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  • O estudante Eduardo Silva Feitosa comemora o fato de estar mais uma vez entre os estudantes que ganharam medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). A conquista na 14ª edição da premiação foi a terceira na trajetória escolar do aluno.

    O estudante foi premiado com a medalha de ouro nas edições de 2016, 2017 e 2018 da OBMEP. “Desde pequenininho, gostei de matemática. Sempre tive habilidade com números. Conheci a Olimpíada de Matemática que foi muito bom porque me abriu novos caminhos”, disse.

    O jovem, natural de Balsas, no Maranhão, já coleciona seis medalhas na maior olimpíada estudantil do país. “Quando ganhei minha primeira medalha de bronze fiquei bastante feliz. Pensei: um dia vou tirar medalha de ouro. Aí, o que eu fiz? Estudei bastante”, explicou.

    A trajetória de estudos não foi fácil. Sem internet em casa, Eduardo procurou livros de concurso público, ganhou livros de pessoas solidárias e estudou sozinho em casa.

    Agora, Eduardo se prepara para o Enem e espera ingressar na faculdade de Matemática. O desejo é seguir carreira como professor. “Quero ser professor. Como a matemática mudou a minha vida, também pode mudar a vida de muitas pessoas”, acredita.

    O premiado diz que a Olimpíada de matemática foi responsável pelas oportunidades que conquistou e agradece aos professores e aos que o incentivaram nessa jornada. “Se não fosse a OBMEP, nunca teria viajado de avião na minha vida. [...] Sou grato pelos meus professores, pelas pessoas que me incentivaram”.

    Saiba mais – A história do Eduardo é o tema da edição desta sexta-feira, 12 de julho, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Projeto da equipe de Institutos Federais foi premiado em evento de tecnologia em Brasília

    Tecnologia que mistura educação com saúde. Foi isso que cinco estudantes dos institutos federais de Brasília e de Minas Gerais fizeram ao serem desafiados pelo Ministério da Saúde na terceira edição da Campus Party de Brasília. Durante a imersão tecnológica de três dias, Bruno Morais, Leandro Silva, Marília Suzart, Samuel Ferreira e Thiago Aquino se empenharam na criação de um aplicativo para melhorar o sistema de vacinação no Brasil.

    Ao participar do Desafio Zé Gotinha no evento que aconteceu em junho deste ano, os estudantes propuseram a digitalização dos dados sobre vacina no Brasil, um processo que até hoje é feito com caneta e papel. “Quando você tem algo manual, você tem pilhas de papéis entulhados nos postos de saúde. E é isso, basicamente, que o aplicativo resolve. Facilita o acesso a dados de coleta de vacina”, destacou o estudante Bruno.

    A missão não era fácil, mas os alunos não só conseguiram desenvolver o aplicativo como foram além. O app possui a funcionalidade de digitalizar o documento de identidade e o rótulo da vacina. Com essas informações, é possível mapear quem foi vacinado, o local e a data da prevenção. Os dados permitiram a criação de um portal para conferir, por meio de um mapa do Brasil, as áreas onde as metas de vacinação foram atingidas e onde não obtiveram o sucesso esperado.

    A professora Cristiane Bonfim explica que a ferramenta, quando aplicada, poderá facilitar a definição de políticas públicas na área. “Essa inovação permite que o Ministério da Saúde tome decisões durante o período das campanhas de vacinação para que se possa acompanhar as metas sem a necessidade de mobilização de campanhas futuras”, destacou a docente.

    O resultado final de uma ideia tão inovadora não podia ser diferente. Os estudantes levaram o primeiro lugar do Desafio Zé Gotinha. “Foi muito bom participar da experiência do Hackathon por que abre a mente, é possível pensar de uma forma diferente, ter várias ideias e construir uma ferramenta que facilite a vida”, detalhou Samuel Ferreira. 

    Saiba mais – A história dos estudantes que criaram um aplicativo que ajuda no controle de vacinas é o tema da edição desta sexta-feira, 22 de novembro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

  • Projeto toma projeções internacionais e pode ser apresentado em exposição na Malásia

    Estudantes do Centro de Ensino Médio 2 do Gama, no Distrito Federal, desenvolveram um plástico biodegradável, feito da casca da laranja. O projeto, realizado junto ao professor de química Alex Aragão, é uma iniciativa de sustentabilidade, tem exposição prevista na Ásia e perspectiva para se tornar comercial em 2021.

    A iniciativa surgiu dos alunos. Preocupados com as notícias sobre meio-ambiente, quando foi veiculado que as tartarugas marinhas ficavam lesionadas por conta do descarte de canudos na água, eles desenvolveram o material para tentar diminuir o impacto daquilo que é jogado fora.

    “Eles [estudantes] tiveram a ideia a partir daquela polêmica dos canudos e etc, quando o pessoal enxergou de maneira mais clara o problema que a gente tem com o descarte irregular do plástico. Então, eles se propuseram a achar uma solução para esse problema que fosse biodegradável”, explicou Aragão.

    Daí surgiu o plástico biodegradável, uma alternativa de transformar matéria orgânica em plástico menos danoso ao meio ambiente.

    “Foi feita uma pesquisa sobre várias maneiras de produzir biomaterial e uma das fontes foi a laranja, muito consumida no Brasil e com um grande problema em relação ao descarte da casca. Juntamos, então, o problema do descarte da laranja e da poluição pelo plástico para trazer uma solução biodegradável”, afirmou.

    A casca de laranja tem muitos compostos orgânicos e, pode ser tóxica ao meio ambiente caso descartada de maneira incorreta. Os alunos idealizadores fazem parte do projeto Clube de Ciência da escola, fundado há 15 anos. O objetivo da iniciativa é incentivar a produção científica já no ensino médio.

    Para criar a estufa que eles precisam para secar as cascas de laranja e as membranas, por exemplo, usaram caixas de madeiras e vidro de um aquário quebrado. Assim, um processo que demora, em média, 7 dias, acaba durando até duas semanas.

    As dificuldades e o trabalho na base do improviso, porém, não foram suficientes para desanimar os estudantes. O projeto levou o 3º lugar na Feira Brasiliense de Tecnologia e Ciência, e um prêmio no Encontro de Iniciação Científica do Entorno do Distrito Federal. Recentemente, a equipe recebeu um convite de outro continente: o plástico biodegradável poderá ser exposto em uma feira na Malásia.

    A feira será em outubro, mas os estudantes ainda não sabem se terão condições de participar. Por isso, já começaram a fazer uma vaquinha on-line, com o objetivo de arrecadar R$ 25 mil. Até o momento, arrecadaram cerca de R$ 12 mil.

    “Temos trabalhado para melhorar o material. A perspectiva é que até o próximo ano ele se torne comercial”, disse Aragão. “Já temos logomarca, identidade visual, estamos bem próximos”, emendou.

    Saiba mais – O projeto de plástico biodegradável do Centro de Ensino Médio 2, do Gama, no Distrito Federal, é o tema do Trilhas da Educação desta segunda-feira, 17 de fevereiro, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Projeto integra escolas da rede municipal de Salvador, envolvendo alunos na faixa etária de 10 anos de idade (Arte: ACS/MEC)
    Alunos da rede municipal de educação de Salvador, com média de 10 anos de idade, parecem gente grande ao interagir com microfones, estúdio de gravação e demais ícones do universo da radiodifusão. Tudo por conta do projeto Rádio Educação, coordenado pela jornalista Cristiele França dos Santos. A iniciativa, que tem ajudado os estudantes a desenvolver leitura, escrita e oralidade, é o assunto do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, em edição que vai ao ar nesta sexta-feira, 8.

    Tudo começou em 2018, quando Cristiele França recebeu as primeiras turmas para a Oficina Introdutória de Técnicas de Radiofonia, oferecida gratuitamente aos estudantes, como atividade de contraturno das aulas na escola. O projeto funciona no Complexo Educacional Subúrbio 360, mantido pela prefeitura de Salvador, e recebe alunos do ensino fundamental de toda a rede, com um estúdio profissional e equipamentos modernos. A intenção, segundo Cristiele, é aproximar os estudantes do processo de radiodifusão, que mantém no ar um programa de rádio cuja programação envolve música, cultura e educação.

