler em casa. “O projeto acontece numa feira, no shopping popular de Ceilândia. Então, a grande maioria do nosso público é da própria feira: são os filhos dos feirantes, pessoas que estão passeando no local, que conhecem o projeto e passam a participar”, destaca Ana Paula.

    A professora revela que são feitas campanhas em escolas mais próximas para convidar os estudantes a conhecer a biblioteca e participar do projeto. “Vários jovens [frequentadores da biblioteca] de escolas próximas fazem empréstimo de livros”, diz.

    Escritores — As atividades, no entanto, não estão limitadas ao espaço da biblioteca nem aos pequenos estudantes. A passagem é livre pela “toca” do projeto.  “Esse ano, promovemos um grande encontro, que chamamos Encontro com Escritores: visitamos dez regionais administrativas levando um escritor e falando do projeto Roedores de Livros”, revela Ana Paula. Isso foi feito para incentivar não só os jovens, mas os professores, a procurar a biblioteca, que tem um grande acervo, segundo a professora. “Temos feito campanhas para que os professores conheçam nosso trabalho no shopping popular de Ceilândia.”

    Hoje, a biblioteca dos Roedores, apesar do bom acervo, considera as doações sempre bem-vindas. Em razão da quantidade de livros disponíveis, tudo o que chega como doação é encaminhado aos demais polos culturais da região. “Encaminhamos as doações a outras instituições em Brasília que estejam se organizando, montando pequenas bibliotecas”, diz a professora. “Oferecemos ainda um apoio a pequenos projetos e a organizações não governamentais.”

    No blogue do Roedores de Livros é possível conhecer o projeto e acompanhar as atividades promovidas pelo grupo.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Período de permanência na Arena da Educação é das 7h às 18h30; além das disciplinas regulares, alunos contam com reforço esportivoEm Cuiabá, um projeto inovador está formando estudantes mato-grossenses com vocação para o esporte. A Escola Estadual Governador José Fragelli, conhecida como Arena da Educação, foi estruturada dentro da Arena Pantanal – estádio construído para sediar os jogos da Copa do Mundo 2014. Há cerca de quatro meses, mais de 300 alunos, com idades entre 12 e 15 anos, estudam em período integral. Além das disciplinas regulares, a escola oferece dez modalidades esportivas no contraturno das aulas.

    A Arena da Educação tem 12 salas de aula, laboratório de informática, ginásios, piscina olímpica e outras estruturas. Entre os esportes oferecidos estão basquete, luta olímpica, natação e vôlei de praia. O estudante é que escolhe o que quer praticar.

    “A ideia surgiu no final de 2016 e escola foi criada agora, em 2017, para atender a 315 crianças”, conta o professor e diretor Marcos Prado. As crianças chegam às 7h e saem às 18h30. As aulas de esporte são oferecidas no período da manhã para as crianças do ensino fundamental e no período da tarde para as do ensino médio.

    A rotina, explica o professor, favorece que os estudantes se dediquem a práticas esportivas com todo suporte técnico e profissional, participando, inclusive, de disputas regionais bem-sucedidas. Na última competição, a escola levou sete troféus. Na luta olímpica, no judô e na natação, os estudantes conseguiram o primeiro lugar.

    O estudante Yago da Silva Conceição, de 13 anos, aprova a ideia. “Desde pequenininho eu já faço esporte. Me sinto bem em estudar em uma escola voltada para o esporte, porque tem vários que eu gosto e consigo me desenvolver muito bem neles”, afirma.

    Para Lucas Schneider, de 14 anos, estudar em uma estrutura de arena esportiva traz motivação extra. No caso dele, isso fez com que despertasse a curiosidade para um esporte que nunca havia praticado: o judô. “Eu me sinto bem à vontade, pois tenho os dois no mesmo local, esporte e estudo. Quando meu pai me levou uma vez para escolher entre natação e judô, eu preferi de primeira o judô e comecei a me interessar cada vez mais e a gostar mais”, ressalta.

    Valores – Na opinião de Marcos Prado, os valores olímpicos refletem na formação integral do jovem estudante, sendo essa uma fórmula positiva para o processo de aprendizagem. “Trabalho há 25 anos na educação. Quando a gente vê uma criança entrar em um estádio desses para estudar, você vê uma outra feição no rosto dessa criança. Esse estádio tem o poder de transformar a criança, aumentar a autoestima num piscar de olhos”, diz.