    Cristiele conta como o projeto funciona: “Na rádio, além da questão dos assuntos da sala de aula, eu também dou o conteúdo de rádio. Falo um pouquinho sobre teoria de rádio, como surgiu, como chegou ao Brasil, como chegou à Bahia. Dou exemplos de programas, de radionovela. A diferença entre o rádio noticioso e o rádio musical”, explica. “No final, fazemos uma entrevista com uma personalidade, um professor que se destacou na rede municipal, para que eles possam conhecer um pouco mais esse professor. E gravamos também uma radionovela e eles fazem a locução musical.”

    Toda a produção dos alunos vai ao ar na Rádio Educação, que funciona 24 horas por dia na internet. Além das entrevistas, radionovelas e música, há quadros educativos com dicas de português e matemática, além de um que destaca a história de personagens do bairro.

    Desenvolvimento – O trabalho com os alunos dura dois meses e cada um recebe o certificado no final. No entanto, a empolgação é tanta que muitos acabam continuando, mesmo depois da conclusão do curso. “Eu tenho crianças aqui que fizeram oficina comigo da primeira turma. Após a conclusão, a gente tem que dar lugar para outras crianças, mas eles me pedem para ser aluno-ouvinte. É bom porque acaba incentivando muito o desenvolvimento deles, a oratória, eles passam a ter mais gosto pela leitura, têm uma maior preocupação na forma como vão ler o conteúdo, até mesmo em sala de aula, nas atividades. Os próprios professores relataram que o projeto os ajuda muito a ter esse olhar mais criterioso na leitura”, destaca Cristiele.

    Futuro - A pequena Bianca de Jesus, de 10 anos, está no quinto ano da escola Graciliano Ramos. Ela é um bom exemplo dos estudantes que se apaixonaram pelo rádio e já sonham em ser profissionais da área. Ela lembra como as atividades na oficina a ajudaram em sala de aula. “Eu lia um pouco gaguejando. Melhorei minha leitura, palavras que eu não sabia escrever, falar, eu aprendi. Aprendi a falar um pouco rápido e eu gostei muito”, relata Bianca, que se encantou com as técnicas de produção de radionovelas. “Eu gostava de gravar e de criar. A gente gravava porque se errasse ia ter como consertar. Então primeiro gravava para depois colocar no ar”.

    Formação – A rádio também funciona como um veículo de comunicação para toda a rede municipal de ensino, por meio da divulgação de eventos e conteúdo pedagógico. Mas para Cristiele, a maior realização desse trabalho é poder desenvolver as potencialidades dos estudantes e ajudá-los na formação cidadã.

    “Além do prazer de conhecer o funcionamento de uma rádio, de ter essa vivência com os microfones e equipamentos, que os deixa superanimados, também ajuda muito na leitura e no aprendizado”, aponta Cristiele. “Por exemplo, a questão da consciência negra, do bullying, tudo isso tentamos trazer para os programas, as coisinhas que a gente grava aqui na rádio.”

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • O veículo, idealizado para ser máquina sustentável, foi construído a partir de materiais que iriam para o lixo (Arte: ACS/MEC)Quatro estudantes do ensino médio aceitaram o desafio lançado durante a feira de ciências da Escola de Referência em Ensino Médio Regina Pacis, em Santa Cruz da Baixa Verde, sertão de Pernambuco, e desenvolveram um projeto ousado. Com materiais oriundos principalmente do lixão, os jovens criaram um carro movido a energia solar. O trabalho concorre a prêmio no 2º Torneio Virtual de Ciências, promovido pelo Espaço Ciência, museu interativo vinculado ao governo pernambucano, em parceria com o Jornal do Commercio.

    A história conjunta de Alex de Souza, Gustavo Ramos, Carlos Daniel da Silva e Pedro Henrique Diniz começou há um ano, quando a professora de geografia Kilma Ramos propôs a criação de uma máquina sustentável. Ela conta que os meninos tiveram dificuldade no início, especialmente para coletar o material necessário. Ainda assim, não desistiram da ideia.

    A solução foi pedir doação de materiais, de objetos que virariam lixo. “Eles começaram a pegar material nas oficinas; a placa foi emprestada e os outros materiais, os meninos saíram pegando. Foram ao lixão pegar pneu para colocar no carrinho”, lembra a professora.

    A Escola Regina Pacis atende sete turmas de ensino médio e tem cerca de 250 alunos em regime semi-integral. Gustavo Ramos é um dos idealizadores do projeto e afirma que nem ele, nem os colegas tinham conhecimentos prévios de mecânica, mas que isso não foi empecilho.

    “A gente fez o chassi, colocou as rodas e a caixa de direção. Foi feito por mim mesmo, de forma artesanal. A caixa de direção não era de carro mesmo, era tudo coisa criada, e na hora. O carrinho funcionava, mas com muita dificuldade”, diz Gustavo, ao explicar que, para participar do concurso, o grupo precisou fazer melhorias no carro. “Neste mês agora, o melhorei mais, porque a mecânica era muito ‘grosseira’. A gente ajeitou para o motor ter mais força e andar melhor”.

    Para elaborar o projeto do carro totalmente movido a energia solar, os estudantes usaram um motor de 50 cilindradas, que permite que o carro alcance velocidade entre 5 e 7 quilômetros por hora. Na visão de Gustavo, ainda é preciso melhorar a autonomia e a potência. “Precisamos colocar um motor maior, com mais potência e com muito mais modernidade. Esse que temos é motor pequeno. O que queremos colocar é para rodar 24 horas ligado; não dá problema, não esquenta e não queima”, ressalta.

    Existem carros híbridos movidos a gasolina e a energia elétrica, simultaneamente. Mas o veículo criado pelos estudantes anda apenas com energia solar, mesmo em dias nublados. Isso faz com que não dependa de gasolina, nem de bateria. “É só a energia do sol. Mesmo nublado, com quase ‘zero’ de luz, ele ainda carrega, porque a nossa placa solar é fotovoltaica profissional. Ela dá até 25 volts em pico de sol, por volta de meio-dia, e depois disso vai caindo. O mínimo dela é de 11 volts e, mesmo assim, ainda carrega a bateria”, elucida Gustavo.

    O jovem, que pretende cursar engenharia mecatrônica, conta que o projeto é de baixo custo, viável e totalmente sustentável. “Não é caro, daria para ser feito por grandes empresas e funciona como um carro normal, se fizer uma mecânica bem profissional. Hoje em dia, a gasolina está muito cara, e esse é um carrinho que não polui”, conclui.

    Desde a primeira vez que foi exposto, o projeto despertou a curiosidade da comunidade escolar da cidade. Kilma Diniz conta que muitos estudantes acharam “inacreditável” e queriam dar uma volta no veículo. “Até alunos de outras escolas quiseram vir para ver o carro deles”, lembra a professora.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O leite da mãe é o alimento exclusivo dos bebês nos primeiros seis meses de vida e importantíssimo para a saúde dos pequenos. Pensando nisso, estudantes do Instituto Federal do Rio Grande do Sul criaram um aplicativo de celular para colaborar com o programa de aleitamento materno.

    A ideia surgiu há dois anos e meio por estudantes do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Eles colocaram no app o programa PRO-MAMÁ, da Secretaria de Saúde de Osório, município onde se encontra o campus.

    O programa oferece atendimento presencial com fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos, criado para auxiliar as mães com os filhos recém-nascidos.

    “O aplicativo traz justamente orientações como essa. E tem mais. Se mesmo assim a dúvida permanecer, a mãe pode mandar a pergunta para que possamos responder”, explica a nutricionista Gislaine Ferreira, uma das gestoras do Pró-Mamá.

    O professor de informática, Bruno Fernandes, foi um dos orientadores do grupo de alunos que criou a plataforma digital. Segundo ele, os três alunos não só colocaram em prática o que aprenderam em sala de aula, como também contribuíram para a comunidade.

    A mãe precisa acessar o aplicativo e cadastrar o bebê para começar a receber informações importantes sobre aleitamento materno e vacinas. Elisete da Silva, 36 anos, foi uma das mamães beneficiadas pela tecnologia.

    “Eu acho que o aplicativo é bem válido, mesmo porque você recebe, de tempos em tempos, informações exatas sobre o que é normal para aquela faixa etária”, ressalta Elisete, que é mãe de duas crianças, uma de dez anos e outra de quatro meses.

    Saiba mais – O aplicativo para contribuir com o aleitamento materno é o tema da edição desta sexta-feira, 23 de agosto, do programa Trilhas da Educação, da Rádio do MEC.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Nos últimos anos, a tecnologia tem se tornado cada vez mais uma importante aliada na educação, e muitos professores estão buscando inovar a metodologia de ensino por meio do uso de aplicativos. É o que faz o professor Gabriel Hornink, da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em Minas Gerais. O docente é o entrevistado desta semana do programa
    Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Pensando em Códigos é o nome do projeto desenvolvido por Hornink. A partir de softwares de informática, o professor ensina o manejo de aplicativos, tanto pelo celular como pelo computador, que podem ter a função que o aluno ou o professor escolher. São ferramentas desenvolvidas por técnicos americanos do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que há décadas desenvolvem plataformas educacionais.

    Com o projeto, o professor tem observado mudanças positivas na abordagem de conteúdo, com impacto direto em sala de aula e com resultados no aprendizado. “Nós verificamos que houve uma melhoria do raciocínio lógico e matemático, independente da pessoa usar o Scratch para aulas de línguas, aulas de biologia, de matemática, não importa. Como usa-se linguagens de programação, e precisa de lógica para usar essas linguagens, então também desenvolve em paralelo a qualquer conteúdo específico o raciocínio lógico do aluno.”

    O professor explica que são utilizados dois aplicativos: o Scratch, do MIT, e o App Inventor. São softwares de autoria, ou seja, possibilitam que o aluno construa o seu próprio aplicativo. A proposta surgiu ainda em 2012, ligada aos projetos de extensão e pesquisa da Unifal. Têm participado alunos em fase de conclusão de curso, envolvidos em atividades de extensão, e estudantes de mestrado que acabaram levando a experiência até mesmo para a rede pública de ensino, como ele menciona durante a entrevista.

    Para aqueles que se interessam em aprender o uso dos aplicativos, o professor ministra cursos gratuitos em uma plataforma de estudos, com apoio da universidade. Ele explica que para o Scratch há um módulo de 30 horas, de cinco semanas. Para o App Inventor, que é um pouco mais complex, são três módulos, cada um também com trinta horas. “Nós tivemos participantes a partir de 8 anos, até 60 anos, mesclando os conhecimentos prévios deles para poder potencializar também a aprendizagem do curso.”

    Para saber mais sobre o projeto, acesse: https://www.unifal-mg.edu.br/lme.

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • A receita que misturou aulas de história, sociologia e culinária tornou mais atrativo o aprendizado de alunos do ensino médio de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife. Quem conduziu todos os ingredientes para um resultado de sucesso foi a professora Daniela Martins de Menezes. A história dessas estudantes é o tema desta semana do programa 
    Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Depois de participar de um curso de formação oferecido pela Fundação Gilberto Freyre, que buscava aproximar educadores das obras desse sociólogo, antropólogo e escritor pernambucano, a professora Daniela aproveitou para incrementar os aprendizados em sala de aula. A docente mobilizou estudantes de cinco turmas da escola estadual Professor Benedito Cunha Melo, na disciplina de história, e lançou uma competição culinária.

    O ponto de partida foi a obra Açúcar: uma Sociologia do Doce, que traz uma análise histórica sobre a sociedade açucareira no período colonial, e que reúne diversas receitas tradicionais de iguarias como bolos e doces da região – presentes nas receitas dos escravos e na cozinha dos senhores de engenho.

    Daniela conta que a escola em que leciona está localizada em um bairro de periferia, com um índice muito grande de evasão e de alunos que são envolvidos com a criminalidade. “Foi um desafio aproximar os meninos da obra de Gilberto Freyre, porque eu tinha uma carência de material, eu tinha uma carência de interesse. Então, apresentei as obras aos meninos e fiz uma competição culinária de doces na escola ”, cita a professora.

    Cerca de 170 alunos foram divididos em equipes. Cada grupo escolheu um doce descrito no livro para preparar as receitas. Durante o processo, os estudantes desempenhavam tarefas que envolviam também outras disciplinas, passando por assuntos diversos e que aparecem na obra do autor. A comunidade também foi convidada a participar.

    Os competidores se organizavam e preparavam as receitas sempre um dia antes das apresentações. Um dia na casa de um, outro dia na casa de outro. Mas para garantir que todos participassem e que realmente colocassem a mão na massa, as equipes tinham que registrar todo o trabalho em pequenos vídeos-tutoriais, posteriormente postados nas redes sociais.

    O resultado do empenho e criatividade dos estudantes surpreendeu a professora.  “As aulas de história após este processo ganharam outro significado. Eles prestam mais atenção nas aulas, eles participam mais, eles leem mais. Eles entenderam a importância do ensino de História na vida deles. ”

    As atividades de culinária foram destaque no ano passado na escola estadual Professor Benedito Cunha Melo, e agora a professora Daniela planeja repetir a iniciativa com outros estudantes da instituição.  Como prêmio, a equipe vencedora visitaria o museu Gilberto Freyre, a Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre, antiga residência do famoso autor, no bairro de Apipucos, na capital pernambucana.

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • Artemísia (D) fez o curso de tecnologia em alimentos no Ifam e trabalha em empresa de alimentos orgânicos apoiada pelo instituto (foto: arquivo pessoal)Artemísia Duarte tem apenas 23 anos e uma porção de sonhos pela frente. Entre eles, poder um dia visitar Gramado (RS), cidade da Serra Gaúcha, conhecida por seu festival de cinema e, é claro, por ser a terra do chocolate no Brasil. Chocolate é uma das paixões de Artemísia, hoje funcionária da empresa Na Floresta–Alimentos Orgânicos, fábrica incubada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), em Manaus, e que tem como matéria-prima o excelente cacau produzido no estado, boa parte nos municípios de Urucurituba e Nova Olinda do Norte.

    A jovem fez o curso de tecnologia em alimentos no instituto e foi contratada — é parte da política da empresa dar preferência a ex-alunos. “Eles têm uma ótima base técnica e muito conhecimento no assunto”, diz Artur Coimbra, proprietário da Na Floresta. Desde janeiro deste ano, a empresa funciona em espaço físico cedido pelo Ifam, no próprio campus. “Reformamos o imóvel e vamos abater o que investimos no aluguel, nos próximos cinco anos.”

    A atuação como incubadora, como é o caso do Ifam com a fábrica de chocolates amazonense, é um tipo de inciativa cada vez mais comum entre entidades educativas do país. As instituições procuram ajudar pequenos e microempresários que precisam de apoio e orientações sobre gestão de novos negócios e profissionalização dos trabalhadores, especialmente nas etapas iniciais de operação. É o caso da empresa Na Floresta, criada para atuar no segmento de alimentos amazônicos saudáveis e valorizar os recursos naturais da região.

    “Somos a primeira fábrica de chocolate em um campus universitário e também no estado porque não importamos matéria-prima para fazer os bombons”, diz Coimbra, graduado em biologia e mestre em ciências do ambiente e sustentabilidade na Amazônia. “Pagamos aos fornecedores preço acima do praticado no mercado. Quando valorizamos o produtor local, contribuímos para reduzir o interesse pela extração ilegal de recursos naturais.”