    De acordo com o diretor, há planos de expansão da escola, que deve receber mais alunos a partir de 2018. Ele acredita que esse modelo de ensino trará resultados inovadores a longo prazo. “É algo que a gente não vai ver agora. O resultado é lá na frente, daqui a sete, oito, nove, dez anos. Você vai ver um outro tipo de cidadão sendo formado”, completa.

    Mesmo abrigando o projeto da Arena da Educação, o estádio segue apto a receber partidas de futebol.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Respeitar os mais velhos e aumentar a autoestima dos idosos. Foi por meio dessas diretrizes que nasceu o projeto De Geração para Geração, desenvolvido em uma escola pública do município de Indaial, em Santa Catarina.

    O projeto social promove troca de experiências entre crianças e idosos em escola, além de aumentar a autoestima dos idosos.

    Malvina Ribeiro é assistente social e vive em Indaial, cidade catarinense com menos de 70 mil habitantes. Até o ano passado, desenvolvia atividades como agente de saúde do município. Foram nove anos dessa experiência marcada pelo convívio com a comunidade.

    Um dia, percebendo o desânimo de uma das colegas, já veterana no grupo, ela teve uma ideia: envolvê-la em uma atividade nova que lhe desse a oportunidade de falar sobre seus aprendizados. A troca passou a acontecer com as crianças, que também passavam pela unidade de saúde local.

    “A gente viu o benefício dessa interação de uma idosa e uma pessoa mais jovem. Aí, resolvemos levar isso para comunidade. Ter esse olhar diferenciado para comunidade, procurar esses idosos que estavam se sentindo desvalorizados em casa. Resolvemos levar eles na escola para terem essa interação com as crianças”, afirmou Malvina Ribeiro.

    Maria Terezinha Batista, que foi motivada por Malvina a investir nessa relação com os pequenos, virou parceira e uma das idealizadoras do projeto social. “Muitas crianças não sabem o que é um sapo, o que é uma enxada, o que é um ninho de passarinho com ovos. Eles não sabem como plantar uma planta, como colher. São essas coisinhas que a gente está contando para eles”, disse.

    Agora, uma vez por mês, os idosos visitam a escola e trabalham algum tema com os alunos. As crianças ensinam lições de informática e também ajudam no uso do celular. Já os idosos levam objetos antigos, relatam histórias de vida e da época de estudantes, quando o professor era considerado parte da família.

    Saiba mais – O projeto De Geração para Geração é o tema da edição desta sexta-feira, 24 de maio, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Iniciativa está presente em quatro escolas públicas

    Despertar a paixão pelos livros dentro das escolas públicas. Esse é o objetivo do projeto Calangos Leitores que criou clubes de leitura para estudantes de 13 a 18 anos do Distrito Federal. A regra é simples: os alunos recebem um livro e têm 30 dias para ler. Mas não é só isso. A experiência precisa ser dividida por todos em encontros mensais onde os alunos compartilham as histórias.

    A coordenadora do projeto, Claudine Maria Duarte, explica que a atividade é extracurricular, mas há fila de espera para participar. “Essa partilha de ver o livro pelo olhar do outro é muito impressionante. Percebemos que somos um projeto cultural de impacto social”, define.

    Ao longo dos três anos de realização do clube de leitura, muitas vidas foram transformadas. A curadora do projeto, Danielle Cunha, se emociona com uma dessas histórias. “Um dos participantes estava prestes a seguir o caminho das drogas, quase abandonou a escola. Mas, quando ele conheceu o projeto se interessou e percebeu que a escola era o melhor lugar para ele”, lembrou.

    O projeto Calangos Leitores foi finalista do Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Inovação – Formação de Novos Leitores. Atualmente, a iniciativa está presente em quatro escolas públicas do Distrito Federal: o Centro Educacional do Lago Norte, Centro de Ensino Fundamental 1 do Cruzeiro, Centro de Ensino Fundamental 15 do Gama e o Centro de Ensino Fundamental 5 do Paranoá.

    Para garantir a compra de um exemplar para cada participante, o projeto lançou a campanha “Adote um Leitor”. O site www.calangosleitores.com.brconta a história do projeto. Quem quiser pode buscar informações de como ajudá-lo.

    Saiba mais – A história do clube de leitura do Distrito Federal é o tema da edição desta sexta-feira, 29 de novembro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

  • Alunos alimentam-se com livros antes das aulas


    Literatura no café da manhã. Em Brejo Santo, no Ceará, um projeto de leitura tem ajudado os estudantes a terem gosto pelos livros. É o Café com Leitura. Essa delícia é realizada na cantina da escola Francisco Leite de Moura, onde é exposto um balaio cheio de obras paradidáticas, pequenos textos de diferentes gêneros e muitas gostosuras para serem saboreadas.