    Demanda — Com o aumento crescente da demanda (a empresa conta com 15 pontos de venda em Manaus e acaba de receber pedidos de Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal), Coimbra espera em breve ter condições de contratar mais pessoas, ex-alunos do Ifam, para trabalhar com ele. Atualmente, são duas funcionárias. Uma delas, Artemísia Duarte, que participa de todo o processo produtivo, da seleção e moagem das sementes até o chocolate, que contém entre 54% e 81% de cacau.

    “Chocólatra” assumida, Artemísia revela que o “vício” é de família. “Todo mundo lá em casa — família de nove pessoas — gosta muito e eles são o meu melhor termômetro sobre a qualidade dos nossos produtos”, afirma.

    Assessoria de Comunicação Social


  • O ensino da matemática pode ir muito além do giz e quadro negro. É possível, por exemplo, usar o tato para compreender um gráfico de plano cartesiano. Os alunos com deficiência visual do professor Rubens Ferronato sabem exatamente como é essa sensação. O paranaense teve que se reinventar em sala de aula para poder tornar acessível um conteúdo complexo: os cálculos matemáticos. Essa iniciativa rendeu a ele diversos prêmios e uma indicação para a final do prêmio Global Teacher Prize. Ferronato é o único brasileiro entre 50 docentes finalistas.  

    Depois de uma primeira tentativa frustrada de trabalho com um jovem cego, em 1998, o professor de matemática recebeu novamente a missão de tentar lecionar para deficientes visuais, em 2000. Ferronato relata que em suas primeiras aulas para Ivã José de Pádua, o único aluno cego da turma, procurava relacionar o que estava ensinando a exemplos do dia a dia, nos mínimos detalhes. Mas, depois de certo tempo, o estudante começou a se desinteressar pelo conteúdo. “Então, toda aquela expectativa do primeiro dia virou frustração”, conta ele. “Eu não queria perder esse aluno. E por quê? Porque quando ele estava presente eu tinha que conduzir a aula de uma forma melhor.”  

    Rubens decidiu que precisava encontrar uma forma de atrair o estudante e foi atrás da estratégia certa. Procurou uma loja de materiais de construção e comprou uma placa de eucatex perfurada, a fim de montar um plano cartesiano, com seus eixos X e Y, com ajuda de rebites e elástico. Nascia assim a ferramenta pedagógica Multiplano. O professor descreve como Ivã José reagiu ao novo instrumento de ensino. “Ele chegou, começou a tocar naquele material e a questionar. Em poucos minutos, reconheceu o plano cartesiano inteiro e já estava montando gráficos, quando me disse: ‘olha que absurdo, eu passei uma vida inteira ouvindo dos professores que eu nunca ia conseguir fazer um gráfico. Agora está aqui na minha mão, estou entendendo’.”  

    Inclusão – Depois daquele momento, Ferronato percebeu que Ivã, além de aprender novos conceitos, também passou a interagir mais com os colegas. Ao ajudar um jovem cego a superar barreiras que antes pareciam intransponíveis, Rubens percebeu um novo conceito de inclusão: a interação social em sala de aula por meio do professor. Ele afirma que, se ganhar o prêmio Global Teacher Prizer, pretende aplicar o dinheiro no aperfeiçoamento e na disseminação do multiplano.

    “O plano inicial é traduzir meu método para as 12 línguas mais faladas do mundo e visitar, no período de 10 anos, 30 países” promete. “Levar para fora essa metodologia que a gente desenvolveu aqui. E, dentro do Brasil, a expectativa é trabalhar em todas a capitais nos próximos dois ou três anos”, adianta o professor. O resultado do prêmio Global Teacher Prize 2018 será anunciado no dia 18 de março, em Dubai.

    Na opinião de Ivã, iniciativas como a do Multiplano podem mudar a vida de muitas pessoas com deficiência como ele. “Sempre acreditei que as pessoas cegas têm que lutar bastante. Costumo brincar que a gente precisa matar um leão por dia para mostrar que é capaz e as pessoas ainda torcem pelo leão. Nós temos que lutar para garantir uma maior acessibilidade no mercado de trabalho. Se eu não tivesse me matriculado em um curso tão difícil como o de ciência da computação, talvez o Multiplano não tivesse existido”.

    Conheça mais sobre o projeto Multiplano.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Filhos de catadores de recicláveis superam atribulações e são aprovados em universidades
    Filha de catadores de recicláveis, a estudante Milene Alves de Souza Almeida só pensou em um objetivo na vida: ter uma profissão que pudesse dar melhores condições para ela e para a sua família. Atualmente, aos 17 anos, a adolescente tem o sonho de ser médica e acaba de ser aprovada em medicina em uma Universidade Federal. Os detalhes dessa história você conhece no programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, cuja edição desta semana vai ao ar nesta sexta-feira, 15.

    Antes de ingressar na faculdade e dar importante passo para realizar seu sonho, Milene passou por uma vida atribulada. Ela chegou com os pais para morar em Goiânia ainda muito pequena e foi no depósito de recicláveis da família que ela cresceu. Os livros que ela tanto amava, no entanto, não saíam do seu lado. Isso porque aquela garotinha sabia, desde cedo, que os estudos eram o único caminho para ter um futuro melhor. O planejamento foi precoce, mesmo, e ainda o é. Tanto que Milene, que ainda nem começou a cursar medicina, já sabe que quer se especializar em neurocirurgia.

    ”Foi um sonho que eu fui construindo ao longo do tempo. Criança muda de profissão toda hora, mas quando você vai amadurecendo aquela cabeça de adolescente, vai vendo como são as coisas”, conta a jovem. “Você vai se interessando em ajudar as pessoas, que no caso eu escolhi essa profissão não só pela condição financeira... É uma profissão em que, não vamos negar, se ganha bem, mas também tenho o intuito de salvar as pessoas, ajudar as pessoas na maneira que eu puder na minha profissão.”

    O esforço e a dedicação de Milene foram reconhecidos desde cedo e a construção do futuro da menina contou com a ajuda de uma professora. Percebendo o empenho da adolescente, a docente conseguiu para a jovem uma bolsa numa escola particular, onde concluiu o ensino médio. “A tia do colégio até me expulsava às vezes da biblioteca porque eu ficava lá, depois do horário das aulas, estudando. Foi bem difícil porque eu pegava quatro ônibus para ir e para voltar todos os dias”, relata.

    Milene passou em medicina na Universidade Federal de Araguaína, no norte do Tocantins, e vai ter de se mudar para lá, pelo menos durante os próximos seis anos. Para isso, terá a ajuda de amigos da família que moram na cidade.

    Exemplo – Milena foi obstinada e contou com a ajuda de uma professora, mas há outra personagem fundamental nessa história: a mãe, dona Maria Aparecida, de 40 anos. Mesmo trabalhando de sol a sol no depósito de reciclagem, a maior preocupação da catadora de papeis foi manter os filhos na escola.

    “Eu sempre lutei pra eles estudar. Porque através dos estudos é que a vida muda. A pessoa sem estudo é como um cego no escuro. Eu sempre batalhei. Material era muito difícil. Aí eu falava pra eles, ‘meus filhos, não preocupem não que Deus proverá’.”

    Os ensinamentos de Maria Aparecida foram seguidos por outro filho, Mikael, 19. O irmão do meio de Milene quer ser engenheiro de mecatrônica e montar a própria empresa. E não para por aí. O mais velho, Moisés, 21, que sempre estudou em escola pública, fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e, com a nota, conseguiu ingressar na faculdade de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele já está no quarto período e credita o esforço aos conselhos da mãe.

    “Foi ela (Maria Aparecida) que possibilitou eu chegar lá, né? Ajudando, trabalhando... A gente cobrava da gente mesmo, porque víamos nossa mãe se esforçando todo dia, trabalhando de manhã, tarde e, às vezes, à noite para sustentar a gente”, lembra Moisés.

    Por mais que enfrentasse adversidades, Maria Aparecida fazia questão de mostrar aos filhos o lado bom da vida. “Sempre passei positividade pra eles, sempre ensinei pra eles nunca reclamar de nada, ensinei pra eles que tudo é possível ao que crê”, ensina. “É um orgulho muito grande porque em meio às lutas, em meio às barreiras, às adversidades, nós nunca baixamos a cabeça. Eu sempre lutei (e soube) que eles iam conseguir, que nós íamos vencer, que através deles seriam beneficiadas muitas pessoas da sociedade. Essa é a minha meta.”

    Depois de lutar de sol a sol para criar os filhos, Maria Aparecida agora luta contra um câncer. Mesmo assim está feliz por saber que “seus tesouros”, como costuma dizer, estão por perto para dar apoio. “Eu sempre pedi pra Deus o melhor pra eles, porque em meio a tanto sofrimento, tantas adversidades, tantas humilhações, a gente sempre pede a Deus que os filhos venham colher bons frutos. Essa benção não é só pra meus filhos, é pra toda sociedade... Através deles, muitas famílias vão ter esse privilégio de participar dessa vitória.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

     

  • Dona Moísa fez o Enem depois dos 70


    Moísa Martins Machado, 81 anos, é um exemplo aos jovens brasileiros que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 3 e 10 de novembro. A pernambucana fez a prova depois dos 70 anos, formou-se em gastronomia e continua apaixonada pelos estudos. Agora, ela busca uma pós-graduação.

    Dona Moísa criou os filhos sozinha e conseguiu fazer com que todos eles se graduassem. Depois de sete décadas de vida, decidiu que não ficaria para trás.

    A pernambucana ficou órfã de pai e mãe logo aos oito anos, começou a trabalhar cedo para ajudar no sustento do lar que a acolheu e se casou aos 17 anos. Apenas com o primário, teve de se desdobrar para criar os filhos após se divorciar. “O bicho pegou, pois eu tinha de trabalhar de manhã, de tarde e de noite. Percebi também que tinha de me aperfeiçoar e aprender mais. Foi então que fiz um monte de cursos, como datilografia, manicure, cabeleireiro”, conta.

    Em 2011, a gana pelos estudos levou Dona Moísa ao ensino superior. Os filhos já estavam crescidos e formados e ela decidiu se graduar. “Coloquei na cabeça que faria uma faculdade, que não tinha tempo a perder”, lembra a pernambucana, à época com 73 anos.

    Dona Moísa terminou o ensino médio, passou no Enem e fez gastronomia. E gosta tanto de estudar que hoje, formada, matriculou-se em uma pós-graduação de confeitaria. “Enquanto eu viver e estiver lúcida, quero estudar”, destaca Dona Moísa.

    Saiba mais – A história de estudos após os 70 anos de Dona Moísa é o tema da edição desta sexta-feira, 11 de outubro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

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    Um projeto do Instituto Federal do Ceará (IFCE) tem como objeto de pesquisa o hidrogel, material presente em fraldas descartáveis. A experiência com esse composto químico – responsável por reter líquido e deixar os bebês secos – tem sido realizada não só em favor da agricultura e da qualidade do solo local, mas do próprio meio ambiente, já que as fraldas descartáveis, que levam mais de 450 anos para se biodegradar, geram grandes discussões quanto ao descarte correto e aos impactos na natureza.

    OA extração do hidrogel é feita manualmente, antes das fraldas chegarem ao aterro sanitário (Foto: Arquivo pessoal) professor Antônio Olívio Britto Júnior, que coordena o projeto, explica como é feito todo o processo na prática. O hidrogel é extraído manualmente, antes da chegada do material ao aterro sanitário. “Fazemos tudo manualmente. Abrimos as fraldas, tiramos os plásticos e o hidrogel. Um dos nossos primeiros objetivos é evitar que essas fraldas cheguem ao aterro. O material absorve a água e a retém e, dessa forma, a planta leva mais tempo para absorver a água”, diz o professor.

    No laboratório do campus de Maracanaú, sete alunos dos cursos de engenharia ambiental e química manuseiam as mudas de plantas e trabalham com o hidrogel. O grupo descobriu que ele pode ser reutilizado, retendo água e conservando a umidade da terra. A estudante Mayara Jéssica Cavalcante, de 23 anos, conta que a ideia surgiu durante uma feira escolar e que depois acabou sendo explorada nos laboratórios do instituto. Com o tempo, percebeu que a ideia seria mais útil se voltada para a agricultura, dadas as características da região.

    “Como nós fazemos parte do laboratório, tentamos ampliar a ideia, tentando levar o projeto para a questão da arborização. Só que daí, pensando na questão do Ceará e dos recursos hídricos, modificamos um pouco o plano do projeto. Ele passou a ser voltado para a agricultura e para o semiárido”, explicou a estudante.

    Outras descobertas foram surgindo ao longo do projeto. Os estudantes verificaram que não é qualquer fralda descartável que serve para esse objetivo e apenas o material com resíduos de urina pode ser reaproveitado. A explicação, de acordo com Mayara, é simples: evitar a contaminação do solo. Além do mais, a urina – por conter fertilizantes naturais – seria ideal para o cultivo do solo. Mas é necessário garantir que todos os componentes estejam livres de microrganismos capazes de causar doenças.

    “A urina possui nutrientes para a correção no solo, como a amônia e o nitrogênio, e isso favorece o crescimento da cultura. Utilizamos os métodos de secagem para a eliminação dos microorganismos presentes naquele hidrogel, como coliforme, helmintos, salmonelas”, conta Mayara. “Nós utilizamos também uma tecnologia sustentável, que é o forno solar. É onde utilizamos os raios solares para secagem desse material. Porque como o projeto é voltado para a agricultura, o agricultor não vai ter um equipamento de laboratório assim como nós temos na instituição.”

    Economia – Todo o processo traz economia para o agricultor da região, que tem reduzido os custos com irrigação e até mesmo com a compra de fertilizantes. “Uma redução de irrigação e de custos com a compra de fertilizantes, porque ele não vai precisar deles para a correção do solo”.  

    A pesquisa com o reaproveitamento do hidrogel das fraldas descartáveis já foi premiada em Fortaleza, conquistando credenciamento para Expo Sciences International 2017, que acontece agora em agosto, no Ceará. Esse é um dos maiores eventos de ciências, que reúne jovens, educadores e especialistas científicos de todo o mundo para trocar ideias e comparar projetos científicos – e que nesta edição terá também a participação dos alunos do Instituto Federal do Ceará.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Projeto da unidade da Paraíba já atendeu cerca de 230 pacientes que perderam alguma parte do rosto

    A educação a favor da saúde. Um projeto do Hospital Universitário Lauro Wanderley, na Paraíba, constrói próteses para reabilitação de pacientes com deformidade facial. Cerca de 230 pacientes já foram atendidos pela dentista Cacilda Chaves, professora que criou e coordenada a iniciativa, e seus alunos.

    O projeto é voltado para pacientes que perderam alguma parte do rosto, como olho, nariz ou até mesmo o céu da boca. As próteses são de resina ou silicone, de acordo com a necessidade. O principal objetivo é reinserir o paciente na sociedade, já que muitas vezes, ele acaba se isolando ou sendo isolado pela condição física.

    Uma das características do projeto é o envolvimento de várias áreas da saúde. “A reabilitação é multidisciplinar, ela precisa ora somente da prótese odontológica, mas muitos pacientes, principalmente os idosos que chegam, chegam com o estado nutricional abaixo do desejado, então há necessidade de uma avaliação nutricional”, explica Cacilda.

    Ao longo dos 10 anos de existência, além de projeto de extensão da faculdade e curso técnico, a reabilitação dos pacientes virou quatro pesquisas de mestrado e doutorado, mais de 10 trabalhos de conclusão de curso e viagens ao redor do Brasil e até do mundo, chegando ao México.