    Outro projeto implantado na rede de ensino municipal que tem chamado a atenção é o Educação Literária. São alunos do 2º ao 9º ano do ensino fundamental da escola Maria Benvinda Quental Lucena, que no início da aula fazem a leitura de um texto e depois debatem sobre o tema.

    Ambas as iniciativas tiveram início em escolas da região e, por meio da troca de experiências pedagógicas entre os estudantes, foram se espalhando. O principal objetivo é desenvolver o hábito da leitura de forma lúdica e prazerosa.

    Aluno da Francisco Leite de Moura, Kerrison Santana, de 7 anos, já pegou o gosto pela leitura. “Eu gosto muito do livro dos três porquinhos, do Pinóquio, da Chapeuzinho, da Branca de Neve e vários outros”, relatou.Para a professora Cícera Mônica, de língua portuguesa, a criança ter a chance de escolher um texto, ou um livro para ler silenciosamente, em voz alta, individualmente ou em pequeno grupo, enquanto faz seu lanche da manhã na escola, é uma experiência única.

    Na escola Maria Benvinda Quental Lucena, uma aluna do 6º ano foi medalhista na Olimpíada de Língua Portuguesa, na categoria “Relato de memória”, com o texto “Acende a fogueira do meu coração”.

    Mônica, que dá aula nas duas escolas, observou como as iniciativas são importantes para o desenvolvimento dos alunos. “Com a inserção dessas atividades exitosas nas aulas, os alunos do 2º ao 9º ano desenvolveram bastante suas habilidades e tornaram-se leitores fluentes e bons escritores”, disse.

    Segundo a professora, o hábito de leitura por meio dessas práticas tem demostrado avanço no processo de aprendizagem dos alunos. “A leitura é a base para construção do conhecimento; é um ato de grande importância porque além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita. Quanto mais o aluno lê, mais ele aprende”, enfatizou.

    Conta pra Mim – O Ministério da Educação (MEC) conta com um programa de incentivo à leitura. É o “Conta pra Mim”, lançado em dezembro de 2019. O objetivo é difundir a prática da literacia familiar, ou seja: pais, mães ou responsáveis lerem para as crianças.

    A iniciativa faz parte da Política Nacional de Alfabetização (PNA) e reúne uma série de materiais para orientar as famílias a como contribuir na construção do projeto de vida e do sucesso escolar dos pequenos.

    Para conhecer o programa e ter acesso ao conteúdo acesse: https://alfabetizacao.mec.gov.br/ e conheça, também, as aventuras do ursinho Tito, a mascote da literacia familiar.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Iniciativa é voltada para todo o ensino fundamental e para a educação de jovens e adultos

    Um projeto de Panelas (PE) junta leitura, escrita e aproxima as famílias dos alunos. A iniciativa, da secretaria municipal de Educação, foi batizada de “Ler é divertido, escrever é apaixonante”. Trata-se de uma tentativa de despertar o interesse desde cedo nos estudantes para formar cidadãos conscientes de direitos e deveres.

    O projeto consiste em trazer a leitura para os alunos dos anos iniciais (1º a 5º) e dos finais (6º a 9º) do ensino fundamental e para os da educação de jovens e adultos. E, a partir da leitura, estimular a escrita.

    “[O projeto] objetiva contribuir para a formação de estudantes, com leitores e escritores críticos e participativos. Que sejam capazes de interagir em sua realidade na condição de cidadãos conscientes”, explicou a professora Silvânia Sabino, da Escola José Benício Filho.

    Com elementos lúdicos, Silvânia leva os livros para a sala de aula. Durante as aulas, os alunos escrevem os mais diversos tipos de texto, assistem a vídeos e até mesmo montam esquetes teatrais. Tudo isso baseado na leitura escolhida pela professora.

    “O ludicismo está presente em todas as etapas: com peças teatrais, com as aulas expositivas, usando recursos digitais como lousa e data show, e também os materiais didáticos e paradidáticos”, afirmou a docente.

    Além da leitura e da escrita, os alunos começam a valorizar manifestações artísticas e culturais. O grande diferencial do projeto, no entanto, é a aproximação das famílias com a escola. Elas são chamadas para peças de teatro, levam livros para ler em casa com os filhos e contam histórias. A participação delas é parte da formação das crianças.