    Uma das pessoas atendidas pela iniciativa foi Jacilene Rodrigues. Aos 10 anos de idade, ela sofreu um acidente em casa. A faca escorregou e foi direto em seu olho esquerdo. Além de perder a visão, com o tempo esse mesmo olho desenvolveu um tom azulado em função de uma catarata. Aos 32 anos, recebeu o veredito: não tinha mais tratamento, teria que retirar o olho.

    Ela conheceu o projeto e em seis meses, Jacilene já estava com um olho novo e sua vida passou a ter um novo sentido. “Mudou tudo. Eu me olhava no espelho e era apenas uma visão. Hoje eu olho e me sinto uma pessoa normal. Eu era muito dependente de óculos escuro. [...] Hoje em dia não, você olha pra mim e eu sou uma pessoa normal”, ressalta.

    Saiba mais - O trabalho desenvolvido pela professora Cacilda Chaves é o tema da edição desta sexta-feira, 17 de janeiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Seguidora da filosofia de Paulo Freire, estudante do Distrito Federal afirma que, a partir do ato de ler e escrever, é possível enxergar o mundo e o lugar de cada um nele (arte: ACS/MEC)Em meados da década de 1960, uma experiência inédita chamou a atenção do mundo para o interior do Rio Grande do Norte. Repórteres dos principais jornais norte-americanos e britânicos, além da imprensa brasileira, foram até o município de Angicos para apurar e contar ao mundo como cerca de 300 pessoas foram alfabetizadas em 40 horas. A experiência, considerada ousada, foi dirigida pelo então desconhecido Paulo Freire, que a partir dali tornou-se o mais célebre educador brasileiro. A metodologia, resultado de muitos anos de trabalho e reflexões do educador, acabou batizada com seu nome.

    Com a popularização do método Paulo Freire, milhares de brasileiros puderam experimentar essa forma de aprender e ensinar. A proposta incentiva o alfabetizando a se apropriar da escrita e da palavra para que entenda melhor o mundo e conquiste autonomia para transformar o meio em que vive. “A partir de Paulo Freire, a pessoa vê que não é só ler, não é só escrever, mas que vai além”, diz a estudante Kelly Cristina Guimarães Gregório. “A partir do ler e escrever, é possível enxergar o mundo e o seu lugar no mundo.”

     Kelly tem 24 anos e faz graduação em engenharia de produção. Mesmo em uma área aparentemente distante da pedagogia, a estudante interessou-se pela arte de ensinar. A prática veio a partir de atividades voluntárias. Hoje, ela é presidente do Centro de Educação Paulo Freire (Cepafre), em Ceilândia, maior região administrativa do Distrito Federal (489 mil habitantes). Criado em 1985, o centro já alfabetizou mais 15 mil adultos e idosos. Dentre eles, o avô de Kelly, José Ambrósio Pereira Nunes, 72 anos. “Hoje, ele está no primeiro seguimento da educação de jovens e adultos, que vai do primeiro ao quarto ano”, diz. “Então, ele domina a leitura, consegue escrever e faz as operações básicas de matemática também.”

    Dificuldades — A estudante revela que as dificuldades vividas pela família do avô não deixaram tempo para os estudos durante a infância e adolescência, no interior da Bahia. José Ambrósio precisou cuidar da mãe e dos irmãos. “Na realidade, a família do meu avô era muito pobre, no interior da Bahia, e ele sempre teve de trabalhar, por ser um dos filhos mais velhos”, diz. “Ele assumiu essa responsabilidade de trabalhar para sustentar os irmãos e tudo mais. Não tinha como estudar.”

     Kelly viu a história de seu avô se repetir nos relatos das turmas de alfabetização do Cepafre, pessoas que têm entre 40 e 80 anos. Durante as aulas, ela trabalha com palavras-chave, com base no método freiriano — palavras que tenham significado para os alunos. Ela pode então sentir porque tanta gente não lê nem escreve. “Quando citamos ‘lote’, ‘barraco’, vamos conhecendo um pouco da vida deles; eles quiseram, mas não tinham essa opção de estudar, pois precisavam trabalhar, sustentar a família”, afirma. “Então, estudar era um outro plano, se fosse possível algum dia na vida.”

     A estudante e seus cinco irmãos não repetiram a história do avô. Todos tiveram a oportunidade de estudar em escola pública e na idade certa. Ela acredita, no entanto, que a educação teria outra dimensão se tivessem a oportunidade de ser alfabetizados pelo método de Paulo Freire. “Querendo ou não, a educação regular ainda é aquela na qual o professor é o dono do saber”, diz. “No método Paulo Freire não há um dono do saber, e aprender desse modo é muito tranquilo e mais fácil, até para a pessoa se encontrar no mundo e conhecer a realidade porque está ali, o que poderia mudar e como pode mudar.”

    Educador — No dia 19 último, foi lembrada a data de aniversário de Paulo Freire [1921-1997]. Ele completaria 95 anos. Oriundo de uma família de classe média, Freire conviveu com a pobreza e a fome na infância, durante a depressão de 1929. A experiência o ajudou a pensar nos pobres e o levou, mais tarde, a elaborar seu método de ensino. Fez faculdade de direito, mas optou por lecionar língua portuguesa. Em 2012, foi declarado o patrono da educação brasileira. Inspirada em Paulo Freire, a estudante salienta que o saber é compartilhado: “Então, ao mesmo tempo que você ensina, você aprende”.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Além da educação formal, a instituição paraibana desenvolve com os privados de liberdade projeto pioneiro no estado voltado para a leitura (arte: ACS/MEC)João Rosas é professor e, desde 2011, diretor da Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão, em João Pessoa, Paraíba. Ele conseguiu, ao acaso, unir a formação profissional ao trabalho que exerce. No mesmo ano em que assumiu a direção da unidade, o governo do estado, por meio da Secretaria de Administração Penitenciária, iniciou um trabalho de ressocialização nos presídios. As atividades incluem trabalho, esporte, cultura e educação.

    A Máxima de Mangabeira, como é conhecida a unidade, em razão do bairro de localização, dispõe de um sistema de ensino no qual as celas foram transformadas em biblioteca e salas de aula, de forma a proporcionar a ressocialização por meio da leitura e do estudo. Atualmente, ali são oferecidos o ensino fundamental e o médio. “Quando ocorrem as matrículas na rede tradicional, elas também são feitas dentro da unidade, que segue o ano letivo como se fosse realmente uma escola”, explica Rosas.

    Os professores são vinculados à rede pública estadual de ensino, e as aulas são ministradas dentro da unidade prisional, que conta atualmente com 232 pessoas em cumprimento de pena. Cerca de 80 estão matriculadas na educação básica. Em 2016, 50 participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 11 entraram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

    Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o Enem contou, no ano passado, com a participação de 54.358 pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa em todo o país. Na Paraíba, foram 930 inscritos. Ou seja, aproximadamente 1,7% do total de participantes. As provas foram aplicadas em 51 unidades, indicadas pelos órgãos prisionais e socioeducativos, em 35 municípios paraibanos.

    Leitura — Além da educação formal, a instituição dirigida pelo professor João Rosas desenvolve projeto pioneiro no estado voltado para a leitura. “Com isso, nossa unidade só tem crescido”, afirma. O projeto tem a supervisão de uma comissão, que faz a seleção de livros e monta oficinas de leitura com os internos. “Essa é mais uma forma de trazê-los para o processo educativo e estimular a leitura.”

    A luta, agora, de acordo com o diretor, é pela implementação do ensino a distância. “Estamos avaliando a possibilidade de implantar um polo de educação a distância. Seria uma parceria com o Poder Judiciário”, diz. “E já conversamos também com uma instituição particular, que provavelmente fará a doação de parte dos equipamentos necessários.” O diretor explica que questões legais impedem detentos de cursar faculdades ou universidades de forma presencial.

    Para atrair as pessoas privadas de liberdade à reinserção no ensino, desde a chegada à unidade paraibana, há todo um trabalho da equipe multidisciplinar no sentido de mostrar a essas pessoas a importância do processo educativo. “Procuramos sempre conscientizar cada um sobre a importância da educação”, afirma Rosas. “Todo o detento que chega passa por um processo de triagem, que nos permite medir o nível de educação de cada um e já conscientizá-lo, a partir daquele momento, da importância de ele estar começando os estudos ou continuando.”

    Além disso, há o benefício da remição da pena. De acordo com a Lei nº 12.433, de 29 de junho de 2011, a pessoa que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto pode abater, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução. Para cada 12 horas de frequência escolar ou três dias de trabalho, essa pessoa tem o direito a reduzir um dia do tempo de privação de liberdade.

    “Acreditamos muito, enquanto gestores e educadores, que a educação realmente é o instrumento mais eficaz de transformação social, de qualificação e inserção no mercado de trabalho”, afirma Rosas. Prova disso, segundo ele, é que a Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão está entre as duas únicas da Paraíba que, desde 2011, não registra nenhum tipo de rebelião. “Esse fato se deve muito à questão da educação, de estarmos inserindo os detentos em atividades laborais, educativas, nas oficinas que a unidade oferece. Esse é o segredo da nossa unidade.”

    Assistência — Desde 2005, os ministérios da Educação e da Justiça atuam de forma coordenada para garantir a oferta de educação formal a pessoas privadas de liberdade no sistema penitenciário brasileiro. A assistência educacional prevista na Lei de Execuções Penais [Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984], no entanto, é de competência dos estados e do Distrito Federal. Cabe ao MEC, em regime de colaboração com as unidades federativas, apoiar técnica e financeiramente as ações para ampliar e qualificar a oferta de educação nas unidades prisionais.

    As turmas e escolas que funcionam no sistema penitenciário estão inseridas nas ações e programas que atendem a rede pública de ensino. O financiamento dessa oferta é feito com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Esses recursos contemplam a distribuição de livros didáticos, merenda escolar e distribuição de acervos do Programa Nacional Biblioteca na Escola. Algumas escolas ainda recebem recursos suplementares do Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PDDE).

    Bibliotecas — Recentemente, o ministro da Educação, Mendonça Filho, esteve reunido com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármem Lúcia, para formalizar a instalação de 40 bibliotecas em instituições prisionais de todo o país. Pelo acordo firmado, cerca de 20 mil livros serão doados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC.

    Segundo o ministro, além de educar as pessoas privadas de liberdade e humanizar o ambiente em que elas vivem, a iniciativa pode permitir a redução das penas, de acordo com o número de obras lidas. “Essa aplicação obedecerá a um critério definido pelo juízo criminal, de acordo com a legislação existente”, explicou.

    Mendonça Filho disse ainda que, a pedido do presidente da República, Michel Temer, e em parceria com o Ministério da Justiça, o MEC deve oferecer outras contribuições ao sistema penitenciário, como a ampliação do ensino a distância e da educação profissional. “A educação é um instrumento de transformação da realidade. O apenado pode e deve, pela educação, encontrar a própria libertação”, disse o ministro.

    Dados — Nos últimos ciclos do Brasil Alfabetizado, programa que oferece apoio técnico e financeiro, em caráter suplementar, aos entes federativos para a implementação de projetos de alfabetização e elevação da escolaridade da população acima de 15 anos, foram atendidas 28.076 pessoas privadas de liberdade.

    Na educação básica como um todo, foram 55.585 matrículas somente em 2015. No mesmo ano, o número de pessoas privadas de liberdade inscritas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) chegou a 1,9 milhão. O programa, criado em 2011, visa a expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica no país.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira:
    Lei nº 12.433, de 29 de junho de 2011
    Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984

  • SOS Abelhas une parceiros para preservar meio ambiente e diminuir ataques de enxames

    Prevenção, geração de renda e preservação ambiental. É assim que se resume o projeto SOS Abelhas, criado em 2018 pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Federação Apícola de Sergipe. O objetivo é combater os ataques de abelhas, sem exterminá-las e, ao mesmo tempo, tirar proveito do mel como produto — estimulando a economia local.

    O Brasil é o país com maior número de abelhas na América Latina. De acordo com informações do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2017, foram registrados 138 mil casos de acidentes com abelhas no país. Em Sergipe, 80% das ocorrências com insetos estão relacionadas às abelhas africanizadas em áreas urbanas. No estado, 20% das chamadas de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros envolvem esses pequenos insetos. Além disso, a população corria risco com os enxames em áreas urbanas.

    Hoje, quando ocorrem acidentes com abelhas em Sergipe e o Corpo de Bombeiros é acionado, ao invés de matarem as abelhas, os animais são capturados e repassados aos apicultores locais. É utilizada a chamada "caixa isca". “Com esse projeto a gente espalha as caixas iscas na cidade. O número de enxames capturados é grande. Isso aumenta o número de colmeias para o apiário de cada apicultor. Aumenta também na produção da na produtividade de mel e de todos os derivados, está sendo bem interessante para a gente”, explica o apicultor Roberto Moura.incêndios e outros incidentes.

    Importância da abelha –A ideia de se poupar as abelhas vem por conta da importância dos animais. Um dos coordenadores da iniciativa, o professor Wilams Gomes, que leciona a disciplina de apicultura e meliponicultura no campus do IFS, explica: “São as principais agentes polinizadoras. Mais de 70% do que a gente consome de alimentos são produtos da polinização das abelhas”.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O golbol foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual (arte: ACS/MEC)Comemorar bons resultados no fim do semestre é a expectativa de professores e estudantes que se preparam para mais um período de férias. Em Tocantins, o sucesso de uma atividade que resultou em ensinamentos sobre acessibilidade e trabalho em equipe tem sido comemorado com festa. E com gols.

    Tudo começou quando o professor Avelino Pereira Neto resolveu mobilizar a turma do ensino médio integrado em informática do campus de Paraíso do Tocantins do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Tocantins (IFTO) para o desafio de conhecer e, a partir daí, criar uma equipe de golbol. De acordo com Avelino, que é professor de educação física, a ideia nasceu da intenção de acolher o aluno Phelipe Mesquita Mota, 17 anos, que tem baixa visão e enfrentava dificuldades na hora de participar das aulas.

    Em dez anos de atividades, o professor nunca acompanhara estudantes com deficiência visual. “Descobri, como professor, que eu estava errado, que não estava possibilitando ao aluno a participação em minhas aulas”, diz Avelino. “O aluno estava esperando uma motivação. Eu via que ele ficava totalmente excluído. Por ocasião das Olimpíadas, surgiu a questão do golbol e resolvi adaptar para ele, aqui na escola.”

    De acordo com o professor, a reação de todos foi surpreendente. “A turma estava rachada, havia grupinhos, mas todos toparam”, revela. “Teve a adesão total dos alunos. Aí, veio o projeto.”

    Matriculado no campus desde o início do ano, Phelipe desconhecia a modalidade esportiva. “Eu nem sabia que era possível participar tão ativamente de uma aula de educação física” diz. “Geralmente eu vinha, mas só ficava sentado, esperando acabar. Hoje, eu me sinto como alguém comum.”

    O golbol foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos cada um, com três minutos de intervalo. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra há uma baliza com 9 metros de largura e 1,30m de altura.

    Segurança — “Conviver com os colegas está sendo legal. Eu achava que nunca conseguiria praticar um esporte desse estilo, assim, adaptado para pessoas com deficiência visual”, afirma Phelipe. “É uma coisa boa de jogar, de praticar. Dá mais segurança. O desafio é tentar fazer o gol.”

    Ao colocar o projeto em prática, o professor teve de encarar os obstáculos com muita disposição, mas acabou por ganhar a sala de aula. “Os alunos, trabalharam com temas de matemática e física porque muitas coisas tiveram de ser adaptadas”, diz. “As traves, por exemplo, não são as oficiais, mas feitas de canos de PVC. A bola também não é a oficial — os próprios alunos a abriram e colocaram guizos para permitir aos atletas identificar a direção.”