    Saiba mais – O projeto “Ler é divertido, escrever é apaixonante”, da Secretaria Municipal de Educação de Panelas (PE), é o tema do Trilhas da Educação desta sexta-feira, 28 de fevereiro, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Ajudar jovens de ensino médio a alcançar a educação superior é a meta do projeto, criado pelo estudante de economia Vinícius de Andrade (Arte: ACS/MEC)Uma ação solidária de voluntariado estudantil realizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, tem ajudado 1,4 mil alunos do ensino médio de escolas públicas a entrar no caminho da educação superior. Intitulado Salvaguarda, o projeto foi criado em 2016 pelo estudante de economia da Universidade de São Paulo (USP) Vinícius de Andrade, 22 anos. Após conquistar o sonho de ingressar em uma universidade, o rapaz decidiu ajudar jovens que vivem uma realidade parecida com a que ele próprio viveu.

    Ainda no primeiro ano do curso de economia, ao visitar turmas do terceiro ano do ensino médio de escolas públicas da região para uma pesquisa de campo, Vinícius percebeu que muitos dos alunos estavam desmotivados e não sabiam como se inscrever para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nem como conseguir uma bolsa de estudos. De início, se identificou com aqueles jovens.

    Oriundo de família de baixa renda, Vinícius estudou a maior parte da vida em escola pública e sempre ouvia dos pais que precisava se preocupar com o trabalho, pois não teriam dinheiro para arcar com uma faculdade privada. O desejo dele, porém, era de obter diploma de curso superior e se dedicar aos estudos, mesmo sem saber como o faria.

    “Meu pai queria que eu fosse para a escola, claro, mas queria que eu fosse trabalhar. O único caminho que eu conhecia na minha família era o do trabalho, mas eu queria algo mais após a escola. Eu não queria só sair da escola direto para ir trabalhar, disso tinha certeza. Eu queria algo, só não sabia onde, o que e como; não sabia de nada”, lembra. Isso fez com que o rapaz tentasse vestibular pela primeira vez sem muito preparo. Passou apenas no segundo ano de tentativa.

    Voluntariado – Para evitar que essa história se repetisse com outros jovens, Vinícius decidiu mobilizar estudantes da USP dispostos a levar informação aos concluintes de escolas públicas de Ribeirão Preto. Hoje, cerca de 200 voluntários, entre graduandos, mestrandos e até doutorandos da universidade estão reunidos em uma rede de ajuda que se desenvolve via grupos de WhatsApp e visitas às escolas. Essas pessoas dedicam parte do dia a fazer testes vocacionais com os estudantes, apresentar e explicar as profissões e o mercado de trabalho, corrigir redações, dar dicas de leitura e estudo para o Enem e, principalmente, motivar os jovens a sonhar com novos horizontes.

    “O projeto não é monotemático em universidade pública nem em nenhuma universidade. Queremos empoderar, mostrar que eles são capazes. Já passei contato [para os jovens que queriam saber sobre profissões] de bombeiro, aeromoça, até engenheiro, para eles poderem conversar e descobrir que podem sonhar. Alguém ser limitado a sonhar é muito triste”, ressalta Vinícius.

    Com apoio do grupo, os estudantes fazem uma redação a cada 15 dias, como simulado para o Enem. Os voluntários corrigem os textos e acompanham a evolução dos alunos. Excursões para a universidade também são organizadas com o intuito de que os jovens conheçam o dia-a-dia de um ambiente universitário.

    Incentivo – Essas ações fizeram a estudante Gleice Oliveira, 16 anos, se motivar para prestar o Enem e tentar uma vaga no curso de medicina veterinária. “Antes eu não queria, porque não me achava capaz. ‘Tem tantas pessoas fazendo o Enem, para que eu vou fazer? Para sair frustrada?’ Era esse meu pensamento. Só que agora vejo que, com dedicação, posso chegar lá, e sei que tem pessoas que acreditam em mim. Pretendo fazer medicina veterinária porque meu amor pelos animais é muito grande”, conta, emocionada. A jovem definiu o projeto Salvaguarda como “aquela luz no fim do túnel, que mostra que nem sempre estamos sozinhos”.

    A ajuda é providencial, principalmente, para os estudantes que são de famílias de baixa renda. Alexia Silva, 17 anos, queria se inscrever no Enem, mas não sabia como pedir a isenção da taxa de inscrição e quase desistiu. Caçula de uma família de quatro irmãos, será a primeira a concluir o ensino médio e espera ser, também, a primeira a ingressar em uma universidade, para cursar direito. “O projeto me levou a conhecer um pouco da área de direito na USP e eu sempre admirei quem trabalha com direito, quem é advogado”, disse a estudante.