    Os estudantes também pesquisaram a história do esporte e ganharam um ponto da professora de sociologia e outro do professor de matemática. “Vejam o tanto que a educação física está envolvida nisso”, destaca Avelino. “O colegiado inteiro, depois dessa experiência, constatou que o desempenho escolar do Phelipe melhorou muito. Ele, que ficava muito retraído, no canto dele, agora é uma estrela na escola.”

    O professor constata que o estudante, por onde passa, é reconhecido, graças ao projeto. “Então, pretendemos levar isso a outras escolas, para mostrar que há como fazer a inclusão social de qualquer tipo de aluno.”

    Empolgado, Phelipe faz planos. “Quero fazer a faculdade de ciências da computação”, afirma. “Gosto de esporte, mas também de mexer com a área de computação, que oferece muitos recursos.”

    A repercussão desse trabalho, coordenado pelo professor Avelino, motivou outros estudantes com deficiência, que mostram interesse em ingressar na instituição.

    Mais informações sobre o projeto na página do campus de Paraíso do Tocantins do IFTO na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

    Leia também:

    Estudantes aprendem jogo para apoiar colega com deficiência


  • Alunos dispersos, circulando durante um turno e outro de aula. Foi nesse cenário que uma funcionária da Escola Estadual do Campo São João, na zona rural de Ubiratã, no Centro-Oeste do Paraná, teve a ideia de oferecer aos estudantes uma alternativa de recreação para lá de desafiadora: o xadrez. Como já praticava o jogo por hobby, Vânia Aparecida Suttanni idealizou o projeto Xadrez Amigo, que causou uma transformação na escola e até fora dela. Ela conta essa história no programa Trilhas da Educação, produzido pela rádio do MEC, nesta sexta-feira, 5.

    A iniciativa, que há oito anos envolve os estudantes da escola, motivando-os para os desafios do jogo de tabuleiro, teve pouca integração no início, inclusive com outras escolas e projetos da região. Mas o gosto pela prática foi tanto que o jogo passou a ser praticado pelos alunos até nos finais de semana. “Como nos saímos bem nos primeiros Jogos Escolares, em 2011, começamos a treinar nos domingos, fazer encontros, promover lanches”, conta Vânia Suttanni.

    Com o tempo, as equipes passaram a participar de competições escolares e de outras atividades no estado. Três são finalistas do campeonato paranaense, entre eles, um aluno que começou a praticar o jogo ainda no terceiro ano. “Hoje faz três anos que ele está no esporte e se classificou para a final de um paranaense. Pense o que é isso para um menino de dez anos, no sexto ano”, comemora a idealizadora do projeto.

    Vânia explica que o interesse dos estudantes pela iniciativa passou a refletir, também, nas notas em sala de aula. As habilidades exigidas no tabuleiro ajudam no desenvolvimento da atenção, memória, foco, raciocínio lógico, entre outros aspectos. O resultado do desempenho dos alunos acaba revelado não só pelos professores, mas também pelo aumento de índices positivos nos indicadores educacionais.

    Concursada da área administrativa, ligada à Rede Estadual de Educação, Vânia é a única funcionária da secretaria da Escola Estadual do Campo São João. E o Xadrez Amigo virou referência local. “A escola é rural, pequena; as comunidades já não têm tantos filhos como antes e o projeto é um atrativo para as crianças, para que elas não saiam da nossa escola”, conta. Ela esclarece, ainda, que alguns alunos saíram da escola, mas não deixaram de praticar o xadrez. Outros, retornam como voluntários.

    “Tem uma menina que faz medicina e quando sabemos que ela está na comunidade, a gente vai lá chamá-la para fazer um ‘treininho’. Ela vai, dá o treino a eles, ensina umas dicas. É assim: o ex-aluno passa para o aluno atual”, conta Vânia.

    A comunidade também se mobiliza em torno das demandas do Xadrez Amigo. De acordo com Vânia, tanto a prefeitura quanto as empresas da cidade auxiliam no projeto, fornecendo transporte para levar os alunos aos campeonatos e patrocinando a compra de materiais, por exemplo. “No fim, a colaboração é geral, cada um ajuda como pode”, diz, orgulhosa.

    Para a funcionária da Escola Estadual do Campo São João, há algumas peças fundamentais na construção dessa boa relação com as crianças, que vão além dos cavalos e das 64 casas onde ocorre a prática do esporte. “Na minha escola tem esse carinho ainda. Trabalhamos por amor ao que fazemos. É uma coisa mútua, eu estou ali por trás, mas tem mais gente comigo, não estou sozinha”, conclui.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Quando o professor Nelson Rodrigues de Barros passou a lecionar para a sua primeira turma, do quinto ano do ensino fundamental da Escola Municipal Professora Maria Madalena Xavier de Andrade, em Natal, percebeu a dificuldade que os alunos tinham nas operações matemáticas, especialmente a divisão. Por isso, resolveu colocar em prática o projeto “O bicho papão da matemática virou um gatinho”. A iniciativa deu tão certo que ele se tornou o vencedor da etapa estadual do mais recente Prêmio Professores do Brasil, concedido pelo Ministério da Educação. Essa história você confere esta semana no programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    O professor conta que a ideia surgiu no início de 2018 ao ver a dificuldade dos estudantes em realizar as operações matemáticas. Naquele momento ele participou de uma formação de professores voltada para a disciplina de matemática. O objetivo era que eles apresentassem uma proposta no final do ano. Mas, diante do desempenho dos estudantes, Nelson decidiu colocar sua ideia em prática imediatamente.

    “Como teria que criar alguma coisa nova, decidi criar logo no início para ver se as crianças aprendiam. Comecei a elaborar um formato (de divisão) em que não houvesse multiplicação. Comecei a decompor os números, simulando um restaurante”, contou. A forma era simples: verificar a quantidade de comida que seria servida aos clientes.

    Ele conta que “deu tão certo que em apenas uma semana praticamente 95% da turma já estava fazendo divisão na casa dos milhões”.

    O sucesso imediato levou a direção da escola a convidar o professor para aplicar o método em outras turmas e, pouco tempo depois, estava recebendo solicitações de outras instituições em busca do que parecia uma boa solução para facilitar o entendimento dos estudantes. A estimativa é que aproximadamente 300 alunos tenham se beneficiado do projeto ao longo de 2018.

    “A coordenadora ficou espantada com alunos aprendendo a divisão em apenas um dia. Os alunos também começaram a levar para os pais, avós, vizinhos. Então, foi algo muito interessante e gratificante”, comemora.

    Símbolo – Uma estudante em especial se tornou o símbolo de eficiência do método criado pelo professor Nelson. “Foi uma coisa tão mágica, maravilhosa, que tinha uma estudante que havia repetido de ano e tirava notas muito baixas. Mas ela aprendeu o jogo de tal maneira que passou a tirar 10. Ela que não interagia com ninguém, passou a ir no quadro e a se sentir capaz. E não melhorou só em matemática, mas em outras matérias e se tornou um símbolo na escola. E muitos outros alunos que não sabiam divisão aprenderam também”, relembra.

    Além de eficiente, o jogo não requer nada além do quadro negro para ser feito. Isso permite sua aplicação em qualquer sala de aula sem qualquer custo. Basta entender a essência do jogo. Com o sucesso, ele já expandiu o jogo para as outras operações matemáticas, como a multiplicação.

    O professor Nelson tem 50 anos e sua chegada às salas de aula, há cerca de um ano e meio, teve um caminho diferente: radialista, ele ajudava as estagiárias da emissora de televisão onde trabalhou a fazer os trabalhos do curso de pedagogia. E acabou tomando gosto pela área. Agora, ele deve juntar as duas coisas, pois lançará em breve um canal no Youtube e um livro para compartilhar seu método.

    Assessoria de Comunicação Social

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