    O projeto Salvaguarda conseguiu inscrever mais de mil estudantes nas provas do Enem 2017 e agora quer oferecer aulas preparatórias para o exame, como foco em redação.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Utilizar um brinquedo da década de 1980 para ensinar Matemática. Foi isso que o professor Fábio Aparecido da Silva tornou possível. O docente da Escola Estadual ETEC Cônego José Bento, em Jacareí, no interior de São Paulo, transformou a ideia em uma ferramenta lúdica para incentivar os alunos no aprendizado da matéria.

    Tudo começou há dez anos, depois de sugestão feita por uma das alunas que precisava melhorar as notas. “Ela fez a proposta durante a aula. Se montasse um cubo mágico, teria a chance de melhorar a nota”, conta Fábio.

    A apresentação na frente dos colegas deu início ao projeto. De acordo com Fábio da Silva o segredo é fazer uma leitura, interpretar o objeto e chegar ao raciocínio lógico para montar a peça, além de trabalhar a concentração.

    O professor classifica o projeto como “aquecimento do cérebro”. “Antes de começar a aula eu chamo eles em grupos de dez pessoas. Eles fazem a troca dos cubos, embaralham e começam a montagem. Isso até completar a sala toda. Dura em torno de quinze minutos mais ou menos. A partir daí que começa a aula”, conta.

    O cubo, criado pelo húngaro Ernő Rubik, não ajuda apenas na Matemática. Como o aluno precisa fazer uma leitura, interpretar o brinquedo e chegar ao raciocínio lógico para encaixar as cores, o objeto trabalha a concentração.

    A experiência ultrapassou a barreira da sala de aula e virou competição. E a iniciativa foi dos estudantes. A Escola Estadual ETEC Cônego José Bento chegou a representar o Brasil em um campeonato que movimentou 19 países.

    “Esse ano foi a quinta edição do campeonato de cubo mágico oficial aqui na escola. Inclusive este ano aconteceu em 19 países ao mesmo tempo e, no Brasil, nossa escola foi a representante”, conta Fábio. Agora, a ideia do professor é levar o projeto a outras escolas da região.

    Saiba mais – A história do cubo mágico é o tema da edição desta sexta-feira, 16 de agosto, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O projeto sobre identidade cultural inspirou os estudantes a promover, na escola, a exposição Negra Sim; Negra Sou (foto: arquivo do professor José Walmilson Barros)A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira em escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio. As discussões a respeito do tema no ambiente escolar, 14 anos após a normativa, ainda ficam restritas a datas comemorativas, como o 20 de novembro, quando é celebrado o Dia da Consciência Negra. Para tentar reverter a falta de representatividade, o professor José Walmilson Rêgo Barros, 32 anos, mestrando em história da Universidade Federal de Pernambuco, idealizou o projeto Identidade Cultural Negra na Escola.

    Ao longo de 2016, alunos de cinco turmas do oitavo ano, com idade entre 13 e 15 anos, participaram das atividades na Escola Pedro Serafim de Souza, em Ipojuca, município de 93 mil habitantes, na região metropolitana de Recife. “Buscamos interpretar até que ponto o ensino de história pode contribuir para o pertencimento cultural das nossas crianças e jovens”, diz o professor. “Temos optado por trabalhar, pesquisar a questão das propostas pedagógicas que visem ao mundo inteiro, as questões que levem à reflexão, que a escola leia e visualize as temáticas raciais e étnicas no seu cotidiano.”

    Todo o trabalho de reflexão e discussão desenvolvido em sala de aula resultou em uma feira de conhecimento, no fim do ano.

    Um dos destaques do projeto foi a oficina de turbantes, resultado de parceria com a Secretaria da Mulher do município. O objetivo era mostrar o turbante como elemento cultural afro-brasileiro e elemento de sensibilização e elevação da autoestima das alunas. A oficina inspirou a exposição Negra Sim; Negra Sou. A exposição teve repercussão. Várias escolas do município e até faculdades de formação de professores pediram ao professor que falasse sobre o trabalho, que no fim do ano foi reconhecido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

    “Foi uma experiência ótima, um conhecimento, porque eu nunca tinha visto um turbante”, afirma a estudante Ana Cláudia de Almeida, 14 anos. “Foi uma coisa única.”

    A adolescente já sente os resultados do trabalho desenvolvido no cotidiano da escola. “Depois do projeto, eu não mais presenciei nenhum tipo de racismo na escola”, destaca. “Seria bom que em todas as escolas houvesse algum tipo de palestra aos alunos sobre racismo.”

    Resistência — O professor Walmilson acredita que a resistência e a afirmação de identidade são o grande fruto gerado por ações afirmativas nas escolas. “Eu quero que o jovem tenha a cabeça erguida e diga: ‘Sim, sou negro, e daí? Você não tem nada a questionar sobre ser. Eu sou e pronto.’ Mas aí, para ele chegar a esse patamar de identificação, de valoração, eu tenho que conhecer, que reconhecer.”

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira:


  • Na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, o programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, conta a história da professora e pedagoga Patrícia de Jesus Neves, 32, que há quatro anos se dedica a auxiliar crianças de 6 a 11 anos, matriculadas na rede pública, que leem, mas ainda não compreendem o significado das palavras e nem das frases. Ela faz parte do projeto social Apoio Pedagógico, que funciona no Bairro da Paz, em Salvador, e que é mantido pela Santa Casa da Bahia. O programa vai ao ar nesta sexta-feira, 26.

    Formada pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a pedagoga explica que o projeto vai muito além de um reforço escolar, e que por isso recebe o nome de Apoio Pedagógico. “Trabalhamos com temas. Escolhemos dois ao longo do ano e desenvolvemos um projeto no primeiro semestre e outro no segundo semestre, e é nesse processo que acontece o incentivo à leitura e a escrita”, afirma Patrícia.

    A missão da professora é ajudar crianças que leem, juntam as sílabas, mas que não compreendem o significado das palavras e o sentido das frases. Patrícia conta que acompanhar o desenvolvimento das crianças no dia a dia é um dos seus combustíveis no exercício da profissão. “Sem falar do afeto e da energia que elas transmitem”, observa. Patrícia procura utilizar recursos lúdicos para ajudar nas dificuldades vivenciadas pelas crianças e busca desenvolver entre a garotada o hábito e o gosto pela leitura.

    De acordo com Patrícia, o projeto existe desde 2014 e atendia quatro turmas de crianças entre 6 e 7 anos. Com o sucesso, passou a atender mais quatro turmas com estudantes entre 8 e 11 anos. A docente ainda diz que em alguns casos o projeto também atua com alfabetização. “Alguns ingressam aqui com 8, mas não estão alfabetizados ainda, e com os outros que já garantiram isso nós trabalhamos o processo de letramento, para que compreendam melhor o texto. Os temas que trabalhamos no projeto também ampliam a visão de mundo”, comenta Patrícia.

    O projeto da Santa Casa atende ao todo 150 crianças da rede municipal de ensino, que moram no Bairro da Paz. Fundada em 1549, mesmo ano da cidade de Salvador, a Santa Casa da Bahia presta assistência aos baianos na área de saúde, de ensino e pesquisa, cultura, assistência social e educação infantil.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • O projeto Caixas da Natureza utiliza a curiosidade de estudantes para os elementos da natureza que fazem parte do dia a dia da localidade em que vivem. Com cara de brincadeira, o projeto tem transformando a rotina de muitas escolas no país.

    Criado pela pedagoga Ana Carol Thomé, em três anos, o Caixas da Natureza conseguiu interligar mais de 760 grupos de amigos, famílias e escolas, por meio da brincadeira.

    Os participantes trocam entre si folhas, flores, galhos, tudo o que encontram pelos caminhos rotineiros. A professora da Rede Pública Municipal de Educação de São Paulo, Angelina Costa, e os alunos embarcaram na ideia.

    Eles descobriram uma série de elementos. A professora também observou um maior estímulo à criatividade das crianças ao brincarem com os elementos da natureza.

    “Com muitos dos elementos que eles coletaram criamos brinquedos. Teve um elemento que foi na nossa caixa, que era aquela flor da bananeira. As crianças enrolaram uma fita de cetim envolta e eles brincaram que aquilo era cedros de rainha”, afirmou.

    O projeto recebe inscrições para a troca de caixas que acontece uma vez a cada estação do ano. Para participar, os professores ou outras pessoas interessadas fazem um cadastro no site do projeto.

    Saiba mais – O projeto Caixas da Natureza é o tema da edição desta sexta-feira, 17 de maio, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Confira o site do projeto

    Assessoria de Comunicação Social

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